Quem passava pela Estrada ficava curioso
Ao ver aquela homem sentada no
Meio da via fitando o nada.
Ele não era assim, era na verdade espevitado
E muito falador

Quem passava pela Estrada ficava curioso

Ao ver aquela homem sentada no
Meio da via fitando o nada.
Ele não era assim, era na verdade espevitado
E muito falador
Então seu silêncio fez o povo estranhar.
Alguém que passava acabou por perguntar
"Exú, diga lá o que tu tem? Onde está a tua cabeça?"
Exú como que desperto de um sonho
Fixou os olhos no perguntador e gritou
"Eu quero ser rico! Mas ainda não sei como..."
Ora todos ali sabiam a resposta
"Exú... não é óbvio? Quando se precisa de respostas é necessário ir falar com quem as tem."
Exú sorriu em entendimento e
Já se levantou ligeiro,
Correu até a casa de Orunmilá,
Entrou e sem prévio aviso gritou
"Como eu faço pra ficar rico?"
Orunmilá tomado de um grande susto
Olhou para ele com os olhos arregalados
"O que? que que foi homem?"
"Orunmilá eu quero ficar rico!"
"Bem... Que tal trabalhar?"
"Não! Quero ficar rico do dia pra noite!"
Orunmilá suspirou fundo,
Exú sempre era assim,
Sempre falava coisas assim e
Orunmilá nem sequer discutia mais,
Era melhor não contradizer.
Ali mesmo ele atirou os búzios sobre
Um pedaço de pano Branco
E leu a sorte neles.
Os olhos de Orunmilá de repente se abrem
Cheios de surpresa
"Exu, Ifá diz que existe uma brecha, um golpe de sorte que pode te servir bem."
Exú ja animado incentivou "diga diga diga!"
E Orunmilá disse,
Exú tinha de fazer um ebó
E depois sair por ai em uma viagem sem rumo.
"Mas como assim sem rumo Orunmilá?"
"Ora Exú, seu coração é seu guia."
E Exú assim fez, deitou o ebó descrito
E depois se foi,
Andou, Andou e andou
Por dias e mais dias
Até que se enfezou, cansado parou
E quando parou avistou uma cidade ao longe.
Achou por bem descansar nela.
Quando Exú entrou na cidade
Viu que era rica
E sua cabeça traquina imediatamente
Maquinou um plano.
Ele correu para o mato
E fez fardos e mais fardos
Com qualquer porcaria que achou
Mas embrulhou os fardos em pano bonito
Fazendo paracer bagagem,
Então voltou para a cidade e perguntou ao povo
Quem dali podia hospeda-lo por uma noite.
Ele fez a pergunta já sabendo que pelo costume
O viajante devia pousar no Palácio do Rei
Em aposentos reservados para os de passagem,
Então o povo disse "meu senhor vá para o Palácio, lá será hospedado e bem tratado."
Mas Exú cheio de artimanha recusou
"Oh não, jamais iria incomodar o Rei, eu prefiro ser hospedados em qualquer casa, a mais humilde me servirá bem."
O povo então teve uma excelente impressão de Exú
Pois viram nele humildade,
Não sabiam que ele mentia.
Exú se portava com docilidade
Então todos gostaram dele.
Exú então foi convidado para pousar
Na casa simples de um morador
E levado até lá
Com todo o povo impressionado com tantos fardos
Coloridos e bonitos que Exú carregava.
Assim que foi bem instalado
Exú ficou no aposento até a madrugada chegar.
Quando ele percebeu que a cidade estava quieta
Exú ficou em pé no quarto
E olhou para cima, para o telhado de palha.
Usou de seus poderes de fogo
E incendiou o telhado,
O fogo se alastrou, no quarto havia muita coisa
Facial de queimar,
Então logo o povo da cidade sentindo o cheiro da fumaça
Sairam de suas casas e foram ver
O que era que estava queimando.
Quando a multidão chegou na casa que queimava
Lá estava Exú diante das chamas chorando
E ainda soluçando foi dizendo ao povo
"Perdi tudo! Trazia na minha bagagem todo o meu dinheiro! E agora? A casa era de palha e pegou fogo, e com ela se foi toda a minha riqueza!"
Ah o povo ficou indignado!
Como podia isso? Um viajante tão educada e humilde
Ser desgracado só por ter pousado ali por uma unica noite?
O povo tomou partido de Exú
E foram com ele falar com o Rei,
A multidão seguiu Exú pelas ruas até chegar no Palácio
E então o Rei saiu e perguntou o que era aquilo.
Exú caiu no chão e chorou desesperadamente,
Então o povo falou por ele, uma mulher disse
"Majestade esse viajante, um homem muito gentil, foi hospedado em uma das casas da aldeia, a casa pegou fogo e ele perdeu tudo o que tinha!"
Outra pessoa também falou
"É justo que um bom homem como esse acabe na miseria por causa da nossa cidade?"
Todos juntos exigiram do rei
"Indenize ele! Pague os prejuízos dele!"
O Rei só é poderoso quando tem apoio do povo,
Sem este apoio ele tem que fazer o que o povo manda,
Então concordou em pagar Exú.
Exú passou a descrever,
aliás passou a mentir descaradamente,
Contando as riquezas que tinham sido queimadas.
No fim o montante era superior ao que o rei
E toda a cidade possuiam em suas reservas,
Então o povo exigiu
"Dê a ele a coroa! De a Exú a coroa!"
E o rei sem alternativa tirou a Coroa da própria cabeça
E coroou Exú como Rei de Ijelu
Dando a própria cidade como compensação
Por um prejuízo que nunca existiu.
Foi assim que Exú se tornou "Exú Ijelu"
Ou como é mais conhecido aqui no Brasil "Bara Ijelu"
Ele foi sim rei de Ijelu.

Sempre se lembrem quem Exú é
E como ele costuma agir.
Exú não tem paciência para as regras do jogo,
Ele faz o que tem que fazer para vencer,
Portando todo aquele que tem
Uma causa impossível
Deve buscar Exú
Pois não importa o quão difícil seja,
Exú com suas artimanhas
Consegue qualquer coisa.

Laaaaaaaaroyê Exú!
Exú é Orixá!
Exú é único, não existe outro como ele!
Alupooooo!
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Espero que tenham gostado, quem quiser encomendar desenhos pode me chamar no whatsapp 11944833724
Muito obrigado