segunda-feira, 5 de setembro de 2022

Você já Sentiu Gratidão de Verdade?

 Você já Sentiu Gratidão de Verdade?


Você já sentiu gratidão pela Vida? Já saiu, nem que seja por um  instante sequer, dos trilhos de uma vida monótona e previsível para sentir um momento de paz?

São nestes momentos que não se sente nenhuma necessidade. Nem pressa alguma, nem desejo de estar em outro lugar ou de fazer outra coisa mais. E se sentiu acolhido na simplicidade de seu próprio Ser. E, não pensando em nada, sentiu amor por tudo que lhe rodeia. Tudo tão simples, sem nenhum artifício, e, no entanto, Sagrado, Sublime, Majestoso. E, assombrado, pergunta-se se este não seria o sentido de estar vivo. E, em êxtase, deseja eternizar este instante. Naturalmente aflora do coração, como uma prece, um aroma místico como o incenso, que perfuma o ambiente e o sutiliza, elevando-o a outra Esfera.

Isto não é outra coisa que sentir a mais pura forma de gratidão

Você já se sentiu grato por algo na vida? Pelo ar que respira e enche seu pulmão de vida? Ou pelo Sol que lhe brinda a vista com Luz e a pele com Calor, tão indispensáveis à Vida? Pelo Silêncio profundo que tudo sustenta? Pela alegria matutina de uma jornada que começa? E pelo passo daqueles que lhe acompanham no caminho? Por sentir uma força que o impulsiona a querer conhecer o sentido da Vida? E, nos momentos de sofrimento, por ainda haver Esperança? Por ainda lhe restar alguma nobreza, algum valor que lhe diz que deve seguir adiante, apesar de tudo?

Já sentiu  gratidão por aquilo que você tem? Pelo que não lhe falta?  Pela simples capacidade de ler este artigo, que a muitos não é possível por inúmeros motivos?

Gratidão Consciente

A gratidão é um fruto da consciência. Pois só sentimos gratidão de verdade quando estamos conscientes daquilo que nos faz gratos. Ora, todos temos algo pelo quê ser gratos. No entanto, não necessariamente somos conscientes disto. Ao contrário, é muito comum que vejamos a vida pela ótica do ‘menos’. Isto é, como se tudo nos sucedesse muito mal, e tivéssemos que suportar a vida como um martírio. Ora, naturalmente, uma pessoa inconsciente de si mesma costuma ser ingrata. Pois aquilo que tem, lhe sobra. Ou seja, isto lhe enjoa e disto faz pouco caso. E aquilo que não tem, lhe falta. Por isto, vive sofrendo a tormenta de seus desejos. Em outras palavras, de nenhum modo poderia ser feliz consigo mesmo: nada o faz contente. Realmente, o egoísmo, além de nos fazer ingratos, ainda subtrai o melhor da vida por meio de absurdos cálculos matemáticos.

Harmonia em Cada Pequena Coisa

A gratidão, por sua vez, é uma expressão espontânea do homem que rende graças a Deus. Ou à Vida, à Natureza, ao Cosmos, como queiramos lhe chamar. Pois sente sua Harmonia e a reconhece em cada coisa.

10px; text-align: justify;">Neste sentido, a matemática divina é distinta: tudo está em tudo. A contemplação de um único instante junto à natureza é suficiente para nos dar o sentido de plenitude. Meditar ouvindo a música clássica nos eleva a esferas sublimes e inefáveis do Ser. O beijo do ser amado nos comove e enche de êxtase. Assim, tudo vibra em harmonia para quem  sabe observar, escutar e sentir a tudo com simplicidade e em silêncio respeitoso. Em uma palavra, basta aquilo que temos para sentir-nos contente.

A consciência, que é divina, nos dá o sentido de perfeição do universo. E a gratidão é uma prece que responde à Harmonia com mais harmonia. Todavia, jamais perceberíamos a harmonia do Universo pela lente subjetiva e complicada do Ego, do “eu”.

O Eu Ingrato

Quando uma pessoa coloca a si mesma acima de tudo, exigindo de tudo que seja conforme caprichos e expectativas, o mundo lhe  parece um caos. E a vida lhe resulta amarga e insuportável. De fato, quando estes são os interesses que governam a pessoa, ela própria contribui para fazer um inferno do mundo que compartilhamos. Isto porque o seu “eu” psicológico é inconsciente do todo. E, do real, só percebe uma parte incompleta e bastante limitada. Ou seja, aquela que lhe permite perceber a limitação de sua mente e seus afetos pessoais. Limitação esta que é dada por interesses bem definidos: interesses 100% egoístas.

Por isto, se diz que a consciência está aprisionada dentro do eu. Percebemos o real condicionados pelo visão limitada e autocentrada do eu. Deste modo, o resultado costuma ser o erro que produz a dor. Assim, o eu nos leva, por uma via ou por outra, a experimentar ingratidão por aquilo que, com uma justa razão, diríamos que é para nós fonte de muitos motivos para sermos gratos.

Por outro lado, a consciência livre é como a criança. Isto é, ela é muito simples e sensível às coisas que estão ao seu redor. Por esta razão, a consciência nos dá o sentido de assombro

Em outras palavras, nos dá a capacidade de surpreender-nos com as coisas triviais da vida. Porém, sendo a Vida um mistério que nenhum sábio humano logrou desvendar, o que existe de realmente “trivial” na Vida? Vendo as coisas desta maneira, tudo na vida adquire um sabor especial. Pois nossa consciência é divina, e o interesse de Deus abrange tudo.

“Gratidão”: Uma Falsa Religião?

Já o “eu” psicológico até poderia pretender que é grato por cada pequena coisa da vida. E, para cúmulo dos cúmulos, até existem aqueles que fazem da gratidão uma falsa religião. Isto é, professam aos quatros ventos que o sentimento de gratidão é suficiente para levar a Deus. Melhor diríamos: o tanto de gratidão que mostram não é um culto a Deus, mas sim uma forma de fazer sentir a sua personalidade. Personalidade esta que se presume espiritualizada, maravilhosa e transcendida. Para isto, sobram poses de santidade. E milhares de mensagens coloridas e afirmações positivas para mostrar aos demais. Porém, que muito frequentemente não são coerentes com a forma como a pessoa pensa, sente e age em sua intimidade.

10px;">É belo ostentar a gratidão quando tudo na vida vai de bem a melhor. Porém, muitas vezes, basta que se demore um pouco mais na fila do supermercado para que a pessoa se encha de impaciência. Ou, talvez, que o jeito um tanto mal-educado da atendente no caixa seja a gota da água para fazer transbordar um pântano de muitas emoções negativas reprimidas e acumuladas

Às vezes, pouco é o suficiente para levar uma pessoa a cenas patéticas de novela.  Então, passa a levar em conta tudo o que os demais lhe devem e o tanto de desgosto que tem guardado para si na vida. Então, mal humorada, ressentida e cheia de rancor, passa a reclamar e a maldizer a tudo, entoando uma tristíssima canção psicológica. Onde, então, a gratidão?

Motivos Para ser Grato?

Se nos momentos difíceis da vida, ao invés de reclamar,  aprendêssemos a recordar-nos de nós mesmos. E se, passando dificuldades, ao invés de apenas enfatizar a percepção limitada do eu, aprendêssemos a inspirar-nos. Então, sairíamos do abismo de muitos estados de tristeza profunda, estresse, amargura e depressão.

A Gnosis nos ensina que em nosso próprio Ser encontramos todas as compensações que precisamos para as dificuldades da vida

Para isto, não convém perder-se nos labirintos delirantes de uma mente que deseja resolver uma miríade de problemas que costumam escapar a sua alçada. Então, temos de ser práticos.  Desta forma, basta que acendamos um incenso, coloquemos uma boa música e sentemos em um ambiente silencioso para relaxar-nos e meditar. Ou que nos retiremos a dar boas caminhadas junto à natureza. Ou que procuremos ler um livro de sabedoria, ou então cultivar algum tipo de conversa sublime. Jogar xadrez, fazer algum tipo de exercício físico, recitar mantras sagrados, reorganizar nossa própria casa, etc.

Ou apenas refletir sobre os vários motivos pelos quais somos afortunados e, por egocentrismo, não nos damos conta. Se não podemos comer o que gostaríamos, há quem só come o que encontra no lixo. Se não nos dão o respeito que merecíamos, há aqueles que são rejeitados apenas pela cor de sua pele. Ou porque sua roupa traz uma marca indelével de pobreza. E se temos de aguardar muito por novas oportunidades para melhorar nossa vida, há aqueles que só lhes resta aguardar a morte, em um leito de agudas dores e amargas desilusões.

Disciplina para Despertar o Sentido de Gratidão

O estudante gnóstico busca e cultiva uma sabedoria transcendental que está muito além da mente e dos afetos. Por isto, aprende a extrair sabedoria seja dos eventos agradáveis, seja dos eventos desagradáveis. Para si, tudo é aprendizado. Porém, jamais extrairia aprendizado da vida caso se identificasse com os eventos da vida. Ora, tudo o que fascina, que estimula a paixão, leva ao esquecimento de si mesmo. E assim, cai-se no sono da consciência. Por isto, a disciplina do estudante gnóstico é a recordação de si.

Observar a própria maneira de falar, rir, caminhar, etc., sem se esquecer de si mesmo, sentindo esse eu dentro, é muito difícil e não obstante básico, fundamental, para lograr o despertar da consciência.” – Samael Aun Weor

Ora, em íntima recordação de nós mesmos, recordamos que tudo passa. Damo-nos conta que a vida é um filme, e que as dificuldades são cenas onde o ator, ou seja, o “eu”, se manifesta para viver seus dramas, tragédias e comédias.

10px; text-align: justify;">O trabalho sobre si mesmo elimina o ator. Morto o ator, finda a cena. Então, nossa consciência desperta para o real, e sentimos um felicidade antes desconhecida. Despertamos, pois, o sentido de gratidão.

Quem é verdadeiramente consciente de si mesmo, não se dá ao luxo de reclamar da vida. Então, pode dizer que sente gratidão de verdade. Só a sente quem é capaz de afirmar com franqueza e sinceridade, diante das muitas desventuras da vida, aquela solene frase bíblica: “JEOVAH dá, JEOVAH tira. Bendito seja JEOVAH”.

Equipe Tecnotrônica Brasil