terça-feira, 24 de maio de 2022

A História Do Pentagrama Nas Antigas Igrejas e Na Magia

 

A História Do Pentagrama Nas Antigas Igrejas e Na Magia



Muitos conhecem o pentagrama como um simbolo pagão ou representação dos 4 elementos, mas não se limita apenas a isso. Neste artigo irei abordar os diversos usos do pentagrama ao longo da história, este símbolo tão poderoso já passou por vários sistemas e religiões, inclusive a cristã. Também passou pelas culturas Maia, Chinesa, Grega, Indiana e Egípcia. Como um símbolo cristão passou a ser julgado pelo mesmo sistema religioso?

O uso mais antigo foi datado de 3500 A.C na Mesopotâmia antiga através de cerâmicas que foram encontradas com este símbolo, acredita-se que o pentagrama simbolizava os 4 cantos do mundo e o poder imperial.

Os druidas celtas acreditavam que o pentagrama representava o divino existente em todas as coisas e principalmente na natureza e divindades ligadas a guerra, em especial a deusa Morrighan.

Na Grécia, ele era considerado um simbolo de perfeição e foi muito explorado pelos pitagóricos por conta de sua geometria, perfeição e alinhamento, e era considerado como a proporção divina. Foi chamado de Pentalfa/Pentalpha. Pitágoras além de interligar os elementos com os ângulos do pentagrama atribuiu o número 5 ao homem e à força microcosmica. A sua representação pitagórica além de ser microcósmica não só representava os elementos mas também o conceito de calor e idéia.


O pentagrama também é encontrado na medicina tradicional chinesa, simbolizando em cada ponta um elemento e seu ciclo de destruição e geração, pois cada elemento precisa do outro para ser gerado ou para ser destruído, representando o equilíbrio entre as duas forças. Como mostrado abaixo, a água inibe o fogo enquanto a madeira gera o fogo:

O portal do instituto sociocultural Brasil - China, Ibrachina diz que:

O Wu Xing (Wu – “cinco” e Xing – “andar”) estabelece um conjunto de interações entre cinco elementos naturais. De acordo com a teoria, fogo, água, metal, madeira e terra são fases de transformação que ocorrem em todos os fenômenos químicos, físicos, biológicos ou psicológicos. A teoria dos cinco elementos – ou movimentos – foi estabelecida por Zou Yan. O filósofo é conhecido como o fundador do pensamento científico chinês e foi um importante membro da Academia Jixia. Seus ensinamentos durante o Período dos Reinos Combatentes (475 a.C. – 221 a.C.) combinavam a teoria dos cinco elementos e a do Yin Yang. Os processos que envolvem o Wu Xing se dividem em estimulação (representado pelo movimento circular) e inibição (que segue o movimento do pentagrama) do Qi, a energia vital. No primeiro ciclo a madeira alimenta o fogo, que produz terra com suas cinzas, que reúne o metal, que origina água ao se aquecer e dissolver, que dá vida à madeira. No segundo ciclo a madeira nutre a terra, que retém a água, que apaga o fogo, que funde o metal, que corta a madeira. 



Os antigos medievais consideravam o pentagrama um poderoso amuleto contra demônios e era chamado de "Nó Infinito", costumava-se utilizar nas portas e janelas. Com a ponta para cima simbolizava o verão, e invertido simbolizava o inverno, por conta disso algumas tradições neopagãs usam o pentagrama como forma de representar as estações. Sir Gawain em seu poema chamado "O Cavaleiro Verde" transcrito por volta de 1400, considerava o pentagrama uma representação das 5 virtudes da nobreza. Generosidade, Cortesia, Castidade, Cavalheirismo e Piedade.


Na astronomia grega, os antigos astrônomos descobriram que o caminho do planeta vênus forma um pentagrama quando orbita o sol quando observado da terra, hoje é comprovado que o caminho de vênus forma um pentagrama imperfeito a cada oito anos.




A órbita de Vênus após oito anos, mais conhecida como a rosa de Vênus, 
motivo pelo qual rosas atualmente são usadas em rituais de Vênus.


O pentagrama é uma figura de uma estrela composta por 5 retas e que possui 5 pontas. Também significa uma palavra de 5 letras.

Em correntes hinduístas, alguns yantras de Guhyakali tem um pentagrama, devido ao número de cinco a ser associado com Kali. Um YANTRA é um desenho geométrico que age como uma ferramenta altamente eficiente para contemplação, concentração e meditação. As YANTRAS carregam significado espiritual: há um significado específico que pertence aos níveis mais elevados de consciência. O YANTRA fornece um ponto focal que é uma janela para o absoluto. O Yantra remete à uma inteligência especifica manifestada em nosso universo e que podemos vivenciar em sua pura essência – como a compaixão, também relacionado com a personificação em forma de deidade através de formas geométricas.

Em música são as 5 linhas paralelas que compõem a partitura. É no pentagrama que hoje nós escrevemos as partituras, mas nem sempre foi assim. Durante muito tempo a transmissão da música era feita de forma oral de geração em geração.

Do século V ao VII já existia o sistema de neumas. Ele não definia a altura exata do som, apenas uma ideia aproximada da linha melódica. Pentagrama ou Pauta Musical é a disposição de cinco linhas horizontais, paralelas e equidistantes. Com isso formam também quatro espaços intermediários, onde se escreve as notas musicais. São nas linhas e nos espaços que escrevem-se as notas. Conta-se as linhas e os espaços de baixo para cima. É pela posição da nota no pentagrama que indica-se a altura do som. Quanto mais em cima for grafada a nota musical na pauta, mais aguda ela será.


O pentagrama pode apresentar duas formas: pentagonal ou estrelada (com 10 ângulos), o pentagrama possui simbologia multipla, mas sempre se fundamenta no número cinco, a união dos desiguais, a união do princípio feminino (2), com o princípio masculino (3), sendo assim uma representação do microcosmo. Simboliza a androginia e da síntese de forças complementares. O pentagrama é conhecido também como o símbolo do infinito, pois é possível traçar outro pentagrama menor dentro do pentagrama maior, e assim infinitamente. Representa uma união fecunda, o casamento, a realização, unindo o masculino e o feminino, simbolizando ainda, dessa forma, o andrógino.


O pentagrama foi tido pelos Hebreus como simbolo da verdade e das 5 virtudes dos 5 livros do Pentateuco (presentes no velho testamento atribuídos a Moisés), e mais tarde foi atribuido as 5 santas chagas de Cristo, e a Epifania de Cristo foi marcada com um pentagrama. A Epifania do Senhor ou Teofania é uma festa religiosa cristã que comemora a manifestação de Jesus Cristo como Deus encarnado. No cristianismo ocidental, esta festa lembra primariamente a visita dos Três Reis Magos, enquanto no Oriente lembra o batismo de Jesus.

Antes da inquisição não havia ligação maligna ao símbolo do pentagrama, era um símbolo da verdade, dos mistérios de Deus e da criação. Após um tempo isto foi atribuído a cruz, mas o pentagrama foi identificado por mais alguns séculos após a ressurreição de Cristo. Os antigos Templários utilizaram o pentagrama em sua arquitetura após descobrirem formações naturais deste simbolo. Ao centro da Ordem dos Templários ao redor de Rennes du Chatres na França, existe um pentagrama formado pelas montanhas de forma naturalmente imperfeita que percorre quilômetros.

Atualmente é possível encontrar em igrejas antigas de Portugal este simbolo em vitrais ou em suas torres. 

No ano de 1303, numa sexta feira 13 de outubro os Templários foram dizimados por Luís IX acusados de heresia, magia negra e outras justificativas semelhantes. Por conta deste acontecimento até hoje a sexta feira 13 é considerada um dia de azar.


Durante a inquisição o simbolismo do pentagrama passou a ser alterado, ao invés de representar a natureza, seus ciclos e transformações, passou a ser a representação da cabeça de um bode cujos templários foram acusados de adorar mesmo após serem dizimados. Nesta mesma época mulheres com o conhecimento deste simbolo ou de outras coisas que não poderiam ser explicadas pela igreja foram acusadas de bruxaria, principalmente aquelas que trabalhavam com ervas e fabricavam remédios. Deuses pagãos automaticamente foram associados ao diabo cristão. O pentagrama passou a ser chamado de pé de bruxa.

Devido os perigos da inquisição, os que optaram por manter seus cultos, tiveram que fazê-lo em segredo. 

O símbolo permaneceu vivo, e ao final das perseguições, magos, filósofos, ocultistas e alquimistas passaram a utilizar o pentagrama em seus estudos. O pentagrama é um símbolo muito utilizado pelos eruditos da escola francesa de Cabalá.

O Hermetismo com seu princípio de correspondência fez com que o simbolismo do pentagrama retornasse ao pensamento pitagórico, como a estrela do microcosmo representação do homem enfatizando que o que está acima é como o que está abaixo.


Em 1532 o Calendarium Naturale Magicum Perpetuum (grimório tardio do renascimento e uma impressão esotérica de gravuras de calendário) retratou o homem microcósmico com uma ilustração atribuída à Agrippa.

O homem invidual (microcosmo) era representado como um homem de pernas abertas formando uma cruz, e o homem universal (macrocosmo) era representado da mesma forma. Atribuiu-se cada membro a um planeta, incluindo o órgão genital que se interligava à lua. Agrippa diz que figuras geométricas formadas a partir de números tem grande poder de realização e o pentagrama por conta de sua perfeição, tem força acima de forças malígnas. Após esse período, passou-se a unir as pontas do pentagrama aos elementos e aos planetas na astrologia (júpiter, mercúrio, marte, saturno e vênus).

Calendarium Naturale Magicum Perpetuum, Seu título completo é Magnum Grimorium sive Calendarium Naturale Magicum Perpetuum Profundissimam Rerum Secretissimarum Contemplationem Totiusque Philosophiae Cognitionem Complectens


No mesmo perído o Homem Vitruviano foi encontrado no bloco de notas de Leonardo da Vinci, feito pelo mesmo por volta de 1490 baseando-se no conceito exposto na obra “Os dez livros da Arquitetura”, escrito pelo arquiteto romano Marcus Vitruvius Pollio. Desta forma, o homem descrito por Vitruvius apresenta-se como um modelo ideal para o ser humano, cujas proporções são perfeitas, segundo o ideal clássico de beleza.Vitrúvio já havia tentado encaixar as proporções do corpo humano dentro da figura de um quadrado e um círculo, mas suas tentativas ficaram imperfeitas. Foi apenas com Leonardo que o encaixe saiu corretamente perfeito dentro dos padrões matemáticos esperados. O redescobrimento das proporções matemáticas do corpo humano no século XV por Leonardo e os outros é considerado uma das grandes realizações que conduzem ao Renascimento italiano. Esse desenho é usado até hoje por ilustradores para aprender a proporção humana, como se fosse um guia universal de ilustração. 

Na ciência propriamente dita, a estrela pentagrama é um interessante diagrama que descreve várias leis matemáticas: se encontra representada nos logaritmos, na sequência de Fibonacci, na espiral logarítmica, nos fractais etc. Foi simbolo da verdade e do humanismo.



Na era vitoriana, sociedades metafísicas foram criadas com base na Cabalá, o ocultista francês e mago Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) foi reconhecido em tais estudos, iniciou o renascimento moderno da magia como caminho espiritual e desempenhou um papel central no desenvolvimento do tarot esotérico. fazendo com que novas sociedades fossem criadas, uma dessas foi a Golden Dawn (Aurora Dourada). Através de suas atividades e livros, ele impactou significativamente outros importantes ocultistas, incluindo os tarólogos. Levi foi o responsável por alterar a palavra "coins" para "pentacles" no tarot e também foi o criador do tetragrammaton, que representa o domínio no espírito sob os elementos.



Com Eliphas Levi , o pentagrama pela primeira vez, através de uma ilustração, foi associado ao conceito do bem e do mal. Ele ilustra o pentagrama microcósmico ao lado de um pentagrama invertido formando a cabeça de um bode.


O pentagrama voltou a ser usado em rituais pagãos à partir de 1940 com Gerald Gardner. Sendo utilizado nos rituais simbolizando os três aspectos da deusa e os dois do deus, surgindo assim a nova religião Wicca. Desse modo, o pentagrama retoma sua força como poderoso talismã, ajudado pelo aumento do interesse popular pela bruxaria e Wicca, que à partir de 1960, torna-se cada vez mais disseminada e conhecida. Com a morte de Gardner em 1964, o Ofício continuou a crescer inabalável apesar do sensacionalismo e das opiniões negativas publicadas pelos tabloides britânicos, com novas tradições propagadas por figuras como Robert CochraneSybil Leek e Alex Sanders, criador da Tradição Alexandrina, que, baseada no Garderianismo, embora com uma ênfase na magia cerimonial, espalhou-se rapidamente e ganhou muita atenção da mídia. Nesta época, o termo "Wicca" começou a ser adotado ao lado de "Bruxaria" e suas crenças e tradições exportadas para países como Austrália e os Estados Unidos. Foi nos Estados Unidos e na Austrália que novas tradições da Wicca surgiram, muitas vezes baseada em folk regionais e às vezes misturadas com a estrutura básica da Wicca de Gardner, gerando diversas formas de Wicca como o Dianismo de Zsuzsanna Budapest, cada uma delas enfatizando diferentes aspectos do ofício.

Gerald Garner em imagem popular retirada do portal do Museum Of Witchcraft And Magic

Com o crescimento da Wicca a Igreja na época reage de forma radical, chegando ao extremo quando Anton LaVey em 30 de Abril de 1966, passa a utilizar o pentagrama invertido como simbolo da igreja de satanás, em alusão ao bode de Eliphas Levi. Grupos religiosos mais radicais passaram a "perseguir" e difamar Wiccanos e adeptos do simbolo do pentagrama em diversas vertentes acreditando ser um símbolo malígno e diabólico. Na mesma época, Wiccanos cogitaram abandonar o uso do pentagrama por conta da perseguição. 


No livro "A Magia das velas" de Gerina Dunwich,
 é dito que velas com pentagramas
 esculpidos ou desenhados possuem maior poder



O pentagrama até hoje é associado à deusa vênus, à divindade da estrela matutina portadora do conhecimento, representa os 5 estagios da vida (nascimento, infância, maturidade, velhice e morte), feminino (com a ponta para cima), masculino (com duas pontas para cima), o bem e o mal (de acordo com Levi), os 4 elementos (ar, água, terra, fogo e espírito), é a medicina dos metais e a pedra dos sábios. É usado em portas e janelas para proteção, para consagrar ferramentas, em algumas vertentes da wicca é associado à terra e por conta disso é utilizado em magias para atrair dinheiro.

Respeitando a direção do traço, o pentagrama é ativado no ar com as ferramentas (athame, punhal, bastão, varinha) ou com o indicador de bruxa. Pode significar os estágios vida do magista (nascimento, iniciação, realização, repouso e morte). 



Este símbolo é encontrado na natureza das mais diversas formas, principalmente em frutas e flores, observe e verá sua perfeição nos mínimos ângulos e detalhes.


Alguns praticantes fazem uso do ritual do pentagrama, o que muitos não sabem é que ele não se limita apenas a um ritual de banimento, pode-se usa-lo para os mais diverso fins dependendo da direção que se é traçado, é aí que mora o perigo de se trabalhar com ele sem estudar a fundo as realizações e desrealizações possíveis em cada direção e as dimensões presentes em cada ângulo, nós da Aurora não recomendamos este ritual para neófitos, aliás, não recomendamos nenhum tipo de prática sem estudo e iniciação. Não iremos falar acerca deste ritual neste post por questões de segurança.

Na umbanda é comum de se ver pentagramas em pontos riscados, principalmente de marinheiro.

Por que?

Devido sua ligação com o trono da geração.

O mar é composto de inúmeros microorganismos em formato de estrela. O traço inicial para a formação do símbolo é representado por um triângulo, que representa o feminino e masculino (duas polaridades divinas) que unidos formam o princípio da geração em mais um ângulo, formando um losango ou como em outros segmentos chamam, lança da geração. É por isso que sistemas que trabalham com tronos divinos afirmam que o diamante é a pedra da geração, por conta de seu formato de diamante, o losango possui 4 ângulos que representam os 4 elementos, os 4 elementos unidos formam a quintessência, resultando em mais um ângulo (pentágono, que traçado por dentro resulta no pentagrama). 





Alguns magistas trabalham com os sub reinos elementais, que são elementos gerados a partir da combinação das demais pontas. Cristal, Mineral e Vegetal. Resultando em 7 elementos + o Akasha ou o "mistério". Um pouquinho dessa base é do sistema de criação e destruição da medicina tradicional chinesa ou do cruzamento de campos.


O significado mais encontrado em círculos contemporâneos, é o de que o pentagrama é símbolo da criação, a união dos elementos componentes do espírito, a combinação gerada de Akasha. Akasha é isento de espaço e de tempo. Segundo Franz Bardon, é o que as religiões chamam de Deus.O pentagrama independente de sua vertente ou corrente filosófica está presente em tudo, é poderoso, ancestral, histórico e imortal. É o simbolo da perfeição, do paganismo, da bruxaria, acompanhou a evolução do pensamento humano perante os sentidos da vida. 



Três livros de Filosofia Oculta, Livro II Capítulo VIII Página 380

Do número 5 e sua escala


O número 5 não tem pouca força, pois ele é constituído

pelo primeiro número par e pelo primeiro número ímpar, como de uma fêmea e um

macho; pois um número ímpar é macho e o par é fêmea.

Os aritméticos, por sua vez, chamam a um de o pai e a outro de a mãe.1

Portanto, a perfeição do número 5 não é pequena, nem sua virtude, que procede da mistura

desses números: ele é também o meio justo do número universal, 10.

Pois, se você divide o número 10, haverá 9 e 1, ou 8 e 2, ou 7 e 3, ou 6 e 4, e toda coleção compõe o número 10, e o meio exato é sempre o 5, sendo equidistante; e, portanto, ele é chamado pelos

pitagóricos de número do matrimônio,2 bem como da justiça,3 porque ele divide o número 10 em uma escala par.

O homem tem cinco sentidos:

visão, audição, olfato, paladar e tato;

cinco poderes na alma: vegetativo, sensitivo, concupiscível, irascível, racional;

cinco dedos da mão; cinco

planetas vagando nos céus, de acordo com os quais existem termos quíntuplos4

em todo signo.

Nos elementos, há cinco tipos de corpos mistos: pedras, metais, plantas, animais-planta, animais; e o mesmo número de tipos de animais, tais como homens, animais de quatro patas, rastejantes, nadadores e voadores.

E há cinco espécies pelas quais todas as coisas são feitas de Deus: essência, o mesmo,5 outro,6 sentido, movimento.

A andorinha gera cinco filhotes, que ela alimenta de maneira igual, começando com o mais velho e passando pelo resto, de acordo com as idades.

Além disso, esse número tem grande poder em expiações: pois nas coisas sagradas ele afasta os demônios.

Nas coisas naturais, ele expulsa venenos.

Também é chamado de o número da boa fortuna e do favor, e é o selo do Espírito Santo e um vínculo que une todas as coisas, além de ser o número da cruz,7 eminente com as principais chagas8 de Cristo, uma vez que ele prometeu manter as cicatrizes em seu corpo glorificado. A

filosofia pagã dedicava esse número como sagrado para Mercúrio,9 estimando sua virtude em muito superior à do número 4, uma vez que um ser vivo excede uma coisa inanimada.10

Nesse número, o pai Noé caiu nas graças de Deus e foi preservado no dilúvio.11 Na virtude desse número, Abraão,12 tendo 100 anos de idade, teve um filho com Sara, que tinha 90 anos e era estéril, já incapaz de engravidar, gerando assim um grande povo. Assim, no tempo de graça, o nome da onipotência divina é invocado com cinco letras. Pois no tempo da natureza, o nome de Deus era invocado com três letras, ydc Sadai;13 no tempo da Lei, o nome inefável de Deus era expresso com quatro letras, hwhy, que os hebreus exprimem yndh Adonai; no tempo da graça, o nome inefável de Deus tinha cinco letras, hwchy Ilhesu,14 que é invocado com não menos mistério que o nome de três letras, wcy.15


Notas


1. Masculino 3 e Feminino 2.

2. Theon diz que 6 é o número do matrimônio, porque é um número perfeito, igual à soma de suas partes

(1+2+3=6), explicando: ―Por isso é chamado de casamento, pois a tarefa do casamento produz filhos

semelhantes aos pais‖ (Theon 2.45 [Lawlor, 67-8]). Uma vez que 5 é produzido pela adição de 2 e 3,

enquanto 6 é produzido pela multiplicação de 2 e 3, parece-me que 5 pode ser chamado de número do

amor, ou união, enquanto 6 é o número da geração, pois a multiplicação gera mais que a soma de suas

partes.

3. Os pitagóricos chamam o pentaedro de providência e justiça, porque iguala as coisas desiguais, sendo a

justiça um meio entre excesso e falta, assim como o 5 é o meio dos números que são igualmente distantes

dele dos dois lados até o decaedro, parte superando, parte sendo superada pelos outros, como se pode ver

na seguinte disposição:

1. 4. 7.

2. 5. 8.

3. 6. 9.

Pois aqui, estando no meio, o 5 não se afasta da linha do equilíbrio enquanto uma escala é elevada

e a outra desce (Thomas Taylor, Theoric Arithmetic, 194, citado por Taylor em sua nota [p. 240-1

e p. 98 de sua tradução de Jamblichus, Life of Pythagoras).

Uma explicação praticamente igual do 5 como número da justiça ocorre em Theon 2.44 (Lawlor, 67).

4. Termos astrológicos são divisões desiguais do arco de 30° de cada signo do zodíaco em cinco partes,

atribuídos aos planetas Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno em variadas ordens. Ptolomeu cita o

egípcio, o caldeu e o sistema dele mesmo (que ele alega ter descoberto em um antigo manuscrito) de

termos em Tetrabiblos 20 e 21. Termos não muito usados na Astrologia moderna.

5. Similaridade.

6. Diferença.

7. Um para cada um dos quatro braços e um para o ponto de interseção.

8. Principais, porque a sexta, causada pelos espinhos da coroa de Cristo, não está incluída.

9. Meursius, em seu Denarius Pythagoricus, que é baseado na Aritmética teológica de Nicômaco, o

Pitagórico, e outros filósofos platônicos, diz que 4 é o número de Mercúrio. Ver a introdução de Thomas

Taylor a Hymns to Orpheus (Raine e Harper, 202).

10. O 4 significa os quatro elementos inertes; portanto, o quinto número deve ser algo além, algo

espiritual.

11. Havia cinco membros na família de Noé. Ver Gênesis 7:13.

12. Pode ser uma referência à partilha do pão entre Abraão, sua esposa e os três anjos de Deus (Gênesis

18:6), ou ao uso por Deus do nome El Shaddi (ydcla), um nome de cinco letras para descrever a si

mesmo quando ele proclama o nascimento por vir de Isaac (Gênesis 17:1), ou a troca de Deus do nome de

Abrão (srka) para Abraão (shdka), aumentando-o para cinco letras com a adição de He (h), a quinta

letra do alfabeto hebraico (Gênesis 17:5).

13. Sendo hoje mais comum a forma Shaddi.

14. Geralmente transcrito em inglês como Yeheshuah.

15. Jesu.

Fontes:

Três livros de Filosofia Oculta

Magia Hermética

A Golden Dawn

Guia Essencial da Bruxa Solitária

Fragmentos de Mistérios Ocultos

Ibrachina

Spectrum Gothic

Vera Novo

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