NÃO IMITE A INCORPORAÇÃO DOS OUTROS
Cada médium é único, assim como cada guia trabalha de uma forma particular. Embora todos possuem o mesmo objetivo, que é a prática da caridade, as entidades usam-se de métodos e abordagens diferentes para alcançar o bem estar do consulente. E isto é um fato muito positivo, uma vez que as pessoas também não são iguais umas às outras. O que é bom para mim não necessariamente é bom para o próximo.
Parte do desenvolvimento mediúnico é este processo pessoal de autodescoberta, aprender como é a naturalidade de suas próprias manifestações mediúnicas. É muito importante, neste período, não se preocupar com os trejeitos exteriores. Se a entidade que trabalha com você irá girar ou não, bater no peito ou não, gritar ou não, entre outras características, você descobrirá gradualmente, no tempo correto.
Se você forçar a sua incorporação para que ela fique semelhante a de outro médium, você perderá aquilo que é único de sua mediunidade. Você nega aquilo que lhe é natural e impede que os guias trabalhem como desejam. Como falamos no texto anterior dessa série, apenas deixei fluir a energia que sentir.
Um dos hábitos mais nefastos que um médium iniciante pode adquirir é comparar-se com seus irmãos de corrente. Por mais que você possa admirar as entidades de um médium, entenda que sua mediunidade não é igual a ele. Cada pessoa possui a sua próprio processo, e nenhuma forma de trabalhar é melhor do que outra. Perante o Pai, somos todos pequeninos.
É como na natureza. A diversidade de plantas e animais é necessária para a manutenção do meio ambiente. Tire uma espécie, e o desequilíbrio é estabelecido. Da mesma forma é no terreiro. Se ali somente trabalha-se com as forças de Ogum, como ficarão os consulentes que precisam das vibrações de Oxóssi? Se houve apenas guias sérios e de poucas palavras, onde encontrarão respostas aqueles que buscam explicações mais aprofundadas? Veja, tudo tem a sua necessidade e tempo correto.
Por esta razão, não tente ser como o outros. Os guias que se manifestam através de sua mediunidade são poderosos. Tenha certeza, quando for o momento de você participar do atendimento, a própria espiritualidade encaminhará aqueles que precisam destes guias para receberem suas graças.
As incorporações não são padronizadas. Mesmo quando os guias apresentam os mesmos nomes, cada um vem do seu jeito. Não existe isso de que se for Caboclo tal então precisa rodar, mas se for Exu tal somente se manifesta encurvado e com as mãos para trás. Cada um é cada um.
Médiuns iniciantes, saibam confiar no que sentem. Este é um dos alicerces fundamentais do bom desenvolvimento mediúnico. Pode acontecer alguns excessos no caminho, mas para isto estarão os dirigentes do seu terreiro para lhe orientar.
O objetivo principal, devemos sempre reforçar, é o exercício da caridade. Esta é a essência da Umbanda. E para que isso ocorra, cabe aos médiuns assumirem suas próprias características, permitir que os guias trabalhem como desejam. Isto é, fazer aquilo que é natural.
Saravá a todos!
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