Na época antiga
Quando a cidade de Itasa
Ainda se chamava Itilé,
Após a colina se erguia
Uma montanha, no topo
um assentamento de Orixá.
Este era o Orixá que protegia
a cidade e que de tão poderoso
Era respeitado ate pelo rei.
O rei era Onitilé, e o Orixá
Era Ayrá Intilé.
A MONTANHA DA AYRÁ
Na época antiga
Quando a cidade de Itasa
Ainda se chamava Itilé,
Após a colina se erguia
Uma montanha, no topo
um assentamento de Orixá.
Este era o Orixá que protegia
a cidade e que de tão poderoso
Era respeitado ate pelo rei.
O rei era Onitilé, e o Orixá
Era Ayrá Intilé.
Havia um homem da cidade,
Um homem que ninguém
se lembra do nome.
Ele foi criado dentro das
Tradições do povo,
E todo povo cultuava Ayrá.
Ele viu as pessoas serem
Possuídas pelo Orixá,
Ele viu as oferendas e a fé,
Mas com tudo isso
Ele não acreditava.
O homem via o povo da cidade
Como um bando de lunáticos,
Ria e debochava deles
Quando os via fazendo
o culto.
Mas entre todas as tradições
Havia uma que ele
Não achava graça.
O povo da cidade de Itilé
Não podia subir a montanha
Sagrada durante todo o ano.
O único dia que era permitido
Era no dia da colheita
dos inhames, dia que
Também se fazia a
Celebração de Ayrá.
O homem odiava não
poder ir até lá por causa
Da fé dos outros.
Quando perguntou ao
Babá o motivo de ser
Proibido ir até lá
Então o Babá disse
"Ayrá uma vez foi homem de carne e osso como nós, e nesta época veio até Itile e disse com a própria boca que nós devíamos fazer o assentamento dele, e ele nos ensinou como faze-lo. Depois ordenou que fosse feito bem ao lado o assentamento de Obaji, que seu irmão, e de Ogun que é seu amigo. Depois ele ordenou, e ordenou com veementemente força que ninguém subisse ao topo da montanha durante o ano, pois ele faria do cume sua morada, e junto com ele morariam Obaji, Ogun e sua esposa Oxum. La também seriam bem vindos Oxóssi, Amodé, Orojafin, Obalá, Xango e muitos Orixás, então nós firmamos o pacto de deixar o local isolado e só subir la uma vez ao ano, no dia de fazer as oferendas."
"Mas e se uma pessoa subir la? O que acontece?"
Ele quis saber.
"Aquele que desobedecer, morrerá."
Disse o Babá.
O homem ouviu a história
e achou tao estapafúrdia
Que riu do velho Babá.
Pensou:
"Que gente louca, acham mesmo que esse tal Ayrá existe... mas eu vou provar que não existe."
Saiu da casa do Babá
E marchou para fora
da cidade, ia decidido
rumo a montanha.
O povo o viu passar
E quando perceberam
para onde estava indo
Tentaram impedir,
Mas ele não deu ouvidos,
Saiu da cidade, passou a colina
E chegou aos pés da montanha.
Olhou para o alto cheio
De desprezo e começou
a escalada.
Subiu e subiu, se apoiando
nas pedras, o dia estava
Claro, o céu limpo,
Ele pensou que seria
Uma ótima ideia subir,
Pegar algo do assentamento,
descer e mostrar ao povo
Para provar que não
havia nada no cume.
Quando estava chegando
No topo ele ouviu algo
que o fez ficar confuso,
Era uma voz de mulher,
Uma voz suave e afinada
Que ria.
Então ouviu a voz de homens,
Vozes graves e imponentes,
Essas vozes conversavam
entre si.
O homem ficou irritado,
Em sua cabeça ele pensou
"Veja só, eles dizem que é proibido subir aqui mas pelo visto ja tem gente subindo cá em cima esse tempo todo!"
Então ele escalou a última
pedra e chegou no cume,
Deu alguns passos
E então parou.
Seus olhos se arregalaram
E todo o corpo tremeu.
Haviam pessoas lá sim,
Mas não gente normal.
As pessoas ali eram enormes,
E seus corpos reluziam.
Estavam sentados
sobre pedras, uma belíssima
mulher enfeitada com jóias
Douradas, um homem parrudo
que se vestia com a folha
Da palmeira desfiada,
E entre dois um outro homem,
Grande e musculoso e com
Aquele ar de soberania que
Somente os reis tem.
O homem percebeu
Imediatamente que estava
diante dos Orixás.
Então deu um passo para
Trás com medo,
E a pisada tremula fez
Um mero som.
Os Orixás pararam
de conversar e o homem
Observou aterrorizado
As cabeças se virando
em sua direção, os olhos
cheios de luz e as expressões
duras e frias,
E quando ele encarou
O Orixá do meio
E viu os vincos de furia
Se formando nas feições
duras dele, começou
a gaguejar e abrir e fechar
A boca sem conseguir
dizer nada, assim
Simplesmente deu as costas
e correu, começou a descer
A montanha desajeitado,
Descia o mais rapido
Que podia.
Enquanto descia
O ceu antes claro se tornou
Escuro e os relâmpagos
E trovões vieram do nada.
O povo da cidade se assustou
Quando olharam para a
Montanha e viram a tempestade
se formando sobre ela.
A multidão se juntou
Na colina.
O homem correu entre
eles e quando foi parado
pelas pessoas ele começou
a berrar a plenos pulmões
que tinha visto Ayrá
No topo da montanha.
O povo ficou eufórico
E começou a fazer mil
Perguntas, mas o homem
Não respondia, apenas
Continuava gritando
"Eu vi Ayrá! Eu vi! Eu vi ele!"
Mas a voz do homem foi
Perdendo força,
Foi abaixando ate que
Ele caiu de joelhos
com a boca aberta
Tentando gritar
Mas sem conseguir
Dizer mais nada.
Ali no meio do povo
O homem tombou
Na terra e faleceu.
Ate hoje em Itasa
Dentro do templo
Do Orixá Ayrá
ali ao lado de um de
seus assentamentos
Esta um crânio.
É o cranio daquele homem
Que está lá para
Que todo o povo se
Lembre que com Ayrá
não se brinca.
Mitos dos Orixás,
Dramatização: Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!
Na época antiga
Quando a cidade de Itasa
Ainda se chamava Itilé,
Após a colina se erguia
Uma montanha, no topo
um assentamento de Orixá.
Este era o Orixá que protegia
a cidade e que de tão poderoso
Era respeitado ate pelo rei.
O rei era Onitilé, e o Orixá
Era Ayrá Intilé.
Havia um homem da cidade,
Um homem que ninguém
se lembra do nome.
Ele foi criado dentro das
Tradições do povo,
E todo povo cultuava Ayrá.
Ele viu as pessoas serem
Possuídas pelo Orixá,
Ele viu as oferendas e a fé,
Mas com tudo isso
Ele não acreditava.
O homem via o povo da cidade
Como um bando de lunáticos,
Ria e debochava deles
Quando os via fazendo
o culto.
Mas entre todas as tradições
Havia uma que ele
Não achava graça.
O povo da cidade de Itilé
Não podia subir a montanha
Sagrada durante todo o ano.
O único dia que era permitido
Era no dia da colheita
dos inhames, dia que
Também se fazia a
Celebração de Ayrá.
O homem odiava não
poder ir até lá por causa
Da fé dos outros.
Quando perguntou ao
Babá o motivo de ser
Proibido ir até lá
Então o Babá disse
"Ayrá uma vez foi homem de carne e osso como nós, e nesta época veio até Itile e disse com a própria boca que nós devíamos fazer o assentamento dele, e ele nos ensinou como faze-lo. Depois ordenou que fosse feito bem ao lado o assentamento de Obaji, que seu irmão, e de Ogun que é seu amigo. Depois ele ordenou, e ordenou com veementemente força que ninguém subisse ao topo da montanha durante o ano, pois ele faria do cume sua morada, e junto com ele morariam Obaji, Ogun e sua esposa Oxum. La também seriam bem vindos Oxóssi, Amodé, Orojafin, Obalá, Xango e muitos Orixás, então nós firmamos o pacto de deixar o local isolado e só subir la uma vez ao ano, no dia de fazer as oferendas."
"Mas e se uma pessoa subir la? O que acontece?"
Ele quis saber.
"Aquele que desobedecer, morrerá."
Disse o Babá.
O homem ouviu a história
e achou tao estapafúrdia
Que riu do velho Babá.
Pensou:
"Que gente louca, acham mesmo que esse tal Ayrá existe... mas eu vou provar que não existe."
Saiu da casa do Babá
E marchou para fora
da cidade, ia decidido
rumo a montanha.
O povo o viu passar
E quando perceberam
para onde estava indo
Tentaram impedir,
Mas ele não deu ouvidos,
Saiu da cidade, passou a colina
E chegou aos pés da montanha.
Olhou para o alto cheio
De desprezo e começou
a escalada.
Subiu e subiu, se apoiando
nas pedras, o dia estava
Claro, o céu limpo,
Ele pensou que seria
Uma ótima ideia subir,
Pegar algo do assentamento,
descer e mostrar ao povo
Para provar que não
havia nada no cume.
Quando estava chegando
No topo ele ouviu algo
que o fez ficar confuso,
Era uma voz de mulher,
Uma voz suave e afinada
Que ria.
Então ouviu a voz de homens,
Vozes graves e imponentes,
Essas vozes conversavam
entre si.
O homem ficou irritado,
Em sua cabeça ele pensou
"Veja só, eles dizem que é proibido subir aqui mas pelo visto ja tem gente subindo cá em cima esse tempo todo!"
Então ele escalou a última
pedra e chegou no cume,
Deu alguns passos
E então parou.
Seus olhos se arregalaram
E todo o corpo tremeu.
Haviam pessoas lá sim,
Mas não gente normal.
As pessoas ali eram enormes,
E seus corpos reluziam.
Estavam sentados
sobre pedras, uma belíssima
mulher enfeitada com jóias
Douradas, um homem parrudo
que se vestia com a folha
Da palmeira desfiada,
E entre dois um outro homem,
Grande e musculoso e com
Aquele ar de soberania que
Somente os reis tem.
O homem percebeu
Imediatamente que estava
diante dos Orixás.
Então deu um passo para
Trás com medo,
E a pisada tremula fez
Um mero som.
Os Orixás pararam
de conversar e o homem
Observou aterrorizado
As cabeças se virando
em sua direção, os olhos
cheios de luz e as expressões
duras e frias,
E quando ele encarou
O Orixá do meio
E viu os vincos de furia
Se formando nas feições
duras dele, começou
a gaguejar e abrir e fechar
A boca sem conseguir
dizer nada, assim
Simplesmente deu as costas
e correu, começou a descer
A montanha desajeitado,
Descia o mais rapido
Que podia.
Enquanto descia
O ceu antes claro se tornou
Escuro e os relâmpagos
E trovões vieram do nada.
O povo da cidade se assustou
Quando olharam para a
Montanha e viram a tempestade
se formando sobre ela.
A multidão se juntou
Na colina.
O homem correu entre
eles e quando foi parado
pelas pessoas ele começou
a berrar a plenos pulmões
que tinha visto Ayrá
No topo da montanha.
O povo ficou eufórico
E começou a fazer mil
Perguntas, mas o homem
Não respondia, apenas
Continuava gritando
"Eu vi Ayrá! Eu vi! Eu vi ele!"
Mas a voz do homem foi
Perdendo força,
Foi abaixando ate que
Ele caiu de joelhos
com a boca aberta
Tentando gritar
Mas sem conseguir
Dizer mais nada.
Ali no meio do povo
O homem tombou
Na terra e faleceu.
Ate hoje em Itasa
Dentro do templo
Do Orixá Ayrá
ali ao lado de um de
seus assentamentos
Esta um crânio.
É o cranio daquele homem
Que está lá para
Que todo o povo se
Lembre que com Ayrá
não se brinca.
Mitos dos Orixás,
Dramatização: Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!