sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Anjos, demônios e invocações planetárias na Hygromanteia

 

Anjos, demônios e invocações planetárias na Hygromanteia

Caso não tenha ficado evidente já pelo tanto que eu falo do assunto, eu gosto muito de textos mágicos antigos. O Picatrix, os Papiros Mágicos Gregos, o Sepher HaRazim… mesmo quando não encontramos material diretamente praticável neles, sempre tem algo interessante para se aprender quanto a técnicas, simbologia ou, pelo menos, uns nomes e preces para incorporarmos ao repertório. A Hygromanteia, também conhecida como O Tratado Mágico de Salomão, é outro desses volumes.

Mas, primeiramente: o que é a Hygromanteia?

Podemos compreendê-la como o nosso “elo perdido” entre as tradições salomônicas da Antiguidade e dos tempos modernos, que nos rendeu grimórios como o famoso Lemegeton (vulgo a Chave Menor de Salomão, onde consta a Ars Goetia) e similares. O nome é composto pelas partes -manteia, com o sentido de “adivinhação”, e hygros (ὑγρός), que quer dizer “úmido”, “molhado”, “fluido”, “líquido”. Ou seja, à primeira vista, seria um tratado de adivinhação pela água… mas tem algo a mais aí, na verdade. Trata-se de um livro mágico protagonizado pelo nosso monarca favorito da magia, o rei Salomão, que ensina alguns truques divertidos a seu filho Reoboão. As origens do texto, segundo o pesquisador Pablo Torijano¹, possivelmente remontam ao século VI d.C., mas ele foi composto num contexto bizantino e os manuscritos encontrados são todos muito posteriores e bem bagunçados. Como comenta o autor, por se tratar de uma obra prática e que não teve a pressão da veneração religiosa ou estética para fixar o texto, como ocorre com material dessa natureza, nós encontramos a Hygromanteia numa variedade de manuscritos em estados variados de completude. Isso torna a vida de qualquer estudioso do assunto um inferno.

O que eu acho mais fascinante nesse voluminho, porém, é a sua junção de umas três tradições diferentes, que eu irei explicar na sequência:

  • A tradição de Salomão como um mago poderoso
  • A tradição de magia astrológica
  • A tradição babilônica de lecanomancia

Sobre o primeiro item, eu já comentei isso brevemente no meu texto sobre demônios, e quem quiser mergulhar mais a fundo pode ler sobre a evolução da representação do rei no livro de Torijano. O caráter de Salomão sofre muitas transformações ao longo dos séculos, no meio dos intercâmbios culturais entre o mundo judaico, o mundo egípcio helenístico (Alexandria foi um lugar historicamente importante para o judaísmo) e o mundo grego. Ele começa com a figura de um sábio, porém dotado de uma sabedoria perfeitamente mundana (como se observa na história da criança a ser cortada no meio no livro de Reis), a quem é atribuída a autoria dos Provérbios Eclesiastes. Mas, por volta do século primeiro, Salomão já tinha ganhado a fama de exorcista, como provam alguns textos dos Manuscritos do Mar Morto, e absorve ainda características de sábio hermético, como se observa no deuterocanônico² Sabedoria de Salomão. Daí a se tornar alguém capaz de pôr em prática esses conhecimentos secretos sobre plantas, ervas, astrologia e demônios, era um pulo. E parece que é aqui que esse pulo foi dado.

Agora a questão da magia astrológica é mais complicada. As origens desse tipo de prática são difíceis de traçar, pois se perdem na história. Como dito antes, já na Babilônia conhecia-se a prática de preparar cristais e infusões e expô-las às emanações das estrelas para talismanizá-las, como comenta Erica Reiner em Astral Magic in Babylonia, e os babilônios atribuíam a regência dos sete planetas clássicos a sete dos seus principais deuses, que poderiam receber petições no tocante a assuntos que caem dentro de suas áreas de atuação. Num contexto hermético, as sete esferas dos planetas são um mapa para a ascensão da alma do adepto para propósitos soteriológicos por via das devoções e purificações da magia teúrgica, mas, como toda doutrina mística, há usos também dessas técnicas para magia de manifestação (taumaturgia).

Um dos principais conteúdos astrológicos da Hygromanteia é um catálogo das horas astrológicas. A doutrina de que cada hora do dia é regida por um planeta é bastante antiga e é inclusive responsável por determinar a ordem e os nomes dos dias da semana ocidentais — segunda, lunes dies, dá luneslundi Monday, terça, martis dies, dá martesmardi Tuesday³, e por aí vai. As horas se alternam na ordem Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua e Saturno de novo, e a primeira hora do dia, ao raiar o Sol, determina o planeta que rege aquele dia. E é por isso que magia de Júpiter se faz na quinta-feira, por exemplo: o planeta que rege a última hora da madrugada de quarta-feira é Saturno, e aí Júpiter inaugura a primeira hora da quinta. Essas horas são sempre calculadas a partir dos horários do nascer e do pôr do sol, com 12 horas para o dia e 12 horas para noite, por isso, a não ser que você more na Linha do Equador, elas não batem certinho com as horas do relógio — no verão da Noruega, por exemplo, o Sol nasce às 5h e se põe quase às 22h. Dividindo as horas da noite em 12, cada hora fica na verdade sendo praticamente uma meia hora astrológica.

Geralmente para esse tipo de magia recomenda-se fazer os trabalhos no dia e de preferência na hora do planeta em questão, mas a Hygromanteia explora algumas outras possibilidades e lista as funções de todas as combinações de dias e horas. Assim, por exemplo, a 2ª hora de domingo, dia do Sol, pertencente a Vênus, é uma “boa hora para obter o amor daqueles que detêm poder absoluto, grandes homens e tiranos”, o que faz sentido, pois o Sol, o astro-rei, tem domínio sobre o poder, e o planeta Vênus tem a ver com amor, harmonia e beleza… assim sendo, essa seria uma boa hora para criar talismãs com esse propósito. A 5ª hora da quinta-feira, de Mercúrio, no dia de Júpiter, é uma boa hora para aprender retórica, a 11ª hora do sábado, hora do Sol no dia de Saturno, é “boa para provocar a ira dos adversários num litígio”, mas as três horas de Saturno no dia da Lua, segunda-feira, são “inúteis”. Sim, ele tabela todas as 168 horas da semana e suas funções específicas — e, pior, cada uma delas é regida por um anjo e um demônio específicos. No caso das horas citadas, os anjos seriam Argphnael, Glostas, Ntecharinx e os demônios Ornai, Tzippat e Kupos. A ideia por trás desse sistema é você ver a hora que corresponde ao que você quer e então conjurar o anjo correspondente no momento certo para pedir-lhe isso — ou então, conjura o anjo e o demônio também, subjugado pelo anjo, dependendo do caso⁴.

Quem tem familiaridade com a Goetia vai reconhecer que a associação dos demônios a elementos astrológicos e sua subjugação por um anjo correspondente, dentro de um contexto salomônico, sobrevive nessa obra também. Seus 72 demônios correspondem aos 36 decanos, com 2 demônios para cada decano, um diurno e um noturno, subjugados pelos 72 anjos do Shemhameforash. Esses demônios também são divididos segundo uma hierarquia astrológica em que cada planeta equivale a um título de nobreza, que vai do cavaleiro, cargo atribuído ao único espírito saturnino, Furcas, até os reis, associados ao Sol. Ainda que cada obra lide com isso de uma maneira, o tema também não representa grandes inovações, desde sua aparição no apócrifo bíblico Testamento de Salomão, em que o rei conversa com vários desses demônios clássicos, que expõem o assunto. A novidade aqui fica por conta do próximo item…



Inscrições para um anel salomônico, segundo um dos manuscritos

Enfim, a questão da lecanomancia… A palavra significa “adivinhação por meio de óleo” e era uma prática comum na Mesopotâmia. O método era simples e envolvia o adivinho preencher um cálice ou vasilha com água e derramar óleo nele, possivelmente enquanto recitava certas preces, para então observar o comportamento do óleo na água. Por exemplo, segundo um tratado antigo, comentado no artigo “Babylonian Lecanomancy: An Ancient Text on the Spreading of Oil on Water”, de D. Tabor:

se o óleo afundar, depois subir e se espalhar sobre a água [os significados são os seguintes]: para uma campanha militar — consequências desfavoráveis; para os doentes — castigo divino. Se o óleo se dividir em dois: para a campanha militar — ambos os campos deverão marchar juntos; para o doente — morte. Se a gota emergir no leste e permanecer parada: para a campanha militar — espólio; para o doente — convalescença.

E por aí vai.

A questão é que essas práticas não ficaram confinadas à Babilônia de 1800 a.C. e foram herdadas pelos judeus, como ilustra Samuel Daiches em Babylonian Oil Magic in the Talmud and Later Literature. E tem mais: esse tipo de método divinatório, baseado na observação de uma superfície, como ocorre depois com a catoptromancia (scrying) é um meio perfeito também para a manifestação de espíritos. A linha entre a adivinhação e evocação é tênue. Não por acaso, existe um feitiço nos PGM (IV. 154–285) que envolve recolher água de uma dada fonte numa vasilha, derramar óleo e recitar uma fórmula poderosíssima para falar com as entidades de acordo com o tipo de água recolhida (da chuva para deuses celestiais, do mar para deuses terrestres, de um rio para Osíris e Serápis e de fontes subterrâneas para necromancia). A partir daí podemos traçar uma linha evolutiva que sai da antiga Babilônia, passa pelos PGM e chega na Hygromanteia… ou seja, não é apenas um método para adivinhar as coisas com uma vasilha de água, mas para conjurar espíritos na vasilha.

Se observarmos a Ars Goetia, nota-se que esses elementos todos também aparecem lá: a menção a Salomão, as correspondências astrológicas dos 72 demônios, o método divinatório para comunicação. Numa comparação entre os dois livros notamos que a Ars Goetia descreve os seus 72 demônios de fato como demônios: segundo o texto, eles são anjos caídos (um elemento cristão bem ressaltado de sua caracterização), sua personalidade é maligna e perigosa, por isso precisam ser tratados na base da porrada, coagidos e restringidos pelos nomes divinos. A Hygromanteia é mais ambígua, por vezes representando-os assim e incluindo ladainhas do tipo “venham em nome do Alfa e do Ômega, Adonai Agla, etc etc”, por vezes parecendo entendê-los como daemons no sentido mais neutro da palavra.

Infelizmente, os manuscritos, como dito, são uma bagunça. Eles não oferecem um sistema organizadinho, tipo “estes são os anjos e demônios dos horários, você vai conjurá-los nas vasilha d’água assim e assado”. Em vez disso, cada manuscrito vai ter seções em que lemos, por exemplo, as funções dos planetas, seus anjos e demônios e correspondências, incensos, etc., seguido de uma seção de conjuração de espíritos com círculo, punhal e toda a ladainha goética que conhecemos bem, mas em que os espíritos aparecem ao redor do círculo e não tem nada a ver com a vasilha, nem com as horas astrológicas. Outro manuscrito faz várias coisas com vasilhas d’água e inclui uns feitiços aleatórios, adivinhação usando ovo e conjuração de espíritos nas unhas(!), mas nem menciona os anjos e demônios astrológicos. Um dos manuscritos inclui a parte astrológica bem bonitinha, mas nada dos trechos mais trevosos. É bem possível que certos trechos sejam mais antigos e outros tenham sido acrescentados posteriormente, no entanto isso é assunto para uma pesquisa aprofundada e não temos respostas óbvias. É tudo meio frustrante nesse sentido.

Ainda assim, a Hygromanteia é um texto fascinante, pois deita as bases para essas práticas de evocação, por mais que de maneiras rudimentares. De quebra, tem algumas curiosidades divertidas, como a aparição de Lúcifer, grafado como Loutzifer, o demônio da primeira hora de quarta-feira, subjugado pelo anjo Ouriel⁵. E, mesmo que você não tenha interesse em evocação, a Hygromanteia tem uns truques divertidos: eu gosto dos usos das horas astrológicas, pelo menos como recurso conceitual para pensar a interação entre planetas, das tabelas de correspondências e símbolos. Mas o mais legal, para mim, são as preces dos planetas, como as que encontramos no Picatrix. Nessas preces, Salomão invoca a força onipotente de Deus e lhe roga para que coloque o planeta em questão sob seu comando. As instruções sugerem que elas sejam feitas antes de se conjurar o anjo e o demônio da hora, mas podem ser utilizadas sozinhas dentro de rituais de magia astrológica — se você tem afinidade com esse tipo de paradigma, são mais práticas e breves do que os Hinos Órficos ou as invocações do Picatrix.

Essas preces eu traduzi a partir da tradução para o inglês do Torijano e as reproduzo abaixo, para quem quiser incorporá-las à sua prática também.

* * *

Invocação de Saturno

Deus Eterno, poder ingovernável, tu que regulas tudo para nossa salvação, conceda-nos a graça para que eu possa submeter o planeta terrível à minha vontade. Eu te conjuro, planeta Saturno, por teu caminho e orbe, por tua herança e céu, por teu brilho e poder e pelos teus nomes, Gasial, Agounsael, Atasser, Beltoliel, Mentzatzia, para que tu me dês graça, força e poder na hora que tu governas.

Invocação de Júpiter

Senhor e Deus, pai onipotente, criador do visível e invisível, rei de todos que governam e senhor dos que são senhores, conceda-nos o poder de tua graça, para que Júpiter seja sujeito a nós, porque a ti tudo é possível, Senhor. Eu te conjuro, Júpiter, por tua sabedoria e conhecimento, por tua força curativa e teu caminho celestial em que tu orbitas, e por esses nomes: Anо̄ph, Orsita, Atnox, Onigeui, Atziniel, Ankanitei, Tyneos, Genier, Kaniptza, para que inclines tua graça em sujeição a mim neste gesto que eu opero.

Invocação de Marte

Deus temível, Deus indescritível, Deus invisível, a quem ninguém dentre os homens já viu ou pode ver, a quem os abismos viram e tremeram, e os animais foram mortos. Demonstra-nos tua graça, para que possamos sujeitar o planeta Marte. Eu te conjuro, Marte abrasador, pelo deus que criara as essências sensíveis e todo o exército de fogo; eu te conjuro pelas tuas forças e teu curso, e pelo teu brilho e por estes nomes, Outat, Nouēt, Chorēzē, Tiniaē, Dachli, Ampira, Noliem, Siat, Adichaēl, Tzanas, Plēsym, para que tu me dês tua graça por conta deste serviço.

Invocação do Sol

Rei de todos que governam e Senhor dos senhores, a origem que é anterior a todos os começos, poder a fluir eternamente, luz inconcebível, luz ilimitada, o único fornecedor de riqueza, que distribui a misericórdia, observa-nos por tua graça e bondade para que possamos submeter o Sol, planeta ora presente, e controlarmos sua força. Eu te conjuro, esplendor intocado, inextinguível do dia, Sol, por teu ciclo temporal, por tuas quatro estações e por teu curso, por teus raios e tuas asas, por teus poderes e esses teus nomes: Glibiо̄d, Antikon, Lithetioud, Touldо̄rag, Ēmnо̄an, por esses nomes eu te conjuro, que tu não me desobedeças, mas, com tua graça, assista-me neste serviço.

Invocação de Vênus

Deus bom e sem igual, guardião contra o mal por meio do amor humano, tu que possuis infinitamente o mar inescrutável de bondade, ao lado do qual habita o bom coração da amizade, eu me prostro diante de teu amor aos homens, para que nos conceda poder e graça, para que tu possas conceder-me o poder e a força úteis deste planeta e que eu possa realizar o que peço; eu te conjuro, muitíssimo belo e doce Vênus, por tua graça e curso e poder e doçura e por esses nomes, Ēmreth, Labm, Suar, Satēr, Touid, Toutimar, Pesphodо̄n, Sirо̄ph, Kakem, Setiap. Por estes nomes eu te conjuro, que tu não desobedeças a mim, mas, ao menos, dá-me de tua graça, para que eu possa realizar o que desejo.

Invocação de Mercúrio

Senhor onipotente, que procuras a sabedoria e o conhecimento, artesão das coisas celestiais e de tudo que está acima dos céus, onividente e poderoso, conceda-nos tua graça, de modo que o planeta Mercúrio, que tu criaste para nossa benesse, possa realizar o que desejo: eu te conjuro, muitíssimo sábio, erudito e inteligente, conspícuo e desperto Mercúrio, por tua sabedoria e eloquência e pela esfera sobre a qual tu caminhas e por esses nomes: Nēphan, Piout, Nomēn, Selak, Merepо̄n, Stemēnos, Kazētok, Miо̄t, para que tu inclines tua graça e poder em sujeição a mim para isto que desejo realizar.

Invocação da Lua

Senhor, mestre, tu és o senhor dos vivos e dos mortos, tu que criaste o homem com sabedoria para ser o mestre das criaturas que vieram a ser através de ti, com piedade e compreensão, ouve-me para que eu, teu servo, possa receber a graça e sujeitar o planeta Lua, realizando o que desejo. Eu te conjuro, Ó Lua, adorno purpúreo e maduro do céu e alívio da noite. Eu te conjuro por teu curso e por tua renovação e passos imensuráveis, através dos quais tu desces, e por esses nomes: Sabaēl, Boaēl, Onitzēr, Sparou, Sotrērcha, Gabēd, Outoupon, Kaipolēs, Gomedēn, Marēbat. Por esses nomes, eu te conjuro, Ó Lua, para que inclines tua graça e poder a esta obra que estou realizando.

* * *

[1] O livro de Torijano se chama Solomon the Esoteric King: From King to Magus, Development of a Tradition (editora Brill), que foi uma das fontes que eu consultei para este texto. A outra, mais dedicada à Hygromanteia de fato, foi The Magical Treatise of Solomon or Hygromanteia, editado e traduzido por Ioannis Marathakis (com prefácio de Stephen Skinner), na edição da Golden Hoard.

[2] O termo “deuterocanônico”, para ser breve, descreve os livros bíblicos do mesmo ambiente sociocultural que produziu o Antigo Testamento que estão inclusos no cânone bíblico católico, mas que não têm originais em hebraico e, logo, não têm peso autoritativo para os judeus. Por isso, quando Lutero fez sua tradução da Bíblia, esses livros foram deixados de fora. Esses livros incluem A Sabedoria de SalomãoEclesiástico e outros. Eles são diferentes dos livros apócrifos, porque os apócrifos não fazem parte do cânone de nenhuma dessas tradições.

[3] Na interpretatio romana, segundo a qual os deuses “bárbaros” dos povos germânicos foram assimilados aos deuses gregos e latinos, Marte acabou sendo identificado com Tyr (daí Tuesday em inglês), Mercúrio com Woden/Odin (daí Wednesday), Júpiter com Thor (Thursday) e Vênus com Freya (Friday).

[4] Essa parte é meio complexa, porque o texto se contradiz: numa parte diz que você deve chamar o anjo para “feitos bons” e o demônio para “feitos maus”. Em outra, ele sugere que é preciso sempre chamar os dois.

[5] Provavelmente uma outra grafia para o arcanjo Uriel. Nas tradições posteriores, Uriel não costuma ser associado a planetas, mas aqui ele é o primeiro anjo do dia de Mercúrio, que depois passa ao domínio de Rafael ou, às vezes, Miguel.

(Este texto foi publicado originalmente em meu Medium em 10 de agosto de 2020)