sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Quando Maria Padilha assumiu Como a nova dona do cabaré Ela passou a ocupar o quarto que Antes havia sido de Quitéria

 Quando Maria Padilha assumiu
Como a nova dona do cabaré
Ela passou a ocupar o quarto que
Antes havia sido de Quitéria


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Quando Maria Padilha assumiu
Como a nova dona do cabaré
Ela passou a ocupar o quarto que
Antes havia sido de Quitéria,
O quarto principal da casa.
Maria Quitéria havia sido a mulher
que construiu aquela casa e que
deu início aquele cabaré,
mas tudo na vida passa e
o novo sempre vem.
Quando começou a fazer a sua mudança
Ela ordenou as outras moças que agora
Eram suas subordinadas
A removerem tudo o que fosse de Quitéria
E colocar em baús para guardar no porão.
Maria Quitéria já estava morta
Então Padilha iria examinar depois
Se ela tinha algo de valor
E por isso pediu que a primeiro momento
Tudo fosse apenas guardado para
Depois ser examinado.
Para surpresa de Padilha uma das Moças
Trouxe para ela ver uma caixa
Onde uma boneca de porcelana
Muito bonita mas muito antiga
Estava guardada entre folhas
De papel de seda.
A moça perguntou a Padilha se
Aquilo também seria guardado
Ou se podia jogar fora.
Padilha apanhou a boneca
E ela mesma arrumou uma caixinha
E guardou.
Enquanto arrumava aquela
Caixinha nova para armazenar
Aquele brinquedo
Padilha ia se lembrando do dia
Em que havia visto aquela boneca
Pela primeira vez.

Muitos anos antes
Na época que Padilha era apenas
Uma mocinha Recém chegada
Naquele cabaré
Logo cedo ela ouviu batidas
Na porta do quarto,
Quarto este que era um dos
Minúsculos aposentos que as moças
Ocupavam no andar superior.
Assim que abriu a porta
Deu de cara com Maria Quitéria
Vestida e maquiada como uma deusa,
Deslumbrante em joias de ouro e prata,
E Maria Quitéria tinha algo
Importante a falar:

🗡— Você é esperta como dizem que é? Espero o suficiente para guardar um segredo?

Padilha confirmou que sim
Então Quitéria entregou a ela um
Pacote com roupas e mandou que vestisse,
Padilha logo estava vestida
Com uma roupa velha e puída,
Um vestido da velha cozinheira
Que tinha manchas de gordura
Por toda parte e furos de
Queimadura nas Barras das mangas.
Ele entendeu o que devia
Parecer uma mulher simples
Então prendeu o cabelo em um coque
E sem nenhuma maquiagem no rosto
Ela foi encontrar com Quitéria
Na parte de trás do cabaré.
Entraram as duas em uma Carruagem
E seguiram por um caminho que
Passava pelas ruas mais afastadas
Do centro da cidade,
Então após quase meia hora
A carruagem parou
Em uma rua completamente deserta.
Quitéria apanhou uma caixa
De madeira que estava
Embaixo de Seu banco e entregou
A Maria Padilha.

🗡— você deve ir até o casarão que fica no final desta rua, deve chamar pela babá, uma senhora de nome Antônia, então vai entregar isso e dizer que é para a menina. Não precisa dizer mais nada apenas entregue e volte.

Padilha apanhou a caixa
Saiu da Carruagem
E andou pela rua deserta até que
No final dela encontrou sim
Um grande Casarão de pedra que
Mais Parecia um Palácio.
Quitéria esperou por muitos minutos
Então começou a ouvir o som
De Passos voltando pela estrada,
Haviam dois tipos de som
Um de Passos leves
E outro de Passos muito pesados
Que vinham nitidamente apressados.
Logo a porta da Carruagem foi aberta
E Quitéria civil diante
Daquele homem,
O homem alto de olhos claros
Trajado no mais nobre dos ternos,
Aquele era o dono da casa,
Aquele era o barão.
O que aconteceu é que por um
Azar muito grande
No momento em que Padilha
Tocou o sino da campainha
Antes que a babá pudesse abrir a porta
O próprio Barão que havia saído
Para cavalgar naquela manhã
Estava voltando para casa
E ele pessoalmente indagou a Padilha
Quem era ela e o que queria.
Assim que explicou que vinha
Entregar aquela caixa a babá
O barão ainda montado em seu cavalo
Esticou o pescoço e viu no fim da rua
Aquela Carruagem
Então soube quem estava ali.
Quando a porta da Carruagem se abriu
E ele viu Maria Quitéria
Sua expressão foi de muita raiva.

🧔🏼— O que você pensa que está fazendo?— disse ele de modo brusco mas com a voz baixa temendo que alguém os Ouvisse.

🗡— Não penso nada, apenas Vim trazer um presente para ela.

🧔🏼— Ela não precisa de porcaria nenhuma!

🗡— Não é uma porcaria, mandei vir da França, é uma boneca mais cara que um cavalo.

O barão suspirou abaixando a cabeça
Deixando seus cabelos muito louros
Caírem para frente.
🧔🏼— Quitéria você tem que parar com isso, ela não é mais sua filha.

🗡— Ela saiu de mim!— Quitéria colocou as mãos sobre o ventre de uma forma desesperada.

🧔🏼— Quando você aceitou o que eu a trouxesse e quando consegui convencer minha esposa de criar a menina como se fosse dela você sabe que qualquer elo que poderia haver contigo foi quebrado, agora aquela menina é filha de um barão de uma Baronesa e não de uma prostituta. Sei provavelmente dentro desta Caixa que essa rapariga tentou entregar na minha casa deve ter o mais caro dos Presentes pois você provavelmente tem muito mais dinheiro que eu, Provavelmente tem até mais dinheiro que o rei, mas o seu dinheiro é sujo assim como o seu nome, o que nós tivemos passou, agora tem que deixar a minha família em paz. Se você voltar aqui mais uma vez...

🗡— O que você pode fazer contra mim? Por acaso eu acho que tenho medo?

🧔🏼— Se você voltar aqui mais uma vez eu vendo esta maldita casa e volto para Portugal e você nunca mais vai pôr os olhos a menina. Você entendeu isso?

Quitéria que era muito Valente
Nessa hora não disse nada
Apenas abaixou a cabeça e a sentiu.
O barão foi embora pisando duro
Pela estrada
E Padilha entrou na carruagem e fechou a porta.
Quitéria pediu que o cocheiro
Esperasse um pouco mais
Antes de Partir
Então a a carruagem entrou por uma
Rua paralela até chegar
Nos fundos do Casarão
Onde Quitéria afastou um pouquinho
Cortina da janela da cabine
E com um olhar muito doído
Observou o que acontecia no jardim
Dos fundos do Casarão.
Maria Padilha fez a mesma coisa
Afastou a cortina de sua janelinha
Observar o lado de fora
E o que viu foi uma menina
Com os cabelos loiros como os do barão
Sentadinha em um cavalinho de pau
Que se movia para frente e para trás
Em um balanço constante,
Do lado dela uma senhora Negra
Que devia ser a babá
E que foi a única a perceber a nossa presença ali.
A babá olhou em volta
E veio correndo,
Então quando Quitéria abriu
A porta da Carruagem
Ela não quis entregar a boneca
Pois o barão já havia visto
Mas abriu a caixa e tirou duas
Fitinhas de cetim púrpura
Que prendiam o cabelo da bonequinha,
Uma entregou a babá
Que sem dizer uma palavra
Voltou para o Jardim e
Amarrou a fitinha em um laço
No cabelo da menina,
Já Quitéria amarrou a outra fitinha
No próprio cabelo.
Durante o trajeto da volta
Quitéria vinha apertando os lábios
E olhando para o teto da Carruagem
Como se estivesse fitando algo distante.
Maria Padilha sabia o que aquele
Gesto significava
Então antes que chegassem ao cabaré
Deu uma pancadinha na lateral
Da Carruagem para que o cocheiro
Parasse mais uma vez,
Então retirou o lenço
Que trazia no decote do espartilho
Entregou a Quitéria.

— Melhor fazer isso aqui do que não conseguir segurar na frente das Moças e acabar mostrando fragilidade no meio do salão.

Ela estendeu o lenço para Quitéria
Que rapidamente o apanhou
E cobrindo o rosto com ele
Se inclinou para frente.
Os ombros tremendo muito
O corpo inteiro era sacudido
Mas ela não fazia barulho,
Chorava desesperadamente
Sem fazer nenhum som.
Era o choro de uma mulher
que não tinha permissão de chorar.
Passado algum tempo
Ela se recompôs
E a carruagem seguiu.

Padilha Quitéria com o passar do tempo
Começaram a se odiar
Mas por uma questão de dignidade
Padilha nunca tocou nesse assunto,
Quando Quitéria morreu
Ela era a única que sabia
Da existência de Mariana,
A filha que Quitéria teve mas não pode criar.
Quitéria era uma grande Feiticeira
Uma cafetina riquíssima
Uma mulher poderosa e muitas vezes cruel
Mas só Deus sabe o que Quitéria
teve que passar na vida
Só Deus sabe o tanto que ela sofreu
sozinha sem poder contar com
A ajuda de ninguém.

Talvez seja por isso
Que Quitéria continua ostentando
uma personalidade
De mulher má para com os outros,
Porém para com aqueles que ela escolheu
Para serem seus filhos
Ela trata com tanto carinho
Que notável a discrepância
Da descrição que uma pessoa que
conheceu Quitéria na vida da
Para a descrição que um filho de
Quitéria nos passa sobre ela.
O que eu como médium de outra entidade
vi de Maria Quitéria foi uma mulher que
mais parece um demônio de tão bruta.
Mas o povo que trabalha com Quitéria
quando fala dela para mim
A descrevem como um anjo que os socorre e
os trata com amor,
um anjo que nunca os abandona.
Talvez tenha passado despercebido
Mas existem mesmo dois lados de Quitéria
Por um lado ela é uma bruxa
Mas por outro lado ela é uma mãe.

🫀🍷🕯🗡🩸🔮🩸🗡🕯🍷🫀
Memórias de Terreiro, Arte e texto por Felipe Caprini
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Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!
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