Aprendendo com as emoções
Muitas vezes nos deparamos com dificuldades intransponíveis que nos levam à busca de auxílio para nos equilibrarmos. E, uma dessas terapias alternativas tem sido a freqüência aos centros espíritas
Assim, nele chegamos com altas expectativas de melhora, depositando na casa ou em um de seus dirigentes, toda a responsabilidade de cura e reequilíbrio.
Passadas algumas semanas ou meses, nos deparamos com a distância imensa entre o que esperávamos conseguir e o que realmente atingimos e, algumas vezes, saímos por aí criticando e adjetivando este e outros centros epíritas de “fracos “.
Essa postura crítica decorre do imediatismo natural dos ocidentais e do total desconhecimento a respeito de nós mesmos.
Comecemos com uma questão: nos conhecemos profundamente?
O complexo humano: razão, emoção e espírito
Esse autoconhecimento a que nos referimos não é apenas o comportamental, mas sim o mais amplo possível. Segundo Kardec, somos um complexo humano formado de corpo físico, corpo espiritual ou perispírito e espírito propriamente dito, portanto, para nos conhecermos integralmente é preciso conquistarmos cultura nesses diversos aspectos de nós mesmos.
Perguntamos, então: É preciso estudarmos anatomia, biologia, fisiologia, psicologia, e tantas outras “gias” para nos conhecermos?
Muitas vezes um médico ou psicólogo muito estudado e culto mal se conhece ou tem olhos para descobrir e conhecer o próximo ou pelo menos seus pacientes. Entram nesse caso, diversas virtudes espirituais, como por exemplo, o amor ao semelhante, a humildade, a caridade, a paciência, o perdão, etc.
Sermos autodidatas e termos humildade para aprender já é um grande caminho para o aprendizado do autoconhecimento. Em seu livro A Gênese, Kardec nos explica que somos espíritos eternos que vêm evoluindo milênio a milênio, vagarosamente, realizando estágios na matéria de diversas formas: mineral, vegetal, animal e recentemente conquistamos a individualidade humana e com certeza, nessa forma iremos estagiar por muitos e muitos milênios mais.
Nesse processo evolutivo conquistamos instintos valiosos para chegarmos até a condição de humanos, instintos esses que ainda prevalecem muito em todos nós. Com a experiência reencarnatória estamos aprendendo a transformá-los em emoções e seguidamente em sentimentos, tudo com o desenvolvimento da razão e do conhecimento. Mais ainda adiante, com certeza, conquistaremos a habilidade de transformarmos essas emoções em sentimentos e esses sentimentos em Amor Verdadeiro. Assim somos nós. Espíritos eternos evoluindo desde o instinto até o amor desinteressado por nosso próprio esforço.
Temos ajuda? Claro, constantemente obtemos ajuda, mas a maioria das vezes não temos consciência desse auxílio, que vêm da infinita bondade divina, que coloca junto de nós pessoas e circunstâncias que nos impelem para frente, evitando estacionarmos na ignorância, por medo (o grande vilão), por preguiça mental e física, por orgulho, falta de perdão, mágoas, etc.
Aprender a administrar
Autogerenciar nossas emoções é a chave para um bom desempenho em todos os aspectos de nossa vida, inclusive para a harmonia e o progresso espiritual. Uma pessoa totalmente desequilibrada e dominada por emoções fortes e avassaladoras dificilmente conseguirá captar mensagens edificantes e proveitosas para sua vida ao, por exemplo, assistir uma palestra em uma casa espírita, e mais, a captação de fluidos benéficos no momento do passe será grandemente reduzida por desequilíbrios emocionais ou por falta de crença.
Nem sempre podemos controlar situações ou controlar outras pessoas, mas podemos controlar nossa maneira de reagir a elas. Portanto essa será sempre a nossa grande e maior conquista: escolher o nosso estado interno e mantê-lo estável constantemente, com um mínimo de esforço possível para eliminarmos o estresse (a doença do século).
Um estado de desequilíbrio emocional poderá nos trazer conseqüências funestas como a perda de emprego, dissolução do casamento, desarmonia familiar, prejudicando não apenas nós mesmos como nossos semelhantes e entes queridos.
Para aprendermos a gerenciar nossas emoções, e não eliminá-las, é preciso conhecer nossas tendências. O maior inimigo desse conhecimento e a presunção de perfeição. Sócrates, filósofo grego, já ensinava que quem acha que sabe tudo, não sabe nada.
Fazer uma falsa imagem de si mesmo é o grande impecilho para a evolução pessoal. Ser realista com nossas próprias tendências, aceitá-las e não nos subestimarmos é o primeiro passo para o domínio dessas forças interiores.
As forças atuantes no corpo
Quando abordamos a necessidade de cultura geral para melhorarmos nosso processo evolutivo, nos referimos ao conhecimento de diversos aspectos da natureza que influenciam na exteriorização de nossas emoções, inclusive o aspecto físico, ou melhor ainda, o aspecto fisiológico.
O conhecimento de nosso desempenho corporal é de suma importância para distinguirmos o porquê de um desequilíbrio momentâneo. A mulher, por exemplo, é regulada por hormônios que interferem intensamente em suas emoções, chegando a excluir seu livre arbítrio diante da sua natureza reprodutora. Ela não tem opção, a não ser aceitar seu fluxo menstrual, queira ou não a maternidade.
A fisiologia do seu corpo é totalmente voltada à função reprodutiva, e todos os meses, impreterivelmente, seus hormônios preparam seu organismo para a reprodução, causando uma total modificação em sua fisiologia. Esse ciclo mensal influencia o comportamento emocional, que por sua vez interfere em todos os demais mecanismos, como o mental, o comportamental, o psicológico, e até o espiritual.
Muitas mulheres vivem uma vida inteira sendo consideradas desequilibradas ou histéricas, e até acreditando nisso, sendo que são totalmente sãs, possuindo apenas uma somatização desse estado emocional confuso pré-menstrual, desencadeado por uma somatória de motivos, inclusive os fisiológicos.
Quantas famílias não teriam sido poupadas da desunião, se os homens e até as próprias mulheres, possuíssem conhecimento dos seus ritmos biológicos ? Esse conhecimento traz a compreensão e a ajuda nesses momentos difíceis. Daí termos ressaltado a importância da cultura geral, nesse caso a biológica, para conquistarmos o autogerenciamento das emoções.
Adapte-se ao momento
Consciente de estar nesse período propício às tensões, a pessoa se policiará mais e tomará as devidas providências para contornar o problema e evitar que ele interfira nos demais aspectos de sua vida.
Outras forças exteriores também interferem em nosso comportamento de maneira contundente, como por exemplo as forças da natureza, a alta pressão do ar, variações bruscas de temperatura, poluição, etc.
Quantas vezes demoramos a nos dar conta de que um ambiente de trabalho está envolto por uma excitação geral, influenciando no desempenho dos profissionais, devido a uma inversão térmica?
Quando o corpo é atingido por esses fatores exógenos, imediatamente nossas emoções se desequilibram e afetam nosso estado geral de harmonia. O aprendizado a respeito desses mecanismos nos auxiliam na conquista do autoconhecimento e conseqüente domínio de nossas tendências desequilibrantes.
Conscientização corporal
Há estudos complexos e detalhados sobre nossa postura física. Eles são baseados na constatação de que o corpo reflete nossa alma, nossas emoções, nossos sentimentos. Podemos detectar com absoluta certeza o estado emocional de uma pessoa que se apresenta cabisbaixa, com a fronte enrugada, ombros caídos e semblante sombrio, por exemplo. Ao tomarmos consciência dessa postura negativa e nos corrigirmos, inevitavelmente nossa mente readquirá atenção, e pensamentos mais claros, mais otimistas, nos invadirão. Por isso, nas centros espíritas é comum o chamamento a respeito da postura no momento do passe, mais como um sinal de alerta para estarmos mentalmente receptivos, do que a errônea conclusão de que essa postura exterior possa influenciar na eficácia dos seus benefícios. As orientações sobre a postura se baseiam no princípio de que, induzindo o atendido a adquirir uma postura receptiva, sua mente também se tornará mais acessível para o recebimento dos benefícios da transfusão fluídica.
Espiritismo: doutrina para o autoconhecimento
A Doutrina Espírita ensina e propicia condições de entendimento para nossa melhoria e equilíbrio, porém somos nós os responsáveis por essa conquista.
Está em nossas mãos o êxito da nossa evolução. Por isso muitas pessoas freqüentam centros espíritas anos seguidos e concluem que continuam com as mesmas dificuldades, pois aguardaram a solução de seus problemas pela doutrina espírita, pelo centro que iam, ou pelo médium que consultavam, e não por si próprias, através de seu esforço pessoal.
O aprimoramento espiritual está atrelado a todos os demais aspectos de nossa vida. Não adianta frequentar a casa espírita todos os dias da semana, por anos a fio, se dizer dirigente de centros importantes, se não dermos a devida importância para o aprimoramento pessoal e não vivenciarmos esse aprendizado.
Kardec dá especial atenção, no O Livro dos Espíritos, ao autoconhecimento. Sabermos quem somos, como somos, de onde viemos e para onde vamos é a pedra angular do conhecimento da doutrina espírita e conseqüentemente do conhecimento de nós mesmos.
A atenção sobre o nosso estado emocional e a manutenção do mesmo em equilíbrio nos propiciará a oportunidade de um estado espiritual tranqüilo e receptivo à novas conquistas e ao aperfeiçoamento de nós mesmos, vivenciando com mais facilidade as lições do Evangelho de Jesus.
Assim, nele chegamos com altas expectativas de melhora, depositando na casa ou em um de seus dirigentes, toda a responsabilidade de cura e reequilíbrio.
Passadas algumas semanas ou meses, nos deparamos com a distância imensa entre o que esperávamos conseguir e o que realmente atingimos e, algumas vezes, saímos por aí criticando e adjetivando este e outros centros epíritas de “fracos “.
Essa postura crítica decorre do imediatismo natural dos ocidentais e do total desconhecimento a respeito de nós mesmos.
Comecemos com uma questão: nos conhecemos profundamente?
O complexo humano: razão, emoção e espírito
Esse autoconhecimento a que nos referimos não é apenas o comportamental, mas sim o mais amplo possível. Segundo Kardec, somos um complexo humano formado de corpo físico, corpo espiritual ou perispírito e espírito propriamente dito, portanto, para nos conhecermos integralmente é preciso conquistarmos cultura nesses diversos aspectos de nós mesmos.
Perguntamos, então: É preciso estudarmos anatomia, biologia, fisiologia, psicologia, e tantas outras “gias” para nos conhecermos?
Muitas vezes um médico ou psicólogo muito estudado e culto mal se conhece ou tem olhos para descobrir e conhecer o próximo ou pelo menos seus pacientes. Entram nesse caso, diversas virtudes espirituais, como por exemplo, o amor ao semelhante, a humildade, a caridade, a paciência, o perdão, etc.
Sermos autodidatas e termos humildade para aprender já é um grande caminho para o aprendizado do autoconhecimento. Em seu livro A Gênese, Kardec nos explica que somos espíritos eternos que vêm evoluindo milênio a milênio, vagarosamente, realizando estágios na matéria de diversas formas: mineral, vegetal, animal e recentemente conquistamos a individualidade humana e com certeza, nessa forma iremos estagiar por muitos e muitos milênios mais.
Nesse processo evolutivo conquistamos instintos valiosos para chegarmos até a condição de humanos, instintos esses que ainda prevalecem muito em todos nós. Com a experiência reencarnatória estamos aprendendo a transformá-los em emoções e seguidamente em sentimentos, tudo com o desenvolvimento da razão e do conhecimento. Mais ainda adiante, com certeza, conquistaremos a habilidade de transformarmos essas emoções em sentimentos e esses sentimentos em Amor Verdadeiro. Assim somos nós. Espíritos eternos evoluindo desde o instinto até o amor desinteressado por nosso próprio esforço.
Temos ajuda? Claro, constantemente obtemos ajuda, mas a maioria das vezes não temos consciência desse auxílio, que vêm da infinita bondade divina, que coloca junto de nós pessoas e circunstâncias que nos impelem para frente, evitando estacionarmos na ignorância, por medo (o grande vilão), por preguiça mental e física, por orgulho, falta de perdão, mágoas, etc.
Aprender a administrar
Autogerenciar nossas emoções é a chave para um bom desempenho em todos os aspectos de nossa vida, inclusive para a harmonia e o progresso espiritual. Uma pessoa totalmente desequilibrada e dominada por emoções fortes e avassaladoras dificilmente conseguirá captar mensagens edificantes e proveitosas para sua vida ao, por exemplo, assistir uma palestra em uma casa espírita, e mais, a captação de fluidos benéficos no momento do passe será grandemente reduzida por desequilíbrios emocionais ou por falta de crença.
Nem sempre podemos controlar situações ou controlar outras pessoas, mas podemos controlar nossa maneira de reagir a elas. Portanto essa será sempre a nossa grande e maior conquista: escolher o nosso estado interno e mantê-lo estável constantemente, com um mínimo de esforço possível para eliminarmos o estresse (a doença do século).
Um estado de desequilíbrio emocional poderá nos trazer conseqüências funestas como a perda de emprego, dissolução do casamento, desarmonia familiar, prejudicando não apenas nós mesmos como nossos semelhantes e entes queridos.
Para aprendermos a gerenciar nossas emoções, e não eliminá-las, é preciso conhecer nossas tendências. O maior inimigo desse conhecimento e a presunção de perfeição. Sócrates, filósofo grego, já ensinava que quem acha que sabe tudo, não sabe nada.
Fazer uma falsa imagem de si mesmo é o grande impecilho para a evolução pessoal. Ser realista com nossas próprias tendências, aceitá-las e não nos subestimarmos é o primeiro passo para o domínio dessas forças interiores.
As forças atuantes no corpo
Quando abordamos a necessidade de cultura geral para melhorarmos nosso processo evolutivo, nos referimos ao conhecimento de diversos aspectos da natureza que influenciam na exteriorização de nossas emoções, inclusive o aspecto físico, ou melhor ainda, o aspecto fisiológico.
O conhecimento de nosso desempenho corporal é de suma importância para distinguirmos o porquê de um desequilíbrio momentâneo. A mulher, por exemplo, é regulada por hormônios que interferem intensamente em suas emoções, chegando a excluir seu livre arbítrio diante da sua natureza reprodutora. Ela não tem opção, a não ser aceitar seu fluxo menstrual, queira ou não a maternidade.
A fisiologia do seu corpo é totalmente voltada à função reprodutiva, e todos os meses, impreterivelmente, seus hormônios preparam seu organismo para a reprodução, causando uma total modificação em sua fisiologia. Esse ciclo mensal influencia o comportamento emocional, que por sua vez interfere em todos os demais mecanismos, como o mental, o comportamental, o psicológico, e até o espiritual.
Muitas mulheres vivem uma vida inteira sendo consideradas desequilibradas ou histéricas, e até acreditando nisso, sendo que são totalmente sãs, possuindo apenas uma somatização desse estado emocional confuso pré-menstrual, desencadeado por uma somatória de motivos, inclusive os fisiológicos.
Quantas famílias não teriam sido poupadas da desunião, se os homens e até as próprias mulheres, possuíssem conhecimento dos seus ritmos biológicos ? Esse conhecimento traz a compreensão e a ajuda nesses momentos difíceis. Daí termos ressaltado a importância da cultura geral, nesse caso a biológica, para conquistarmos o autogerenciamento das emoções.
Adapte-se ao momento
Consciente de estar nesse período propício às tensões, a pessoa se policiará mais e tomará as devidas providências para contornar o problema e evitar que ele interfira nos demais aspectos de sua vida.
Outras forças exteriores também interferem em nosso comportamento de maneira contundente, como por exemplo as forças da natureza, a alta pressão do ar, variações bruscas de temperatura, poluição, etc.
Quantas vezes demoramos a nos dar conta de que um ambiente de trabalho está envolto por uma excitação geral, influenciando no desempenho dos profissionais, devido a uma inversão térmica?
Quando o corpo é atingido por esses fatores exógenos, imediatamente nossas emoções se desequilibram e afetam nosso estado geral de harmonia. O aprendizado a respeito desses mecanismos nos auxiliam na conquista do autoconhecimento e conseqüente domínio de nossas tendências desequilibrantes.
Conscientização corporal
Há estudos complexos e detalhados sobre nossa postura física. Eles são baseados na constatação de que o corpo reflete nossa alma, nossas emoções, nossos sentimentos. Podemos detectar com absoluta certeza o estado emocional de uma pessoa que se apresenta cabisbaixa, com a fronte enrugada, ombros caídos e semblante sombrio, por exemplo. Ao tomarmos consciência dessa postura negativa e nos corrigirmos, inevitavelmente nossa mente readquirá atenção, e pensamentos mais claros, mais otimistas, nos invadirão. Por isso, nas centros espíritas é comum o chamamento a respeito da postura no momento do passe, mais como um sinal de alerta para estarmos mentalmente receptivos, do que a errônea conclusão de que essa postura exterior possa influenciar na eficácia dos seus benefícios. As orientações sobre a postura se baseiam no princípio de que, induzindo o atendido a adquirir uma postura receptiva, sua mente também se tornará mais acessível para o recebimento dos benefícios da transfusão fluídica.
Espiritismo: doutrina para o autoconhecimento
A Doutrina Espírita ensina e propicia condições de entendimento para nossa melhoria e equilíbrio, porém somos nós os responsáveis por essa conquista.
Está em nossas mãos o êxito da nossa evolução. Por isso muitas pessoas freqüentam centros espíritas anos seguidos e concluem que continuam com as mesmas dificuldades, pois aguardaram a solução de seus problemas pela doutrina espírita, pelo centro que iam, ou pelo médium que consultavam, e não por si próprias, através de seu esforço pessoal.
O aprimoramento espiritual está atrelado a todos os demais aspectos de nossa vida. Não adianta frequentar a casa espírita todos os dias da semana, por anos a fio, se dizer dirigente de centros importantes, se não dermos a devida importância para o aprimoramento pessoal e não vivenciarmos esse aprendizado.
Kardec dá especial atenção, no O Livro dos Espíritos, ao autoconhecimento. Sabermos quem somos, como somos, de onde viemos e para onde vamos é a pedra angular do conhecimento da doutrina espírita e conseqüentemente do conhecimento de nós mesmos.
A atenção sobre o nosso estado emocional e a manutenção do mesmo em equilíbrio nos propiciará a oportunidade de um estado espiritual tranqüilo e receptivo à novas conquistas e ao aperfeiçoamento de nós mesmos, vivenciando com mais facilidade as lições do Evangelho de Jesus.
Artigo publicado na Revista Cristã de Espiritismo, edição 06.
PAZ E LUZ!