Quando eu conheci marabô, isso muitos anos atrás, a primeira coisa que me falaram era que ele era um Exu mal
Quando eu conheci marabô, isso muitos anos atrás, a primeira coisa que me falaram era que ele era um Exu mal.
E antes que vocês comentem coisas bobas, leiam toda essa história para entenderem o por que que falavam isso.
Eu sou nascido e criado aqui na zona norte da capital de São Paulo e nessa região Exu Marabô é um dos favoritos, vem na maioria dos terreiros e tem muitos médiuns.
Na época eu tinha começado a conhecer a espiritualidade então não tinha muita referência do que era certo o que era errado, e quando comecei a frequentar um determinado terreiro e soube que ali dentro Marabô era mal visto, e de tanto ouvir o povo maldizer eu logo fiquei com um certo ranço dele, e toda vez que ele vinha eu me mantinha longe.
A mãe de santo da casa trabalhava tanto como Marabô quanto com Maria Padilha, e esta mãe de santo em questão tinha uma filha carnal que tinha problemas de saúde muito graves e que inclusive Não conseguia andar pois era um tipo de doença que causavq paralisia, algo tão grave que havia deixado fortes sequelas.
O que acontece é que naquela casa, que era uma casa de Quimbanda, Maria Padilha já tinha deixado claro que ela por mais que pudesse ajudar não iria ajudar a criança, e se recusava a fazer isso por um pedido de Exu marabô.
Obviamente que todos nós ali começamos a ver Marabô como uma entidade ruim que estava negando ajuda a uma criança, e era muito deprimente ver aquela mãe de santo empurrando a cadeira de rodas da menina pelo terreiro e pedindo sempre que as outras entidades que representavam a casa fossem conversar e aconselhar Exu Marabô para que ele mudasse de ideia.
Mas não adiantava, toda vez que Marabô vinha em terra ele era irredutível e dizia que o destino tinha que cumprir o próprio caminho.
Aquela criança, uma menina chamada Suelen, aguentou mais ou menos seis meses depois que eu cheguei no lugar então ela faleceu devido as doenças que sofria.
Depois da morte dela Exu marabô foi o basicamente banido, não se falava mais dele e não se trazia mais para fazer consultas, ele passou a ser considerado um vilão.
Então houve a festa das pombagira, e a Pombagira Maria Padilha incorporou na mãe de santo, e foi aquela alegria de sempre. Mas mais pro fim da festa Maria Padilha ficou em pé no meio do salão e fez um gestual que todos nós já sabíamos o que era, ela pegou a parte da frente da barra da saia e passou por entre suas pernas prendendo na parte traseira da cintura e assim formando com a saia um tipo de calça, e quando ela fazia isso todos já sabíamos que marabô iria vir.
Dito e feito ele veio e eu fui colocado como responsável de atendê-lo.
Me colocaram para cambonear Marabô simplesmente porque eu era o mais novo da casa e como vocês sabem nos terreiros as tarefas mais desagradáveis são dadas aos mais novos.
Então eu fui lá atender Marabô e ele imediatamente pediu que eu acompanhasse até o quarto do fundo onde estava os assentamentos de Exu, e eu obedeci obviamente e quando chegamos lá ele apanhando uma garrafa de Cachaça, molhou o seu próprio assentamento e ateou fogo dizendo que estava limpando toda energia negativa. Ficou um tempo ali parado olhando o ferro queimar mas depois olhou para mim e disse:
— Agora que tudo já aconteceu eu vou pedir que você conte a ela o que aconteceu.
Quando ele disse "a ela" eu entendi que ele estava falando da mãe de santo da casa que era a médium na qual ele estava incorporado
— Diga a ela que por mais que ela tivesse pedido a minha ajuda eu não podia cometer um erro. Eu sei que ela via ali uma criança e eu sei que todos vocês viam uma criança, mas isso é porque vocês enxergam com olhos de carne, já eu enxergo com os olhos de espírito. Tem almas que não são boas, tem almas que já nascem ruins. Essa minha filha aqui é tola e se deixa levar por sentimento. Aquela criança que morreu despertava dó em todos porque era doente, mas aquela criança era uma desgraça. Se eu tivesse curado ela iria crescer e iria machucar muito essa minha filha aqui. Quando eu vim para trabalhar na vida dessa minha filha eu assumi o compromisso de protegê-la, mas eu assumi o compromisso de protegê-la com a verdade e não com a mentira. Todos vocês só olhavam para aquela criatura e viam uma criança doente, mas ninguém é criança o tempo todo. Todo homem ou mulher que ja fez as costas mais horríveis... ja foi criança um dia, não foi? Se eu tivesse permitido que ela crescesse... aquela criatura iria atear fogo nessa casa e matar a própria mãe. Eu vim para a vida da minha filha para protegê-la e não para fazer os gostos dela. Sei que ela sempre irá me culpar por não ter ajudado e não ter permitido que os outros ajudassem, só que ela não entende que eu ajudei sim. Eu sei que eu não sou mais bem-vindo nessa casa e não irei impor a minha presença, eu vou embora mas vou de cabeça erguida porque eu cumpri a minha parte. Minha filha enterrou a cria dela, mas agora a minha filha está segura. Diga isso a ela.
Ali dentro do quarto de Exu Marabô foi embora e assim que a mãe de santo voltou a si e imediatamente contei a ela tudo que ele tinha dito pois eu tinha medo de esquecer alguma palavra caso esperasse para contar depois. Mas ela enquanto mãe não aceitou bem aquela informação e me disse várias vezes com lágrimas dos olhos que Marabô não podia ter tirado dela o direito de tentar, ela mesma disse que tinha percebido desde que a filha era muito pequena e que havia algo errado com ela na questão de personalidade porque a menina enquanto era saudável sempre foi um pouco sádica e demasiadamente irônica, mas ela insistia dizendo que se Marabô tivesse salvado a vida da menina ela iria dar um jeito de modificá-la.
E naquela negativa da mãe de santo em entender o que Marabô havia deixando como mensagem eu entendi que ele estava totalmente certo quando disse que a mãe de santo era tola em que se deixava levar por sentimento. Sei que toda e qualquer mãe se deixaria levar pelo sentimento quando se trata de um filho, mas Marabô também foi pai naquele momento e tudo o que fez foi para o melhor de sua filha.
De vez em quando eu passo na frente daquele terreiro e ouço os batuques das festas de Maria Padilha.
Todo mundo aqui da região comenta que Marabô nunca mais veio e que o assentamento e as coisas dele foram jogados dentro da represa de Mairiporã, pois aqui na nossa região nós fazemos isso de jogar as coisas de Exu em água quando queremos que o Exu vai embora.
Marabô fez aquilo que era justo, e na vida vocês devem saber que não existe ofensa maior do que fazer o que é certo. Até hoje naquele lugar tem gente que até cospe no chão quando fala de Marabô dizendo que é um Exu sem doutrina e maligno. Mas ele apenas fez aquilo que tinha que fazer.
Nesse mundo não existe nada que seja perfeito e às vezes ele é necessário trilhar caminhos tortos para chegar ao objetivo certo.
A mãe de santo é até hoje saudável e eu fico pensando, será que ela estaria saudável e com a casa aberta se aquela filha dela tivesse tido a chance de sobreviver?
Eu acredito que é Marabô fez o que era certo.
Marabô não é Espírito de dengo ou de palhaçada, ele é Exu de Lei.
E a lei ao ser cumprida... as vezes dói.
Arte e texto por Felipe Caprini
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos! Seja Honesto!
Quer saber sobre os mistérios da vida? Sobre sobre os seus caminhos?
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E antes que vocês comentem coisas bobas, leiam toda essa história para entenderem o por que que falavam isso.
Eu sou nascido e criado aqui na zona norte da capital de São Paulo e nessa região Exu Marabô é um dos favoritos, vem na maioria dos terreiros e tem muitos médiuns.
Na época eu tinha começado a conhecer a espiritualidade então não tinha muita referência do que era certo o que era errado, e quando comecei a frequentar um determinado terreiro e soube que ali dentro Marabô era mal visto, e de tanto ouvir o povo maldizer eu logo fiquei com um certo ranço dele, e toda vez que ele vinha eu me mantinha longe.
A mãe de santo da casa trabalhava tanto como Marabô quanto com Maria Padilha, e esta mãe de santo em questão tinha uma filha carnal que tinha problemas de saúde muito graves e que inclusive Não conseguia andar pois era um tipo de doença que causavq paralisia, algo tão grave que havia deixado fortes sequelas.
O que acontece é que naquela casa, que era uma casa de Quimbanda, Maria Padilha já tinha deixado claro que ela por mais que pudesse ajudar não iria ajudar a criança, e se recusava a fazer isso por um pedido de Exu marabô.
Obviamente que todos nós ali começamos a ver Marabô como uma entidade ruim que estava negando ajuda a uma criança, e era muito deprimente ver aquela mãe de santo empurrando a cadeira de rodas da menina pelo terreiro e pedindo sempre que as outras entidades que representavam a casa fossem conversar e aconselhar Exu Marabô para que ele mudasse de ideia.
Mas não adiantava, toda vez que Marabô vinha em terra ele era irredutível e dizia que o destino tinha que cumprir o próprio caminho.
Aquela criança, uma menina chamada Suelen, aguentou mais ou menos seis meses depois que eu cheguei no lugar então ela faleceu devido as doenças que sofria.
Depois da morte dela Exu marabô foi o basicamente banido, não se falava mais dele e não se trazia mais para fazer consultas, ele passou a ser considerado um vilão.
Então houve a festa das pombagira, e a Pombagira Maria Padilha incorporou na mãe de santo, e foi aquela alegria de sempre. Mas mais pro fim da festa Maria Padilha ficou em pé no meio do salão e fez um gestual que todos nós já sabíamos o que era, ela pegou a parte da frente da barra da saia e passou por entre suas pernas prendendo na parte traseira da cintura e assim formando com a saia um tipo de calça, e quando ela fazia isso todos já sabíamos que marabô iria vir.
Dito e feito ele veio e eu fui colocado como responsável de atendê-lo.
Me colocaram para cambonear Marabô simplesmente porque eu era o mais novo da casa e como vocês sabem nos terreiros as tarefas mais desagradáveis são dadas aos mais novos.
Então eu fui lá atender Marabô e ele imediatamente pediu que eu acompanhasse até o quarto do fundo onde estava os assentamentos de Exu, e eu obedeci obviamente e quando chegamos lá ele apanhando uma garrafa de Cachaça, molhou o seu próprio assentamento e ateou fogo dizendo que estava limpando toda energia negativa. Ficou um tempo ali parado olhando o ferro queimar mas depois olhou para mim e disse:
— Agora que tudo já aconteceu eu vou pedir que você conte a ela o que aconteceu.
Quando ele disse "a ela" eu entendi que ele estava falando da mãe de santo da casa que era a médium na qual ele estava incorporado
— Diga a ela que por mais que ela tivesse pedido a minha ajuda eu não podia cometer um erro. Eu sei que ela via ali uma criança e eu sei que todos vocês viam uma criança, mas isso é porque vocês enxergam com olhos de carne, já eu enxergo com os olhos de espírito. Tem almas que não são boas, tem almas que já nascem ruins. Essa minha filha aqui é tola e se deixa levar por sentimento. Aquela criança que morreu despertava dó em todos porque era doente, mas aquela criança era uma desgraça. Se eu tivesse curado ela iria crescer e iria machucar muito essa minha filha aqui. Quando eu vim para trabalhar na vida dessa minha filha eu assumi o compromisso de protegê-la, mas eu assumi o compromisso de protegê-la com a verdade e não com a mentira. Todos vocês só olhavam para aquela criatura e viam uma criança doente, mas ninguém é criança o tempo todo. Todo homem ou mulher que ja fez as costas mais horríveis... ja foi criança um dia, não foi? Se eu tivesse permitido que ela crescesse... aquela criatura iria atear fogo nessa casa e matar a própria mãe. Eu vim para a vida da minha filha para protegê-la e não para fazer os gostos dela. Sei que ela sempre irá me culpar por não ter ajudado e não ter permitido que os outros ajudassem, só que ela não entende que eu ajudei sim. Eu sei que eu não sou mais bem-vindo nessa casa e não irei impor a minha presença, eu vou embora mas vou de cabeça erguida porque eu cumpri a minha parte. Minha filha enterrou a cria dela, mas agora a minha filha está segura. Diga isso a ela.
Ali dentro do quarto de Exu Marabô foi embora e assim que a mãe de santo voltou a si e imediatamente contei a ela tudo que ele tinha dito pois eu tinha medo de esquecer alguma palavra caso esperasse para contar depois. Mas ela enquanto mãe não aceitou bem aquela informação e me disse várias vezes com lágrimas dos olhos que Marabô não podia ter tirado dela o direito de tentar, ela mesma disse que tinha percebido desde que a filha era muito pequena e que havia algo errado com ela na questão de personalidade porque a menina enquanto era saudável sempre foi um pouco sádica e demasiadamente irônica, mas ela insistia dizendo que se Marabô tivesse salvado a vida da menina ela iria dar um jeito de modificá-la.
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De vez em quando eu passo na frente daquele terreiro e ouço os batuques das festas de Maria Padilha.
Todo mundo aqui da região comenta que Marabô nunca mais veio e que o assentamento e as coisas dele foram jogados dentro da represa de Mairiporã, pois aqui na nossa região nós fazemos isso de jogar as coisas de Exu em água quando queremos que o Exu vai embora.
Marabô fez aquilo que era justo, e na vida vocês devem saber que não existe ofensa maior do que fazer o que é certo. Até hoje naquele lugar tem gente que até cospe no chão quando fala de Marabô dizendo que é um Exu sem doutrina e maligno. Mas ele apenas fez aquilo que tinha que fazer.
Nesse mundo não existe nada que seja perfeito e às vezes ele é necessário trilhar caminhos tortos para chegar ao objetivo certo.
A mãe de santo é até hoje saudável e eu fico pensando, será que ela estaria saudável e com a casa aberta se aquela filha dela tivesse tido a chance de sobreviver?
Eu acredito que é Marabô fez o que era certo.
Marabô não é Espírito de dengo ou de palhaçada, ele é Exu de Lei.
E a lei ao ser cumprida... as vezes dói.
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Quer saber sobre os mistérios da vida? Sobre sobre os seus caminhos?
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