quinta-feira, 26 de abril de 2018

Como deve se comportar um consulente em uma casa religiosa?

Quando uma pessoa vai à primeira vez em um terreiro de Umbanda para ela tudo é novo principalmente quando ela não teve alguém para falar a respeito do que vai acontecer ali. Muitas pessoas chegam apreensivas, receosas, descrentes e duvidosas, muitas vão com medo dos espíritos. Uma das coisas mais importantes que deve acontecer é que essas pessoas sejam muito bem recebidas quando chegarem, se sintam acomodadas, confortáveis e seguras. Sejam direcionadas e orientadas da melhor forma.
Mas infelizmente algumas pessoas confundem essa cordialidade e acabam passando os pés pelas mãos.
E vou citar algumas situações:
Trajes e roupas em geral: ás vezes as pessoas eu acho que se esquecem que estão em uma casa religiosa, e vão com roupas curtíssimas, sinuosas, mostrando muito o corpo. Isso não é uma atitude respeitável e atitudes assim acabam provocando uma situação constrangedora, porque se a pessoa estiver numa casa respeitável, provavelmente os guias antes de um passe vão pedir para que seja colocado um avental ou um pano para cobrir o corpo da pessoa. Então não é aconselhável ir com roupas extremamente curtas, tipo: shortinhos, mini saias, grandes decotes etc. Não julgamos as pessoas pela aparência, mas o bom senso sempre é pertinente e bem vindo.
Silêncio: Nenhum guia quer as pessoas mortas dentro da gira, mas têm momentos que o silêncio é uma prece literalmente, é totalmente inconveniente, por exemplo, numa abertura da gira, onde os médiuns estão todos concentrados, a assistência estar com conversas paralelas, muitas vezes em tom alto, risadas, já cheguei a ficar sabendo até de venda da Avon na assistência é uma falta de educação muito grande. Amigos consulentes guardem suas energias para as preces, para os cantos e louvações.
Um problema que está acontecendo freqüentemente é o danado CELULAR, esse realmente tem dado dores de cabeça, e se tornado um obsessor material rsrsrs, as pessoas vão para a gira e se esquecem de desligar ou que seja colocar no modo de vibração, é nas preces, e na hora dos pontos, e o guia falando, e o celular do cidadão tocando, é automático todos que estão fazendo algo, olham e isso causa um desconforto e uma quebra de concentração. Então pessoal quando forem numa casa religiosa seja qual for, ou desliguem ou coloquem na vibração, ser o centro das atenções nesse momento não é legal.
Cigarro: O vício é complicado, mas se você tiver em uma casa religiosa e ficar a cada 10m saindo da assistência para fumar um cigarrinho é inadmissível, fora que é um desrespeito. Então não é umas horinhas sem vício meu amigo que você vai morrer, lembrando também que você está ali num ato religioso.
Escolher guia: meu amigo consulente se você não estiver em tratamento não faça isso, a troca energética é benéfica e você irá se dar a oportunidade de conhecer outros guias e mentores. Lembrando que dentro de uma corrente espiritual a energia é uma só. Nunca passe com um guia para checar o que o outro falou isso é antiético. E nunca desfaça de nenhum guia.
Passe: o consulente deve esperar que o guia ou o cambono lhe chame. Jamais entre dentro da corrente sem ser encaminhado e direcionado. Na hora do passe seja cordial. É totalmente inconveniente você se aproximar de um guia e dizer a seguinte frase: o senhor é o guia fale o que está se passando com a minha vida, isso pode dar uma conotação de teste e o consulente pode ser advertido pelo cambono que é o fiscal do terreiro, fora que a resposta pode vir à altura. Lembrando que à hora do passe não é hora de adivinhações. Infelizmente alguns médiuns se sentindo pressionados acabam passando o carro na frente dos bois e acabam falando bobagens para o consulente que acaba saindo frustrado e desacreditado na casa.
O guia jamais deverá ser abordado para dar soluções escusas e de caráter duvidoso: como traições, fofocas, trabalhos amorosos como os de amarração ou qualquer outro tipo de trabalho que agrida o livre arbítrio de outra pessoa principalmente quando o único beneficiário é a própria pessoa.
Todo encaminhamento escrito pelo cambono, deverá constar o nome do cambono, o nome do guia e do médium, para que com isso demonstre seriedade e evite equívocos.
Existem alguns procedimentos que jamais um guia deverá fazer na hora do passe: passar a mão no consulente pelo seu corpo, jogar bebida como cachaça na cabeça da pessoa ou no seu corpo, ficar baforando fumaça diretamente no rosto e olhos da pessoa. Trabalhos de passar fogo é extremamente perigoso, acidentes graves já ocorreram. E a recíproca também vale infelizmente já vimos casos de pessoas que confundiram o atendimento e tentaram tocar o guia de outra forma, até tentativa de beijar o guia já houve. Nessas horas a abordagem do cambono é essencial. O atendimento deve ser o mais respeitoso possível. Já soube inclusive de guias que se recusaram a atender um determinado consulente porque o mesmo estava indo com outras intenções que não eram religiosas. Ex. vou passar com tal médium porque ele é muito bonito, vou jogar um charminho nele. Jamais uma entidade deve passar contatos do seu médium: como cartão comercial, ou falas tipo: não vou te responder isso, joga búzios ou cartas com meu médium e ele te responderá, isso é no mínimo suspeito porque denota a influência do médium na comunicação no intuito de angariar clientela. O médium tem o direito de fazer propagandas do seu trabalho paralelo, mas jamais deve utilizar de seus guias para isso. Senhores (as) consulentes essa é uma atitude que deve abrir ressalvas quanto ao atendimento ali efetuado.
Cobrança: se o consulente estiver realmente em uma casa de Umbanda não será cobrada quantia nenhuma por passes com guias e mentores, nenhuma entidade séria e idônea compactua com isso. Não importa a justificativa, se é para compra de material, aluguel etc. Caso o terreiro realmente necessite deve estar aberto a donativos desde o momento que não seja imposto, mas jamais cobrar por passe, isso vai contra as leis de Umbanda, que preza a caridade gratuita. Alguns seguimentos religiosos trabalham com a cobrança, a Umbanda não.
Se o consulente agir de violência, palavras de baixo calão, ou agir de má educação dentro da casa religiosa, e que não haja nenhuma influência espiritual, o mesmo deve ser imediatamente ser convidado a se retirar do local. O terreiro de Umbanda é uma casa de paz e é contra a violência de qualquer espécie.
É totalmente proibida a permanência de pessoas alcoolizadas dentro de uma casa religiosa. A pessoa deverá ser orientada a ir para casa, se restabelecer e voltar futuramente sóbria, para que tenha consciência e receba de maneira mais adequada os conselhos e passes dos guias e mentores. O atendimento a essas pessoas jamais deverá ser negado, a Umbanda não foi feita somente para os sãos, mas para os que se encontram adoentados tanto fisicamente quanto espiritualmente.
Infelizmente algumas pessoas se melindram quando posicionadas dessas simples regras de educação, e até chegam a questionar: fui a tal casa e não tinha nada disso, pois é, tem casas e CASAS, infelizmente em algumas casas onde o respeito não prevalece o vale tudo acontece, é pessoas fumando a torto e a direito na assistência, bebendo, outros se beijando enquanto os guias estão atendendo, uma falação, profanando o solo santo sagrado.
Estranho que essas pessoas se forem em uma Igreja Católica, por exemplo, não se comportam assim, será que nossos terreiros têm menos valor? Claro que tem, é que infelizmente a conduta religiosa séria não está presente em algumas casas e as pessoas acham que podem fazer isso em qualquer terreiro que vá. Infelizmente algumas casas não se dão ao respeito.
Jamais o consulente deve confundir sua amizade com o dirigente e médiuns com libertinagem, muito pelo contrário até por ter amizade com o corpo mediúnico sua conduta deve ser exemplar.
O consulente jamais deverá abordar o médium em paralelo ao terreiro para que o mesmo faça trabalhos cobrados em particular, sem o consentimento do dirigente do terreiro isso é falta grave podendo o médium ser dispensado do terreiro.
Por outro lado o consulente deve ter consciência que não deve incomodar a vida pessoal do médium, algumas pessoas vão e passam com um guia, não tiram suas duvidas na hora e acaba por ns meios descobrindo o telefone, a residência do médium e acabam abordando o mesmo em sua residência, em horários de trabalho, o consulente precisa entender e respeitar que o médium tem sua vida particular com seus deveres e responsabilidades.
Lembrando que em um terreiro de Umbanda o principal objetivo é que a caridade seja cumprida e que todos saiam beneficiados de igual forma.
Cristina Alves
Dirigente do Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira.