sexta-feira, 4 de novembro de 2022

As Iniciações Crísticas e as Demoníacas - (I)

 

As Iniciações Crísticas e as Demoníacas - (I)


christic and demonic initation
  Estaremos falando hoje sobre a palavra “Iniciação”. Faremos isso, no sentido de buscar um melhor entendimento do que seja nosso objetivo, ou nosso lugar aqui no mundo, o que precisamos definir dentro de nós mesmos. Iniciação é alguma coisa, nesta tradição de que frequentemente falamos, bem como em outras tradições.

  Sistematicamente, em nossa moderna cultura, pessoas que se consideram espiritualizadas detêm a ideia de que há um tipo de evolução que acontece; um tipo de evolução cósmica ou espiritual, que nos conduzirá à perfeição, à iluminação ou a uma era dourada. Há uma série de belas palavras a se falar sobre a futura era dourada, porém necessitamos, antes de tudo, esclarecer que para atingir o desenvolvimento de nossa Consciência e alma, para atingir a religião, a nos conectarmos com nosso mais profundo íntimo, com nosso espírito, necessitamos adentrar o caminho da iniciação.

  Em assim sendo, em nosso título, temos [as] Iniciações Crísticas e [as] Demoníacas. E esse mundo-demoníaco da vida de hoje, em nossa moderna cultura, suscita um especial tipo de reação nas pessoas consideradas por elas mesmas espiritualizadas. Existe uma reação ante a menção de algo demoníaco como sendo uma superstição, um tipo arcaico de conceito.

  No mundo de hoje necessitamos desenvolver duas qualidades muito importantes. A primeira é a tolerância e a segunda é o discernimento ou discriminação de um tipo de consciência: discriminar dentro de nós próprios o que representa o desenvolvimento da Consciência, ou o que seja em nossas almas e mentes, o desenvolvimento de um caminho [ou modelo] positivo ou negativo.

 Alguns tipos modernos de espiritualidade querem eliminar o discernimento. Apegam-se à ideia de que todos estamos evoluindo mecanicamente em direção a um estado espiritual; em vista disso, ao falar-se sobre esforço para o desenvolvimento, ou ao uso da palavra demoníaco, parece-lhes tolice ou antiquado. Entretanto, nessa tradição, sabemos que não existem dois caminhos para desenvolver a Consciência, e também sabemos que não podemos desenvolver plenamente a Consciência sem o consciente desempenho com esforços e sacrifícios.

   Essa ideia da evolução é muito proeminente e mesmo em nossa tradição Gnóstica temos ensinamentos sobre anteriores dias cósmicos, diferentes períodos e humanidades que surgem em cada ronda ou dia cósmico. Atualmente, estamos no período terrestre, estamos na quinta raça-raiz e haverá futuros períodos e futuras rondas. Em certo sentido, há nisso um tipo de evolução. Entretanto, no sentido de se adequar para futuras humanidades terá de haver consciente desenvolvimento.
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  Em anteriores palestras, falamos sobre evolução e involução, e dissemos que nossa atual psicologia é o produto da evolução. Nós, como uma alma ou essência, estivemos inseridos no reino mineral. Foi-nos dado um corpo físico relacionado com o reino mineral, e através de um processo evolutivo, da experiência, pela orientação de forças inteligentes mais elevadas, evoluímos para um corpo de planta. O corpo de planta é mais sofisticado que o tipo de corpo mineral. E como resultado de uma série de experiências, evoluímos para o reino animal, onde possuíamos corpos que tinham dois cérebros, corpos mais complexos e emocionalmente mais desenvolvidos, que manobravam com tipos mais complicados de energia. Por conta da evolução, desenvolvemos até mesmo o intelecto em que nos encontramos hoje na humanidade. Aqui temos uma psicologia que avançou em nosso estado atual: temos nosso intelecto e nossas emoções bem como nossos instintos.

   Dessa maneira, de certa perspectiva, parece-nos natural pensar que continuaremos a evoluir, porém isto é um conceito enganoso. Mesmo em muitas escolas espirituais que são tipo nova era como um todo, muito boas em escritos positivos como os da Teosofia, como os escritos de Rudolph Steiner e Max Heindel e de outros ocultistas que foram verdadeiramente despertos a certo nível, que ensinaram coisas positivas, foram eles muito vagos e enganados sobre as necessidades de atingir o completo desenvolvimento das possibilidades do ser humano. Eles realmente nunca explicaram o que é o processo da iniciação e o que é requerido. Em certa medida, não eram suas obrigações fazerem-no, não eram seus papéis.

  Se fossemos ler somente esses autores estaríamos então investidos da idéia de que há um processo de evolução, e se vemos coisas contraditórias acontecendo, pessoas se desenvolvendo negativamente, então poderíamos pensar que realmente faz parte do caminho as coisas acontecerem assim, e que, eventualmente, elas seriam levadas em direção da luz. Existe a ideia de que se alguém está agindo erradamente, então ele é exatamente um retardatário na corrente evolutiva, mas em determinado momento ele progredirá e ascenderá a um estado de Consciência mais elevado. Isso é incorreto.

  Então, precisamos ser claros em que a evolução tem seu pináculo e uma vez o pináculo seja alcançado, esse é o ponto máximo. Após isso, irá começar a decadência e toda aquela complicação de energia virá desvanecer. Eis porque é importante tratar da iniciação.

   A palavra iniciação significa iniciar alguma coisa nova, um novo tipo de corrente, um novo desenvolvimento. Segundo, como dissemos antes, necessitamos desenvolver a qualidade do discernimento em nosso íntimo para sabermos em que momento estamos nos desenvolvendo de modo que estejamos despertando nossa Consciência e a liberando, ou, fortalecendo nosso ego, nossos desejos e nos colocando ainda mais em escravidão. De modo muito simples: esses são os dois caminhos que chamamos Crístico e demoníaco. Então, quando dizemos demoníaco, estamos, sem dúvida, apontando em direção ao ego, em direção a nós mesmos. Na realidade, o trabalho com o demônio é o trabalho com nosso próprio ego, de maneira que não devemos nos escandalizar com essa ideia.

                                                 Existencialismo Sisyphean

  Encontramo-nos hoje no que poderíamos chamar crise existencialista. Ao olharmos o mundo atual vemos que tudo de nossos maiores sistemas estão fracassando e desmoronando. Há uma grande quantidade de problemas em todas as partes. Se examinarmos as duas primeiras guerras mundiais, veremos que após a Primeira Guerra Mundial houve uma terrível gripe, algumas vezes chamada Gripe Espanhola, ou a gripe de 1918 que foi uma das piores doenças epidêmicas. Aquilo foi o produto de todas as terríveis condições da Primeira Guerra Mundial e, naturalmente, o produto do carma relacionado àquilo.

   A Segunda Guerra Mundial deixou-nos com uma peste mental que é bem pior do que a da Primeira Guerra Mundial. Estamos nos referindo à abominável “Filosofia Existencialista”, que tem envenenado totalmente as novas gerações. A revolução da dialética proclama-se contra tal filosofia. – A Revolução da Dialética – Samael Aun Weor.

  Afinal, o que é a filosofia existencialista? Bem, ela envolve muitas coisas, porém no que estamos interessados é a noção de que realmente não há sentido para a vida senão aquele que possamos admitir a nós próprios: - a vida é um tipo de absurdo, um acaso, uma existência caótica. Então, temos diferentes tipos de personalidades no mundo. Se umas se acham mais espiritualizadas podem pensar; “bem, todos estão evoluindo e eu devo discernir o que estará sendo positivo e o que é negativo”. Há outras pessoas que estão ausentes das aspirações espirituais e acham que a vida tem uma natureza absurda. É disto que a filosofia existencialista é proveniente: “a vida é justamente uma estranha comédia de erros que não tem nenhum objetivo estabelecido”. Num certo sentido, se não estamos desenvolvendo a Consciência, se não estamos nos importando em atingir a iniciação, então qual é a base desta cultura ou deste mundo? Onde se encontra a fundação disso? Não a encontraremos em nenhuma outra parte. Podemos visualizar [nesta filosofia] este mundo de uma perspectiva puramente exterior, parecendo ser exatamente um caos de vários segmentos.

  Nisso, há dois tipos de pontos de vista errados que podemos agora esclarecer. Esta crise existencial nos conduz ao personagem mitológico chamado Sisyphus.
Sisyphys by Titian
  Por alguma razão os filósofos existencialistas elaboram um grande número de comentários sobre Sisyphus. O mito conta uma história de que um homem pobre condenado a carregar uma pedra muito pesada montanha acima tinha caído. Ele tinha sido encantado por Zeus de tal forma que cairia sempre, e assim ele teria de fazer o mesmo trabalho novamente, e foi condenado a repetir esse processo para sempre.

  Sabemos que essa história tem um simbolismo iniciático bastante significativo, de uma pessoa que faz um grande esforço, porém devido aos seus erros relacionados com a pedra (que sabemos estar relacionada com a transmutação sexual para a fundação do trabalho), a pedra cai e ele tem de fazer o mesmo trabalho novamente.

  O filósofo existencialista diz: “Imagino que Sisyphus está na verdade rindo com isso, porque a vida é absurda, e esta provação é absurda, mas de algum modo ele está se divertindo”. Eis como o ponto de vista existencialista está subjetivamente colocado em nossa moderna cultura. A pessoa moderna não pensa sobre si mesma em termos filosóficos, e se ele/ela não tem uma inclinação espiritual então vê a vida como uma coleção de absurdos acasos. Ele simplesmente ri de qualquer coisa que acha engraçado e faz qualquer coisa que deseja. É isto o que é a sua vida.

  Porém, o real simbolismo iniciático oculto nessa história é realmente profundo. Há várias histórias sobre ele, mas de maneira geral é que Sisyphus se achava muito esperto. Ele pensava que era muito inteligente e estava tentando enganar os deuses. Achou que podia ser mais esperto que eles, incluindo Zeus, entretanto por causa de alguns de seus esquemas ele foi enviado para Tartarus, o submundo, e supostamente ficou acorrentado até a morte, ou enganou Thanatos. Ele teria aprisionado a morte e assim conseguiu escapar. Tendo aprisionado a morte ninguém podia morrer. Eventualmente, ele foi punido e sua punição era subir com essa pesada pedra.

  Sisyphus é de fato o ego. O ego pensa que é mais esperto que Deus. O ego acha que pode fazer suas coisas à sua própria maneira, não tendo que ter respeito por quaisquer leis; então se acha até mais poderoso do que Cristo e não deixa ninguém morrer. O ego se respalda em seus desejos e tenta aprisionar até mesmo a morte.

  Podemos ver que psicologicamente o ego não quer morrer. O ego tenta manter todos os seus desejos vivos; tenta até vencer a morte. Naturalmente, esse comportamento somente conduz à miséria, que é a tragédia de Sisyphean. Essa é a nossa presente cultura. Nossa cultura pensa que é mais esperta do que a divindade que a criou. Ela rejeita aquela divindade pela virtude de sua própria ignorância.

  Assim, somos de momento esse personagem. Se não conhecemos a doutrina, se não sabemos como alcançar a iniciação, então poderemos estar trabalhando duramente. Mesmo em sendo uma pessoa espiritualizada é muito trabalhoso o desenvolvimento. Se não conhecermos os fundamentos da iniciação estaremos condenados a ser como Sisyphus.

 Sempre que vemos a pedra na religião sabemos que está relacionada cabalisticamente com a esfera de Yesod, e vemos a pedra em muitas diferentes doutrinas. Por exemplo, no Cristianismo, a pedra fundamental é chamada “a pedra de tropeço” e “a rocha da ofensa”. Nada mais é uma pedra de tropeço e uma rocha da ofensa do que o sexo. É isso o que a rocha representa. De Yesod temos a fundação – o que Yesod significa. Podemos perceber que tudo mais, todas as demais colunas se apoiam naquela fundação. Apoiam-se nela porque é lá na energia sexual que temos nossa energia criativa. A energia criativa é o conduite ou a conexão que temos como uma individualidade para o Criador. Temos a habilidade, quando sexualmente unimos as três forças primárias, de sermos tocados pelo Criador. É daqui de onde vem a criação. Então, temos isso como reflexão, mas naturalmente também temos desejos, temos o ego.
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                                                              Castidade e Celibato

  Quando pensamos em sexo, pensamos sob o desejo da sensualidade, de coisas que nos contaminam. Ou se nos está faltando o discernimento, a discriminação, simplesmente aceitamos que aqui estamos com o único fito de nos compensarmos sexualmente das várias maneiras que queiramos. A sociedade de hoje não encara isso. Ao invés, curva-se e pensa: “É esse o caminho. Eu fui colocado aqui, eu tenho esses desejos. Eu tenho essa energia e a maneira de como usá-la através do desejo”.

  Metade do problema é a doutrina do como transmutar a energia sexual, que não foi ensinada. A outra metade do problema é nossa falta de Consciência. Temos a aspiração espiritual, mas não rejeitamos a sensualidade ou luxúria. Aquelas duas coisas combinadas levarão nosso intento da iniciação a decair e não a ascender. Por quê? A metade inferior da Árvore da Vida, o Klipoth, está relacionada com as dimensões inferiores que são simbolizadas pelo inferno de Tartarus ou com os vários mundos inferiores do inferno. Na metade de cima, temos os mundos divinos ou as dimensões superiores. O corpo físico e o corpo vital, Malkuth e Yesod estão realmente conectados como uma só coisa, porém na Árvore da Vida nós os separamos como sendo duas. É nosso corpo vital, nossa energia sexual, nosso comportamento sexual que é o ponto do qual nossa energia vai mais para baixo ou é transmutada e vai para cima. Então, realmente, é Castidade ou falta de Castidade o que define se nossa Consciência está caminhando para o desenvolvimento através da liberação do desejo ou através da cristalização do desejo. Esta é a cruz porque a energia sexual criativa é o que estará indo desenvolver nossa Consciência. É a base, a energia raiz do que somos. É o extrato de tudo o que somos.

  Pensamos sobre isto e que nos alimentamos, respiramos, bebemos água e outros fluidos e que todas estas coisas entram no corpo. Temos nosso corpo vital, temos os chackras, que estão introduzindo e transformando energia. Tudo isto vai para dentro do corpo, da circulação sanguínea, e da circulação sanguínea todos os hormônios se desenvolvem. Assim, absorvemos toda esta energia e informação que estão sendo condensadas, purificadas e colocadas num extrato que podemos chamar nossa criativa energia sexual. Agora, aquela criativa energia sexual são os nossos hormônios, qualquer fluido sexual como o semem, mas é também aquela energia que mantem o corpo vital, então não é alguma coisa unicamente física. Podemos entender nosso fluido sexual físico como sendo o corpo desta energia, mas possuímos também alma e espírito daquela energia que também não são exatamente coisas físicas.

  Desse modo, detemos todas essas informações externas e a nutrição introduzida, e mais ainda possuímos essa energia proveniente do akasha, vindo, descendo e se introduzindo nos chackras, então é uma combinação de nossas experiências, nosso estado mental, nossas impressões, transformações, conjugados com nossos arquétipos espirituais.

 Que são nossos arquétipos espirituais? Aqueles que estão localizados no que chamamos a sexta dimensão, mas que temos conexão com eles? Nós os fertilizamos através do comportamento da Castidade, ou não. Se não temos Castidade, porém temos uma aspiração espiritual, então terminemos de nos desenvolver de maneira negativa. Se usarmos nossa energia sexual combinada com a aspiração espiritual, mas de forma que transmutemos nossa energia, então essa energia se eleva e nos liberta. Ambos os tipos de práticas desenvolvem a Consciência, entretanto somente um tipo de prática libera a Consciência do desejo. Isso é outra vez a cruz e tem tudo a ver com Castidade.

  Essa palavra Castidade em um sentido moderno pode ser escandalosa porque temos uma cultura que está rejeitando valores Vitorianos, e aqueles valores representaram um real tipo ignorante de repressão sexual. Contudo, ela rejeita não exata e unicamente valores Vitorianos, mas também rejeita valores de todo um passado de milhares de anos quando existia uma ideia de que a pureza era encontrada no ódio ao impulso sexual, e pela rejeição ao sexo se poderia tornar-se santo. Esse é o tipo de fanatismo que surgiu pelo não conhecimento da verdadeira doutrina.

  Originalmente, no Cristianismo, Hinduísmo e Budismo (em todas as grandes religiões) os monges e monjas tinham de ser celibatários, tinham de reservar-se da expressão sexual e ser castos. Castidade é algo da mente e também do coração.

 Contudo, aquela castidade era somente uma preparação. Tendo entrado nisso e provado a si próprio ele/ela ser merecedor, o professor podia dizer: ‘Essa pessoa é séria. Ela aprendeu como trabalhar com sua mente e sabe transmutar como uma pessoa solteira”. Depois disso, eles eram iniciados em uma parte secreta daquele ensinamento que reunia pares de monges e monjas. Isso somente acontecia em segredo porque eles não queriam que essa doutrina fosse corrompida ou destruída. Um monge trabalhava com uma monja em cooperação sexual.

  Nota de Rayom Ra: “Salvo núcleos secretos especiais em eletivos ciclos de civilizações enriquecidas pelas lições da ciência oculta, os procedimentos da iniciação à Magia Sexual não foram recorrentes a grande massa religiosa do passado, nem a uma significativa parcela que, na realidade, não os podiam praticar. A bem da verdade foram números controlados. Nesse critério experiencial seletivo, os disciplinados que praticaram esse sistema de elevação da energia sexual, com parcial ou inteiro sucesso, se juntaram a outros da nata discipular do esoterismo, provindos de diferentes escolas com variados métodos e filosofias, demonstrando com isso que a exata noção de que “’nem tudo é para todos”’ bem se aplica aos muitos perfis psicológicos de almas em diferentes sistemas.

  Em países do Oriente, Oriente Médio e África, onde as religiões esotéricas nasceram e se desenvolveram desde os ario-atlantes, muitos discípulos e discípulas que realizaram a elevação parcial do Kundalini pelas práticas sexuais, estiveram sempre sob a orientação e guarda de mestres competentes. Os mestres sabiam que estimular essa Magia aos que unicamente obedecessem aos seus cultos religiosos, faltando-lhes suficiente evolução espiritual e iniciações esotéricas, e mesmo aos alunos que não tivessem adequadamente purificado seus corpos mentais, emocionais e físicos, seria empurrá-los para além do umbral onde estariam facilmente aprisionados pelos mestres da face negra. E, contudo, muitos alunos selecionados falharam, caindo vítimas de suas próprias contradições ou desobediências.

  Por essas razões, não seria possível também implantar esse sistema de práticas sexuais da elevação do kundalini no pós-cristianismo original, ao próprio cristianismo, bem como às demais religiões organizadas, e aos movimentos religiosos, aos filosóficos e filosófico-religiosos, por não reunirem atributos necessários e por evoluírem noutros sistemas, e nem as religiões desses tempos chegariam à hierarquização específica para iniciar milhares de sacerdotes nessa esfera do ocultismo – e, na realidade, não era esse o seu papel principal a ser cumprido na face da Terra”.

  Podemos ver dicas daquilo aqui e ali na religião, se observarmos certos locais. Porém, historicamente, tais seitas ou pessoas foram com frequência banidas como heréticas. Vemos alguma clareza em alguns tipos de budismo com ensinamentos tântricos que tenham sobrevivido e ainda conservem aquela doutrina. Está lá, porém é muito segregada, não ensinada publicamente e não acessível.

  Assim, estamos aqui agora, ensinando que esse tipo de prática é o direito de qualquer indivíduo que deseje desenvolver seu/sua Consciência, porém precisamos ser bastante claros. Quando usamos nossa energia sexual com relação à espiritualidade, é necessário estarmos claramente elucidados de que certos tipos de comportamento desenvolvem nossa Consciência liberando-a do ego e que outros tipos de comportamento desenvolvem nosso ego. Ambos os caminhos podem trazer-nos experiências, ambos podem capacitar a Consciência a ter uma experiência para além do nosso corpo, ou no plano astral. Entretanto, somente ao liberarmos nossa Consciência estaremos habilitados a ter verdadeiro conhecimento objetivo. Se despertarmos nossa Consciência no desejo, então estaremos no que Homer disse ao rei no inferno. Estaremos desenvolvendo aqueles poderes, no entanto os estaremos desenvolvendo no inferno. É melhor ser um mendigo no céu do que um rei no inferno. Isso é algo que a maioria das pessoas não percebe: que há dois caminhos. Eis porque o título dessa palestra é o que é.

  Encontramos nossas almas envoltas por diferentes tipos de corpos, suportando metempsicoses, uma metamorfose do psiquismo através de inúmeros reinos complexos. Começamos no reino mineral, então evoluímos ao reino das plantas, seguindo para um reino animal. Finalmente, no reino humanoide desenvolvemos o intelecto e é nesse reino que precisamos direcionar nossa energia criativa para uma via particular, de acordo com nossa força de vontade, uma vez que temos a habilidade de nos individualizarmos. No reino animal, os animais se comportam como animais; animais se comportam como um grupo mental. Estão sob o controle de forças superiores guiando suas evoluções. Os animais trabalham em blocos, como um grupo mental; eles usam sua energia sexual quando estão instintivamente inclinados a fazê-lo. Naquela situação, fornicar é algo bom para suas evoluções porque é através desse ato que eles evoluem seus intelectos (muito embora, realmente não possa ainda ser chamado de intelecto). Aquele tipo de atividade sexual é também de prover uma energia. Qualquer animal se relaciona com outro animal ao nível de sexualidade, que é ter sexo instintivamente e fornicar, ter orgasmo, ejacular. É assim como animais se reproduzem.

  Dessa maneira, o que está acontecendo é que a energia criativa dos planos superiores está descendo, se conectando, e quando isso acontece vem produzindo algo físico (descendência, prole), entretanto, essa energia está também veiculando os animais a essa corrente evolutiva e involutiva. Está constituindo um tipo de energia para todo o planeta que ajuda a manter o planeta estável. Se os animais não fizessem isso não haveria energia se movendo no interior do planeta a fim de estabilizá-lo. Não haveria consistência ou forma, ele seria informe.

 Quando este planeta foi criado precisou de muitos dias cósmicos de desenvolvimento, começando nos planos mais altos e progressivamente se movendo para planos mais e mais pesados. O planeta necessita estar aqui nesse mundo terrestre a fim de desempenhar uma função no cenário cósmico. A fim de estar aqui, a este nível, necessita da energia deste nível, aquela energia pesada. Parte da função do reino animal é prover aquela energia.

  Como animais intelectuais no reino humanoide temos um impulso para continuar a nos comportarmos do mesmo modo que nos comportávamos no reino animal: a usar o sexo de maneira instintiva. Agora que possuímos intelecto, estamos face a situações que tratam daquilo de forma mais complicada; tratamos de extrair mais desejos além daquilo, ou fazemos para justificar aquele desejo. Então tornamos tudo pior. Nesse sentido, somos piores do que qualquer animal. Quando desempenhamos o ato sexual de maneira normal, que é a maneira do animal, estamos nos veiculando mais fortemente a essa roda evolutiva e involutiva. Uma vez que o reino humanoide está no topo desta roda, estamos provendo a energia que nos conecta mais intimamente a esse arco descendente. Estamos nos conectando com a corrente que vai para baixo e fora. Desenvolvemos mais o nosso ego, veiculamos mais carma e terminamos descendo mais rapidamente.

                                                  Por um Instrutor Gnóstico

                                                         [Segue Parte II]
  
  Fonte: Beginning Here and Now: Christic and Demonic Initiation PDF.
               Gnostic Teachings

Tradução Inglês/Português: Rayom Ra

Rayom Ra
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