O QUE É GIRA OU ENGIRA NA UMBANDA
Como acontecem os rituais de Umbanda?
A gira mediúnica é o auge de uma reunião umbandista que é dividida em três momentos básicos a saber:
- Abertura, momento que se evocam as forças e entidades espirituais e se invocam as bênçãos, proteções, pedidos e auxílios...
- A gira mediúnica, instante em que os médiuns incorporam as entidades espirituais para atendimento ao público...
- O encerramento, ou seja, o término da reunião, em que se agradece a assistência das forças e entidades espirituais...
Os ritos e liturgias utilizadas nas reuniões do movimento umbandista, variam de terreiro para terreiro...
Assim, como também, pode se diferenciar a decisão de como se processa a gira mediúnica...
Que tipos de entidades se fará presente e como deverá se proceder o atendimento ao público...
Isso acontece, por que os terreiros são células religiosas que se adequam a coletividade que os rodeia...
Oferecendo dentro de um determinado padrão mínimo, os ritos, as liturgias, as manifestações espirituais...
Que mais afinizem com os adeptos e o público que freqüenta determinada casa...
A Função da umbanda é isso, atender as necessidades espirituais essenciais do indivíduo...
Mesmo que este processo se inicie por resolver suas necessidades materiais básicas...
Permitindo um equilíbrio mínimo da sua existência...
Proporciona-se assim, condições estáveis a alma para realizar vôos evolutivos mais altos...
E abrir sua consciência a entendimentos mais profundos e finalmente se religar a Deus...
Através do que já falamos, podemos chegar a conclusão que o atendimento ao público...
É o objetivo primordial de todas as reuniões de um terreiro...
As pessoas que se encaminham a uma casa espiritual umbandista...
Possuem expectativas, estão ansiosas para encontrar a solução de seus problemas...
Desejam sair dali pelo menos reconfortadas, com esperança etc...
O público, portanto, deve ter um tratamento especial por parte dos dirigentes, dos organizadores e do corpo mediúnico da casa...
Tudo deve ser voltado para se fornecer um bom atendimento ao público presente...
Devem ser bem recebidos, encaminhados a um local apropriado para assistirem a reunião, informados de como se processará o andamento da mesma...
Como deve ser o seu comportamento durante os trabalhos...
Em qual momento e como devem se dirigir aos médiuns incorporados...
Se houver necessidade de se retirar antes da gira terminar como fazê-lo...
Devem também ser indicados a eles os banheiros, e onde beber água, etc...
É de bom tom, que o dirigente em algum instante na abertura...
Faça uma pequena e rápida preleção (palestra) trazendo para o público, informações, avisos, ensinamentos e doutrina...
Também é desejável e necessário um breve intervalo entre a virada de linhas...
Na gira mediúnica devem incorporar somente os médiuns que já tiverem mais experiência...
E estejam, como dizemos comumente, mais bem afirmados com suas entidades...
Desenvolvimento mediúnico deve ser uma reunião a parte e fechada ao público...
Após todos os médiuns incorporarem, os cambonos (pessoas que dão assistência as entidades espirituais e ajudam na organização durante a reunião)...
Devem encaminhar o público para o atendimento...
Os médiuns da corrente, que não estiverem incorporados...
Devem sustentar a gira dos que estão em trabalhos mediúnicos através dos cânticos, de bons pensamentos e intenções...
É importante que se mantenha o bom nível vibratório, para que os trabalhos espirituais aconteçam em segurança e bem equilibrados...
Todo o público deve ser atendido, sem exceção...
Uma reunião umbandista é algo bonito de se ver, os cânticos, os tambores e outros instrumentos formando um conjunto harmonioso de sons...
A batida das palmas, os fardamentos, as guias coloridas, a decoração do ambiente, as imagens e símbolos do altar...
E mesmo a forma como se processa os ritos e liturgias enche os olhos e ouvidos de quem vem participar...
Visual e som somam-se a um sem número de detalhes para permitir a harmonização de todos os presentes...
Mas tudo isso não é um espetáculo, nem uma encenação para agradar o público...
Muitas casas umbandistas se ressentem pela existência de muito pouco ou quase nenhum público...
Geralmente são sempre as mesmas pessoas que se repetem em todas reuniões...
Quando tem a casa lotada sempre é por ocasião de festas, comemorações e louvações especiais...
O terreiro que tem alguns anos de existência!
Deve ser um local bem decorado, limpo, asseado, de ambiente agradável e bastante arejado e iluminado...
Os adeptos presentes em grande número, com um fardamento impecável...
Guias coloridas no pescoço e todos os adereços e material de trabalho de suas entidades...
A reunião tem todo um processo organizado, bem estruturado, desde a abertura até o encerramento...
A hierarquia da casa é plenamente identificada, pais e mães pequenas, cambones, tambozeiros etc...
Esta hierrarquia, decorre da necessidade de equilibrio entre a liberdade e a autoriedade, que geram a disciplina e as leis que regem essa disciplina...
E que podem ser mutáveis em função da época, da fase e da estrutura social da comunidade formada pelo terreiro...
Cada terreiro tem sua norma de bem-viver adaptada a expanção uniforme direcional...
Fazendo com que a disciplina seja consciênte, livre e com base na razão e na compreensão...
Toda disciplina aceita e reflete a afirmação da personalidade dos dirigentes...
Na umbanda, a hierarquia é direcional não como com detenção de poder mas o objetivo do que foi, é e será...
O passado e a experiência adquirida!
O presente é o trabalho, é a luta de cada dia para semear os frutos do amanhã...
O fruto será a colheita do que se plantou no presente, por coseguinte uma boa semelhada, dará uma boa colheita, se o presente estiver atento...
Precisamos, acima de tudo, entender esse estágio evolutivo e organizar cada vez mais a nossa Umbanda, a nossa religião...
Para que no Plano Astral ela possa ter uma função muito mais clara...
Porque, com a consciência, nossas entidades poderão trabalhar com muito mais satisfação!
Porque a consciência os levou a um plano de participação cósmica, inserindo-os no equilíbrio universal, no amar o próximo, no dar e receber...
Essa é a Lei do Equilíbrio, a Lei do Processo Evolutivo...
Precisamos respeitar os cultos e as formas de direcionar o pensamento ao Divino...
Não podemos transformar a nossa religião em um amontoados de lendas e mistificações, de metáforas e metafísica...
A nossa religião é simples, é a religião da vida, e a religião do Divino em nós...
Saravá Fraterno!
Pai Jonathas de Ogum.'