Segundo algumas lendas, Osóssi é o filho de Yemanjá com Osalá e irmão mais novo de Ògún. Ele não é o Deus da floresta, como muitos pensam, ele é o rei da caça. Dada é a deusa da floresta. Está associado com a vida ao ar livre e com os elementos da natureza. Como bom caçador, é solitário e individualista. Mas não dispensa o contato com pessoas no convívio social. E nunca vive sem um grande amor.
... ele não morreu
Diz uma das lendas que certo dia Osóssi chegou a sua aldeia, quase arriando pelo peso da capanga, das cabaças vazias e pelo cansaço de rastrear a caça rara. Osún, sua mulher e mãe de seu filho, olhou para ele e pensou: ''só caçou desgraça". Pois a desgraça para Osóssi foi prevista por Ifá, que ele alertou Osún. Porém, quando ela contou a Osóssi sobre essa previsão, ele disse que a desgraça era a fome, a mulher sem leite e a criança sem carinho. E que desgraça maior era o medo do homem. Quando Osóssi se aproximou de Osún, ela notou que ele trazia algo na capanga, sentiu medo e alegria. Havia caça na capanga do marido e ela imaginou se seria um bicho de pelo ou de pena. Ansiosa, perguntou a ele, que respondeu: "Trago a carne que rasteja na terra e na água, na mata e no rio, o bicho que se enrosca em si mesmo''. Falando isto retirou da capanga os pedaços de uma grande Dan (cobra). O bicho revirava a cabeça e os olhos, agitava a língua partida e cantava triste: "Não sou bicho de pena para Osóssi matar". A grande Dan pertencia a Sàngó e Osóssi não poderia matá-la. Osún fugiu temendo a vingança de Sàngó, indo até Ifá que disse: "A justiça será feita, assim o corpo de Osóssi irá desaparecer, desaparecerá da memória de Ossunmaré e a quizila desaparecerá da vingança de Sàngó".
Fazia também parte da punição que ele saísse da memória do povo de Ketu. Assim, Osóssi ficou sete anos esquecido. No dia de Orunkó (o nome de santo de cada um), ao ser dado as diginas aos Orixás, o povo de Ketu começou a chorar por não se lembrar do nome de seu rei. Abaixaram os olhos e tentaram compreender por que nunca se lembravam dele. Então, Ifá ensinou-lhes um orô (reza que se faz para o sacrifício de animais):
Omo - Odé - Lailai
Omo - Odé - Kosajô
Abaderoco Koisô
Omo - Odé - Kosajô
Omo - Odé - Lailai
Omo - Odé - Kosajô
Abaderoco Koisô
Omo - Odé - Kosajô
Após o orô, o povo começou a se lembrar dele. Ifá disse que esse era o orô de Osóssi, o Orixá caçador, corajoso Rei de Ketu e rei da caça, que nada temia e preservava a vida de seus filhos e dos filhos dos filhos de seus filhos.
OSÓSSI não morreu, ele encantou-se para sempre, pois tem medo de frio, por isso não gosta de EKU, a morte.
... caçador de uma flechada
A cada ano, apos a colheita, o rei de Ijexá saudava a abundância de alimentos com uma festa, oferecendo a população inhame, milho e côco. O rei comemorava com sua família e seus súditos; só as feiticeiras não eram convidadas.
Furiosas com a desconsideração, enviaram a festa um pássaro gigante que pousou no teto do palácio, encobrindo-o e impedindo que a cerimônia fosse realizada.
O rei mandou chamar os melhores caçadores da cidade. O primeiro conhecido como òsótògún tinha vinte flechas.
Furiosas com a desconsideração, enviaram a festa um pássaro gigante que pousou no teto do palácio, encobrindo-o e impedindo que a cerimônia fosse realizada.
O rei mandou chamar os melhores caçadores da cidade. O primeiro conhecido como òsótògún tinha vinte flechas.
Ele lançou todas elas, mas nenhuma acertou o grande pássaro. Então o rei aborreceu-se, e mandou-o embora.
Um segundo caçador conhecido como òsótogí se apresentou, este com quarenta flechas; o fato repetiu-se e o rei mandou prendê-lo. Osótododá, o caçador de 50 flechas, também não foi feliz.
Um segundo caçador conhecido como òsótogí se apresentou, este com quarenta flechas; o fato repetiu-se e o rei mandou prendê-lo. Osótododá, o caçador de 50 flechas, também não foi feliz.
Bem próximo dali vivia òsótokansósó, um jovem que costumava caçar à noite, antes do sol nascer. Ele usava apenas uma flecha vermelha. O rei mandou chamá-lo para dar fim ao pássaro. Sabendo da punição imposta aos outros caçadores, a mãe de òsótokansósó, temendo pela vida do filho, consultou um babalaô que aconselhou que se fosse feita uma oferenda para as feiticeiras, assim ele teria sucesso.
A oferenda consistia em sacrificar uma galinha e na hora da entrega dizer três vezes: que o peito do pássaro receba esta oferenda! Nesse exato momento, òsótokansósó deveria atirar sua única flecha. E assim o fez, acertando o pássaro bem no peito. O povo então gritava: oxó wussi, (oxó é popular) passando a ser conhecido por oxóssi. O rei, agradecido pelo feito, deu ao caçador metade de sua riqueza e a cidade de ketu, "terra dos panos vermelhos", onde osóssi governou até sua morte, tornando-se depois um Orixá.
Oxóssi mata o pássaro das feiticeiras
Todos os anos, para comemorar a colheita dos inhames, o rei de Ifé oferecia aos súditos uma grande festa. Naquele ano, a cerimônia transcorria normalmente, quando um pássaro de grandes asas pousou no telhado do palácio. O pássaro era monstruoso e aterrador. O povo, assustado, perguntava sobre sua origem.
A ave fora enviada pelas feiticeiras, a Iyá Mi Oxorongá, nossas mães feiticeiras ofendidas por não terem sido convidadas. O pássaro ameaçava o desenrolar das comemorações, o povo corria atemorizado. E o rei chamou os melhores caçadores do reino para abater a ave grande. De Ido, veio Oxotogum com suas vinte flechas. De More, veio Oxotogi com suas quarenta flechas. De Ilarê, veio Oxotadotá com suas cinqüenta flechas. Prometeram ao rei acabar com o perverso bicho, ou perderiam suas próprias vidas. Nada conseguiram, entretanto, as três odes. Gastaram suas flechas e fracassaram. Foram presos por ordem do rei.
A ave fora enviada pelas feiticeiras, a Iyá Mi Oxorongá, nossas mães feiticeiras ofendidas por não terem sido convidadas. O pássaro ameaçava o desenrolar das comemorações, o povo corria atemorizado. E o rei chamou os melhores caçadores do reino para abater a ave grande. De Ido, veio Oxotogum com suas vinte flechas. De More, veio Oxotogi com suas quarenta flechas. De Ilarê, veio Oxotadotá com suas cinqüenta flechas. Prometeram ao rei acabar com o perverso bicho, ou perderiam suas próprias vidas. Nada conseguiram, entretanto, as três odes. Gastaram suas flechas e fracassaram. Foram presos por ordem do rei.
Finalmente, de Irem, veio Oxotocanxoxô, o caçador de uma só flecha. Se fracassasse, seria executado junto com os que o antecederam. Temendo a vida do filho, a mãe do caçador foi ao babalaô e ele recomendou à mãe desesperada fazer um ebó que agradasse as feiticeiras. A mãe de Oxotocanxoxô sacrificou então uma galinha. Nesse momento, Oxotocanxoxô tomou o seu ofá, seu arco, apontou atentamente e disparou sua única flecha. E matou a terrível ave perniciosa. O sacrifício havia sido aceito.
As Iyá Ni Oxorongá estavam apaziguadas. O caçador recebeu honrarias e metade das riquezas do reino. Os caçadores presos foram libertados e todos festejaram.
Todos cantaram em louvor a Oxotocanxoxô. O caçador ficou muito popular. Cantavam em sua honra, chamando-o de Oxóssi, que na língua do lugar que dizer “O guardião é Popular”. Desde então Oxóssi é o seu nome.
Todos cantaram em louvor a Oxotocanxoxô. O caçador ficou muito popular. Cantavam em sua honra, chamando-o de Oxóssi, que na língua do lugar que dizer “O guardião é Popular”. Desde então Oxóssi é o seu nome.
Oxóssi ganha de Orunmilá a cidade de Queto
Um certo dia, Orunmilá precisava de um pássaro raro para fazer um feitiço de Oxum. Ogum e Oxóssi saíram em busca da ave pela mata adentro, nada encontrando por dias seguidos.
Uma manhã, porém, restando-lhes apenas um dia para o feitiço, Oxóssi deparou com a ave e percebeu que só lhe restava uma única flecha. Mirou com precisão e a atingiu.
Quando voltou para a aldeia, Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito do filho, sua determinação e coragem. Ofereceu-lhe a cidade de Keto para governar até sua morte, fazendo dele o orixá da caça e das flechas.
Uma manhã, porém, restando-lhes apenas um dia para o feitiço, Oxóssi deparou com a ave e percebeu que só lhe restava uma única flecha. Mirou com precisão e a atingiu.
Quando voltou para a aldeia, Orunmilá estava encantado e agradecido com o feito do filho, sua determinação e coragem. Ofereceu-lhe a cidade de Keto para governar até sua morte, fazendo dele o orixá da caça e das flechas.
Erinlé é acusado de roubar cabras e ovelhas
Em Ijebu viveu um caçador chamado Erinlé, ele era generoso e imbatível na caça, por isso era admirado pela maioria da população, mas havia alguns moradores que invejavam Erinlé e que conspiravam para arruinar o caçador, famoso pela caça de elefantes e de outros animais.
Decidiram roubar cabras e ovelhas do rei e culpar Erinlé, o rei intimou quem soubesse algo sobre o roubo a dizê-lo, os conspiradores foram até o rei fazer a acusação, disseram que Erinlé roubava cabras e ovelhas, escondia as peles em casa e dizia que as carnes eram de animais selvagens.
Decidiram roubar cabras e ovelhas do rei e culpar Erinlé, o rei intimou quem soubesse algo sobre o roubo a dizê-lo, os conspiradores foram até o rei fazer a acusação, disseram que Erinlé roubava cabras e ovelhas, escondia as peles em casa e dizia que as carnes eram de animais selvagens.
O rei quis ouvir a defesa de Erinlé, houve testemunhos a favor dele, diante do impasse, o rei ponderou que Erinlé parecia ser de fato um grande caçador, mas teria que provar sua inocência. Erinlé disse: Minha caça falará por mim. Minha caça será minha testemunha”.
Erinlé foi até sua casa e trouxe coisas para o rei, Erinlé trouxe as peles dos animais selvagens que havia caçado, presas de elefantes e de javalis, peles de gamos, veados e antílopes.
Então o rei reconheceu a inocência de Erinlé e ordenou que ninguém mais tocasse no assunto, Erinlé foi para casa, inocentado porém triste. Erinlé nunca se conformou com a acusação que sofrera, Erinlé pensava e não entendia a razão de tentarem desgraça-lo, n ão quis mais caçar nem comer com os seus.
Em momentos de desespero fustigava o próprio corpo com a sua chibata de cavaleiro, seu bilala. Imaginava que seria acusado novamente caso acontecesse outro roubo de animais.
Erinlé perdera completamente a vontade de caçar, então entrou na água de um rio próximo e partiu de Ijebu, onde nunca mais foi visto, E se tornou o orixá do rio.
Erinlé agora é o rio, o rio Erinlé é Erinlé, o orixá caçador que já não caça.
Oxóssi, em uma de suas caçadas, teria sido enfeitiçado pelo seu irmão Ossãe, apesar dos avisos de sua mãe Yemanjá, para que tivesse cuidado. Oxóssi então afasta-se da família até que o encanto seja quebrado, quando volta, encontra Yemanjá ainda irritada pela atitude do filho em não tê-la ouvido. Oxóssi volta a floresta sob a influência de Ossãe o que faz com que Ogum se rebele contra a própria mãe. Oxóssi, aprendeu todos os segredos da mata com seu irmão Ossãe e é ele quem defende o acesso às plantas, dificultando a penetração no mato daqueles que não tem o preparo devido.
Conta que numa de suas inúmeras caçadas, sem que tivesse consultado antes Ifá, encontrou uma cobra no mato - Oxumarê. Ela lhe diz que não pode ser morta por ele, pois não é um bicho de penas, ele pouco se importou com o aviso, e matou-a com a lança, cortando-a em diversos pedaços e levando para casa para ele mesmo preparar um guisado, com o qual se refastelou. No dia seguinte, Oxum, sua esposa, prevendo muitas catástrofes, por causa da quebra de tantos tabus, encontra Oxóssi, deitado no chão morto e rastros de cobra que iam em direção a floresta. Oxum chorou tanto e tão alto que Ifá, condoído pela sua dor, fez Odé, o caçador, renascer sob a forma divina de Oxóssi.