Quando eu conheci
Dona Sete Catacumbas
Para mim foi uma enorme surpresa
Pois eu era muito novo no culto
Das entidades e acreditava que
Todas as pombagiras haviam saído
Do cabaré
Quando eu conheci
Dona Sete Catacumbas
Para mim foi uma enorme surpresa
Pois eu era muito novo no culto
Das entidades e acreditava que
Todas as pombagiras haviam saído
Do cabaré,
Então para minha grande surpresa
Fui apresentado a esta que é
Uma mulher que em vida
Teve uma trajetória muito diferente
Das demais,
Dona Sete Catacumbas é uma bruxa,
Um espírito de uma feiticeira
Desencarnado a muito mais tempo
Que a maioria das entidades,
Ela é uma bruxa em sentido literal
E a história dela nem sequer
se passa no Brasil
Por mais que ela de fato
Tenha migrado para cá.
Existe uma história de origem
Sobre essa mulher
Mas hoje o que vou contar
É um relato sobre algo que ela
Fez já como entidade,
E diante da atitude dela vocês irão
entender um pouco da
personalidade dessa senhora.
Todo o conto que vão ler abaixo
é muito pesado então que seja
reservado aos olhos daqueles
que não são demasiados sensíveis.
Certa vez em uma gira
Vi Dona Sete Catacumbas
Indo fazer um trabalho
Para uma moça,
Enquanto ela conversava com
a mulher as vezes virava o rosto
para o lado e parecia falar com
alguém invisível.
Nesta noite mais uma vez
Maria Padilha estava próxima
E perguntei a ela se aquilo
era algum trejeito
Ou uma encenação
E Padilha me disse que
Sete catacumbas estava falando
com um dos gatos dela.
Ri achando que era uma brincadeira
mas logo Padilha esclareceu que
os gatos não eram animais e sim
uma forma que Sete Catacumbas
arranjou para aprisionar
algumas Almas,
ela sempre se manifestam em
forma de gatos pretos
quando vem ao mundo material
mas às vezes estão próximas a ela
de forma invisível.
Perguntei como era isto de
aprisionar uma alma, eu não
sabia que era algo possível,
então Maria Padilha me explicou
que uma entidade não pode sair
aprisionando as almas das pessoas
como bem quiser,
a não ser quando aquele indivíduo
em especial ofendeu a Entidade
de uma maneira muito profunda
Ou fez o mesmo com um
De seus protegidos,
Aí sim a entidade pode tomar
as providências que bem entender
sobre eles.
Como eu ainda tinha dúvidas
Dona Maria Padilha me
contou a seguinte história
E eu irei dizer exatamente
Como a senti e imaginei
Baseado no relato dela.
Havia em Portugal uma moça
de nome Marisa,
o sobrenome Mourão
não era por acaso,
Marisa por mais que não fosse
uma mulher negra ainda trazia
em si características de
seus antepassados mouros.
Os mouros foram africanos
Que dominaram parte
da Europa Ocidental por
alguns séculos,
E a presença deles foi marcante
Em grande parte de Portugal.
Dentro da cultura dos mouros
existia um tipo de entidade
chamada Moura Encantada,
poucos sabem mas as
pombagiras cultuadas no Brasil
tem o seu culto fundamentado
nas antigas Mouras Encantadas
do continente velho.
O que acontece é que Marisa
era uma das poucas que ainda
tinham contato com o culto
dessas Mouras e uma delas e
ra especial,
o espírito de Moura Encantada
que protegia Marisa se chamava
Sete Catacumbas.
Sete Catacumbas era uma mulher
que trazia em si as características
antigas de seu povo,
se apresentava ainda como
uma mulher negra de vestes brancas
Pois para os mouros o luto não
é sentido se vestindo de preto
e sim usando a cor oposta,
como essa entidade
trabalha com a morte,
constantemente está vestida
de branco e muito das vezes
pensam que está até vestida de noiva
Quando na verdade ela é
uma mulher sempre enlutada.
Por mais que Marisa fosse
muito boa na magia ela tinha
um lado muito frágil,
ela era sentimental demais.
Então Marisa no auge de seus
Vinte anos conheceu Alberto,
um rapaz contratado para ser
ajudante de seu pai na fábrica,
a família de Marisa era famosa
por produzir nobres tecidos.
Mas Alberto não era boa pessoa,
casou-se com Marisa apenas
pelo dinheiro que a família tinha,
ao mesmo tempo que era
casado com ela tinha um
relacionamento com outra mulher
de nome Carmem.
Então a história aconteceu
da seguinte forma,
era uma tarde chuvosa quando
um dos empregados foi avisar Alberto
que havia uma mulher o procurando
na porta dos fundos do Casarão,
ele correu até lá para ver quem era
e deu de cara com Marisa interrogando
Carmem que estava ali parada na porta
Encharcada pela chuva.
Carmem quando Alberto sorriu
e disse em voz alta:
— Querido Albertinho, meu primo amado... estou falando a sua esposa do apuro que estou passando, estou grávida e meu marido faleceu me deixando desamparada, será que você poderia me receber em sua casa?
Alberto se assustou com medo
de que Marisa descobrisse no ato
que aquela não era prima coisa alguma
e que se Carmem estava grávida
o filho só podia ser dele.
Então ele a deixou ela entrar incentivado
pela própria Marisa que por ter
um coração muito bom nunca
iria deixar uma parente de seu marido
na rua, ainda mais naquele estado.
Carmen foi recebida na casa com
todas as regalias que uma
boa visita merece,
foi colocado em um quarto de
hóspedes e ficou vivendo
as custas do casal.
Alberto ao conversar com a amante
descobriu que ela sim estava grávida
e que a mãe dela havia descoberto
e a colocado para fora de casa,
agora ela não tinha mais onde morar.
Marisa possuia um coração muito bom
mas ao mesmo tempo tinha aquele
espírito chamado Sete Catacumbas
sussurrando em seu ouvido e os
sussurros pediam para que ela
abrisse os olhos pois havia
coisa errada com aquela prima.
Alguns dias se passaram e Marisa
ao passar pelos corredores de
seu casarão acabou por ouvir
uma conversa de Alberto com Carmen:
— Eu não quero ter esse filho, não quero ser mãe solteira, isso vai me desgraçar!
— Fale baixo, aquela tonta pode estar andando por aí e pode ouvir seu escândalo.
— Não vai ouvir nada, é uma parva!
— Mas sobre ter esse filho, com certeza que eu também não quero que você o tenha.
— Então me ajude a interromper a gravidez, eu preciso de dinheiro para fazer isso.
— Tudo bem, eu arranjo o dinheiro mas não pode ser muito.
— O filho é seu Alberto, não conte centavos pois se ele vier ao mundo vai sair muito mais caro do que um aborto.
Marisa ficou estarrecida, por mais
que sua própria família já
houvesse alertado sobre o
mal gênio e péssimo caráter de Alberto
Ela jamais imaginou que ele
chegaria ao absurdo de abrigar
uma amante dentro do próprio teto,
de fazê-la conviver com uma
mulher grávida de seu bastardo.
Aqueles que tem acesso a espiritualidade
são como pessoas que carregam
junto a si uma pistola carregada,
no momento de raiva apertam
o gatilho sem pensar no
que estão fazendo.
Marisa sem dizer nada saiu da casa
correndo e foi para o Jardim
dos Fundos onde havia um
barracão de jardinagem cujo
o grande armário junto a última
Das paredes quando aberto revelava
um grande Altar com uma imagem
de uma mulher negra vestida de
branco.
Ajoelhada diante do altar,
Marisa impunhava uma lâmina
antes usada para fazer sacrifícios,
Mas sem ter nenhum sangue a oferecer
cortou a palma da própria mão
oferecendo o seu próprio sangue
em tributo.
— Senhora eu preciso do seu auxílio eu preciso da sua força, eu preciso da sua vingança! Eu preciso que me livre desta pessoa que me faz mal e me ofende! Eu preciso que a destrua e que faça isso em nome de todos estes anos por qual eu a tenho servido e honrado!
Mas o que Marisa não sabia
é que aquele espírito pelo qual
ela clamava não estava disposto
a ouvir o que ela
realmente queria dizer,
naquele momento ajoelhada
Marisa da praguejava e pedia a morte
de Carmem, mas Sete Catacumbas
ao ouvir aquilo entendeu que
deveria eliminar o vilão da história
e o Vilão se chamava Alberto.
Marisa que costumava ouvir os
sussurros ouviu daquela entidade
que ela voltasse para casa e se forçasse
a fingir que nada havia acontecido
pois a própria Sete de Catacumbas
iria fazer a vingança acontecer.
Passado-se três dias
Alberto disse Marisa que iria
levar Carmem até Lisboa
para passar no médico,
para ver como andava a situação
do bebê pois ela estava sentindo
muitas dores,
e Marisa sorrindo assentiu
dizendo que tudo bem
que ele podia ir,
então os dois pombinhos
fizeram as malas e foram
até a grande cidade e
lá por intermédio de alguns amigos
Alberto conseguiu contato com
um rapaz que cursava medicina
em Coimbra e que afirmava
saber fazer um aborto de
modo rápido limpo e barato
E este rapaz estaria em Lisboa
Naquela noite.
Alberto e Carmem alugaram um
quarto de hotel e ficaram
esperando o rapaz vir.
Estava marcado as dez da noite
para que a questão fosse feita
sem levantar alarde mas quando era
Por volta das nove o médico
Bateu a porta.
Ele entrou no quarto e Alberto
percebeu que aquele homem tinha
a aparência muito estranha,
os olhos pareciam flamejar
mas ele pensou que deveria
ser um tipo de estrangeiro ou
coisa assim então não deu bola.
Carmen deitou-se em uma cama e
o médico simplesmente abriu
uma maleta de ferramenta e tirou dali tudo que necessitava para fazer
um aborto, então sentou na cama
ao lado de Carmen e perguntou a ela
— Quanto tempo está de gravidez?
— Acho que estou indo para o quinto mês.
— O médico então pegou um tipo
de bloco de anotações e escreveu
algo na primeira folha,
arrancou a página dali e entregou
A Alberto dizendo que ele
deveria abrir e ler Apenas
quando o médico estivesse
fora do quarto.
Alberto não entendeu muito bem do
que se tratava mas fez como
o rapaz pediu,
enfiou o bilhete no bolso e
o deixou lá.
Então o rapaz serviu a Carmen
uma dose de algum tipo de xarope,
algo que imediatamente a
deixou grogue e fora de si,
depois a despiu da cintura para baixo
E assim ele utilizou de uma
ferramenta de aço para iniciar
o processo de aborto.
Logo a visão do inferno apareceu,
em segundos a cama estava
lavada de sangue e Carmem
estava pálida e totalmente inerte
como se não estivesse sentindo
coisa alguma,
então o médico retirou sua
ferramenta e a lavou na
pia do banheiro,
recolheu tudo e foi se
dirigindo para a porta,
Alberto ficou confuso pois
Carmem estava ali na cama
jorrando sangue,
assim que o médico se
aproximou da porta
Alberto gritou:
— Ei rapaz onde pensa que vai?
O médico apenas sorriu para ele
com aqueles olhos flamejantes
e fez um gesto batendo a mão
sobre o peito para Alberto se lembrar
do bilhetinho que ele havia lhe dado
e que estava armazenado
no bolso do paletó
O médico saiu do quarto e
Alberto tirou rapidamente o
papel do bolso e leu o que estava
escrito e em uma letra
muito estranha ele pode ler:
"Duas coisas a se ter atenção, a primeira é que não se faz aborto após o terceiro mês de gestação pois pode causar a morte da mãe, e a segunda coisa a se ter muita atenção é que o médico só chega as Dez."
Alberto correu para o corredor afim
de encontrar aquele rapaz
mas não havia ninguém lá,
então ouviu Carmem murmurar algo sobre estar doendo
E ele correu até ela e com a
ingenuidade que tinha pensou
que se pressionasse ali a região
de sua virilha o sangramento
poderia parar tal como se faz
Em um corte na pele,
então Tirou o paletó e arregaçou
as mangas, assim colocou-se
entre as pernas dela e
forçou as duas mãos naquela
região para que
A hemorragia estancasse.
O sangue era muito e
logo Alberto tinha respingos vermelhos
em toda a camisa e
também no rosto,
ele não se dará conta em seu desespero
que deixara a porta entre aberta
e logo ouviu um som de espanto
como se alguém tivesse aberto
a boca de um modo muito assustado
e quando olhou para o lado viu ali o médico que havia chego pois ja o
Relógio ja havia batido as dez horas.
Aquele sim era o verdadeiro estudante
de medicina de Coimbra e ele estava
ali aterrorizado diante de Alberto
que coberto de sangue
pressionava a virilha de
uma mulher morta.
O estudante não quis se complicar
então rapidamente desceu a
recepção do hotel e informou
que havia ocorrido um assassinato
no quarto 73,
Alberto não sabia o que fazer, enlouquecido levou as mãos à cabeça
sem notar que havia manchado
os seus próprios cabelos loiros
com vermelho do sangue
daquele cadáver que antes
havia sido sua amante.
A polícia chegou e Alberto
informou que o culpado
daquilo tudo havia sido o tal
médico de olhos flamejantes
mas quando os policiais
interrogaram a recepcionista
do hotel ela confirmou
categoricamente que naquela noite
por volta das nove horas
nenhum médico havia subido
as escadas e que não havia
nenhum médico hospedado
naquele hotel e que nenhum
dos outros hóspedes havia
também visto qualquer médicos
andando por ali além do
tal rapaz de Coimbra que
havia chegado lá pelas dez horas.
Alberto foi levado à cadeia mas
por ter um bom dinheiro guardado
No bolso, dinheiro que teria pago
Ao verdadeiro médico,
ele conseguiu subornar os guardas
para ter uma fuga, então naquela
mesma noite ele arranjou um paletó
E um chapéu com os guardas
E rumou até o porto e as pressas
apanhou um navio sem nem saber
Para onde iria, mas o destino da
Embarcação era o Brasil.
Ele Não conhecia ninguém no Brasil
e por isso mesmo achou que
seria um bom Esconderijo
E uma sorte estar indo para lá.
Ele só não contava que havia
uma mulher negra de roupas brancas
e olhos flamejantes que o seguia
por toda a parte,
então por volta das quatro da manhã
na cabine reservada a ele
naquele navio Alberto começou
a ter febres muito fortes
e começou a ver perto de si
uma mulher muito estranha
que lhe dizia que ela iria afundar
o barco se ele não se rendesse a ela.
Ele não sabia se estava alucinando ou se era de fato um espírito porém sentiu
um medo descomunal e
gritando muito começou a pedir
por socorro.
Membros da tripulação
correram até a porta da cabine
e tentavam abri-la e
até chutavam para arrombar
mas a porta se mantinha no lugar
enquanto Alberto lá dentro
gritava para que uma tal
mulher ou deixasse em paz.
— Quer que eu afunde o barco para que você seja devorado pelos peixes ou quer se render a mim?
— Meu Deus! Cristo Rei! Tirem esse demônio de perto de mim!
— Eles não vão te salvar de mim... não você, um homem marcado.
— Não tenho marcas! Não sou marcado! — O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos.
Ele levou as mãos as têmporas
E quando voltou a olhá-las as viu
Vermelhas.
— Não... por Deus, não...
— O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos. O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos. O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos...
Ela repetia a mesma frase
sem parar enquanto
seus olhos encaravam os
de Alberto,
por fim desesperado ele disse:
— Eu me rendo! Eu me rendo!
Os marujos do lado de fora
conseguiram abrir a porta
da cabine e quando entraram
viram apenas o cômodo desarrumado
e um gato preto em cima da cama.
O gato miava feito um doido
como se quisesse dizer algo e
os marinheiros acharam muito
estranho pois não tinham nenhum
gato naquela embarcação,
em vez de malejar o animal
Eles resolveram deixá-lo ali
Enquanto foram de cabine
Em cabine para saber
Quem é que havia gritado tanto
Já que naquela que abriram
Não havia ninguém.
Alberto tentava pedir ajuda
e se desesperava ainda mais
quando abria a boca e dela
só saiam miados agudos.
Quando chegou no Brasil o barco
despachou todos os tripulantes
E também o gato que foi para
as ruas da cidade do Rio de Janeiro.
Junto com este gato veio
uma mulher negra de roupas
brancas e olhos flamejantes
que achou muito interessante
essa nova Terra pois sentiu
aqui uma energia de magia
que há muito tempo
não sentia em lugar algum.
Então esta mulher decidiu
ficar aqui,
invisível aos olhos de muitos
mas ainda visível nos
corações de alguns.
Hoje em dia ela tem muitos gatos,
e eles ainda miam quando
encontram as pessoas
querendo dizer seus nomes,
de onde vieram e quem foram
mas na realidade a única pessoa
que pode compreendê-los
é Sete Catacumbas
Pois é a ela que eles servem.
Aqui ela habitou entre o
povo da encantaria,
o povo da Jurema preta
O povo do catimbó
e por fim acabou entrando
nessa recente crença
chamada Umbanda e Quimbanda,
então anda por aí hoje em dia
sendo chamada de
Pombagira das Sete Catacumbas.
Ninguém sabe o seu nome
e ninguém sabe quem ela é
mas todos sabem o que pode fazer.
A todos que quiserem pedir algo a
Dona Sete catacumbas
Tome muito cuidado pois o desejo
de Marisa foi atendido
mas o que ela fez após saber
do desaparecimento de seu marido
foi pendurar uma corda no
lustre da sala e a outra ponta enlançar
no próprio pescoço e
ali se pendurar culpada
pelo Desejo que tinha feito.
Muitos têm juízo de valor sobre
Sete Catacumbas dizendo
se ela é boa ou se ela é má
outros até chegam a petulância
de querer definir como ela
deve ou não deve se comportar
De fato o povo continua dizendo
muitas coisas mas só existe
uma única verdade absoluta
entre tudo que é falado:
Não se brinca com Sete Catacumbas.
Memórias de Terreiro, Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
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Dona Sete Catacumbas
Para mim foi uma enorme surpresa
Pois eu era muito novo no culto
Das entidades e acreditava que
Todas as pombagiras haviam saído
Do cabaré,
Então para minha grande surpresa
Fui apresentado a esta que é
Uma mulher que em vida
Teve uma trajetória muito diferente
Das demais,
Dona Sete Catacumbas é uma bruxa,
Um espírito de uma feiticeira
Desencarnado a muito mais tempo
Que a maioria das entidades,
Ela é uma bruxa em sentido literal
E a história dela nem sequer
se passa no Brasil
Por mais que ela de fato
Tenha migrado para cá.
Existe uma história de origem
Sobre essa mulher
Mas hoje o que vou contar
É um relato sobre algo que ela
Fez já como entidade,
E diante da atitude dela vocês irão
entender um pouco da
personalidade dessa senhora.
Todo o conto que vão ler abaixo
é muito pesado então que seja
reservado aos olhos daqueles
que não são demasiados sensíveis.
Certa vez em uma gira
Vi Dona Sete Catacumbas
Indo fazer um trabalho
Para uma moça,
Enquanto ela conversava com
a mulher as vezes virava o rosto
para o lado e parecia falar com
alguém invisível.
Nesta noite mais uma vez
Maria Padilha estava próxima
E perguntei a ela se aquilo
era algum trejeito
Ou uma encenação
E Padilha me disse que
Sete catacumbas estava falando
com um dos gatos dela.
Ri achando que era uma brincadeira
mas logo Padilha esclareceu que
os gatos não eram animais e sim
uma forma que Sete Catacumbas
arranjou para aprisionar
algumas Almas,
ela sempre se manifestam em
forma de gatos pretos
quando vem ao mundo material
mas às vezes estão próximas a ela
de forma invisível.
Perguntei como era isto de
aprisionar uma alma, eu não
sabia que era algo possível,
então Maria Padilha me explicou
que uma entidade não pode sair
aprisionando as almas das pessoas
como bem quiser,
a não ser quando aquele indivíduo
em especial ofendeu a Entidade
de uma maneira muito profunda
Ou fez o mesmo com um
De seus protegidos,
Aí sim a entidade pode tomar
as providências que bem entender
sobre eles.
Como eu ainda tinha dúvidas
Dona Maria Padilha me
contou a seguinte história
E eu irei dizer exatamente
Como a senti e imaginei
Baseado no relato dela.
Havia em Portugal uma moça
de nome Marisa,
o sobrenome Mourão
não era por acaso,
Marisa por mais que não fosse
uma mulher negra ainda trazia
em si características de
seus antepassados mouros.
Os mouros foram africanos
Que dominaram parte
da Europa Ocidental por
alguns séculos,
E a presença deles foi marcante
Em grande parte de Portugal.
Dentro da cultura dos mouros
existia um tipo de entidade
chamada Moura Encantada,
poucos sabem mas as
pombagiras cultuadas no Brasil
tem o seu culto fundamentado
nas antigas Mouras Encantadas
do continente velho.
O que acontece é que Marisa
era uma das poucas que ainda
tinham contato com o culto
dessas Mouras e uma delas e
ra especial,
o espírito de Moura Encantada
que protegia Marisa se chamava
Sete Catacumbas.
Sete Catacumbas era uma mulher
que trazia em si as características
antigas de seu povo,
se apresentava ainda como
uma mulher negra de vestes brancas
Pois para os mouros o luto não
é sentido se vestindo de preto
e sim usando a cor oposta,
como essa entidade
trabalha com a morte,
constantemente está vestida
de branco e muito das vezes
pensam que está até vestida de noiva
Quando na verdade ela é
uma mulher sempre enlutada.
Por mais que Marisa fosse
muito boa na magia ela tinha
um lado muito frágil,
ela era sentimental demais.
Então Marisa no auge de seus
Vinte anos conheceu Alberto,
um rapaz contratado para ser
ajudante de seu pai na fábrica,
a família de Marisa era famosa
por produzir nobres tecidos.
Mas Alberto não era boa pessoa,
casou-se com Marisa apenas
pelo dinheiro que a família tinha,
ao mesmo tempo que era
casado com ela tinha um
relacionamento com outra mulher
de nome Carmem.
Então a história aconteceu
da seguinte forma,
era uma tarde chuvosa quando
um dos empregados foi avisar Alberto
que havia uma mulher o procurando
na porta dos fundos do Casarão,
ele correu até lá para ver quem era
e deu de cara com Marisa interrogando
Carmem que estava ali parada na porta
Encharcada pela chuva.
Carmem quando Alberto sorriu
e disse em voz alta:
— Querido Albertinho, meu primo amado... estou falando a sua esposa do apuro que estou passando, estou grávida e meu marido faleceu me deixando desamparada, será que você poderia me receber em sua casa?
Alberto se assustou com medo
de que Marisa descobrisse no ato
que aquela não era prima coisa alguma
e que se Carmem estava grávida
o filho só podia ser dele.
Então ele a deixou ela entrar incentivado
pela própria Marisa que por ter
um coração muito bom nunca
iria deixar uma parente de seu marido
na rua, ainda mais naquele estado.
Carmen foi recebida na casa com
todas as regalias que uma
boa visita merece,
foi colocado em um quarto de
hóspedes e ficou vivendo
as custas do casal.
Alberto ao conversar com a amante
descobriu que ela sim estava grávida
e que a mãe dela havia descoberto
e a colocado para fora de casa,
agora ela não tinha mais onde morar.
Marisa possuia um coração muito bom
mas ao mesmo tempo tinha aquele
espírito chamado Sete Catacumbas
sussurrando em seu ouvido e os
sussurros pediam para que ela
abrisse os olhos pois havia
coisa errada com aquela prima.
Alguns dias se passaram e Marisa
ao passar pelos corredores de
seu casarão acabou por ouvir
uma conversa de Alberto com Carmen:
— Eu não quero ter esse filho, não quero ser mãe solteira, isso vai me desgraçar!
— Fale baixo, aquela tonta pode estar andando por aí e pode ouvir seu escândalo.
— Não vai ouvir nada, é uma parva!
— Mas sobre ter esse filho, com certeza que eu também não quero que você o tenha.
— Então me ajude a interromper a gravidez, eu preciso de dinheiro para fazer isso.
— Tudo bem, eu arranjo o dinheiro mas não pode ser muito.
— O filho é seu Alberto, não conte centavos pois se ele vier ao mundo vai sair muito mais caro do que um aborto.
Marisa ficou estarrecida, por mais
que sua própria família já
houvesse alertado sobre o
mal gênio e péssimo caráter de Alberto
Ela jamais imaginou que ele
chegaria ao absurdo de abrigar
uma amante dentro do próprio teto,
de fazê-la conviver com uma
mulher grávida de seu bastardo.
Aqueles que tem acesso a espiritualidade
são como pessoas que carregam
junto a si uma pistola carregada,
no momento de raiva apertam
o gatilho sem pensar no
que estão fazendo.
Marisa sem dizer nada saiu da casa
correndo e foi para o Jardim
dos Fundos onde havia um
barracão de jardinagem cujo
o grande armário junto a última
Das paredes quando aberto revelava
um grande Altar com uma imagem
de uma mulher negra vestida de
branco.
Ajoelhada diante do altar,
Marisa impunhava uma lâmina
antes usada para fazer sacrifícios,
Mas sem ter nenhum sangue a oferecer
cortou a palma da própria mão
oferecendo o seu próprio sangue
em tributo.
— Senhora eu preciso do seu auxílio eu preciso da sua força, eu preciso da sua vingança! Eu preciso que me livre desta pessoa que me faz mal e me ofende! Eu preciso que a destrua e que faça isso em nome de todos estes anos por qual eu a tenho servido e honrado!
Mas o que Marisa não sabia
é que aquele espírito pelo qual
ela clamava não estava disposto
a ouvir o que ela
realmente queria dizer,
naquele momento ajoelhada
Marisa da praguejava e pedia a morte
de Carmem, mas Sete Catacumbas
ao ouvir aquilo entendeu que
deveria eliminar o vilão da história
e o Vilão se chamava Alberto.
Marisa que costumava ouvir os
sussurros ouviu daquela entidade
que ela voltasse para casa e se forçasse
a fingir que nada havia acontecido
pois a própria Sete de Catacumbas
iria fazer a vingança acontecer.
Passado-se três dias
Alberto disse Marisa que iria
levar Carmem até Lisboa
para passar no médico,
para ver como andava a situação
do bebê pois ela estava sentindo
muitas dores,
e Marisa sorrindo assentiu
dizendo que tudo bem
que ele podia ir,
então os dois pombinhos
fizeram as malas e foram
até a grande cidade e
lá por intermédio de alguns amigos
Alberto conseguiu contato com
um rapaz que cursava medicina
em Coimbra e que afirmava
saber fazer um aborto de
modo rápido limpo e barato
E este rapaz estaria em Lisboa
Naquela noite.
Alberto e Carmem alugaram um
quarto de hotel e ficaram
esperando o rapaz vir.
Estava marcado as dez da noite
para que a questão fosse feita
sem levantar alarde mas quando era
Por volta das nove o médico
Bateu a porta.
Ele entrou no quarto e Alberto
percebeu que aquele homem tinha
a aparência muito estranha,
os olhos pareciam flamejar
mas ele pensou que deveria
ser um tipo de estrangeiro ou
coisa assim então não deu bola.
Carmen deitou-se em uma cama e
o médico simplesmente abriu
uma maleta de ferramenta e tirou dali tudo que necessitava para fazer
um aborto, então sentou na cama
ao lado de Carmen e perguntou a ela
— Quanto tempo está de gravidez?
— Acho que estou indo para o quinto mês.
— O médico então pegou um tipo
de bloco de anotações e escreveu
algo na primeira folha,
arrancou a página dali e entregou
A Alberto dizendo que ele
deveria abrir e ler Apenas
quando o médico estivesse
fora do quarto.
Alberto não entendeu muito bem do
que se tratava mas fez como
o rapaz pediu,
enfiou o bilhete no bolso e
o deixou lá.
Então o rapaz serviu a Carmen
uma dose de algum tipo de xarope,
algo que imediatamente a
deixou grogue e fora de si,
depois a despiu da cintura para baixo
E assim ele utilizou de uma
ferramenta de aço para iniciar
o processo de aborto.
Logo a visão do inferno apareceu,
em segundos a cama estava
lavada de sangue e Carmem
estava pálida e totalmente inerte
como se não estivesse sentindo
coisa alguma,
então o médico retirou sua
ferramenta e a lavou na
pia do banheiro,
recolheu tudo e foi se
dirigindo para a porta,
Alberto ficou confuso pois
Carmem estava ali na cama
jorrando sangue,
assim que o médico se
aproximou da porta
Alberto gritou:
— Ei rapaz onde pensa que vai?
O médico apenas sorriu para ele
com aqueles olhos flamejantes
e fez um gesto batendo a mão
sobre o peito para Alberto se lembrar
do bilhetinho que ele havia lhe dado
e que estava armazenado
no bolso do paletó
O médico saiu do quarto e
Alberto tirou rapidamente o
papel do bolso e leu o que estava
escrito e em uma letra
muito estranha ele pode ler:
"Duas coisas a se ter atenção, a primeira é que não se faz aborto após o terceiro mês de gestação pois pode causar a morte da mãe, e a segunda coisa a se ter muita atenção é que o médico só chega as Dez."
Alberto correu para o corredor afim
de encontrar aquele rapaz
mas não havia ninguém lá,
então ouviu Carmem murmurar algo sobre estar doendo
E ele correu até ela e com a
ingenuidade que tinha pensou
que se pressionasse ali a região
de sua virilha o sangramento
poderia parar tal como se faz
Em um corte na pele,
então Tirou o paletó e arregaçou
as mangas, assim colocou-se
entre as pernas dela e
forçou as duas mãos naquela
região para que
A hemorragia estancasse.
O sangue era muito e
logo Alberto tinha respingos vermelhos
em toda a camisa e
também no rosto,
ele não se dará conta em seu desespero
que deixara a porta entre aberta
e logo ouviu um som de espanto
como se alguém tivesse aberto
a boca de um modo muito assustado
e quando olhou para o lado viu ali o médico que havia chego pois ja o
Relógio ja havia batido as dez horas.
Aquele sim era o verdadeiro estudante
de medicina de Coimbra e ele estava
ali aterrorizado diante de Alberto
que coberto de sangue
pressionava a virilha de
uma mulher morta.
O estudante não quis se complicar
então rapidamente desceu a
recepção do hotel e informou
que havia ocorrido um assassinato
no quarto 73,
Alberto não sabia o que fazer, enlouquecido levou as mãos à cabeça
sem notar que havia manchado
os seus próprios cabelos loiros
com vermelho do sangue
daquele cadáver que antes
havia sido sua amante.
A polícia chegou e Alberto
informou que o culpado
daquilo tudo havia sido o tal
médico de olhos flamejantes
mas quando os policiais
interrogaram a recepcionista
do hotel ela confirmou
categoricamente que naquela noite
por volta das nove horas
nenhum médico havia subido
as escadas e que não havia
nenhum médico hospedado
naquele hotel e que nenhum
dos outros hóspedes havia
também visto qualquer médicos
andando por ali além do
tal rapaz de Coimbra que
havia chegado lá pelas dez horas.
Alberto foi levado à cadeia mas
por ter um bom dinheiro guardado
No bolso, dinheiro que teria pago
Ao verdadeiro médico,
ele conseguiu subornar os guardas
para ter uma fuga, então naquela
mesma noite ele arranjou um paletó
E um chapéu com os guardas
E rumou até o porto e as pressas
apanhou um navio sem nem saber
Para onde iria, mas o destino da
Embarcação era o Brasil.
Ele Não conhecia ninguém no Brasil
e por isso mesmo achou que
seria um bom Esconderijo
E uma sorte estar indo para lá.
Ele só não contava que havia
uma mulher negra de roupas brancas
e olhos flamejantes que o seguia
por toda a parte,
então por volta das quatro da manhã
na cabine reservada a ele
naquele navio Alberto começou
a ter febres muito fortes
e começou a ver perto de si
uma mulher muito estranha
que lhe dizia que ela iria afundar
o barco se ele não se rendesse a ela.
Ele não sabia se estava alucinando ou se era de fato um espírito porém sentiu
um medo descomunal e
gritando muito começou a pedir
por socorro.
Membros da tripulação
correram até a porta da cabine
e tentavam abri-la e
até chutavam para arrombar
mas a porta se mantinha no lugar
enquanto Alberto lá dentro
gritava para que uma tal
mulher ou deixasse em paz.
— Quer que eu afunde o barco para que você seja devorado pelos peixes ou quer se render a mim?
— Meu Deus! Cristo Rei! Tirem esse demônio de perto de mim!
— Eles não vão te salvar de mim... não você, um homem marcado.
— Não tenho marcas! Não sou marcado! — O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos.
Ele levou as mãos as têmporas
E quando voltou a olhá-las as viu
Vermelhas.
— Não... por Deus, não...
— O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos. O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos. O vermelho do sangue de seu filho ainda está em seus cabelos...
Ela repetia a mesma frase
sem parar enquanto
seus olhos encaravam os
de Alberto,
por fim desesperado ele disse:
— Eu me rendo! Eu me rendo!
Os marujos do lado de fora
conseguiram abrir a porta
da cabine e quando entraram
viram apenas o cômodo desarrumado
e um gato preto em cima da cama.
O gato miava feito um doido
como se quisesse dizer algo e
os marinheiros acharam muito
estranho pois não tinham nenhum
gato naquela embarcação,
em vez de malejar o animal
Eles resolveram deixá-lo ali
Enquanto foram de cabine
Em cabine para saber
Quem é que havia gritado tanto
Já que naquela que abriram
Não havia ninguém.
Alberto tentava pedir ajuda
e se desesperava ainda mais
quando abria a boca e dela
só saiam miados agudos.
Quando chegou no Brasil o barco
despachou todos os tripulantes
E também o gato que foi para
as ruas da cidade do Rio de Janeiro.
Junto com este gato veio
uma mulher negra de roupas
brancas e olhos flamejantes
que achou muito interessante
essa nova Terra pois sentiu
aqui uma energia de magia
que há muito tempo
não sentia em lugar algum.
Então esta mulher decidiu
ficar aqui,
invisível aos olhos de muitos
mas ainda visível nos
corações de alguns.
Hoje em dia ela tem muitos gatos,
e eles ainda miam quando
encontram as pessoas
querendo dizer seus nomes,
de onde vieram e quem foram
mas na realidade a única pessoa
que pode compreendê-los
é Sete Catacumbas
Pois é a ela que eles servem.
Aqui ela habitou entre o
povo da encantaria,
o povo da Jurema preta
O povo do catimbó
e por fim acabou entrando
nessa recente crença
chamada Umbanda e Quimbanda,
então anda por aí hoje em dia
sendo chamada de
Pombagira das Sete Catacumbas.
Ninguém sabe o seu nome
e ninguém sabe quem ela é
mas todos sabem o que pode fazer.
A todos que quiserem pedir algo a
Dona Sete catacumbas
Tome muito cuidado pois o desejo
de Marisa foi atendido
mas o que ela fez após saber
do desaparecimento de seu marido
foi pendurar uma corda no
lustre da sala e a outra ponta enlançar
no próprio pescoço e
ali se pendurar culpada
pelo Desejo que tinha feito.
Muitos têm juízo de valor sobre
Sete Catacumbas dizendo
se ela é boa ou se ela é má
outros até chegam a petulância
de querer definir como ela
deve ou não deve se comportar
De fato o povo continua dizendo
muitas coisas mas só existe
uma única verdade absoluta
entre tudo que é falado:
Não se brinca com Sete Catacumbas.
Memórias de Terreiro, Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
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