Todo o povo da região rapidamente conheceu Antônio.
Ele havia chegado ali há pouco mais de um ano, aquela aldeia no interior de Minas Gerais
Todo o povo da região rapidamente conheceu Antônio.
Ele havia chegado ali há pouco mais de um ano, aquela aldeia no interior de Minas Gerais era até bem desenvolvida para época colonial. Antônio vivia da lavoura mas o povo às vezes desconfiava um pouco pelo fato de ele produzir tão pouco em suas terras mas ao mesmo tempo parecer nunca precisar de dinheiro.
Vivia na casinha de um único cômodo da Chácara junto com a filha, Berenice havia acabado de completar oito anos e isso era sabido por todos já que Antônio Caprichou em fazer as comemorações de aniversário junto com todas as crianças da escolinha.
E todo o povo da Aldeia por mais que fosse gente muito desconfiada jamais suspeitou que Antônio, o agricultor matuto, não era agricultor há muito tempo.
No Rio de Janeiro muito se falava a respeito de um homem nascido na Freguesia de Alagoas mais que havia feito Fortuna no Rio de Janeiro com o mau serviço de matador.
Era um homem mestiço de mãe índia e pai branco mas que por mais que houvesse essas duas origens em Seu sangue, na verdade foi criado por uma africana alforriada que tinha fama de catimbozeira. Ninguém jamais soube no Rio de Janeiro que aquele homem que se chamava Antônio já que na boca de todo mundo era conhecido por Mangueira devido ao feitiço da folha de mangueira que a velha catimbozeira havia feito a ele.
O citado feitiço era um patuá muito antigo chamado de envurtamento, diziam que com esse feitiço Mangueira não podia ser visto por ninguém se não quisesse, e foi por isso que mesmo tendo sido famoso como matador ele jamais foi preso nem caçado pela guarda pois toda vez que os soldados se colocavam em seu encalço muitas vezes passavam diante dele e não se davam conta. E Mangueira ia usando sempre um colarzinho de corda com uma pequena garrafinha de vidro grosso usada feito pingente mas que todo mundo sabia que dentro da garrafinha tinha as tais folhas de mangueira bem rezadas, amassadas de curtidas e que quando ele se apegava nelas sumia do mundo.
E todo mundo no Rio de Janeiro agora se perguntava onde estava o tal Mangueira, afinal de conta as pessoas que queriam eliminar seus inimigos andavam por aí perguntando como poderiam contatá-lo, mas no fim das contas Mangueira sumiu.
O boato que corria era que o tal Mangueira havia se engraçado com uma das quengas do cabaré de Maria Padilha, uma quenga que não se cuidou bem e acabou pegando barriga de um dos clientes.
Diziam que era coisa de romance entre mangueira e a tal moça e que mesmo após o infortúnio da Coitada ter morrido de parto, Mangueira lançou mão da Criança e passou a cuida-la como se fosse sua filha.
Até faziam piada disso falando que Mangueira sustentava filha de p...
Corria a boca miúda que aquela menina se chamava Berenice e que não se parecia nada com a Mangueira tendo ela os cabelos louros e os olhos claros e ele sendo um homem moreno Como os índios são.
Durante muito tempo Mangueira ganhou a vida Enchendo os bolsos de dinheiro e mandando muita gente para o inferno, não é de se admirar que havia muitos inimigos.
Era por isso que Antônio já não usava mais o nome Mangueira e não costumava se demorar mais de um ano em um único lugar. Porém aquela aldeiazinha mineira era tão agradável que ele acabou perdendo o senso do tempo e já fazia meses demais para se ocupar a mesma casa e a mesma terra.
Berenice na sala de aula daquela pequena escolinha que na verdade era uma única sala construída de pau-a-pique, estranhou a professora muito tempo parada na janela. Foi até ela pois era a menina muito conversadora da qual a professora gostava muito.
A professora olhava curiosa para a praça que ficava logo diante da escola onde havia um coche para cavalos beberem água, e quando Berê perguntou o que a professora tanto reparava, a mulher contou que nunca havia visto tantos homens a cavalo naquela cidade e que todos pareciam vir de fora e pelas botas de couro, talvez fossem ou do Rio de Janeiro ou de São Paulo.
Berê ficou na ponta dos pés e espiou para fora e viu aquele bando de gente, uns homens muito mal encarados. Dali já começou a tremedeira da menina que era nova mas já era muito bem instruída, pediu a professora para ir embora antes do tempo e a professora é claro que recusou pois não era coisa habitual mas Berê insistiu tanto que acabou sendo até permitida sair dali para ir logo para casa.
Costumava voltar para casa de carroça junto com seu Chico que era vizinho de seu pai, mas naquele dia não teve carroça pois não havia tempo de esperar e a menina correu desesperada pelas ruazinhas de terra até que chegou no portão da chácara aonde logo vi o seu pai com enxada na mão preparando a terra para um novo plantio. Sem pestanejar foi logo gritando enquanto se aproximava:
— Pai! Pai! Dez homens a cavalo com botas de couro curtidas! Estão todos na praça!
Antônio olhou para filha por um breve momento mas então seus olhos se levantaram e ele parecia observar algo por trás dela.
Berê virou o rosto para olhar para trás e já logo viu a nuvem de poeira da cavalaria vindo galopando pela estrada.
Antônio a pegou no colo e correu para dentro de casa trancando a porta atravessando nela uma barra de farro e rapidamente puxando debaixo da cama a maleta com sua garrucha e sua faca afiada.
A menina olhava para o pai desesperada pois ele nunca havia a criado com ilusão e desde que ela teve entendimento ele contou quem ela era e por que estava sendo caçada.
Anos Antes Mangueira conhecer a uma jovem moça no cabaré que havia acabado de chegar lá e que trabalhou nem bem um mês antes que a dona da casa, que era a tal Maria Padilha, descobrisse que a moça estava grávida.
Padilha ameaçou de colocar a mulher na rua pois entendeu que ela já havia chega ao cabaré grávida e isso não era coisa que se fizesse pois quando chegou ela jurou que não tinha nada, mas Mangueira que sempre foi homem brusco acabou por se afeiçoar pela moça que era muito sensível e bondosa. Ela contou a ele que na verdade havia iniciado na prostituição naquele exato momento porque antes não era nada além da empregada da casa de um homem muito rico, um mercador de escravos. Era ele o pai da criança, o homem havia engravidado jurando e de alguma maneira iria conseguir o desquite da esposa e então ele a moça e a criança que ela trazia na barriga seria uma nova família. Não se sabe dizer se o tal Mercador de escravos era sincero ou mentiroso, só o que se sabe dizer é que logo mais ele apareceu morto e todos mesmo tendo ser informados que havia sido um mal do coração sabiam bem que Dona Glória, a esposa, havia dado um fim nele.
O grande problema é que o tal Mercador de escravos era desafeto dos abolicionistas que publicavam os jornais em ofensa aqueles que ainda se mantinham lucrativos em torno da escravidão e uma das notícias descobertas que reberverou em todos os folhetins do Rio de Janeiro foi que o tal homem morto tinha uma herdeira bastarda e que Dona Glória por nunca ter tido filhos teria que dividir metade de todo o dinheiro com ela.
Berenice sabia de toda essa história e sabia também que aqueles homens ali fora queriam matar Antônio que para ele era Mangueira mas principalmente queria matar ela porque para eles eliminar Antônio era a vingança mas eliminar ela era serviço pago por Dona Glória.
Quando a tal moça morreu de parto Antônio até pensou em largar a criança na roda dos enjeitados mas ficou esperando pois sabia que criança recém-nascida jogada na roda geralmente morria pois as freiras do orfanato não cuidavam bem delas, e ele que havia sido criado pela tal senhora catimbozeira não sabia só das coisas de matador mas sabia também das coisas de dentro de casa, por mais que fosse homem brusco e muito severo ele entendia muito bem de cuidar de criança e depois de um ano cuidando do bebê Antônio já não entendia mais Berenice como Filha dos outros, ele entendia Berenice como sua filha. Não a levou para orfanato, decidiu ser pai.
E foi por isso que ele largou tudo no Rio de Janeiro e foi se esconder por aí com a menina para dar a ela uma chance de ser feliz
Mas naquele momento os dois dentro do cazebre já escutavam os cascos dos Cavalos pisoteando toda a plantação em volta e os assobios dos homens perseguidores já comemorando por tê-los encontrado.
Lá de fora uma voz aspera berrou:
— Anos te procurando, mas uma hora eu ia te achar Mangueira! Mas não se preocupe não, bota a menina pra fora que nós vamos levar ela e ninguém vai mexer contigo!
Antônio engoliu em seco enquanto se esgueirava perto da janela para ver o que estava acontecendo lá fora e com horror reparou que mais cavalos montados chegavam para rodear a casa.
Então veio o primeiro chute na porta, por mais que a barra que a fechava fosse de Ferro ainda assim com vários daqueles homens chutando uma hora ela iria Se romper eles iriam entrar. Antônio então foi novamente naquela maleta que havia pego embaixo da sua cama e tirando ali um colar com uma pequena garrafinha de vidro grosso com pingente. Ele então se encaminhou até Berenice se ajoelhou na frente dela colocando o colar no pescoço da menina e sem dizer nada começou a rezar aquela Ladainha que ativava as folhas de mangueira.
Ele pegava a garrafinha encostava nos ombros da menina em seguida encostava sobre o coração enquanto dizia palavras incompreensíveis. Berenice tentou falar alguma coisa mas ele Balançou a cabeça para que ficasse quieta então Apenas disse:
— Ninguém vai te ver, você vai se esconder embaixo da cama, e ainda assim eles vão levantar a cama pode ter certeza, vão vasculhar tudo para te procurar mas eles não vão te ver. Só que eles podem te ouvir então você não vai poder fazer barulho nenhum, entendeu?
Berenice Balançou a cabeça em concordância e sussurrou:
— Eles são muitos... pai eles vão te matar...
Antônio Segurou o rosto da menina com ambas as mãos ele deu um beijo na testa e depois a puxou para um abraço.
— Aguenta um dia aqui em baixo da cama, depois foge de volta para o Cabaré. Não tira o colar do pescoço por nada.
Então a empurrou para que ela se abaixar e fosse para debaixo da cama.
Assim que ela estava lá bem escondida ele colocou a mão firme no cabo da faca e foi nesse momento em que a porta se rompeu e o primeiro homem entrou.
Antônio ficou em pé como um relâmpago e avançou sobre o invasor, cravou a faca na barriga do homem e com o ombro o empurrou para o lado, o segundo entrou já armado e deu um tiro na direção de Antônio que se esquivou com grande velocidade, ele não foi para cima deste e com a faca igual um raio e o golpeou na mão fazendo a arma cair no chão e em seguida voltou novamente com a faca com a ponta para cima e cravou-lhe na papada fazendo a lâmina sair por dentro da boca, e nesse meio tempo um disparo veio de fora e o primeiro tiro atingiu o Antônio em cheio na região da costela. Ele colocou a mão no furo por um segundo Então respirou o fundo e berrou rugindo como um leão e foi para porta onde vários homens agora entraram, disparou com a sua garrucha, que era arma antiga que podia dar apenas um tiro, e acertou na cabeça um que tentava colocar a cara por uma das janelas, com sua faca ele girava entre os Invasores que agora já eram muitos dentro daquela casinha de um único cômodo e conseguiu derrubar muitos deles mas então veio o segundo disparo e um tiro agora no ombro. Antônimo mudou a faca de mão porque não conseguia mais mexer o braço direito e só podia contar com o esquerdo mas ainda assim ele derrubou mais dois até que soltou um ganido de dor quando a lâmina de algum deles afundou em suas costas. Rapidamente vários homens chegaram e começaram a enfiar as lâminas em Antônio dando lhes tocadas e vazando-lhe todo o corpo mas ainda assim Antônio gritava e conseguiu cortar a garganta de mais dois.
Uma cachoeira de sangue corria pelo seu corpo e inundava o chão.
Mas era um Homens Demais para dar conta e depois de muita luta conseguiram derrubá-lo e o pisoteando com as botas aqueles vários que ainda não haviam entrado na casa até o momento ou que conseguiam ainda se mexer mesmo tendo sido atingidos começavam a pisotear com muito ódio.
Berenice apertava as duas mãos contra a boca para não fazer barulho enquanto via ali deitada no chão embaixo da cama o que faziam com seu pai.
Quando pararam de pisotear, o que sobrou de Antônio foi um corpo desfigurado.
Os homens começaram a vasculhar a casa atrás de Berenice, então um deles levantou a cama com tudo a jogando para trás e a menina ali ficou exposta mas ainda assim todos os homens parecerem olhar para onde ela estava mas não deram conta que havia alguém lá.
Um deles comentou com os outros:
— O mangueira fez um estardalhaço grande demais para morrer, Será que não tentou distrair a gente enquanto a menina fugia para o Mato?
Os homens logo se convenceram de que era isto que havia acontecido e deixaram a casa montando novamente em seus cavalos e abandonando ali dentro os corpos de seus comparsas os quais Antônio tinha dado o cabo junto com o próprio corpo de Antônio massacrado no chão e Berenice encolhida agora no canto de uma parede olhando o pai com os olhos arregalados e com as mãos ainda cobrindo a boca.
Lentamente ela engatinhou até Antônio e segurou sua mão, os dedos quebrados já moles pelas pisoteadas não foram resistentes mas ainda assim ela segurou mas não disse nada como ele havia mandado pois obedecia o pai arrisca.
E Ficou ali segurando a mão dele o dia inteiro, e a noite inteira, e o outro dia inteiro e outra noite inteira, então ali diante do corpo do pai repousado em uma poça marrom de sangue seco Berenice tremeu de medo quando ouviu o som de passos vindo, pensou em fugir mas já estava fraca demais então decidiu contar apenas com aquele amuleto que estava em seu pescoço e que com fé conseguiria mantê-la longe da vista dos outros.
O frangalho que ainda era os pedacinhos da porta que resistiram se abriram é o empurrão de uma mão de pele escura e Berenice viu entrar um homem com um paletó branco e uma brilhante gravata vermelha. O homem vinha de arma em uma mão e uma navalha em outra e olhava para todos os cantos até que o seu olhar se pousou em Berenice.
Sim mesmo com amuleto aquele homem podia vê-la e ela sabia que poderia pois já o conhecia, aquele era amigo de seu pai, Zé que também era alagoano e que também havia feito fama no Rio de Janeiro.
Zé guardou a arma no cós da calça e olhou para a menina naquele momento ela entendeu que a expressão vazia no rosto dele era de alguém que tentava buscar algo para falar porém ele acabou não dizendo nada.
Se ajoelhou perto dela e tirou do bolso um saquinho de pano no qual havia dentro uns biscoitinhos doces.
Então ele acariciou o braço machucado do cadáver dizendo:
— Cheguei tarde demais não foi? Ô meu amigo me perdoe, você andava tão escondido que demorei a achar sua casa. Se eu tivesse chego um pouquinho antes eu tinha lhe ajudado...
Berenice aceitou os biscoitos e começou a comer enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto. Só com a presença de Zé ali é que ela realmente percebeu que o pai estava morto.
Sim, mesmo Diante do cadáver ela tinha um certa esperança infantil de que alguma coisa acontecesse e que ele voltasse a vida, mas com o Zé ali a olhando daquele jeito com aqueles olhos cheios de pena não havia dúvidas que Antônio, o famoso Mangueira, não era mais vivo.
Zé ficou em pé novamente, tirou o seu paletó e sua calça e colocou dobrado sobre uma cadeira, então foi para fora apenas de ceroulas e depois de dois dias foi naquele momento que Berenice se levantou. Ela o seguiu, sabia porque homens daquele jeito tiravam suas roupas bonitas, por isso não se surpreendeu quando ouviu o som de tilintar de metal e viu o zé aparecer com uma das pás que Antônio usava para cuidar do plantio. Um malandro só dispunha de seu paletó quando precisava cavar a terra para dar um final digno a um amigo.
Então ao lado da casa foi que Zé começou a cavar um buraco e esse buraco foi tomando formato de uma cova.
Berenice ficou apenas olhando aquele homem grande enrolar o corpo de seu pai em um lençol e colocá-lo no buraco de terra e então enterrá-lo ali ao lado do casebre.
E foi assim que se acabou Antônio.
Zé se lavou e também lavou o Berenice do sangue que ela tinha nas mãos e no joelhos, então Ajudou a fazer a trouxinha de roupas e quando ele mesmo já estava novamente aprumado a pegou no colo e foi caminhando rumo a estrada.
Berenice ainda mantinha o colar em torno do pescoço por precaução caso algum daqueles homens maus ainda estivesse por perto e Zé foi com ela a pé caminhando pela estrada de terra levando embora.
Mas é que era conhecido por todos como Zé Pilintra pela sua grande esperteza tanto no mundo terreno quanto no mundo dos espíritos começou a balançar a menina no colo para que ela dormisse pois não queria que ela visse eu percebesse aquilo que vinha os rondando pelas margens do matagal.
Quando percebeu que Berenice já estava dormente ele então sussurrou olhando para o Mato:
— Vai descansar Mangueira, você não tem mais que ficar aqui.
E com seus olhos ávidos Zé encarou um vulto escuro indo pelo meio das Árvores, um vulto que olhou para ele com olhos vermelhos e sussurrou com voz grave:
— Minha filha...
Zé tentou explicar que estava levando Berenice para o Morro de Santa Teresa e que iria colocá-la para morar junto com Maria navalha naquele barraco mais alto do morro, daquela maneira a menina estaria absolutamente protegida, porém o vulto continuava repetindo aquela mesma frase "minha filha... minha filha", então Zé entendeu que Mangueira não ia embora.
Berenice foi protegida até a idade de mulher adulta quando após a morte de Dona Glória ela conseguiu reaver parte da herança de seu pai de sangue. Com a desvalorização da moeda após questões políticas na região do Rio de Janeiro, o dinheiro que antes era muito na hora da herança já não era tanto e no fim o que ela conseguiu fazer foi comprar uma pensão na baixada onde abrigava os viajantes para a pernoite e com as taxas ia ganhando seu sustento.
Viveu sua vida assim, se casou e teve filhos e toda vez que um de seus filhos tinha algum problema que lhe despertava a preocupação ela rezava.
Mas Berenice não rezava para a estátua de Cristo nem rezava com terço na mão. O que ela fazia era se apegar a um colarzinho com um pingente em forma de garrafa e pedir a ajuda de seu pai o qual ela sabia que ainda estava por perto Pois todas as noites quando as vezes acordava ressabiada via aos pés da sua cama aquele vulto preto que em vez de dar medo lhe trazia conforto.
Berenice morreu faz muito tempo, na época que isso aqui ainda era colônia, mas como uma mulher de sua época sua descendência foi muito grande e o povo de seu parentesco é espalhado pelo Brasil todo.
E junto com seu povo que se espalhou a presença daquele espírito que hoje se conhece como Exu Mangueira.
Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
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Ele havia chegado ali há pouco mais de um ano, aquela aldeia no interior de Minas Gerais era até bem desenvolvida para época colonial. Antônio vivia da lavoura mas o povo às vezes desconfiava um pouco pelo fato de ele produzir tão pouco em suas terras mas ao mesmo tempo parecer nunca precisar de dinheiro.
Vivia na casinha de um único cômodo da Chácara junto com a filha, Berenice havia acabado de completar oito anos e isso era sabido por todos já que Antônio Caprichou em fazer as comemorações de aniversário junto com todas as crianças da escolinha.
E todo o povo da Aldeia por mais que fosse gente muito desconfiada jamais suspeitou que Antônio, o agricultor matuto, não era agricultor há muito tempo.
No Rio de Janeiro muito se falava a respeito de um homem nascido na Freguesia de Alagoas mais que havia feito Fortuna no Rio de Janeiro com o mau serviço de matador.
Era um homem mestiço de mãe índia e pai branco mas que por mais que houvesse essas duas origens em Seu sangue, na verdade foi criado por uma africana alforriada que tinha fama de catimbozeira. Ninguém jamais soube no Rio de Janeiro que aquele homem que se chamava Antônio já que na boca de todo mundo era conhecido por Mangueira devido ao feitiço da folha de mangueira que a velha catimbozeira havia feito a ele.
O citado feitiço era um patuá muito antigo chamado de envurtamento, diziam que com esse feitiço Mangueira não podia ser visto por ninguém se não quisesse, e foi por isso que mesmo tendo sido famoso como matador ele jamais foi preso nem caçado pela guarda pois toda vez que os soldados se colocavam em seu encalço muitas vezes passavam diante dele e não se davam conta. E Mangueira ia usando sempre um colarzinho de corda com uma pequena garrafinha de vidro grosso usada feito pingente mas que todo mundo sabia que dentro da garrafinha tinha as tais folhas de mangueira bem rezadas, amassadas de curtidas e que quando ele se apegava nelas sumia do mundo.
E todo mundo no Rio de Janeiro agora se perguntava onde estava o tal Mangueira, afinal de conta as pessoas que queriam eliminar seus inimigos andavam por aí perguntando como poderiam contatá-lo, mas no fim das contas Mangueira sumiu.
O boato que corria era que o tal Mangueira havia se engraçado com uma das quengas do cabaré de Maria Padilha, uma quenga que não se cuidou bem e acabou pegando barriga de um dos clientes.
Diziam que era coisa de romance entre mangueira e a tal moça e que mesmo após o infortúnio da Coitada ter morrido de parto, Mangueira lançou mão da Criança e passou a cuida-la como se fosse sua filha.
Até faziam piada disso falando que Mangueira sustentava filha de p...
Corria a boca miúda que aquela menina se chamava Berenice e que não se parecia nada com a Mangueira tendo ela os cabelos louros e os olhos claros e ele sendo um homem moreno Como os índios são.
Durante muito tempo Mangueira ganhou a vida Enchendo os bolsos de dinheiro e mandando muita gente para o inferno, não é de se admirar que havia muitos inimigos.
Era por isso que Antônio já não usava mais o nome Mangueira e não costumava se demorar mais de um ano em um único lugar. Porém aquela aldeiazinha mineira era tão agradável que ele acabou perdendo o senso do tempo e já fazia meses demais para se ocupar a mesma casa e a mesma terra.
Berenice na sala de aula daquela pequena escolinha que na verdade era uma única sala construída de pau-a-pique, estranhou a professora muito tempo parada na janela. Foi até ela pois era a menina muito conversadora da qual a professora gostava muito.
A professora olhava curiosa para a praça que ficava logo diante da escola onde havia um coche para cavalos beberem água, e quando Berê perguntou o que a professora tanto reparava, a mulher contou que nunca havia visto tantos homens a cavalo naquela cidade e que todos pareciam vir de fora e pelas botas de couro, talvez fossem ou do Rio de Janeiro ou de São Paulo.
Berê ficou na ponta dos pés e espiou para fora e viu aquele bando de gente, uns homens muito mal encarados. Dali já começou a tremedeira da menina que era nova mas já era muito bem instruída, pediu a professora para ir embora antes do tempo e a professora é claro que recusou pois não era coisa habitual mas Berê insistiu tanto que acabou sendo até permitida sair dali para ir logo para casa.
Costumava voltar para casa de carroça junto com seu Chico que era vizinho de seu pai, mas naquele dia não teve carroça pois não havia tempo de esperar e a menina correu desesperada pelas ruazinhas de terra até que chegou no portão da chácara aonde logo vi o seu pai com enxada na mão preparando a terra para um novo plantio. Sem pestanejar foi logo gritando enquanto se aproximava:
— Pai! Pai! Dez homens a cavalo com botas de couro curtidas! Estão todos na praça!
Antônio olhou para filha por um breve momento mas então seus olhos se levantaram e ele parecia observar algo por trás dela.
Berê virou o rosto para olhar para trás e já logo viu a nuvem de poeira da cavalaria vindo galopando pela estrada.
Antônio a pegou no colo e correu para dentro de casa trancando a porta atravessando nela uma barra de farro e rapidamente puxando debaixo da cama a maleta com sua garrucha e sua faca afiada.
A menina olhava para o pai desesperada pois ele nunca havia a criado com ilusão e desde que ela teve entendimento ele contou quem ela era e por que estava sendo caçada.
Anos Antes Mangueira conhecer a uma jovem moça no cabaré que havia acabado de chegar lá e que trabalhou nem bem um mês antes que a dona da casa, que era a tal Maria Padilha, descobrisse que a moça estava grávida.
Padilha ameaçou de colocar a mulher na rua pois entendeu que ela já havia chega ao cabaré grávida e isso não era coisa que se fizesse pois quando chegou ela jurou que não tinha nada, mas Mangueira que sempre foi homem brusco acabou por se afeiçoar pela moça que era muito sensível e bondosa. Ela contou a ele que na verdade havia iniciado na prostituição naquele exato momento porque antes não era nada além da empregada da casa de um homem muito rico, um mercador de escravos. Era ele o pai da criança, o homem havia engravidado jurando e de alguma maneira iria conseguir o desquite da esposa e então ele a moça e a criança que ela trazia na barriga seria uma nova família. Não se sabe dizer se o tal Mercador de escravos era sincero ou mentiroso, só o que se sabe dizer é que logo mais ele apareceu morto e todos mesmo tendo ser informados que havia sido um mal do coração sabiam bem que Dona Glória, a esposa, havia dado um fim nele.
O grande problema é que o tal Mercador de escravos era desafeto dos abolicionistas que publicavam os jornais em ofensa aqueles que ainda se mantinham lucrativos em torno da escravidão e uma das notícias descobertas que reberverou em todos os folhetins do Rio de Janeiro foi que o tal homem morto tinha uma herdeira bastarda e que Dona Glória por nunca ter tido filhos teria que dividir metade de todo o dinheiro com ela.
Berenice sabia de toda essa história e sabia também que aqueles homens ali fora queriam matar Antônio que para ele era Mangueira mas principalmente queria matar ela porque para eles eliminar Antônio era a vingança mas eliminar ela era serviço pago por Dona Glória.
Quando a tal moça morreu de parto Antônio até pensou em largar a criança na roda dos enjeitados mas ficou esperando pois sabia que criança recém-nascida jogada na roda geralmente morria pois as freiras do orfanato não cuidavam bem delas, e ele que havia sido criado pela tal senhora catimbozeira não sabia só das coisas de matador mas sabia também das coisas de dentro de casa, por mais que fosse homem brusco e muito severo ele entendia muito bem de cuidar de criança e depois de um ano cuidando do bebê Antônio já não entendia mais Berenice como Filha dos outros, ele entendia Berenice como sua filha. Não a levou para orfanato, decidiu ser pai.
E foi por isso que ele largou tudo no Rio de Janeiro e foi se esconder por aí com a menina para dar a ela uma chance de ser feliz
Mas naquele momento os dois dentro do cazebre já escutavam os cascos dos Cavalos pisoteando toda a plantação em volta e os assobios dos homens perseguidores já comemorando por tê-los encontrado.
Lá de fora uma voz aspera berrou:
— Anos te procurando, mas uma hora eu ia te achar Mangueira! Mas não se preocupe não, bota a menina pra fora que nós vamos levar ela e ninguém vai mexer contigo!
Antônio engoliu em seco enquanto se esgueirava perto da janela para ver o que estava acontecendo lá fora e com horror reparou que mais cavalos montados chegavam para rodear a casa.
Então veio o primeiro chute na porta, por mais que a barra que a fechava fosse de Ferro ainda assim com vários daqueles homens chutando uma hora ela iria Se romper eles iriam entrar. Antônio então foi novamente naquela maleta que havia pego embaixo da sua cama e tirando ali um colar com uma pequena garrafinha de vidro grosso com pingente. Ele então se encaminhou até Berenice se ajoelhou na frente dela colocando o colar no pescoço da menina e sem dizer nada começou a rezar aquela Ladainha que ativava as folhas de mangueira.
Ele pegava a garrafinha encostava nos ombros da menina em seguida encostava sobre o coração enquanto dizia palavras incompreensíveis. Berenice tentou falar alguma coisa mas ele Balançou a cabeça para que ficasse quieta então Apenas disse:
— Ninguém vai te ver, você vai se esconder embaixo da cama, e ainda assim eles vão levantar a cama pode ter certeza, vão vasculhar tudo para te procurar mas eles não vão te ver. Só que eles podem te ouvir então você não vai poder fazer barulho nenhum, entendeu?
Berenice Balançou a cabeça em concordância e sussurrou:
— Eles são muitos... pai eles vão te matar...
Antônio Segurou o rosto da menina com ambas as mãos ele deu um beijo na testa e depois a puxou para um abraço.
— Aguenta um dia aqui em baixo da cama, depois foge de volta para o Cabaré. Não tira o colar do pescoço por nada.
Então a empurrou para que ela se abaixar e fosse para debaixo da cama.
Assim que ela estava lá bem escondida ele colocou a mão firme no cabo da faca e foi nesse momento em que a porta se rompeu e o primeiro homem entrou.
Antônio ficou em pé como um relâmpago e avançou sobre o invasor, cravou a faca na barriga do homem e com o ombro o empurrou para o lado, o segundo entrou já armado e deu um tiro na direção de Antônio que se esquivou com grande velocidade, ele não foi para cima deste e com a faca igual um raio e o golpeou na mão fazendo a arma cair no chão e em seguida voltou novamente com a faca com a ponta para cima e cravou-lhe na papada fazendo a lâmina sair por dentro da boca, e nesse meio tempo um disparo veio de fora e o primeiro tiro atingiu o Antônio em cheio na região da costela. Ele colocou a mão no furo por um segundo Então respirou o fundo e berrou rugindo como um leão e foi para porta onde vários homens agora entraram, disparou com a sua garrucha, que era arma antiga que podia dar apenas um tiro, e acertou na cabeça um que tentava colocar a cara por uma das janelas, com sua faca ele girava entre os Invasores que agora já eram muitos dentro daquela casinha de um único cômodo e conseguiu derrubar muitos deles mas então veio o segundo disparo e um tiro agora no ombro. Antônimo mudou a faca de mão porque não conseguia mais mexer o braço direito e só podia contar com o esquerdo mas ainda assim ele derrubou mais dois até que soltou um ganido de dor quando a lâmina de algum deles afundou em suas costas. Rapidamente vários homens chegaram e começaram a enfiar as lâminas em Antônio dando lhes tocadas e vazando-lhe todo o corpo mas ainda assim Antônio gritava e conseguiu cortar a garganta de mais dois.
Uma cachoeira de sangue corria pelo seu corpo e inundava o chão.
Mas era um Homens Demais para dar conta e depois de muita luta conseguiram derrubá-lo e o pisoteando com as botas aqueles vários que ainda não haviam entrado na casa até o momento ou que conseguiam ainda se mexer mesmo tendo sido atingidos começavam a pisotear com muito ódio.
Berenice apertava as duas mãos contra a boca para não fazer barulho enquanto via ali deitada no chão embaixo da cama o que faziam com seu pai.
Quando pararam de pisotear, o que sobrou de Antônio foi um corpo desfigurado.
Os homens começaram a vasculhar a casa atrás de Berenice, então um deles levantou a cama com tudo a jogando para trás e a menina ali ficou exposta mas ainda assim todos os homens parecerem olhar para onde ela estava mas não deram conta que havia alguém lá.
Um deles comentou com os outros:
— O mangueira fez um estardalhaço grande demais para morrer, Será que não tentou distrair a gente enquanto a menina fugia para o Mato?
Os homens logo se convenceram de que era isto que havia acontecido e deixaram a casa montando novamente em seus cavalos e abandonando ali dentro os corpos de seus comparsas os quais Antônio tinha dado o cabo junto com o próprio corpo de Antônio massacrado no chão e Berenice encolhida agora no canto de uma parede olhando o pai com os olhos arregalados e com as mãos ainda cobrindo a boca.
Lentamente ela engatinhou até Antônio e segurou sua mão, os dedos quebrados já moles pelas pisoteadas não foram resistentes mas ainda assim ela segurou mas não disse nada como ele havia mandado pois obedecia o pai arrisca.
E Ficou ali segurando a mão dele o dia inteiro, e a noite inteira, e o outro dia inteiro e outra noite inteira, então ali diante do corpo do pai repousado em uma poça marrom de sangue seco Berenice tremeu de medo quando ouviu o som de passos vindo, pensou em fugir mas já estava fraca demais então decidiu contar apenas com aquele amuleto que estava em seu pescoço e que com fé conseguiria mantê-la longe da vista dos outros.
O frangalho que ainda era os pedacinhos da porta que resistiram se abriram é o empurrão de uma mão de pele escura e Berenice viu entrar um homem com um paletó branco e uma brilhante gravata vermelha. O homem vinha de arma em uma mão e uma navalha em outra e olhava para todos os cantos até que o seu olhar se pousou em Berenice.
Sim mesmo com amuleto aquele homem podia vê-la e ela sabia que poderia pois já o conhecia, aquele era amigo de seu pai, Zé que também era alagoano e que também havia feito fama no Rio de Janeiro.
Zé guardou a arma no cós da calça e olhou para a menina naquele momento ela entendeu que a expressão vazia no rosto dele era de alguém que tentava buscar algo para falar porém ele acabou não dizendo nada.
Se ajoelhou perto dela e tirou do bolso um saquinho de pano no qual havia dentro uns biscoitinhos doces.
Então ele acariciou o braço machucado do cadáver dizendo:
— Cheguei tarde demais não foi? Ô meu amigo me perdoe, você andava tão escondido que demorei a achar sua casa. Se eu tivesse chego um pouquinho antes eu tinha lhe ajudado...
Berenice aceitou os biscoitos e começou a comer enquanto as lágrimas desciam pelo seu rosto. Só com a presença de Zé ali é que ela realmente percebeu que o pai estava morto.
Sim, mesmo Diante do cadáver ela tinha um certa esperança infantil de que alguma coisa acontecesse e que ele voltasse a vida, mas com o Zé ali a olhando daquele jeito com aqueles olhos cheios de pena não havia dúvidas que Antônio, o famoso Mangueira, não era mais vivo.
Zé ficou em pé novamente, tirou o seu paletó e sua calça e colocou dobrado sobre uma cadeira, então foi para fora apenas de ceroulas e depois de dois dias foi naquele momento que Berenice se levantou. Ela o seguiu, sabia porque homens daquele jeito tiravam suas roupas bonitas, por isso não se surpreendeu quando ouviu o som de tilintar de metal e viu o zé aparecer com uma das pás que Antônio usava para cuidar do plantio. Um malandro só dispunha de seu paletó quando precisava cavar a terra para dar um final digno a um amigo.
Então ao lado da casa foi que Zé começou a cavar um buraco e esse buraco foi tomando formato de uma cova.
Berenice ficou apenas olhando aquele homem grande enrolar o corpo de seu pai em um lençol e colocá-lo no buraco de terra e então enterrá-lo ali ao lado do casebre.
E foi assim que se acabou Antônio.
Zé se lavou e também lavou o Berenice do sangue que ela tinha nas mãos e no joelhos, então Ajudou a fazer a trouxinha de roupas e quando ele mesmo já estava novamente aprumado a pegou no colo e foi caminhando rumo a estrada.
Berenice ainda mantinha o colar em torno do pescoço por precaução caso algum daqueles homens maus ainda estivesse por perto e Zé foi com ela a pé caminhando pela estrada de terra levando embora.
Mas é que era conhecido por todos como Zé Pilintra pela sua grande esperteza tanto no mundo terreno quanto no mundo dos espíritos começou a balançar a menina no colo para que ela dormisse pois não queria que ela visse eu percebesse aquilo que vinha os rondando pelas margens do matagal.
Quando percebeu que Berenice já estava dormente ele então sussurrou olhando para o Mato:
— Vai descansar Mangueira, você não tem mais que ficar aqui.
E com seus olhos ávidos Zé encarou um vulto escuro indo pelo meio das Árvores, um vulto que olhou para ele com olhos vermelhos e sussurrou com voz grave:
— Minha filha...
Zé tentou explicar que estava levando Berenice para o Morro de Santa Teresa e que iria colocá-la para morar junto com Maria navalha naquele barraco mais alto do morro, daquela maneira a menina estaria absolutamente protegida, porém o vulto continuava repetindo aquela mesma frase "minha filha... minha filha", então Zé entendeu que Mangueira não ia embora.
Berenice foi protegida até a idade de mulher adulta quando após a morte de Dona Glória ela conseguiu reaver parte da herança de seu pai de sangue. Com a desvalorização da moeda após questões políticas na região do Rio de Janeiro, o dinheiro que antes era muito na hora da herança já não era tanto e no fim o que ela conseguiu fazer foi comprar uma pensão na baixada onde abrigava os viajantes para a pernoite e com as taxas ia ganhando seu sustento.
Viveu sua vida assim, se casou e teve filhos e toda vez que um de seus filhos tinha algum problema que lhe despertava a preocupação ela rezava.
Mas Berenice não rezava para a estátua de Cristo nem rezava com terço na mão. O que ela fazia era se apegar a um colarzinho com um pingente em forma de garrafa e pedir a ajuda de seu pai o qual ela sabia que ainda estava por perto Pois todas as noites quando as vezes acordava ressabiada via aos pés da sua cama aquele vulto preto que em vez de dar medo lhe trazia conforto.
Berenice morreu faz muito tempo, na época que isso aqui ainda era colônia, mas como uma mulher de sua época sua descendência foi muito grande e o povo de seu parentesco é espalhado pelo Brasil todo.
E junto com seu povo que se espalhou a presença daquele espírito que hoje se conhece como Exu Mangueira.
Arte e texto por Felipe Caprini
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