O navio balançava no quebrar das ondas, no porão daquela nau um grupo de ciganos rodeava a senhora deitada sobre uma saca de farinha
O navio balançava no quebrar das ondas, no porão daquela nau um grupo de ciganos rodeava a senhora deitada sobre uma saca de farinha.
Alba suava muito, a febre lhe consumia e quase não podia se mexer, assim aproveitou o balanço do barco para ninar sua pequena filha que acabara de nascer.
Andrei sentiu os cabelos ficarem ainda mais brancos ao olhar para a esposa naquela situação, se abaixou ao lado dela e a beijou na testa.
— Perdão... me perdoe Alba... por Deus, me perdoe...
Mas Alba não sentia que precisava perdoar o marido de qualquer coisa.
Quando a menstruação parou de vir ali pelos cinquenta anos ela achou mesmo que nunca mais seria mão novamente. Na vida teve oito filhos, todos já adultos e casados e por isso ela e o marido decidiram acompanhar Dimitrie, seu filho mais velho, na viagem para as colonias espanholas no novo mundo.
Alba perceu engordar um bocado nos ultimos meses mas achava que era porque estava envelhecendo e se tornando uma matrona como as demais idosas, mas a verdade era outra.
A viagem de Navio duraria três meses e ali no porão do barco onde foram alocados pelos marinheiros foi que ela sentiu pela primeira vez o bebê chutar.
Ela mesma não acreditou, mas já havia sido mãe antes e a sensação era a mesma, havia um bebê em sua barriga.
Andrei parara de usar meios para evitar gestação ha cerca de um ano por achar que nem ele ou a esposa tinham mais chances de serem pais, mas o destino quis que sim.
As ciganas ficaram muito tristes pela noticia da gravidez de Alba, isso porque todas sabiam o que significava uma mulher daquela idade ter um filho naquele lugar.
E ali no porão em cima de uma saca de farinha que nasceu Sulamita.
A mulher judia que ocupava uma das cabines do navio veio ajudar no parto pois era parteira de longa data, ela foi a primeira a segurar a menina assim que saiu da mãe, e ao cortar o cordão umbilical a mulher argueu a criança e disse:
— Shalam mit!
Alba perguntou o que significava e a mulher falou:
— Significa "A que trouxe paz".
E assim a criança recebeu o nome de Sulamita, e apos receber o nome ela permaneceu junto ao peito da mãe até o corpo de Alba esfriar.
Alba se foi naquele dia mas Sulamita encontraria mãe em outra mulher, Alzira beijou o rosto da mãe falecida e jurou a ela que cuidaria de Sulamita como se fosse sua filha, e assim fez.
Ao chegar em Rio da Prata os ciganos se assustaram pois era uma terra fria que nevava como a velha Moscóvia, assim migraram para a colonia portuguesa, se assentaram na cidade de Cananéia, Brasil.
E ao contrario do esperado a infancia de Sulamita não foi ruim, foi muito feliz sendo criada pelo pai Andrei, a irmão Alzira e o cunhado Eliah, e mesmo após a morte de Andrei ela continou feliz com a familia até alcançar a idade de dezessete anos.
Era bonita, pele morena como a mãe e olhos azuis como o pai, e pela boa educação e aparencia agradavél não foi dificil arranjar marido.
Alvarez tinha quase quarenta anos e até parecia mais velho, não era nada bonito e por isso quando chegou em Cananéia ele foi pronto para ser rejeitado pela bela moça, mas ao contrario do que esperava ela o recebeu bem.
Uma coisa que Sulamita tinha de sobra era humanidade.
Quando soube que Alvarez havia perdido a esposa e os dois filhos para a peste negra ela se apiedou dele.
Aquele homem era chefe de um clã de ciganos Gadarenos, ciganos que geralmente formam seus clãs entre parentes do mesmo sangue e por isso todos no grupo são como irmão e assim não podem se casar entre si pelo perigo de má formação em seus descendentes. Alvarez precisava de filhos para continuar a linhagem, filhos para herdarem a liderança do clã.
— Porque o senhor vem de tão longe para me ver? — perguntou no primeiro momento em que pode ficar a sós com o homem — Sei que existem muitas ciganas belas no norte, porque vem atrás de mim.
— Vim pois eu conheci sua mãe e era amigo dela, conheci seu pai e fui amigo dele, e se fores um pouco parecida com eles já me dou por muito feliz pois foram as pessoas mais bondosas que vi nesta terra.
Aquela resposta foi bonita e após muitas outras conversas ela o aceitou como marido.
Alzira não gostou nada daquilo, se Sulamita se casasse com aquele homem ela a levaria devolta a Espanha e ela sentiria muita saudade da menina, mas Sulamita quis assim e o casamento foi feito ali em Cananéia junto de toda a familia como testemunha.
Alvarez se revelou um homem muito bom e muito carinhoso, a noite de nupcias quase que não acontece pois ele sendo um homem de pouca beleza achou que iria enojar a moça, mas Sulamita não era do tipo que fazia qualquer desfeita por base de aparencia e assim foi ela que o arrastou para dentro da tenta afim de consumar o casamento.
Alvarez se deu por muito satisfeito ao perceber que ela não se afastava dele e na verdade o procurava, e assim ficou feliz.
A vida do casal aconteceu mesmo em Málaga, Reino de Espanha onde junto trouxeram ao mundo doze crianças, com a graça de Santa Sara todas sobreviveram.
Viveu feliz mesmo com o preconceito e perseguição que seu povo sofria, junto com Alvarez conseguiu dar bom destino a todos os filhos e assim envelheceu e partiu desse mundo na mesma semana que o marido.
E um dia, na terra das almas boas, Sulamita ouviu uma voz lhe chamar.
De lá ela olhou para a terra dos vivos e viu Alexandra, a filha caçula, deitada sobre uma saca de farinha no porão de um navio, a barriga inchada e contorcida pela criança estar na posição errada.
Alexandra rodeada de Ciganas chorava gritando nome da mãe, gritava de medo não por si, mas por seu filho que iria morrer na barriga.
Na terra das almas boas é necessario estar pronto para reencarnar e ser outra pessoa, e Sulamita teria logo esse destino, porem disse não a ele.
Naquele dia desceu da boa terra e veio em espirito no porão daquele navio, e ali colocou as mãos sobre a barriga da filha e usou de toda a força que tinha para fazer o neto nascer.
E o neto nasceu, forte e saudavel.
Mas Sulamita quis ficar um pouco mais e acompanhou a filha até o navio chegar no destino, o Brasil.
E ela foi ficando, foi ajudando, foi se manifestando, guiando.
Agora faz quase duzentos anos que ela está aqui junto com toda sua gente, todos os descendentes de seus muitos filhos e amigos.
Sulamita é aquela que sempre tras paz.
Hoje nas Tsaras e nas casas de Umbanda a Cigana Sulamita vem alegre, faceira, vem trazendo bons sentimentos exatamente como quando era viva.
E Alvarez?
Ele sempre está com ela, sempre cantando
"Rosa roja, que rica rosa
de todas las flores
elegí la más hermosa!
Rosa roja, que rica rosa
Sulamita es siempre la más poderosa!"
⚘️⚘️
Espero que tenham gostado!
Não copie o texto ou reposte a arte sem dar os créditos!
Seja Honesto!
⚘️⚘️
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Andrei sentiu os cabelos ficarem ainda mais brancos ao olhar para a esposa naquela situação, se abaixou ao lado dela e a beijou na testa.
— Perdão... me perdoe Alba... por Deus, me perdoe...
Mas Alba não sentia que precisava perdoar o marido de qualquer coisa.
Quando a menstruação parou de vir ali pelos cinquenta anos ela achou mesmo que nunca mais seria mão novamente. Na vida teve oito filhos, todos já adultos e casados e por isso ela e o marido decidiram acompanhar Dimitrie, seu filho mais velho, na viagem para as colonias espanholas no novo mundo.
Alba perceu engordar um bocado nos ultimos meses mas achava que era porque estava envelhecendo e se tornando uma matrona como as demais idosas, mas a verdade era outra.
A viagem de Navio duraria três meses e ali no porão do barco onde foram alocados pelos marinheiros foi que ela sentiu pela primeira vez o bebê chutar.
Ela mesma não acreditou, mas já havia sido mãe antes e a sensação era a mesma, havia um bebê em sua barriga.
Andrei parara de usar meios para evitar gestação ha cerca de um ano por achar que nem ele ou a esposa tinham mais chances de serem pais, mas o destino quis que sim.
As ciganas ficaram muito tristes pela noticia da gravidez de Alba, isso porque todas sabiam o que significava uma mulher daquela idade ter um filho naquele lugar.
E ali no porão em cima de uma saca de farinha que nasceu Sulamita.
A mulher judia que ocupava uma das cabines do navio veio ajudar no parto pois era parteira de longa data, ela foi a primeira a segurar a menina assim que saiu da mãe, e ao cortar o cordão umbilical a mulher argueu a criança e disse:
— Shalam mit!
Alba perguntou o que significava e a mulher falou:
— Significa "A que trouxe paz".
E assim a criança recebeu o nome de Sulamita, e apos receber o nome ela permaneceu junto ao peito da mãe até o corpo de Alba esfriar.
Alba se foi naquele dia mas Sulamita encontraria mãe em outra mulher, Alzira beijou o rosto da mãe falecida e jurou a ela que cuidaria de Sulamita como se fosse sua filha, e assim fez.
Ao chegar em Rio da Prata os ciganos se assustaram pois era uma terra fria que nevava como a velha Moscóvia, assim migraram para a colonia portuguesa, se assentaram na cidade de Cananéia, Brasil.
E ao contrario do esperado a infancia de Sulamita não foi ruim, foi muito feliz sendo criada pelo pai Andrei, a irmão Alzira e o cunhado Eliah, e mesmo após a morte de Andrei ela continou feliz com a familia até alcançar a idade de dezessete anos.
Era bonita, pele morena como a mãe e olhos azuis como o pai, e pela boa educação e aparencia agradavél não foi dificil arranjar marido.
Alvarez tinha quase quarenta anos e até parecia mais velho, não era nada bonito e por isso quando chegou em Cananéia ele foi pronto para ser rejeitado pela bela moça, mas ao contrario do que esperava ela o recebeu bem.
Uma coisa que Sulamita tinha de sobra era humanidade.
Quando soube que Alvarez havia perdido a esposa e os dois filhos para a peste negra ela se apiedou dele.
Aquele homem era chefe de um clã de ciganos Gadarenos, ciganos que geralmente formam seus clãs entre parentes do mesmo sangue e por isso todos no grupo são como irmão e assim não podem se casar entre si pelo perigo de má formação em seus descendentes. Alvarez precisava de filhos para continuar a linhagem, filhos para herdarem a liderança do clã.
— Porque o senhor vem de tão longe para me ver? — perguntou no primeiro momento em que pode ficar a sós com o homem — Sei que existem muitas ciganas belas no norte, porque vem atrás de mim.
— Vim pois eu conheci sua mãe e era amigo dela, conheci seu pai e fui amigo dele, e se fores um pouco parecida com eles já me dou por muito feliz pois foram as pessoas mais bondosas que vi nesta terra.
Aquela resposta foi bonita e após muitas outras conversas ela o aceitou como marido.
Alzira não gostou nada daquilo, se Sulamita se casasse com aquele homem ela a levaria devolta a Espanha e ela sentiria muita saudade da menina, mas Sulamita quis assim e o casamento foi feito ali em Cananéia junto de toda a familia como testemunha.
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Alexandra rodeada de Ciganas chorava gritando nome da mãe, gritava de medo não por si, mas por seu filho que iria morrer na barriga.
Na terra das almas boas é necessario estar pronto para reencarnar e ser outra pessoa, e Sulamita teria logo esse destino, porem disse não a ele.
Naquele dia desceu da boa terra e veio em espirito no porão daquele navio, e ali colocou as mãos sobre a barriga da filha e usou de toda a força que tinha para fazer o neto nascer.
E o neto nasceu, forte e saudavel.
Mas Sulamita quis ficar um pouco mais e acompanhou a filha até o navio chegar no destino, o Brasil.
E ela foi ficando, foi ajudando, foi se manifestando, guiando.
Agora faz quase duzentos anos que ela está aqui junto com toda sua gente, todos os descendentes de seus muitos filhos e amigos.
Sulamita é aquela que sempre tras paz.
Hoje nas Tsaras e nas casas de Umbanda a Cigana Sulamita vem alegre, faceira, vem trazendo bons sentimentos exatamente como quando era viva.
E Alvarez?
Ele sempre está com ela, sempre cantando
"Rosa roja, que rica rosa
de todas las flores
elegí la más hermosa!
Rosa roja, que rica rosa
Sulamita es siempre la más poderosa!"
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