terça-feira, 15 de novembro de 2022

- A MONTANHA SHASTA - Onde o Céu e a Terra se encontram

 

- A MONTANHA SHASTA -
Onde o Céu e a Terra se encontram

- A MONTANHA SHASTA -
Onde o Céu e a Terra se encontram


 

ENCONTRO DO MENSAGEIRO GUY BALLARD COM O MESTRE ASCENSO SAINT GERMAIN

 

O MONTE SHASTA

O Monte Shasta se eleva sobranceiro e majestoso, no sopé, por um bosque de pinheiros e abetos (árvores coníferas da família das pináceas, de folhagem sempre verde), assemelhando-se a uma jóia de brilho e alvura incomparáveis, fixada em engaste de filigrana verde.

Seus cumes, cobertos de neves eternas, resplandeciam, como milhares de diamantes, de raro esplendor e beleza, assumindo as sete cores prismáticas e mudando constantemente, à proporção que as sombras se alongavam com a decida do sol no horizonte.

Havia rumores de que existia um grupo de homens – Homens realmente Divinos – citados como Fraternidade do Monte Shasta, que constituía um ramo da Grande Loja Branca, e que esse Foco, desde tempos remotos, vinha operando continuamente, até os dias presentes.

Eu fora enviado, a negócios do Governo, para uma cidadezinha situada na base da montanha e enquanto no desempenho dessa missão, ocupava minhas horas de folga tentando deslindar os rumores concernentes à Fraternidade.

Eu sabia, através de viagens no Extremo-Oriente, que a maior parte das tradições, dos mitos e das lendas têm, em algum ponto, como origem, uma profunda Verdade fundamental, que geralmente permanece desconhecida de todos, a não ser dos verdadeiros estudantes da vida.

Enamorei-me pelo Monte Shasta e todas as manhãs, quase involuntariamente, saudava o Espírito da Montanha e os Membros da Ordem. Percebia alguma coisa muito singular e fora do comum ao redor de toda a localidade e, à luz das experiências que se seguiram, não me admira que algumas delas eu as pressentisse tão intensamente.

Longos passeios na trilha tornaram-se hábito meu, sempre que desejava pensar a sós ou tomar decisões importantes. Aí, nesse Grande Gigante da Natureza, encontrava descanso, inspiração e paz que me confortavam a alma, revigorando-me o espírito e o corpo.

Planejara tais excursões por prazer, como pensava, a fim de passar algum tempo mergulhado no coração da montanha, quando a seguinte experiência entrou em minha vida para mudá-la tão completamente, que eu quase poderia crer estar em outro planeta, não fora minha volta à rotina em que me achava empenhado por meses.

Nessa manhã saí ao romper do sol, decidido a seguir até onde a fantasia me levasse, e de um modo vago pedia a Deus que me guiasse os passos. Ao meio-dia eu já subira alto pela encosta da montanha, de onde a vista para o sul era bela como um sonho.

À medida que o dia avançava, tornava-se muito quente e eu parava com freqüência para descansar e deleitar-me com a notável extensão da região em volta do rio Mac Cloud, do vale e da cidade. Chegou a hora de almoçar e procurei uma fonte de água fresca e límpida. Com o copo na mão, inclinei-me para enchê-lo quando uma corrente elétrica percorreu-me o corpo da cabeça aos pés.

Olhei em volta e percebi atrás de mim um jovem que, à primeira vista, parecia estar como eu, a passeio. Olhei mais atentamente e compreendi, de pronto, não se tratar de um pessoa comum. Enquanto esse pensamento me atravessava o cérebro, ele sorriu e dirigindo-se a mim, disse:

“Meu Irmão, se me entregardes esse copo, dar-vos-ei bebida muito mais refrigerante que água da fonte”.

Obedeci e instantaneamente o copo se encheu de um líquido cremoso. Devolveu-me, dizendo: “Bebei”.

Assim o fiz, devendo deixar transparecer o meu espanto. Ao mesmo tempo em que era de sabor delicioso, o efeito eletrizante e estimulante, produzido em minha mente e em meu corpo, fez-me ofegar de surpresa. Não o vi colocar coisa alguma dentro do copo e maravilhei-me com o que sucedia.

“O que bebestes”, explicou, “vem diretamente do Reservatório Universal, puro e vivificante como a Própria Vida, e de fato é Vida – Vida Onipresente – porque está em toda parte em torno de nós”.

Está sujeito a nosso controle e direção consciente, obedecendo-nos prontamente quando amamos bastante, porque todo o Universo obedece ao preceito do Amor. Seja o que for que eu deseje, manifesta-se por si mesmo quando ordeno em amor. Estendi o copo e aquilo que desejei para vós, apareceu.

“Vede! Basta-me estender a mão e se eu me interessar pelo ouro – o ouro aqui está”. Instantaneamente surgiu-lhe na palma da mão um disco quase do tamanho de uma moeda de ouro de dez dólares. Continuou, então:

“Vejo dentro de vós uma certa compreensão Interior da Grande Lei, mas não estais externamente consciente o bastante a respeito dela para produzirdes o que desejais diretamente do Onipresente Reservatório Universal. Desejastes tão intensa, honesta e resolutamente ver alguma coisa deste gênero, que isso não vos poderia ser recusado por mais tempo”.

Entretanto, a precipitação é uma das menos importantes atividades da Grande Verdade do Ser. Se vosso desejo não fosse desprendido de egoísmo e de fascinação pelos fenômenos, tal experiência não vos teria ocorrido. Quando deixastes a casa esta manhã, pensastes estar saindo a passeio, isto é, tanto quanto vossa atividade exterior gostaria de fazê-lo.

No mais profundo e amplo sentido, porém, estáveis realmente seguindo o impulso de vosso Próprio Deus Interno, que vos conduziu à pessoa, ao lugar e à condição onde vosso mais intenso desejo pudesse ser satisfeito.

"A Verdade da Vida é que não se pode desejar uma coisa, que não seja possível a esta coisa manifestar-se em algum lugar do Universo. Quanto mais intenso for o sentimento contido no desejo, tanto mais depressa este se realizará."

Se, entretanto, alguém for tão insensato a ponto de desejar alguma coisa que possa prejudicar a um outro filho de Deus, ou a qualquer outra parte de Sua Criação, então essa pessoa pagará a penalidade com discórdia e fracasso, em alguma experiência de sua vida.

É muito importante compreender plenamente que o desígnio de Deus para com cada um de Seus filhos é a abundância de todas as coisas boas e perfeitas.

Ele criou a Perfeição e investiu cada um de Seus filhos exatamente com o mesmo poder. Também eles podem criar e manter Perfeição, expressar a SABEDORIA de Deus sobre a Terra e tudo quanto nela existe.

O ser humano foi criado, originalmente, à Imagem e Semelhança de Deus. A única razão pela qual nem todos manifestam Seu Domínio e Majestade, é pelo fato de não usarem a sua Herança Divina – aquilo de que todo o individuo é dotado e com que é destinado a governar seu próprio mundo.

Então, não estão obedecendo à Lei do Amor, através da qual se derramam bênçãos e paz a toda a Criação.

Isto lhes acontece pela sua falta de capacidade em aceitar e reconhecer a si próprios como Templos do Mais Alto Deus Vivo, e de guardar esse conhecimento com eterna gratidão.

A humanidade, na sua atual limitação aparente de tempo, espaço, conceitos e valores distorcidos, acha-se nas mesmas condições de uma pessoa necessitada a quem estendesse uma mão cheia de dinheiro.

Se o referido indigente não desse um passo avante para receber o dinheiro que se lhe oferecia, como poderia jamais obter os benefícios que este lhe poderia trazer?

A massa da humanidade está hoje exatamente nesse estado de consciência e nele continuará mergulhada, até que os humanos aceitem a Deus dentro de seus corações como o SUPREMO AMOR GOVERNANTE, o DOADOR e o AUTOR de todo o BEM que sempre desejarem para preencher suas vidas com plenitude e bem-aventurança.

O eu pessoal de todo individuo deve reconhecer, completa e incondicionalmente, que a atividade exterior ou humana da consciência, nada tem, absolutamente, que lhe seja próprio. 
Mesmo a energia, pela qual se reconhece o Grande Deus Interior, é irradiada para o eu-pessoal pelo Grande Ser Divino Interior.

Amor e glorificação ao Grande Eu Interior e a atenção mantida focalizada sobre a verdade, a saúde, a liberdade, a paz, a fartura, ou qualquer outra coisa que desejardes para correto uso, trarão à manifestação para o vosso proveito e de vosso mundo – se com persistência os conservardes em vossa consciência (pensamento e sentimento). Isto é tão certo como existe uma Grande Lei de Atração Magnética no Universo.

“A eterna Lei da Vida é: O QUE PENSAIS E SENTIS ATRAIREIS PARA O MUNDO DA FORMA. Onde está vosso pensamento, aí estais, porque sois vossa própria Consciência e vos tornareis naquilo sobre aquilo que meditais."

Quando alguém permite que sua mente se demore em pensamento de ódio, condenação, concupiscência (anseio pelos prazeres sensuais; ganância por propriedades materiais; anseio humano pelos domínios naturais ou sobrenaturais), inveja, ciúme, critica, medo, dúvida ou desconfiança, e admite que esses sentimentos de irritação sejam gerados dentro dele, certamente terá discórdia, fracasso e desgraça em sua mente, corpo e mundo.

Enquanto ele permanecer consentindo que sua atenção se prenda a tais pensamentos – tenham eles por objeto nações, pessoas, lugares, condições ou coisas – estará absorvendo aquelas atividades na substância de sua mente, de seu corpo e de seus negócios.

De fato, ele está induzindo – forçando-as – a que entrem em sua experiência.

Todas essas atividades discordantes atingem o individuo e seu mundo, através de seus pensamentos e sentimentos. O sentimento muitas vezes se manifesta impetuosamente, antes mesmo que os pensamentos captados pela consciência externa possam ser controlados; tal experiência mostrar-lhe-á como é grande a energia, dentro de suas múltiplas criações – criações estas que ele acumulou pelo hábito.

A atividade de Vida designada como sentimento é o ponto menos resguardado da consciência humana. É a energia acumuladora que impele os pensamentos para dentro da substância atômica, e assim pensamentos se tornam coisas.

Advirto-vos: a necessidade de vigilância sobre o sentimento nunca será demasiadamente enfatizada, porque o controle das emoções desempenha o papel mais importante em tudo na Vida, mantendo o equilíbrio da mente, a saúde do corpo, sucesso e realização nos negócios e no circulo social do eu-pessoal de todo o individuo. PENSAMENTOS nunca poderão se converter em coisas, enquanto não se revestirem de SENTIMENTO.

“O que se chama de Espírito Santo é o que conhecemos como sentimento, é a parte da Vida – Deus – a Atividade do Amor Divino ou a Expressão Materna de Deus. É por isso que o pecado contra o Espírito Santo é referido como o que acarreta tão grande aflição, porque qualquer discordância no sentimento, rompe a Lei do Amor, que é a Lei do Equilíbrio, Harmonia e Perfeição."

O maior crime no Universo contra a Lei do Amor é a emissão quase incessante, pela humanidade, de toda espécie de sentimentos negativos e destrutivos.

Um dia a raça humana virá a perceber e reconhecer que as forças sinistras e destrutivas que se manifestam nesta Terra e em sua atmosfera – geradas, notai bem, pelo pensamento e sentimento humano – só entraram nos negócios dos indivíduos e das nações através da falta de controle das emoções na experiência diária de cada um.

Mesmo os pensamentos destrutivos não podem expressar-se em ação, acontecimentos, ou transformar-se em coisas físicas, sem passar pelo mundo do sentimento – porque é nessa fase de manifestação que tem lugar a atividade de solidificação do átomo físico sobre as coisas mentais.

Assim como o barulho de uma súbita explosão causa um choque no sistema nervoso de quem ouve, imprimindo uma sensação de tremor na estrutura celular do corpo – exatamente do mesmo modo, as labaredas do sentimento irritado chocam, perturbam e desordenam as substâncias mais finas da estrutura atômica da mente, do corpo e do ambiente da pessoa que as emite, consciente ou inconsciente, intencionalmente ou não.

“O sentimento discordante é o causador das condições a que chamamos desintegração, velhice, falta de memória e qualquer outra falha no mundo da experiência humana. O efeito causado sobre a estrutura do corpo é o mesmo que seria produzido em um edifício se a argamassa, que une os tijolos, recebesse repetidos golpes, num aumento crescente, diariamente. Esse abalo contínuo separaria as partículas componentes da argamassa, e o edifício ruiria e se transformaria em massa caótica, e a forma deixaria de existir."

É isto que a humanidade está constantemente fazendo na estrutura atômica do corpo humano.

Manifestar pensamentos e sentimentos discordantes que brotam de si mesmo, é proceder dentro do menor esforço e constitui uma atividade habitual do individuo pouco desenvolvido, rebelde e obstinado, que recusa compreender a “LEI DO SEU PRÓPRIO SER” e trazer sua personalidade – que é apenas instrumento de expressão – à obediência a ‘Essa Lei’.

“Aquele que não quer controlar seus pensamentos e sentimentos está em mau caminho, porque todas as portas de sua consciência estão abertas de par em par às atividades desintegradoras projetadas pelas mentes e emoções de outras personalidades. Não é preciso nem força, nem sabedoria, nem treinamento, para dar passagem a impulsos malévolos e destrutivos, e os seres humanos adultos que fazem isto não passam de crianças no desenvolvimento de seu autodomínio”.

É uma vergonha para a Vida da espécie humana que tão pouco controle das emoções seja ensinado à humanidade, do berço ao túmulo. ATENÇÃO pois este ponto fundamental e grave, é hoje a maior necessidade do mundo Ocidental. É fácil ceder a pensamentos, sentimentos e hábitos discordantes, porque a massa humana está como que submersa em ambiente e associações criadas, inteiramente, pelos próprios homens.

O indivíduo, pelo autodomínio da consciência externa, deve esforçar-se por se elevar acima dessa condição, pelo seu próprio esforço, a fim de transcender a essas limitações permanentemente, e ninguém pode ter a esperança de libertar sua vida e seu mundo da miséria, da discórdia e da destruição, enquanto não refrear os próprios pensamentos e sentimentos. Deste modo ele recusa deixar a Vida – que flui através da mente e do corpo – vir a ser qualificada pela discórdia resultante de cada pequena ocorrência perturbadora no mundo que o cerca.

A princípio, essa disciplina requer esforços tenazes e contínuos, porque os pensamentos e os sentimentos de noventa e cinco por cento da humanidade correm tão descontrolados e livres como um cãozinho vadio.

Entretanto, não importa quanto esforço seja necessário para trazer essas duas atividades a um controle absoluto; esse objetivo é da máxima importância e vale a pena que se lhe dedique toda a energia, esforço e tempo; sem ele não poderá haver nenhum domínio real e permanente da Vida e do mundo.

Será prazer e privilégio para mim ensinar-vos o emprego dessas LEIS SUPERIORES. O uso e a aplicação delas vos permitirá libertar e expressar a Verdadeira Sabedoria e manifestar Toda Perfeição.

1. O primeiro passo para o controle de si mesmo é a quietação de toda atividade externa, tanto da mente como do corpo. Quinze a trinta minutos, à noite antes de dormir, e pela manhã antes de começar o trabalho diário, de prática do exercício que se segue, causará prodígios em quem quer que o faça com o necessário empenho.

2. O segundo passo consiste em certificar-vos de que não sereis perturbados, e depois de vos tornardes perfeitamente tranqüilo, imaginai e senti vosso corpo envolvido em uma Resplandecente Luz Branca. Durante os primeiros cinco minutos de concentração nesse quadro, reconhecei e senti intensamente a ligação entre o eu exterior e o Vosso Poderoso Deus Interior, focalizando a atenção no centro do coração, visualizando-o como um Sol Dourado.

3. O passo seguinte é o reconhecimento: ‘Eu agora aceito alegremente a plenitude da Poderosa Presença de Deus – o Cristo Puro’. Senti o grande brilho da ‘Luz’ e intensificai-a em cada célula de vosso corpo durante, no mínimo, dez minutos.

4. Encerrai então a meditação pelo comando: “EU SOU UM FILHO DA ‘LUZ’ – EU AMO A ‘LUZ’ – EU SIRVO A ‘LUZ’ – EU VIVO NA ‘LUZ’ – EU SOU PROTEGIDO, ILUMINADO, SUPRIDO, SUSTENTADO PELA ‘LUZ’ E EU ABENÇÔO A ‘LUZ’”.

Lembrai-vos sempre: Nós nos tornamos aquilo em que meditamos e uma vez que todas as coisas vieram da ‘Luz’, ‘Luz’ é a Suprema Perfeição e o Controle de todas as coisas.

Contemplação e adoração da ‘LEI’ induzem a iluminação da mente, saúde, força e ordem no corpo físico, paz, harmonia, êxito, a se manifestarem nos negócios de todo individuo que realmente coloque em prática essa disciplina e a mantenha.

No início de cada Era, em todos os tempos, em quaisquer condições, dizem-nos todos aqueles que expressaram as maiores realizações da Vida que a ‘Luz’ é Suprema – a ‘Luz’ está em toda parte – e na ‘Luz’ existem todas as coisas.

Esta Verdade é tão verdadeira hoje como o era há um milhão de anos. Tão remotamente desde quando se tem conhecimento da história da humanidade, os sábios e os grandes representantes de todas as eras são pintados com uma radiação de Luz que os envolve, emanando da cabeça e do corpo.

Essa ‘Luz’ é real – tão real como a luz elétrica em vossas casas. Não está muito distante o dia em que aparelhos serão construídos para mostrar a emanação da ‘Luz’ em volta de cada individuo, visível ao olho físico de quem quer que deseje vê-la.

Tais aparelhos mostrarão, também, a contaminação ou descoloração que se torna nuvem em torno da ‘Luz’ de Deus – gerada pelo eu-pessoal através de pensamentos e sentimentos discordantes. Esta – e somente esta – é a maneira pela qual a energia da Grande Corrente de Vida é mal empregada e erradamente qualificada.

Se praticardes fielmente o exercício recomendado, sentindo-o em cada átomo de vossa mente e de vosso corpo com profunda, profundíssima intensidade, recebereis provas abundantes da Tremenda Atividade, do Poder e da Perfeição que residem e estão perenemente ativos dentro da Luz.

Quando tiverdes experimentado isto, mesmo por pouco tempo, não precisareis de nenhuma prova além dessa. Tornar-vos-eis vossa própria prova. A ‘LUZ’ É O REINO, ENTRAI N’ELE E ESTAREIS EM PAZ. Voltai à casa do Pai.

Passados os dez primeiros dias da prática deste exercício, é bom fazê-lo três vezes ao dia – de manhã, ao meio-dia e à noite, verificareis um início palpável de modificação, discreta, que vai manifestando-se aos poucos em vossa vida.

Muitas vezes ouvimos a queixa: ‘Oh! Não disponho de tanto tempo’! Aos que são dessa opinião, desejo simplesmente dizer o seguinte:

O tempo que o comum das pessoas gasta criticando e censurando criaturas, condições e coisas, por não serem algo diferente do que são, se empregado nesse reconhecimento e uso do ‘Luz’, faria o Céu manifestar-se na Terra, para quem ousar experimentar e tiver determinação para perseverar. Nada é impossível. A ‘Luz’ jamais falha.

A ‘Luz’ é o Meio de Deus para criar e manter Ordem. Paz e Perfeição em toda a Sua Criação. Qualquer ser humano nesta Terra pode dispor de todo o tempo de que necessitar para executar este exercício, quando o seu desejo de fazê-lo for bastante intenso. A própria intensidade do desejo reorganizará o mundo do individuo, as pessoas, as condições e as coisas de modo a prover esse tempo, se o ser desejar sinceramente utilizá-lo para sua elevação.

Ninguém no mundo faz exceção a Esta Lei – porque o desejo intenso de fazer qualquer coisa de construtivo, quando se torna muito intenso, é o Poder da Energia Divina que libera a energia necessária para criar e expressar a coisa desejada.

Todos gozam desse mesmo supremo privilégio de contato com a Todo-Poderosa Presença Onisciente de Deus, e Ela é o Único Poder que sempre elevou, eleva e há de elevar o eu-pessoal e seu mundo acima das discórdias e das limitações terrenas.

Meu Amado Filho, praticai isto com grande persistência e determinação e sabei que Deus em Vós é Vossa Vitória Certa”.

Quando acabou de falar, comecei a perceber que deveria ser um dos Mestres Ascensionados, porque não só me havia dado prova de seu Domínio sobre os elementos, pela Precipitação, mas também ensinado e explicado como o fez. Sentei-me, admirado de como foi que Ele me conheceu.

“Meu Filho”, disse, respondendo imediatamente ao meu pensamento, “eu vos tenho conhecido por eons. Elevando vosso pensamento – por vosso esforço consciente – tornou-se possível minha vinda, hoje, até vós. Enquanto estive sempre em contato convosco, quando estávamos ambos em nossos corpos mais sutis, vosso esforço consciente para alcançar algum dos Mestres Ascensionados abriu-me o caminho para vir até vós de um modo muito mais tangível, isto é, tangível para vossos sentidos físicos”.

Vejo que não me reconheceis absolutamente em vossa consciência externa. Estive presente ao vosso nascimento, quando do passamento de vossa mãe, e servi de instrumento reunindo-vos a vossa esposa Lotus – no momento propicio – de modo a não retardar vossa realização final na presente encarnação. Sede, porém, paciente.

Ficai tranqüilo por alguns momentos – observai-me com atenção – e eu vos revelarei minha identidade.” Fiz como ele pediu e durante um minuto, talvez, vi a sua face, corpo e vestes se tornarem a “Presença” Vivente Natural, Tangível do Mestre Saint Germain, sorrindo de meu espanto e divertindo-se à vista da minha surpresa.

Ele ficou parado ali, frente a mim – Esplêndida figura semelhante a um Deus – num manto branco ornado de jóias, Luz e Amor cintilando em seus olhos, que revelavam e provavam o Domínio e a Majestade que lhe são próprios.

“Este”, explicou, “é o corpo em que eu trabalho uma grande parte do tempo, quando ocupado com o bem-estar da humanidade, a menos que o serviço que eu esteja efetuando no momento exija contato mais intimo com o mundo externo de negócios, e neste caso construo meu corpo com as características e a indumentária da nação com a qual eu esteja trabalhando no momento”.

“Oh!” exclamei, “agora eu vos reconheço, porque vos tenho visto muitas vezes assim, nos planos Internos da consciência”.

“Meu Filho”, prosseguiu, “não vedes o que a verdadeira mestria realmente é? Nós – no Estado de Ascensionados – podemos moldar a estrutura atômica do nosso corpo como o oleiro molda o barro. Cada eléctron e átomo no Universo obedece ao nosso desejo e comando, em conseqüência do Poder Divino pelo qual o controlamos – tendo adquirido o direito de ser seus Dirigentes”.

A humanidade, no estado não ascensionado em que se encontra, fica assombrada e maravilhada com essas coisas, mas eu vos digo que para nós não existe maior esforço em mudar a aparência e a atividade de nossos corpos, do que para um ser humano comum mudar de roupas.

A infortunada condição, na consciência humana, que mantém o individuo nas suas autocriadas limitações é a atitude mental que ora teme, ora ridiculariza aquilo que não compreende ou, o que é ainda pior, em sua ignorância diz: ‘ISTO É IMPOSSIVEL’.

Uma coisa pode não ser provável sob certas condições humanas, mas o SER DIVINO INTERIOR que é a Grande ‘Luz’ pode mudar todas as condições humanas, e assim nada é impossível.

Todo individuo tem dentro de si a Divina Chama de Vida, e Esse seu Próprio Deus tem Domínio, onde quer que se mova no Universo. Se ele, por motivo de sua própria inércia mental, não empregar o necessário esforço para reorganizar seus velhos hábitos mentais e corporais, continuará acorrentado às cadeias que ele mesmo forjou.

Se, entretanto, prefere conhecer o Deus Interno dentro de si mesmo, e ousa dar a esse Deus INTERIOR todo o controle de suas atividades externas, receberá uma vez mais o conhecimento do Domínio sobre toda a substância – que foi seu desde o começo.

É chegado o tempo em que a humanidade está despertando rapidamente e ela deve, de algum modo, estar disposta a reconhecer que viveu repetidamente centenas – algumas vezes milhares – de vidas, cada vez em um novo corpo físico.

A Lei da encarnação é a atividade, na evolução humana, que dá ao individuo uma oportunidade para restabelecer um equilíbrio, nas mesmas condições que ele conscientemente desajustou.

É apenas uma atividade da Lei da Compensação – Causa e Efeito, ou o que pode ser chamado processo automático de equilíbrio, governando todas as forças em toda a parte do Universo. A compreensão correta desta Lei nos dá a explicação de muitas condições na experiência humana, que de outro modo nos pareceriam inteiramente injustas.

É a única explicação lógica para a infinidade de complexidades e experiências da criação humana, e revela o processo e a Lei em que repousa toda a manifestação. Faz compreender que não há tal coisa como o acaso ou acidente. Tudo está subordinado à direita, exata e Perfeita Lei. Toda experiência de consciência tem uma causa anterior e tudo, no mesmo instante, torna-se a causa de um futuro efeito.

Se um homem magoa uma mulher em determinada vida, é certo que se encarnará numa forma feminina e passará por experiência semelhante, até que cumpra e sofra aquilo que fez sofrer a outrem. A mesma coisa acontecerá a uma mulher que foi injusta para com um homem e ofendê-lo.

Este é o único caminho pelo qual o ser é obrigado, ou antes, obriga-se a si mesmo a experimentar tanto a causa como o efeito de tudo o que gera no mundo. O individuo pode criar e experimentar o que quer que seja no seu próprio mundo, mas se prefere causar discórdia e sofrimento a outrem, obriga-se a atravessar condições semelhantes, até compreender qual é o efeito de sua própria criação sobre o resto da Vida no Universo.

“Vinde comigo, vamos rever a vida física na qual usastes uma forma feminina, na França, quando fostes uma cantora de magnífico talento, com voz de rara beleza e vigor.”

Imediatamente, sem o menor esforço de minha parte, saí de meu corpo físico, vendo-o inteiramente reclinado no chão. Admirei-me de que meu corpo ficasse em segurança ali, na encosta da montanha, e em resposta ao meu pensamento Saint Germain replicou:

“Não vos preocupeis. Nada no mundo pode prejudicar vosso corpo enquanto estivermos ausentes. Observai”!

Instantaneamente vi meu corpo físico envolvido por uma Chama Branca, formando um circulo de mais ou menos um metro e meio de diâmetro. Saint Germain colocou o braço direito em volta de mim, e vi que estávamos nos elevando rapidamente do solo; logo, porém ajustei-me à sua ação vibratória. Não houve sensação de movimento através do espaço, e num instante estávamos vendo embaixo uma cidadezinha no sul da França. O Mestre continuou:

Aqui nascestes filha única de uma bela mulher, cuja vida foi um exemplo de idealismo, adiantado demais para a maioria dessa época. Vosso pai foi um esposo e companheiro extremamente dedicado, muito culto e inspirado nas origens do Espírito Cristão.

O éter atmosférico de cada lugar registra tudo o que acontece nessa localidade. Reanimarei esses Registros Etéreos e vereis cenas animadas, dando os detalhes de vossa vida.

Cantastes na igreja desse lugarejo e estudastes com uma professora que persuadiu vossos pais a deixá-la exercitar-vos. Fizestes rápidos progressos e recebestes vantagens ainda maiores, quando eles se mudaram para Paris.

Depois de um ano de estudo intensivo, ofereceu-se uma oportunidade para cantardes diante da Rainha da França e sob sua proteção aparecestes em muitos de seus salões. Isto vos assegurou uma próspera carreira musical. A França e o sucesso derramaram suas dádivas sobre vós durante os cinco anos seguintes, e acumulastes grandes riquezas.

Subitamente, vossos pais experimentaram a mudança chamada morte e o choque que recebestes foi muito grande, seguido de muitas semanas de grave enfermidade. Quando vos restabelecestes e voltastes a dar concertos, um novo predicado de simpatia se juntara a vossa voz, em virtude do sofrimento então recente.

Um homem, que vos orientara muito em vossos estudos musicais, tornou-se diretor de vossos recitais em público e passastes a depender dele, como se fosse merecedor de confiança. Seguiram-se, então, quatorze anos de brilhante sucesso, ao fim dos quais adoecestes subitamente, falecendo dentro de uma semana.

Vossas jóias e vossa fortuna deixastes ao cuidado do diretor para serem empregadas em auxílio de outrem, e na realização de certos planos, em prol dos quais trabalhastes durante toda a vida.

Mal haviam terminado as últimas cerimônias religiosas, quando uma completa mudança nele se operou: a ganância apoderou-se dele plenamente. Agora vos mostrarei esse homem, que encontrastes há alguns anos aqui na América, em vossa vida presente. Tenho plena certeza de que vos lembrareis do incidente nos negócios.”

Mostrou-me, então, uma associação em negócios, por meio da qual eu tentara auxiliar várias pessoas, há dez anos passados, enquanto estive no Oeste, em relação com um representante do governo belga.

“A esse homem”, continuou, “foi dada nessa ocasião uma oportunidade para reparar o mal que vos fizera na França. Foi-lhe mostrada a condição e ele estava perfeitamente a par da situação, porque lha mostramos, mas ainda não estava suficientemente forte para permitir a elaboração da Grande Lei Cósmica de Justiça e compensar aquela dívida. Se o tivesse feito por sua própria vontade, ter-lhe-ia sido dada liberdade em muitos caminhos, habilitando-o a progredir muito mais rapidamente nesta encarnação.”

Assim, a vida externa mantém o individuo preso à roda da necessidade, renascimento, luta contínua e dor, até que deixemos a “Luz do Cristo Interior” iluminar-nos e purificar-nos, para que possamos corresponder unicamente ao Plano de Deus – Amor, Paz e Perfeição para Sua Criação.

Esta é a espécie de ensinamento que nunca se esquece, porque o ensinamento objetivo registra a experiência tanto na visão, como na mente. O registro visual é mais profundo e, necessariamente, recebe mais atenção da atividade externa do intelecto.

A essência dessa experiência de há muito esquecida fixou-se certamente em minha memória de modo permanente, porque posso hoje recordar cada um dos seus detalhes com tanta clareza como quando com ele a presenciei.

“Agora”, continuou, “vamos relembrar uma outra de vossas encarnações – uma que vivesteis no Egito”.

Elevamo-nos do solo e rapidamente nos movemos para frente. Tive perfeita consciência do Mediterrâneo, quando passamos por sobre suas belas águas. Fomos em direção a Karnak e Luxor, e então entramos novamente em contato com a Terra.

“Observai cuidadosamente”, disse Ele. “Esse registro é de um tempo muito antigo de Luxor – que não está entre aqueles cujas ruínas os arqueólogos estão explorando hoje em dia, mas é anterior a qualquer um dos que até agora foram descobertos. Se eles soubessem onde procurar, encontrariam templos magníficos em estado de quase perfeita conservação”.

Tendo ele indicado um certo lugar cheio de ruínas, que é tudo o que os viajantes podem ver atualmente, foi o cenário ocupado por uma atividade no éter, tal como fora originalmente em toda a sua beleza e esplendor, muito mais magnificente do que qualquer coisa que a presente geração possa conceber.

Os jardins e os lagos eram cercados de grandes pilares de mármore branco e granito rosa. Todo o local se tornou vivo, real, vibrante – e tão tangível como qualquer cidade material de hoje, na Terra. Era tão perfeitamente natural e normal, que perguntei de que modo fazia tão vívidas estas experiências.

“O homem e suas criações”, respondeu, “do mesmo modo que a Natureza, têm uma contra-parte etérica – um modelo – que se imprime para todo o sempre na atmosfera que o rodeia, onde quer que vá. O modelo da atividade individual e experiência da vida está dentro de sua própria aura, todo o tempo. Um registro similar existe na aura de todo lugar.

Um Mestre Ascensionado pode, se quiser, reavivar ou revestir de atividades anteriores o registro de um individuo, esteja onde estiver, porque o modelo sobre o qual o Mestre aglutina a estrutura atômica está sempre na aura desse indivíduo. Quando o Mestre reconstitui o registro de uma localidade, deve fazê-lo precisamente no próprio local, porque tal registro, ao ser reanimado, volta a ter a mesma forma vivente e estrutura que tinha, quando construído preliminarmente em substância física.

Desse modo, é possível aglutinar novamente a estrutura material de edifícios inteiros e suas adjacências, se o Mestre Ascensionado assim o deseja, para alcançar algum justo propósito. Quando alguém chega a atingir esse Domínio dado por Deus, pode reconstruir e reanimar qualquer Arquivo Etérico que deseje tornar visível, para instrução e beneficio de estudantes e outros.

Uma vez levado a efeito – tudo se torna real como a própria realidade – e os objetos reconstituídos podem ser fotografados, tocados e tornados materialmente tangíveis pelos sentidos físicos de quem quer que os esteja observando.

“Notai”! lembrou-me, “estais experimentando essas atividades em vosso corpo mais sutil; elas, porém, não são menos reais por causa disso, uma vez que vosso corpo físico é apenas uma roupagem que vós, o Eu-Consciente, individuo pensante e experimentador, usais”.

É o mesmo que se vestísseis um pesado abrigo, na atmosfera fria do inverno, e apenas uma roupa leve num dia muito quente de verão. As experiências que tivésseis com a roupa leve, certamente não seriam menos reais do que as que vivêsseis em vossas roupas pesadas. Chamo a vossa atenção para isso, a fim de que possais compreender as mais elevadas e menos limitadas atividades da Vida.

Examinamos o solo, os arredores, a arquitetura.

“Vamos, entremos”, disse e enquanto falava adiantou-se e atravessou a entrada principal, penetrando no próprio templo. Tornamo-nos, então atores vivos e ao mesmo tempo observadores da seguinte experiência: Entramos na parte principal do templo e prosseguimos em direção ao Santuário Interior. O Grão-Sacerdote veio diretamente a nós, parecendo conhecer-me.

“Este sacerdote dos dias antigos”, explicou, “é agora vosso filho”. Um sacerdote de ordem inferior apareceu e imediatamente senti conhecê-lo. Saint Germain observou:

“O sacerdote assistente éreis vós”.

Penetramos no Santuário Interior e vimos a virgem vestal guardando o Fogo Sagrado. Ela, para quem eu olhava agora, era Lótus, meu amado Raio Gêmeo, que encontrei e com quem me casei há alguns anos, e quem é agora a mãe de nosso filho.

Mudou a cena e vimos um príncipe visitante, de uma província afastada, planejar raptar a virgem vestal. Tudo parecia correr-lhe bem, até que ao Grão-Sacerdote foi mostrada uma visão do que estava para acontecer. Isso o perturbou; nada, porém, deixou transparecer.

Mantendo guarda enquanto entravam os escravos do príncipe, vigiou-os quando se aproximavam do Santuário. Tendo eles chegado mais perto, o sacerdote adiantou-se e pronunciou apenas uma palavra que significava: “Parai!”

Um dos escravos, mais audacioso que os outros, avançou. O Grão-Sacerdote advertiu-o para que se afastasse, mas ele se aproximou ainda mais. Quando atingiu um certo Círculo Sagrado de força, que emanava do Altar, o sacerdote não mais hesitou. Caminhou até a borda externa dessa Irradiação Protetora, levantou a mão direita e apontou-a diretamente para o escravo.

Um jato de Chama projetou-se como um raio e o escravo caiu sem vida. O príncipe, que observava, avançou preso de raiva insana.

“Parai!”, ordenou de novo o sacerdote com voz trovejante. O príncipe hesitou por um momento, aturdido pelo próprio poder da palavra, e o sacerdote continuou:

“Ouvi-me! Não profanareis a maior das Dádivas de Deus ao Templo da Vida. Retirai-vos antes que tenhais o mesmo fim de vosso muito imprudente e mal dirigido escravo!”

O Grão-Sacerdote tinha perfeita consciência do poder que podia empregar e enquanto enfrentava o príncipe era ele a personificação do autodomínio, da força ilimitada, conscientemente sujeita à obediência de sua vontade. Era a Majestade, coroada pelo Poder Eterno.

O sacerdote, rápido como um raio, levantou a mão; a Chama rutilou uma segunda vez e o príncipe seguiu o destino de seu primeiro escravo.

Saint Germain voltou-se para mim e explicou a ocorrência mais detalhadamente.

“Estais vendo”, começou, “este é o modo pelo qual a boa ou má qualidade, que existe no interior de toda força, reage sobre quem a emite. O príncipe e seu escravo vieram com as propriedades de ódio, egoísmo e depravação impregnando seus sentimentos e, quando o sacerdote projetou sobre eles a força de que era senhor, ela empregou esses atributos no momento em que tocou suas auras. Ele devolveu-lhes tão-somente seus próprios sentimentos, e o egoísmo voltou-se sobre eles mesmos. O sacerdote, no esforço altruístico de proteger a outrem, foi também protegido”.

Encerrado este incidente, a cena de esplendor desvaneceu-se e nós nos encontramos de novo entre as ruínas do templo. Saint Germain fez-me outras revelações, que não podem ser aqui relatadas.

“Há um único meio”, prosseguiu, “de evitar a roda cósmica de causa e efeito – a necessidade de reencarnação – e isto é obtido através do esforço consciente para compreender a Lei da Vida. Deve-se procurar ardentemente o Deus Interno, estabelecer contato permanente e consciente com esse “Eu Interior” e mantê-lo firmemente, sejam quais forem as condições que se apresentem na vida exterior. Terei o prazer e o privilégio de vos mostrar algo mais, mas só pela instrução que vos trará e a outrem. Vinde! Devemos voltar agora”.

Ao nos aproximarmos do meu corpo, ele instruiu novamente:

“Observai desaparecer o Círculo de Chama Branca!” Olhei. O Círculo desapareceu. Um momento depois, eu estava de volta, em meu corpo. O Sol declinava, e eu sabia que seria quase meia-noite quando chegássemos em casa.

“Ponde o braço em meu ombro”, disse Saint Germain, “e fechai os olhos”. Senti meu corpo levantar-se do solo, mas não tive consciência de me mover para frente. Imediatamente meus pés tocaram o chão e, abrindo os olhos, encontrei-me no chalé. Saint Germain divertiu-se bastante quando lhe perguntei como nos fora possível voltar de tal maneira, sem atrair a atenção das pessoas que nos rodeavam. Respondeu:

“Muitas vezes, nos rodeamos de um manto de invisibilidade, quando nos movemos entre as pessoas que atuam no plano físico”. E desapareceu.

Eu tinha ouvido falar dos Grandes Mestres Ascensionados, que podiam levar consigo o próprio corpo onde quer que fossem, e manifestar ou trazer à visibilidade qualquer coisa que desejassem atrair diretamente do Universo. Entretanto, experimentar contato real com um deles era uma coisa muito diferente, e tentei compreender integralmente a maravilha da experiência. Para Saint Germain, tratava-se, evidentemente, da mais trivial ocorrência.

Permaneci em contemplação silenciosa durante longo tempo, em profunda, profundíssima gratidão. Procurando entender e assimilar completamente sua explanação da “Lei” relativa ao desejo. Ele enfatizou a importância e a atividade dela como uma força motriz do Universo, para levar avante novas idéias, forçando uma expansão de consciência a assumir posição no âmago da Vida de todo o individuo. Tinha-o explicado, dizendo:

O Desejo Construtivo é a atividade expansível dentro da Vida, porque é só desse modo que idéias sempre maiores, atividade e realização são impelidas a se expressar no mundo externo da substância e da forma.

Dentro de cada Reto Desejo está o poder de sua própria realização. O homem é Filho de Deus. Ele é comandado pelo Pai a escolher como deve dirigir a energia da Vida, e que qualidade deseja para expressar o cumprimento do mandato de Deus através de seu desejo manifestado. Isto ele deve fazer, porque o livre-arbítrio é seu direito inato.

É função da atividade exterior do intelecto guiar toda expansão para dentro de canais construtivos. Este é o desígnio e o dever do eu exterior. Permitir que a Grande Vida ou Energia de Deus seja usada apenas para satisfação dos sentidos – hábito da grande massa da humanidade – é o que constitui seu emprego destrutivo, que é sempre seguido, sem exceção alguma, de desarmonia, fraqueza, fracasso e destruição.

O emprego construtivo do desejo é a direção consciente dessa Ilimitada Energia Divina pela Sabedoria. Todo o desejo, dirigido pela Sabedoria, leva consigo uma espécie de benção para o resto da Criação. Todo desejo dirigido pelo Deus Interno brota com sentimento de Amor e abençoa sempre.”

Ocupei os dias que se seguiram escrevendo este registro de minhas experiências.

Certa manhã, encontrei ao despertar um cartão de ouro sobre a mesa que ficava junto ao meu leito. Pareceu-me ser uma peça de ouro metálico e nela, em bonita caligrafia sombreada num belo tom de cor violeta, estava escrita apenas uma curta frase:

“Comparecei ao nosso ponto de encontro na montanha (Shasta) às sete da manhã”, assinado “SAINT GERMAIN.”

Pus de lado o cartão, cuidadosamente, e mal pude esperar que se escoasse o tempo intermediário, tão grande era a minha ansiedade. De manhã cedo, enquanto preparava o almoço, veio-me um nítido impulso para nada levar comigo. Obedeci e decidi confiar em que minhas necessidades seriam supridas diretamente do Suprimento Universal.

Em breve estava a caminho, alegremente, resolvido a não deixar escapar nenhuma oportunidade para fazer perguntas, se me permitido fosse. À proporção que me aproximava do lugar marcado, meu corpo se tornava cada vez mais leve, até que, quando me encontrava a quatrocentos metros, mal tocava o chão com os pés. Não vi sinal de pessoa alguma, de modo que me sentei num tronco de árvore para esperar Saint Germain, sem cansaço algum, conquanto meu percurso tivesse sido de quase dezesseis quilômetros.

Enquanto eu meditava no maravilhoso privilégio e na benção que recebera, ouvi estalar um ramo e olhei em torno, esperando vê-lo. Imaginai minha surpresa quando, a uma distância de pouco mais de um metro, vi uma pantera aproximando-se lentamente... Eu devia estar com os cabelos arrepiados. Queria correr, gritar – fazer qualquer coisa – tão frenético era o sentimento de medo dentro de mim. Teria sido inútil mover-me, pois um salto da pantera ter-me-ia sido fatal.

Meu cérebro rodopiava, tão grande era meu pavor, mas me veio claramente uma ideia que manteve serena minha atenção: lembrei-me que tinha a Poderosa “Presença de Deus” dentro de mim mesmo, e que essa “Presença” era toda Amor. Esse belo animal era também uma parte da Vida de Deus e me dispus a olhar para ele, diretamente dentro dos olhos. Então me veio o pensamento de que uma parte de Deus não poderia prejudicar outra. Só tive consciência desse fato.

Um sentimento de Amor me arrebatou e saiu como um Raio de Luz diretamente à pantera; com ele, foi-se o meu medo. Os passos furtivos cessaram e encaminhei-me lentamente para o animal, sentindo que o Amor de Deus nos enchia a ambos. O repulsivo olhar feroz dos seus olhos suavizou-se, o animal endireitou-se e veio vagarosamente ao meu encontro, esfregando a espádua contra a minha perna.

Inclinei-me e afaguei sua cabeça macia. Olhou-me nos olhos por um momento e depois deitou-se, rolando no chão como um gatinho brincalhão. O pêlo era de um belo castanho-escuro avermelhado, o corpo longo, flexível e de grande vigor. Continuei a brincar com ela e, quando olhei subitamente para cima, Saint Germain estava ao meu lado.

“Meu filho”, disse, “vi a grande força que há dentro de vós, de outro modo eu não teria permitido tamanha prova. Conquistastes o medo. Minhas felicitações! Se não tivésseis conquistado o eu-exterior, não permitiria que a pantera vos causasse mal, mas nossa associação seria interrompida por algum tempo”.

Nada tenho a ver com a presença da pantera aqui. Isto fazia parte da operação Interna da Grande Lei, como vereis antes de cessar a ligação com a vossa nova amiga, que encontrastes. Agora que passastes pela prova da coragem, ser-me-á possível prestar-vos muito maior assistência. Tornar-vos-eis cada dia mais forte, mais feliz, e expressareis muito maior liberdade.

Estendeu a mão e num momento apareceram quatro pequenos bolos, de um belo pardo- dourado, com cerca de doze centímetros quadrados cada um. Ele ofereceu-me e ordenou que os comesse. Eram deliciosos.

Imediatamente experimentei uma sensação aceleradora formigante percorrer todo o meu corpo – sensação nova de saúde e de clareza mental.

Saint Germain sentou-se a meu lado e minha instrução começou.

 

DO LIVRO - MISTÉRIOS DESVELADOS
ENSINAMENTOS DO MESTRE SAINT GERMAIN
PONTE PARA A LIBERDADE DO BRASIL - 
MENSAGEIRO GUY BALLARD DO MOVIMENTO EU SOU