quinta-feira, 26 de abril de 2018

Quem está falando, sou eu ou é o Guia!?


Que atire a primeira pedra o médium que nunca se fez essa pergunta! Essa questão é algo que atormenta todo mundo que começa a desenvolver a mediunidade, e é NORMAL!

Antes de continuar sua leitura, você precisa estar ciente sobre algo muito importante, que muito se ouve falar mas poucos sabem ao certo:


O QUE É MEDIUNIDADE?

→ Mediunidade é a faculdade humana pela qual se estabelecem as relações entre homens e espíritos. É uma faculdade natural, inerente a todo ser humano, por isso, não é privilégio de ninguém. Em diferentes graus e tipos, todos a possuimos. O que ocorre é que, em certos indivíduos mais sensíveis à influência espiritual, a mediunidade se apresenta de forma mais ostensiva, enquanto que, em outros, ela se manifesta em níveis mais sutis, sendo as mais comuns: Clariaudiência, Clarividência, Vidência, Psicografia, Psicofonia, Intuitiva e Inspiração.

E para responder a grande pergunta do título desse artigo precisamos entender dois conceitos chaves: O Animismo e a Mistificação.

ANIMISMO:


O termo "animismo" é usado para designar um tipo de fenômeno produzido pelo próprio espírito encarnado (o médium), sem que este seja um instrumento mediúnico da ação espiritual (Entidades) e sim o artífice dos fenômenos em questão.

De forma mais específica, animismo o fenômeno em que o médium revive suas próprias recordações do pretérito, expressando-as muitas vezes nas próprias reuniões mediúnicas. Por ser ele o autor das palavras ditas, este fenômeno anímico muitas vezes é mal visto devido à possibilidade de mistificação e pela ausência do espírito comunicante, não sendo, desta forma, um fenômeno mediúnico

Toda comunicação é anímica, então podemos dizer que não existem médiuns puros, apenas pessoas com dons medianímicos (mediúnico + anímico). Ramatís fala bastante sobre isso em seus livros e principalmente na obra Mediunismo.

Ao contrário do que popularmente se divulga, mesmo o médium inconsciente deixa passar as suas impressões na comunicação. Claro que de uma forma muito sutil. De qualquer maneira o espírito comunicante tem que usar o duplo-etéreo do médium e todo seu conhecimento.


Em algumas mediunidades tidas como inconsciente, acontece que durante o transe o médium está presente, lembrando e participando do fato. Porém ao desligar ou voltar do transe, tudo é apagado da sua mente. Então dá aquela sensação de inconsciência. Não há como saber ao certo se o médium inconsciente possui essa forma de “esquecimento” ou se é de fato inconsciente por completo. Pois só o fato de estar presente não implica em “atrapalhar” a entidade. O Médium inconsciente pode presenciar, mas não tem controle sobre seus atos.

Inclusive, mesmo não ocorrendo mediunidade inconsciente ou de qualquer outro tipo, pode acontecer uma consulta totalmente anímica, mas de grande valor ético e moral. Pois somos espíritos, apesar de encarnados. Livres da matéria podemos ter acesso a conhecimentos e aprendizados esquecidos.

MISTIFICAÇÃO:

A mistificação é o mais complicado dos fatores de desgaste em se tratando de mediunidade. Dito isso, vamos analisar o que ocorre.

Existe duas possibilidades de mistificação:

1 – O médium começa a ultrapassar o guia, dando seus palpites e sobrepondo sua vontade nas comunicações. Geralmente vemos isso em quem gosta de dar consultar particulares para amigos e parentes. Para mandar aqueles recados que não tem coragem de falar por conta própria. Ao passar do tempo o guia já não mais consegue se manifestar e se “afasta”. Então o médium se sente sozinho e começa a FORÇAR uma manifestação espiritual, que não ocorre. Assim, ele assume os trejeitos da entidade e se finge passar por ela. Isso ocorre de forma consciente e muitos confundem com a mediunidade consciente. Para saber diferenciar, basta prestar atenção a mensagem que é passada. Quando é o médium, a mensagem é rasa e vazia, não atinge o coração.

– O médium, devido a algum desequilíbrio, como o caso do item 1, acaba se abrindo para entidades negativas. Essas se manifestam no próprio fingindo-se passar por entidades de umbanda. É mais comum se identificarem como Exus e Pombagira, por motivos óbvios. Quando ocorre isso, também podemos identificar a mistificação pela mensagem. Não há valor espiritual na mesma e muitas vezes elas são contraditórias e até agressivas. Pedem várias trocas e coisas, fazem qualquer negócio. Nem sempre o médium tem consciência de que está sendo dirigido por um ente negativo. São manifestações de → Quiumbas e isso se chama obsessão espiritual.

Para todos, a melhor forma de identificar é sempre seguir a recomendação de São João:

“Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, porém, avaliai com cuidado se os espíritos procedem de Deus, porquanto muitos falsos profetas têm saído pelo mundo. “ 1 João 4

Para resolver isso, o médium precisa entrar em tratamento. Precisa se conscientizar do seu estado, ser retirado da gira de atendimento, ser reencaminhado para a assistência, passar por um tratamento energético-espiritual, e também se reeducar moralmente. Tendo que recomeçar do zero, tudo…

Só assim, ele estará livre completamente da obsessão espiritual, mas terá que se manter vigilante, para que não recaia em nova obsessão. Os médiuns muitas vezes se acham imunes as obsessões e ao assédio das trevas, o que é totalmente contraditório. Se estamos fazendo um trabalho caritativo e de certo esclarecimento, afastando as pessoas das trevas, com certeza estamos cutucando entidades negativas que por possuírem um personalismo extremado e egoísta, se sentem “ofendidas” e injustiçadas.

Claro que essas entidades tentarão de alguma forma atormentar o médium. 

A questão é que se o médium estiver seguindo a regra da Reforma Íntima, ele estará realmente criando “anticorpos” contra esses assédios e perturbações, porém não pode permitir que sua “imunidade diminua”, pois enquanto estivermos vivos ainda poderemos sofrer com os assédios. 

Médium não é melhor do que ninguém e os espíritos trevosos sabem disso, inclusive sabem exatamente como explorar nossas falhas de caráter.

“Perguntaram-me se acredito no Diabo.Respondi: – Não, ele é muito mentiroso.” – Adágio popular.

(Trecho Retirado do "Perdido em Pensamentos" por Douglas Rainho)

A GRANDE PERGUNTA EM QUESTÃO: QUEM ESTÁ FALANDO SOU EU OU É O GUIA?

Tenha bastante cuidado ao responder essa pergunta. De fato, quem FALA é você, mas a intuição emanada para que suas palavras saiam, pode OU NÃO ser do guia!

Veja bem, ao desenvolver sua mediunidade, você é como uma criança que está começando a dar os primeiros passos e aprendendo a andar, com um “porém”: uma criança aprende mais rápido do que o médium em desenvolvimento! Não é vergonha falar sobre isso, precisamos colocar aqui todas as nossas dúvidas e tentar esclarece-las para que o pior não aconteça.

Você, médium, em desenvolvimento, ainda não tem a firmeza que precisa para de fato incorporar uma entidade. O que acontece é que a mesma começa de perto, encostada... Ela precisa aprender a dominar você e você a domina-la! É normal, assim como uma criança: andar, cair, andar mais um pouco, cair de novo, até ter firmeza nas pernas para sustentar o próprio peso.

Dessa forma, nenhuma entidade, em um médium em desenvolvimento, vai incorporar e começar a consultar, pois isso demanda tempo e comprometimento da parte do corpo mediunico, e para cada um existe um tempo e uma urgência; uns mais, outros menos.
Caso você seja um médium em desenvolvimento, que sai por aí dando consultas, cuidado! Toda ação gera uma reação, e você será o único responsável pelos seus atos.

Há também o outro lado. Em muitos terreiros vemos Filhos de Santo, médiuns já “desenvolvidos”, tropeçarem. Tropeçam, às vezes, por vaidade, ciúmes, vontade de querer ser mais do que outro... E isso faz com que ele passe a frente dos próprios Guias e acabe tomando o rumo da situação e usando de suas próprias palavras para dar consultas. Como dito a cima, a Entidade se "afasta" de forma bem sutil, de seu cavalo, pois não se sente mais no comando do mesmo.

Após entender que tudo é energia, comece a prestar atenção e entenda a energia de cada Guia, os trejeitos, a força... comece praticando cada vontade que surgir. Dê passagem a sua Entidade pois ela quer trabalhar tanto quanto você, e quando menos se espera você estará firme e fazendo coisas que nunca imaginou fazer.

Não se cobre tanto, “dar consulta” é a última coisa que qualquer Guia vai querer de você! Uma boa sintonia e energia, é o que faz o trabalho valer a pena.

“Se você prefere falar ao ouvir, mostrar ao sentir, procure outra religião, pois essa não é a Umbanda que eu levo no coração!”

Não apresse nenhuma situação, fazendo isso o único prejudicado é você! De tempo ao tempo e não esqueça que a Entidade está ali, do seu lado, deixe ELA trabalhar.


Axé!