O QUE SÃO OS SALMOS
O livro dos salmos é um trecho bíblico dividido em 150 capítulos, contendo textos que são considerados verdadeiras poesias religiosas.
O QUE SÃO OS SALMOS
O livro dos salmos é um trecho bíblico dividido em 150 capítulos, contendo textos que são considerados verdadeiras poesias religiosas. A autoria de cerca de 70 deles, ou seja, quase a metade, é atribuída ao lendário Rei David.
O significado dos salmos varia muito: existem os salmos para curar, para conquistar determinados tipos de bens, para o casamento, para aliviar a tristeza, para proteger a família, para a prosperidade, etc. Mas há um consenso: os salmos são sempre orados com fé e seus significados nos fazem ficarmos mais próximos de nossos anjos guardiões e mais conectados com o plano divino.
A autoria da maioria dos salmos é atribuída ao rei Davi, o qual teria escrito pelo menos 74 poemas. Asafe é considerado o autor de 12 salmos. Os filhos de Corá escreveram em torno de nove salmos e o rei Salomão ao menos dois. Hemã, com os filhos de Corá, bem como Etã e Moisés, escreveram no mínimo um cada.
Todavia, 51 salmos seriam tidos de autoria desconhecida.
O período em que os salmos foram compostos varia muito, representando um lapso temporal de aproximadamente um milênio, desde a data aproximada de 1440 a.C., quando houve o êxodo dos Israelitas do Egito até o cativeiro babilônico, sendo que muitas vezes esses poemas permitem traçar um paralelo com os acontecimentos históricos, principalmente com a vida de Davi, quando, por exemplo, havia fugido da perseguição promovida pelo rei Saul (Salmos 18, 52, 54) e de seu próprio filho Absalão (Salmo 3) ou quanto ao arrependimento pelo seu pecado com Bate-Seba (Salmo 51).
Poemas de louvor, os salmos foram inicialmente transmitidos através da tradição oral e a fixação por escrito teve lugar, sobretudo através do movimento de recolha das tradições israelitas, iniciado no exílio babilônico pelo profeta Ezequiel (séculos VII-VI a.C.). Como tal, muitos destes textos são muito anteriores, sendo bastante difícil a sua crítica do ponto de vista literário estritos. Ainda assim, tendo em conta a comparação com a literatura poética coeva do Egito, da Assíria e da Babilônia, pode-se afirmar que estes poemas de Israel são um dos expoentes da poesia universal.
Os salmos, em termos de conteúdo, possuem estrutura coerente, o que também pode ser observado em passagens do Antigo Testamento e em obras literárias do Oriente Médio da Antiguidade.[5]
Tal como em outras tradições culturais, também a poesia hebraica andava estreitamente associada à música. Assim, embora não seja de se excluir para os salmos a possível recitação em forma de leitura, "todavia, dado o seu gênero literário, com razão são designados em hebraico pelo termo Tehillim, isto é, «cânticos de louvor», e, em grego psalmói, ou seja, «cânticos acompanhados ao som do saltério», ou ainda: oração cantada e acompanhada com instrumentos musicais.[4]
De fato, todos os salmos possuem um certo caráter musical, que determina o modo como devem ser executados. E assim, mesmo quando o salmo é recitado sem canto, ou até individualmente ou em silêncio, a sua recitação terá de conservar este caráter musical[6]
Os salmos acabaram por constituir um hinário litúrgico para uso no templo de Jerusalém, do qual transitaram quer para a sinagoga judaica, quer para as liturgias cristãs.
Na Igreja Católica, os 150 salmos formam o núcleo da oração cotidiana: a chamada Liturgia das Horas, também conhecida por Ofício Divino e cuja organização remonta a Bento de Núrsia. A oração conhecida por rosário, com as suas 150 Ave Marias, formou-se por analogia com os 150 salmos do ofício ritual católico.
Outra forma muito popular é organizar listas de Salmos por finalidade, isto é, salmos para serem rezados em determinadas ocasiões como festas, doenças, colheitas ou funerais. Historicamente, a primeira destas listas foi organizada a partir da prática de Arsênio da Capadócia, que rezava um salmo como uma oração com certas finalidades.
Os salmos são também poesia, que é a forma mais apropriada para expressar os sentimentos diante da realidade da vida permeada pelo mistério de Deus, o aliado que se compromete com o homem para com ele construir a história. É Deus participando da luta pela vida e liberdade. Dessa forma, os salmos convidam para que também nós nos voltemos com atenção para a vida e a história.
Nelas descobrimos o Deus sempre presente e disposto a se aliar, para caminhar na luta pela construção do mundo novo.[4]
Os salmos supõem o contexto maior de uma fé que nasce da história e constrói história. Seu ponto de partida é o Deus libertador que ouve o clamor do povo e se torna presente, dando eficácia à sua luta pela liberdade e vida (Ex 3,7-8). Por isso, os salmos são as orações que manifestam a fé que os pobres e oprimidos têm no Deus aliado. Como esse Deus não aprova a situação dos desfavorecidos, o povo tem a ousadia de reivindicar seus direitos, denunciar a injustiça, resistir aos poderosos e até mesmo questionar o próprio Deus. São orações que nos conscientizam e engajam na luta dentro dos conflitos, sem dar espaço para o pieguismo, o individualismo ou a alienação.[4]
O livro dos Salmos é um dos mais citados pelos escritores do Novo Testamento. O próprio Jesus orava os salmos, e sua vida e ação trouxeram significado pleno para o sentido que essas orações já possuíam.
Depois dele, os salmos se tornaram a oração do novo povo de Deus, comprometido com Jesus Cristo para a transformação do mundo, em vista da construção do Reino.[4]
Vários salmos são considerados pelos teólogos como proféticos ou messiânicos, pois referem-se à vinda do Cristo e, por isso, existem muitas citações de versos dos salmistas no Novo Testamento com o propósito de provar o cumprimento das profecias na pessoa de Jesus.[7]
O livro dos Salmos chegou até nós em sua versão grega (Septuaginta) e hebraica. A versão grega deste livro, como de toda a Bíblia, foi utilizada pelos cristãos convertidos e por Jerônimo de Estridão na confecção de sua edição "Vulgata", tradução latina dos livros inspirados. Na Reforma Protestante é que se buscaram os manuscritos originais hebraicos para fazer novas traduções e foi constatada a diferença que havia entre as duas traduções: as versões, apesar de terem o texto completo, diferem na numeração de capítulos e versículos.
No Judaísmo e no Protestantismo, a numeração usada para os Salmos sempre foi a de tradição original hebraica.
O Catolicismo, considerando oficial a tradução da "Vulgata", por muito tempo usou a numeração grega em suas Bíblias. Porém, estudiosos consideram essa numeração errada, uma vez que certos salmos, que parecem ser um só, estão separados, enquanto outros, de assuntos bem diferentes, estão juntos. Vendo que a Vulgata era falha ao se basear somente num texto (Septuaginta), e no ínterim de novas descobertas das Escrituras (Manuscritos do Mar Morto), a Igreja permitiu a tradução das Escrituras diretamente dos originais (Constituição Dogmática Dei Verbum) e promoveu uma nova tradução e revisão da Bíblia ("Neovulgata"), que, desta vez, trouxe a numeração dos salmos a partir da versão hebraica, mas não resolveu a questão dos versículos introdutórios. A despeito desta nova tradução católica, é possível encontrar Bíblias católicas que ainda se baseiam na Vulgata, por seu tradicionalismo, como é o caso da Bíblia Sagrada (editora Ave Maria).
Significado dos principais salmos bíblicos:
• Significado do salmo 2: para expandir a visão e a intuição
• Significado do salmo 6: para afastar a tristeza
• Significado do salmo 7: para revelar a verdade e desmascarar os inimigos
• Significado do salmo 8: para atrair noites de sono mais tranquilas
• Significado do salmo 12: para combater os vícios
• Significado do salmo 15: para encontrar objetos desaparecidos
• Significado do salmo 21: para manter a harmonia entre marido e mulher
• Significado do salmo 25: para encontrar pessoas desaparecidas
• Significado do salmo 30: para proteger de maus espíritos
• Significado do salmo 33: para aprender as coisas mais facilmente
• Significado do salmo 37: para fortalecer a memória
• Significado do salmo 53: para fortalecer a fé e combater a descrença
• Significado do salmo 79: para se destacar profissionalmente
• Significado do salmo 89: para ser bem sucedido nos negócios e empreendimentos
• Significado do salmo 90: para proteger contra roubos, furtos e assaltos
• Significado do salmo 101: para ter filhos e atrair fertilidade
• Significado do salmo 105: para conservar a saúde e curar as doenças
• Significado do salmo 120: para proteção e segurança em viagens
O Salmo 91[12] e muitos outros são considerados proféticos ou messiânicos pela Teologia cristã, pois apontam para a vinda do Messias, sendo com frequência citados no Novo Testamento da Bíblia com o objetivo de identificar Jesus Cristo como o cumpridor da promessa.
Salmo 91
Aquele que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do onipotente descansará. Direi do Senhor meu Deus: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei. Porque ele me livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa. Ele me cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas estarei seguro: a sua verdade é escudo e broquel. Não temerei espanto noturno, nem seta que voe de dia. Nem peste que ande na escuridão, nem mortandade que assole ao meio dia. Mil cairão ao meu lado, e dez mil à minha direita, mas eu não serei atingido. Somente com os meus olhos olharei, e verei a recompensa dos ímpios. Porque Tu, ó Senhor, meu Deus és o meu refúgio. O Altíssimo é a tua habitação. Nenhum mal me sucederá, nem praga alguma chegará à minha casa porque aos seus anjos darás ordens a meu respeito, para me guardarem em todos os meus caminhos. Eles me sustentarão nas suas mãos, para que eu não tropece com o meu pé em pedra. Pisarei o leão e o áspide; calcarei com os pés o filho do leão e da serpente. Pois que tão encarecidamente me amou, ele também me colocará no alto refugio por amor do seu nome., eu lhe invocarei e ele me responderá; estarei contigo na angústia, livrar-te-ei e te glorificarei, dar-te-ei abundancia de dias e te mostrarei a minha salvação