Malkuth é o corpo físico, o mundo físico. O corpo vital é uma secção superior do corpo físico, ou seja, fazem parte do mesmo corpo e não são corpos distintos.
1.1 Elementos constitutivos ou relacionados
Sephirah: | Malkuth, (Em hebraico: מלכות Mem, Lamed, Kaph, Vau, Tau – Reino) | |
Coro, nome cristão: | 10 – Almas ou iniciados | |
Nome divino (Atziluth): | Adonai Malekh אדני מלך, ou Adonai ha Aretz אדני הארץ “O Senhor que é Rei” e “O Senhor da Terra” | |
Arcanjo (Briah): (aqui são três) | 1) Metatron מטטרון Príncipe dos Rostos 2) Sandalphon סנדלפון Príncipe da Oração e 3) Nephesch ha Messiah נפש המשיח Alma Reconciliadora da Terra. | |
Coro Angélico (Yetzirah): | Ashim אשים, Almas de Fogo, Homens. | |
Material/Planeta (Assiah) ou Chakra Cósmico: | Olam Yesodoth עולם יסודות; Esfera dos Elementos. | |
Inteligência Geomântica: | n/c | |
Regente do planeta: | Melquisedeque (Changam) (מלכי-צדק) | |
Títulos conferidos: | A Porta. A Porta da Morte. A Porta das Trevas da Morte. A Porta das Lágrimas. Vale de Lágrimas. A Porta da Justiça. A Porta da Oração. A Porta da Filha dos Poderosos. A Porta do Jardim do Éden. A Mãe Inferior. Malkah, a Rainha. Kallah, a Noiva. A Virgem. Ísis da natureza. | |
Imagem Mágica: | Uma jovem coroada, sentada e velada, no trono. | |
Símbolos/Armas mágicas: | O altar do cubo duplo. A cruz de braços iguais. O círculo mágico. O triângulo da arte. | |
Localização na Árvore: | Na base do Pilar do Equilíbrio. | |
Relação/elementos: | Fogo da Terra, Água da Terra e Ar da Terra | |
Mundo do coro: | 4 – Assiah, Ação material – elemento Terra. | |
Correspondência no Microcosmo: | Os pés. O ânus. | |
Correspondência no Macrocosmo: | ||
Signos: | Capricórnio, Touro e Virgem | |
Elemento zodiacal: | Terra | |
Texto yetzirático: | O 10º Caminho chama-se Inteligência Resplandecente, porque é exaltada sobre todas as cabeças e tem por assento o trono de Binah. Ela ilumina os esplendores de todas as luzes, fazendo emanar a influência do Príncipe dos Rostos, o Arcanjo de Kether | |
Experiência Espiritual: | Visão do Anjo da Guarda Sagrado. | |
Atributo: | ||
Virtude: | Discriminação. | |
Vício: | Avareza. Inércia. | |
Aspecto: | 180º Oposição | |
Animais: | Esfinge (animal imaginário dos 4 elementos) | |
Plantas: | Milho, todos os cereais, salgueiro, lírio, hera | |
Pedras: | Cristal de Rocha; Sal | |
Drogas: | n/c | |
Cartas do Tarô: | Os quatro dez: Dez de Paus: opressão; Dez de Copas: Sucesso Perfeito; Dez de Espadas: ruína; Dez de Ouros: Riqueza Abandonada. | |
Cor em Atziluth: | Amarelo (esverdeado). | |
Cor em Briah: | Citrino, oliva, castanho-avermelhado a preto. | |
Cor em Yetzirah: | Citrino, oliva, castanho-avermelhado a preto, salpicado de ouro. | |
Cor em Assiah: | Preto, com listras amarelas. | |
Velas: | 1 Branca em cima e duas amarelas em baixo | |
Incenso: | [Erva de Santa Maria, enxofre, raiz de guiné, gengibre, etc.] |
1.2 Disposições gerais
Malkuth é o corpo físico, o mundo físico. O corpo vital é uma secção superior do corpo físico, ou seja, fazem parte do mesmo corpo e não são corpos distintos.
Malkuth é o Reino, o seu regente é CHANGAM, o Génio da Terra também conhecido por Melquisedeque (מלכי-צדק), Rei ou reino da Justiça.
No mundo físico é onde desagua a resultante das energias superiores, inclusive a degradação egóica que nos impede o contato com o Íntimo que está em Hesed (o primeiro do Mundo de Briah) e é o reflexo primeiro de nosso Real Ser em Kether (o primeiro de Atziluth).
Os agregados psicológicos seguem as Leis do três e do sete. Pelo três operam nos seguintes mundos:
Mundo de Atziluth, também conhecido pelo mundo da Vontade e, assim o ego atua como demônio da má vontade, representado no Cristianismo por Caifás, aquele que sempre quer fazer a sua própria vontade, odeia a Vontade do Pai, é o inimigo da prontidão, tem o poder para fazer, mas não o faz. Não nos deixa agir, possuir um estado de prontidão para servir o nosso semelhante, não nos deixa cumprir as nossas obrigações para com a família, amigos, semelhantes, os seres vivos e o planeta, e ele quem prostitui o altar, trai incessantemente o Real Ser. O Adorável Íntimo dá-lhe o báculo para pastorear suas ovelhas, no entanto, o cínico traidor converte o altar em leito de prazeres, de fornicação;
Mundo de Briah, também chamado mundo dos desejos que é representado no Cristianismo por Judas, o demônio do desejo, aquele que vende seu Mestre por trinta moedas, mas também por Esaú que vendeu o seu direito de primogenitura a Jacó por um prato de lentilhas, ou seja se vende pelos prazeres, pela fornicação e,
Mundo de Yetzirah, também conhecido pelo mundo da mente, representado no Cristianismo por Pilatos, o demônio da mente, aquele que lava suas mãos diante dos erros, que para tudo tem desculpas, sempre se declara inocente, nunca tem culpa, constantemente se justifica perante si mesmo e perante os outros, procura evasivas, escapatória para driblar suas próprias responsabilidades, encontra justificativa para todos os erros, etc.
O ego, constituído pelos sete pecados capitais Ira, Cobiça, Luxúria, Inveja, Orgulho, Preguiça e Gula, simbolizado pelos sete planetas atua em cada um dos Mundos citados, atua nos sentidos (visão, olfato, paladar, audição, tato) e nos centros da máquina humana a saber: intelectual, emocional, instintivo-motor e sexual de modo que tem inúmeras atuações secundárias. Esses elementares-animalescos vivem dentro do Reino da nossa Alma e nutrem-se com as substâncias inferiores dos nossos baixos fundos animais, alimentam-se com as energias de deveria formar a nossa Alma e assim roubam grande parte de nossa Consciência, basta analisar as seguintes afirmações: eu tenho ira, eu cobiço, eu desejo, eu sinto inveja, etc.
Quando oramos ao Pai: “Venha a nós o Vosso Reino”, estamos dizendo não ao ego e sim ao nosso Real Ser em Malkut, “…seja feita a Sua Vontade assim na terra (Malkuth) quanto nos céus… (Sephiroth superiores)”
Quando dissolvemos os eus encarnamos a Alma (que habita a 6º dimensão) e o Espírito (Íntimo em Hesed), então surge o Homem Verdadeiro, aquele que tem encarnada a sua Alma e o seu Espírito, de outro lado aquele que não os encarna não passam de fantasmas com a Consciência adormecida e atua de forma unicamente subjetiva em contraposição a Consciência objetiva.
O Mundo Físico é conhecido também como o vale de lágrimas, mundo do meio, o vale do Sansara o que nos lembra a Roda do Sansara que roda incessantemente no processo de involução e evolução na perda de um corpo físico e tomada por outro até que termine o período de 108 existências onde então há o mergulho no abismo para desintegração das energias degradadas. Tudo mais explicado no arcano 10 do Taro.
Esta esfera corresponde tanto ao Mundo Físico como o que está dentro deste mundo, ou seja, no interior, nas entranhas da Terra. Assim aqui se encontra ao Sephiroth invertidos ou as Kliphos, também chamados de demônios, as Almas em pena, os que sofrem por ter esgotado o ciclo de 108 existências sem a autorrealização e assim evolucionaram no tempo. Nestas Kliphos encontram-se ainda os Anjos Caídos, os Gênios do Mal. Então podemos dizer que os mundos infernos também pertencem a Malkuth.
1.3 Introdução Sephiróthica
Malkuth é a última Sephirah, a décima, da Árvore Cabalístico e pertence o Mundo de Ação (Assiah). No Zodíaco, corresponde ao Ascendente ou Casa I. Este centro representa, pois, a nossa terra humana, nosso mundo físico. Os nove centros anteriores simbolizam tantos outros grupos de faculdades que devemos adquirir ao longo de nosso percurso humano, vida após vida. Malkuth será, pois, o resultado de nossa atividade anterior (Karma, destino). Todos os centros de vida desembocam finalmente em Malkuth, ou seja, na nossa personalidade material, transformando-a. Neste ponto, tudo se transforma em acontecimento, em realidade palpável.
Malkuth é o nosso Ser físico e, a nível universal, o nosso planeta Terra. Todos os Centros de Vida desaguam finalmente em Malkuth, ou seja, em nossa personalidade material, transformando-a.
A atividade desses nove Centros sobre o décimo (Malkuth), que somos nós, é o que vai formando a nossa consciência no correr das existências (no popular: encarnações). Cada um tem suas leis e seus princípios, e para que possamos aprendê-los, as Hierarquias Espirituais que dirigem a evolução humana nos situam, em uma determinada vida, “mais perto” de um determinado Centro ou de outros.
A níveo microcósmico o trabalho humano consiste no autoconhecimento, “nosce te ipsum” da escola Pitagórica, pois Malkuth é a nossa Terra humana, assim cumpre descobrir a que Centro de Vida pertence cada um dos objetos, seres, situações concretas que temos de enfrentar de sorte que saibamos de que forma podemos agir já que se nos conhecemos saberemos exatamente porque estamos vivendo experiências negativas.
Alguns queixam-se da maldade de seus familiares, de seus amigos, mas não conseguem ver as forças negativas que estão instaladas em seu interior de modo que Yesod exterioriza estas imagens. Se se propusessem a se conhecer melhor, descobririam essa realidade íntima e mudariam. Então, modificando-se o interior se modificaria também a sua realidade exterior pois “o exterior e o reflexo, a plasmação do interior”.
Podemos consultar nossa evolução pelo Horóscopo cabalístico de nascimento de cada indivíduo que permite saber quais serão os Centros, que de certo modo descansam, e quais são os ativos em sua presente vida. Desta forma, o astrólogo cabalista pode orientar a pessoa a respeito do trabalho que deve realizar.
Então basta ver em que signo está um planeta e colocar este planeta no Sephiroth que corresponde ao planeta que rege o signo que o planeta está localizado. Assim, se Vênus está em Aquário, colocamos Vênus em Binha-Saturno na Árvore já que Saturno rege Aquário.
Colocados todos os planetas na Árvore analisam-se as Sephiroth que tem mais planetas. Se em um Horóscopo domina Yesod, teremos o homem que se move muito, que transforma em atos os impulsos de sua consciência. O domínio de Hod dará o intelectual, o crítico. Netzah dará o artista; Tiphereth o grande homem que se manifestará equilibradamente. Geburah, o justiceiro, o irascível. Hesed, o político, religioso (pois é a sede do Íntimo), Binah, o legislador, o juiz, o administrador do Estado e o homem que dá normas de vida.
Veremos, igualmente, o Horóscopo, pela posição dos planetas nas Sephirah, se está em um caminho de descenso pela árvore ou de retorno ao Absoluto, se o indivíduo está adiantado ou se as tendências ficaram “escravizadas” em um Centro determinado e que será preciso libertar-se; se há equilíbrio entre as colunas ou se está em uma coluna determinada como por exemplo excesso de planetas na coluna do Rigor, indicando Karmas ou na coluna da Misericórdia que indica proteção divina e liberdade ou do Equilíbrio. Se ocorreram excesso de avanço na parte intelectual e pouco na emocional ou a desejar na parte física de modo que sejam necessárias outras existências para equilibrar[1].
A Cabala afirma que temos que percorrer todos os Sendeiros de cima para baixo e o retorno de baixo para cima a fim de que nossos trabalhos sejam dados por encerrado.
1.4 Discorrendo sobre os elementos
Malkuth é o Reino da Terra. Não integra qualquer triângulo equilibrado, pois é o receptáculo das influências dos triângulos anteriores (Logoico, Ético e Mágico).
E chamada de a Noiva de Microprosopos (Malkuth), por onde a Serpente levanta sua cabeça, onde ocorrem os julgamentos mais severos. Esta Esfera estende-se até os Infernos das Sephiroth Malignas, nominadas como Qliphoth, ou demônios (divindades, que podem ser boas ou ruins) maus. Ela é o firmamento de onde Elohim efetuou a separação entre as águas supremas de Binah a as águas infernais do Leviathan.
Este mundo, embora não participe de nenhum dos triângulos expressa o resultado final de toda a Árvore. Astrologicamente representa o aspecto de oposição a Kether pois encontra-se no ponto mais afastado do início da criação. É considerado o mundo do meio se comparado com a Árvore negativa das Qliphoth onde a partir daí tudo retorna a sua origem ou entra no processo de involução pelos demais reinos e dimensões inferiores da natureza.
Divide-se em quatro quadrantes que representam os quatro elementos do nome divino יהוה – “Yod-He-Vô-He”, ou seja: Fogo, Água, Ar e Terra. Cumpre informar que estes não se referem meramente aos aspectos físicos, mas sim aos estados energéticos em que possam existir e manifestar-se. Do mesmo modo mão devemos tratar Malkuth como apenas a esfera da Terra e sim aos seus desdobramentos sutis seus aspectos espirituais e mágicos e por isto são designados também como Ar do Sábio, Terra do Sábio, etc…
Vimos que os elementos referem-se também aos três estados da matéria, mas no esoterismo temos um quarto estado, senão vejamos: Sólido para a Terra, onde as partículas estão firmemente aderidas; Líquido para a Água onde as partículas se movem umas sobre as outras; Gasoso para o Ar onde as partículas se separam o máximo uma das outras e por fim o estado Elétrico que correspondem ao elemento Fogo. No esoterismo temos ainda que qualquer das forças podem passar de um estado para o outro sob certas condições assim como a água pode ocupar qualquer um dos três estados: solido-gelo, liquido-água e gasoso-vapor. O que ocorre em Malkuth é o resultado final de todas as operações dos pares de opostos dos triângulos acima que tem como resultado um veículo de manifestação terrestre estereotipado com as pulsações especializadas descendentes. Então temos um resultado final e acabado, equilibrado na mais pura inércia, diga-se de passagem, inércia esta onde repousa sua principal virtude, característica, etc.
Todas as Sephiroth são compreendidas por seus pares de opostos ou por suas vizinhas, em Malkuth, apesar de estar isolada, ocorre do mesmo jeito, mas aqui sua determinação baseia-se em Yesod.
Malkuth é essencialmente a Esfera da Forma concreta, formada, que depende das funções de Yesod, ao passo que Yesod é essencialmente uma esfera produtora de Formas mas cuja atividade depende das substâncias oferecidas por Malkuth. Então Yesod é o princípio que confere as Formas e toda forma composta nesta Esfera tomará corpo em Malkuth. Sendo a matéria extremamente resistente e inerte cumpre opera-la em seu aspecto mais sutil que é chamado de elemento Fogo, sua contraparte elétrica em sua constituição mais infinitesimal e quântica e, a partir daí influencia os outros elementos.
Em Yesod temos a tela, a lousa onde se tecem as imagens, os sonhos e que haverão de absorver as partículas de Malkuth para dar-lhes substância. Contrario senso, Malkuth é a matéria inanimada até que as forças de Yesod a animem, o plano material é, pois, o resultado visível da atividade etérea invisível.
Onde houver vida, rastros de atividade elétrica, de condutividade, como nos cristais, metais, ingredientes químicos, etc., aí se encontra atuando a força Yesódica. Isto importa ao Mago pois indica a possibilidade de carregamento de força astral aos talismãs, objetos mágicos, vestimentas, etc.
Há uma linha cabalista que foge um pouco a sequência יהוה – “Yod-He-Vô-He”, mas que encontra alguma lógica acerca do mundo elemental e cabe ao alquimista combina-la devidamente:
O Fogo elemental é o que os físicos hoje denominam a matéria quântica e que está relacionado as partículas invisíveis da matéria com comportamentos distoantes da realidade que estamos acostumados a ver pois ora é matéria, ora é energia, frequência, luz, fogo – esotericamente tem se chamado mais um estado de relações do que uma coisa em si.
O Ar elemental vem a ser a complementação ou efetivação destas relações de modo a produzir uma substância organizada é o princípio vital da vida física.
A Água elemental ou Água dos Sábios refere-se ao chamado protoplasma.
A Terra elemental é a matéria grosseira inorgânica.
Embora cada um dos quatro elementos tenha sua natureza própria, eles se relacionam entre si originando resultados comumente chamados de mágicos por ignorância já que são aspectos naturais como os que ocorrem na química por exemplo. Então percebemos que a magia está muito além do que chamamos de autossugestão. Trabalha-se aqui com o protoplasma que possui uma estrutura semelhante a teia de uma aranha e que serve de veículo ao poder magnético, ao Fogo dos Sábios depois deste ser transmitido pelo Ar elemental. Assim, o Mago deve operar a partir de seu próprio corpo movimentando o magnetismo que irá se coagulando até a formação do protoplasma e a posterior cristalização no mundo físico, então, aqui nos damos conta de que matéria e mente são dois lados da mesma moeda.
Na relação direta יהוה – “Yod-He-Vô-He” observa-se que surge uma Vontade (Yod-Fogo) que será dinamizada por um sentimento (He-Água) e posteriormente organizado pela mente (Vô-Ar) até sua cristalização com um ato no mundo físico (2º He-Terra).
De qualquer modo, em ambos os meios, o esoterista personifica as energias naturais e até as chamam de inteligências, descobre que de fato há uma inteligência em cada força, quanto mais no que gerou sua formação e que detém toda sua identidade, seu DNA, por assim dizer e, deste modo, manipula seu lado sutil em sua própria natureza, percebe que há uma consciência que responde, o que não ocorreria se estas forças fossem tratadas como um concurso fortuitos de acidentes sem relação entre si.
Malkuth é o ponto final da condensação da matéria o que não quer dizer ausência de espiritualidade, mas pelo contrário, aqui é onde somos testados em tudo o que vai contra as regras do Universo até que tenhamos aprendido a lição e passemos então ao caminho de retorno ou descemos a planos onde a materialidade é ainda maior conforme dite a lei de afinidade vibratória em concordância com a psique de cada indivíduo. A natureza não dá saltos para escapar as Leis da vida, não adianta escusas, é preciso trilhar cada caminho adequar-se as Leis superiores das emanações. Os que pretendem afrontar a vida se dissociam das causas primeiras e acabam enfrentando enfermidades psicológicas que se convertem em física ou mesmo que bagunçam a existência. Isto vale tanto para a vida individual como para a coletiva, nos relacionamentos entre os humanos e com a natureza.
É em Malkuth que o Relâmpago Brilhante desce pelos centros de vida como uma força inconsciente, chega ao ponto terminal e, então, ocorre o retorno, com a Serpente da Sabedoria, que representa a aurora da consciência objetiva (as iniciações), em aspirais até Kether. E como o caminho de retorno inicia-se pelo 32º que vai de Malkuth a Yesod podemos concluir que a própria ciência deverá seguir este mesmo caminho, ultrapassando-se inicialmente os limites da matéria.
A terra elemental de Malkuth está disposta da seguinte maneira: A Terra de Malkuth (Terra da Terra) refere-se a terra material; a Água e o Ar de Malkuth (Água e Ar da Terra) dizem respeito ao anabolismo e catabolismo, o processo de construção e destruição e o Fogo de Malkuth (Fogo da Terra) refere-se ao aspecto eletromagnético da matéria que une os fenômenos da consciência e da vida.
Os quatro elementos correspondem também aos quatro temperamentos descritos por Hipócrates, aos quatro naipes do Taro, aos doze signos do Zodíaco e aos sete planetas o qual já adiantamos alguns estudos e ao tratarmos dos cinco elementos logo adiante, assim:
O Elemento Fogo corresponde ao Verão e ao Temperamento Bilioso ou Colérico –onde a pessoa é ativa, otimista e dinâmica, um líder nato que não tem medo de assumir riscos e de enfrentar desafios, enérgico, forte e em seu aspecto negativo favorece a reações irritadiças, mal-humorado, arbitrárias – Favorece ao militarismo, postos de autoridade, as iniciativas; ao naipe de Paus; aos signos de Áries, Sagitário e Leão; e aos planetas Sol e Marte;
O Elemento Água corresponde ao Inverno e ao Temperamento Fleumático – impassível, tranquilo, tolerante, adaptável, indiferente, passivo, de pouca energia e excitabilidade, que se conforma com seu destino. Em seu aspecto negativo provocam reações de preguiça e mutabilidade; ao naipe de Copas; aos signos de Câncer, Escorpião a Peixes; e aos planetas Lua e Mercúrio;
O Elemento Ar corresponde a Primavera e ao Temperamento Sanguíneo – aquele que possui um espirito jovial, alegre, otimista, apaixonado, sociável, mas em seu aspecto negativo da aso a reações frívolas e caprichosas; ao naipe de Espadas; aos signos de Libra, Gêmeos e Aquário; e aos planetas Vênus e Júpiter;
O Elemento Terra corresponde ao Outono e ao Temperamento Melancólico – passivo, muito sensível e tímido, criativo e imaginativo, de grande empatia. As pessoas ligadas a este elemento são incapazes de ferir alguém. Em seu aspecto negativo desperta atitudes de grosseria e ganância.; ao naipe de Ouros; aos signos de Touro, Virgem e Capricórnio; e ao planeta Saturno.
Toda operação mágica deve estar com um pé em Malkuth para que seus resultados se façam presentes neste plano, ou seja, estas operações tem por objetivo fazer com que os poderes desça aos planos mais baixos para que esteja a serviço e finalidade do operador e não somente resultados meramente subjetivos, uma sensação de exaltação da energia trabalhada ou mesmo fenômenos psíquicos. Estas energias não manifestadas no plano físico o fazem nos superiores e sua cumulatividade podem resultar efeitos indesejáveis como os transtornos psíquicos, má sorte, acontecimentos estranhos, etc. Cumpre então aperfeiçoar as práticas para que tenham seus efeitos nos planos desejados sem que venha causar danos.
A transmissão entre as energias de Yesod a Malkuth se faz pela mediação das substâncias vivas que existe em toda parte seja nos animais, plantas, rochas, metais, etc. que dispõe em si um grau de vida ainda que seja muito pequeno. Então estas substâncias tornam-se acumuladores de forças sutis. As plantas com suas essências aromáticas ou suas partes e associações a entidades e deuses (como no caso da rosa a Vênus a do lírio à Virgem Maria), os metais onde são gravadas frases, símbolos, depois abençoados e coberto pela seda que é isolante. As cores que possuem sua influência mental e emocional.
Os perfumes são utilizados para permitir a manifestação em Malkuth e também para sintonizar a imaginação do operador. Dividem-se entre aqueles que exaltam a consciência e produzem clareza intelectual e os que despertam a atividade subconsciente. Estes perfumes por vezes se confundem; no mais temos um capítulo especial que trata dos perfumes, destes detalhes e ainda a sua composição relativa aos sete planetas, quatro elementos e signos, veja então o capítulo que trata “Sobre os perfumes e incensos”.
Como o que importa é a influência sobre o operador cumpre afirmar que mesmo os perfumes sintéticos produzem seus resultados, assim como as pedras, eis que, basta aquela da cor referente a força trabalhada para a operação para que tudo ocorra conforme, assim, no caso de Geburah, uma pedra vermelha bem lapidada substitui perfeitamente o mais caro rubi.
A concentração mental de uma Vontade (Yod) mais a carga energética do sentimento (He) apoiada pela imaginação (Vô) exerce um efeito (2º He) sobre objetos, cristais, metais, óleos, etc. Ocorre que estes objetos são utilizados para conservar as forças programadas de modo que estas energias possam ser facilmente recuperadas ou serem emanadas ou ainda carregadas constantemente com as energias desejadas para posterior utilização. Neste processo são carregadas e dinamizadas as armas mágicas, pentáculos, etc. Importa que todo objeto utilizado em uma cerimônia seja consagrado pois esta consagração é efetiva e qualquer sensitivo pode constata-la. Isto porque ao manipular um objeto consagrado o ocultista prático sente de pronto a mudança em seu estado de consciência, seja na vara, nas vestimentas, etc. e assim, pode realizar coisas que de outro modo não o faria. Cumpre esclarecer que um instrumento novo não tem o mesmo poder de um antigo em razão da enorme carga que este possui por seu uso, mas os poderes de um antigo instrumento podem ser passados para um novo por processos mágicos de transferência. No mais, recomenda-se que cada um fabrique seus próprios instrumentos tanto quanto seja possível pois o próprio ato de confecção já faz parte do processo de carregamento da Vontade sobre o equipamento e aumenta-lhe o mérito.
Para trazer o trabalho prático para a Esfera de Malkuth os antigos utilizaram vários métodos como o derramamento de sangue que forneceria o ectoplasma, a utilização de um número de pessoas que forneceriam as energias psíquicas necessária, mas estas práticas além de serem de moral duvidosa sempre oferecem riscos. Contudo o próprio operador pode ser o canal de evocação satisfatório ao identificar-se com a força em questão e oferecer-se como o canal de manifestação para que seu próprio magnetismo vença o abismo existente entre Yesod e Malkuth já que um grande poder e magnetismo encontra-se no operador, mais do que em qualquer metal, cristal, etc. O Mago torna-se então o mediador (não médium, pois o Mago toma conta da força e não a força do Mago embora a força se manifeste através dele) entre as forças de cima e o mundo de baixo.
Mapeando a Árvore microcósmica temos que o corpo físico é Malkuth, o duplo etéreo ou corpo vital e Yesod; o corpo mental é Hod; o corpo astral é Netzah e o corpo causal ou da Vontade consciente, alma, mundo da consciência, é Tiphereth. Ocorre que tudo o que for possível manifestar-se na esfera de Tiphereth pode manifestar-se rapidamente na esfera de Malkuth sem necessidade de sacrifícios de sangue, fluidos vitais, etc., ou seja, a melhor arma mágica é o próprio mago exaltando sua consciência, devemos saber utilizar os objetos simbólicos de nosso próprio templo e não precisaremos de mais nada.
1ª Coríntios 3:16 “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o espírito de Deus habita em vós?”
Por fim, para que a operação se realize é necessário que haja uma operação na esfera de Malkuth, uma ação no mundo físico que pode ser um símbolo traçado no ar, velas, incensos, um ritual, etc. e, também, uma indicação de como a energia se manifestará no plano físico. Por exemplo: Em um pedido de cura roga-se ao Médico Espiritual que manifeste seu poder por intermédio de um médico humano. Alguém ou alguma coisa atuará como um anjo, um mensageiro do trabalho; será o canal natural de manifestação por onde fluirá as energias que vem do alto. É preciso estabelecer um canal e os elos de conecção por onde fluirão as forças bem como a quantidade do fluxo de forças para que as operações sejam realizadas com sucesso. Nas operações magicas o último passo é o mais importante.
Sephirah: Malkuth, (Em hebraico: מלכות Mem, Lamed, Kaph, Vau, Tau – Reino)
Recebe o nome de Reino porque é governada por um Rei que na realidade é o título do Microprosopus, ou seja, as seis Sephiroth centrais, com exclusão das Três Supremas. Então Malkuth é a Esfera material de manifestação das seis Sephiroth centrais que por sua vez são emanadas das Três Supremas. Neste sentido podemos dizer que tudo começa em Kether e termina em Malkuth.
Nome divino (Atziluth): Adonai Malekh אדני מלך, ou Adonai ha Aretz אדני הארץ.
O nome divino de Malkuth é tido como Adonai Malekh, ou Adonai ha Aretz, que se traduz como “O Senhor que é Rei” e “O Senhor da Terra” percebemos uma afirmação relativa à supremacia do Deus único nos Reinos da Terra. Aqui recomenta-se que em todas as operações mágicas em que o Mago tome o poder em suas mãos, deve iniciar a obra com a invocação a Adonai, a fim de que este habite seu templo terreno e ali reine Sua Lei de modo que nenhuma influência possa desviar sua obediência ao Um. Então utiliza-se Eheie para Kether e Adonai para Malkuth a fim de que se faça à vontade tanto nos céus como na terra.
Adonai é o Deus manifesto na natureza e concerne os diferentes meios de abrir a supraconsciência por meio da subconsciência.
Arcanjo (Briah): (aqui são três)
1) Metatron מטטרון Príncipe dos Rostos; 2) Sandalphon סנדלפון Príncipe da Oração e 3) Nephesch ha Messiah נפש המשיח Alma Reconciliadora da Terra.
O arcanjo é o grande anjo Sandalphon é chamado às vezes de Anjo Negro, ao passo que Metatron, o Anjo dos Rostos, é o Anjo Brilhante.
Esses dois anjos permanecem atrás dos ombros direito a esquerdo da alma em suas horas de crise. Representam o Dharma e o Karma. Sandalphon, o Anjo Negro, também chamado Anjo da Terra, preside sobre as dívidas Kármicas, daí que Malkuth receba o título de Porta da Justiça e Porta das Lágrimas ou Vale de Lágrimas.
É interessante que Metatron seja o anjo da primeira e da décima Sephiroth. Nesse contexto, vale observar que existem dois Metatrons – o anjo celeste mais alto criado com ou antes do mundo; e o anjo no qual Enoch se transformou após sua ascensão ao céu. O primeiro rivaliza a Deus em sua glória, enquanto o segundo é um servo, o escrivão que registra os atos dos homens.
Nephesch ha Messiah, Alma Reconciliadora da Terra é referente a quitação das dívidas e a volta da harmonia quando tudo está de acordo.
Coro Angélico (Yetzirah): Ashim אשים, Almas de Fogo.
Os Ashim são as Almas de Fogo, ou Partículas Ígneas, a consciência de um átomo. A consciência natural da matéria densa e que fornecem as suas características. São chamados também de Vidas Ígneas e referem-se a carga elétrica que ondulam sem cessar em tremenda atividade na estrutura da matéria formando sua base – parecem estar relacionados com a teoria das cordas.
Material/Planeta (Assiah) ou Chakra Cósmico: Cholem Yesodoth חלם יסודות; Esfera dos Elementos. Também é chamado de Cholem ha Yesodoth ou Olam Yesodoth עולם יסודות, este último foi nomeado pela extinta Golden Dawn de modo que a princípio ficaremos com este.
No mais, este chakra está relacionado com a esfera dos elementos já tratado.
Regente do planeta: Melquisedeque (Changam) (מלכי-צדק)
Títulos conferidos: A Porta. A Porta da Morte. A Porta das Trevas da Morte. A Porta das Lágrimas. Vale de Lágrimas. A Porta da Justiça. A Porta da Oração. A Porta da Filha dos Poderosos. A Porta do Jardim do Éden. A Mãe Inferior. Malkah, a Rainha. Kallah, a Noiva. A Virgem. Ísis da natureza.
Ela é a Porta e a Esposa, o útero da Mãe é a Porta da Vida, mas também a Porta da Morte, pois o nascimento no plano da forma é a morte nas esferas superiores.
Também Kallah, a Noiva de Microprosopos, a Malkah, a Rainha de Malekh (o Rei) o que indica a função de polaridade existente entre os planos da forma (o aspecto feminino polarizado) e o da força (o aspecto masculino polarizador).
Nas bodas de Canaã, Maria mãe de Jesus, a representante da Terra pediu que se convertesse a Água em vinho, ou seja, que transformasse os sentimentos-Água, em sabedoria-vinho de modo que os sentimentos se tornaram aliados do desígnio divino. Assim, beber o fruto da vinha significará incorporar em nós as doces águas de Hochmah quando em contato com nosso fogo interno que procede a transformação, já que significa também a transformação de nossas águas seminais no fogo do espírito, eis a sabedoria. Tudo feito na terra onde se encontra a matéria prima primordial.
Imagem Mágica: Uma jovem coroada, sentada e velada, no trono.
Temos aqui a Ísis da natureza cuja face está velada para mostrar que as forças espirituais se acham ocultas pela forma exterior. Temos igualmente este conceito em Binah em sua simbologia do Manto Externo do Ocultamento e o Texto Yetzirático faz referência a Malkuth como Binah em um arco inferior.
Esta relação entre Binah e Malkuth prossegue: Binah recebe o nome de Mãe Celestial Obscura enquanto Malkuth é chamada de Noiva do Microprosopus ou Mãe Fértil Brilhante[2] que se referem aos aspectos duais da deusa lunar egípcia Isis e Hathot onde Isis é o aspecto positivo e Hathor o negativo. O aspecto superior de Isis é estéril pois o polo positivo é o dador de estimulo ao passo que é o negativo que produz o resultado, por isto Hathor é vista também como uma vaca fértil, o aspecto Malkuth de Isis, a Mãe Fértil Brilhante, a Deusa da fecundidade, tudo para indicar o resultado final das operações no plano físico.
Símbolos/Armas mágicas: O altar do cubo duplo. A cruz de braços iguais. O círculo mágico. O triângulo da arte.
O altar do cubo duplo refere-se ao pronunciamento de Hermes “O que está encima é como o que está em baixo e vice-versa”, observa que o visível é o reflexo do invisível, que lhe corresponde exatamente. O altar cúbico deve ficar no centro da sala e difere do altar horizontal que fica no Leste.
A cruz de braços iguais, ou cruz dos elementos, expressa os quatro elementos em perfeito equilíbrio e representam a perfeição de Malkuth. A cruz é representada na Árvore da Vida pela divisão de Malkuth em quatro quadrantes, nas cores citrino, oliva, castanho-avermelhado a preto, estando o citrino voltado para Yesod e o negro para as Qliphoth, a oliva para Netzach e o castanho-avermelhado para Hod. São os reflexos dos Três Pilares a da Esfera Qliphótica, atenuados a filtrados pelo véu da Terra. Tratamos deste assunto com mais detalhes no capítulo intitulado: O caminho do camaleão – as cores e Potências da Árvore.
Em Hesed também temos uma cruz de braços iguais em sua simbologia indicando que o paraíso daquela Sephirah pode constituir-se de alguma forma em Malkuth – uma ligação pelo número quatro.
Localização na Árvore: Na base do Pilar do Equilíbrio.
Esta posição coloca Malkuth em linha direta com os poderes que emanam de Kether depois de passar por Tiphereth e Yesod. Trata-se do caminho da consciência, trilhado pelo místico, ao passo que os laterais estão relacionados com as funções embora todos os pilares terminem em Malkuth (pelos 29º e 31º caminhos) por onde se inicia o Caminho da Flecha lançada por Qesheth, o Arco da Promessa. Diferentemente do místico o iniciado percorre o caminho da Serpente da Sabedoria percorrendo todos os pilares, usufruindo dos poderes dos Pilares Laterais mais as realizações do Pilar Mediano.
Esta confluência entre Kether e Malkuth no pilar central e expresso no Texto Yetzirático onde afirma que Malkuth faz “emanar a influência do Príncipe dos Rostos, o Arcanjo de Kether” e se observarmos, o Arcanjo Metatron aparece em ambas as Sephiroth.
Os caminhos da iniciação da consciência iniciam-se pelo 32º caminho que vai de Malkuth a Yesod
Correspondência no Microcosmo: Os pés. O ânus.
Quanto ao ânus trata-se de sua função excretora para eliminar a energia degradada, o que não serve mais e falaremos mais, adiante.
Em outro ponto temos que Malkuth corresponde aos pés do Homem Divino e, pois, a menos que os pés estejam firmemente plantados na Mãe Terra, nenhuma estabilidade é possível. Não cabe fugir das coisas terrenas, pois todas as Esferas foram construídas por Deus e, portanto, são sagradas. Não é possível pular etapas pois o espaço que fica vazio não há onde se segurar.
Experiência Espiritual: Visão do Anjo da Guarda Sagrado.
Segundo os cabalistas o Anjo Guardião é designado a cada alma que nasce e a acompanha até a morte, guardando-lhe e apresentando-lhe diante da face de Deus para julgamento. É, pois, uma das muitas partes que compõe o nosso Real Ser (Kether).
Na cabala o Anjo da Guarda refere-se ao nosso Ser Maior (as três supremas mais Hesed e Geburah) e tem sua sede na consciência em Tiphereth que é a ponte entre a individualidade evolutiva, o Ser Maior e a personalidade (as quatro Sephirah inferiores). O Anjo Guardião é o responsável pela construção do ser (as múltiplas partes do Real Ser) em torno da Chispa Divina – o núcleo permanente de toda alma durante sua evolução. Ele envia um reflexo de si mesmo a matéria a cada existência no intuito de dar uma base a nova personalidade.
O Adeptado, grande iniciação, a União Divina Menor ocorre quando o Ser Maior absorve a personalidade então temos a quinta iniciação dos Mistérios Maiores. Quando isso ocorre a alma está livre de qualquer compulsão para reencarnar na prisão da carne, poderá subir aos planos, entrar em repouso, tornar-se um Deva, etc., ou ainda se escolher, permanecer na Esfera Terrestre como um Mestre.
Então a experiência espiritual atribuída a Malkuth é a descida da Divindade à humanidade, assim como, contrário senso, a experiência espiritual de Tiphereth é elevar a humanidade à Divindade.
O Anjo Guardião deve ser invocado em todas as práticas e pode ser feito com uma petição e o auxílio do mantra AOM vocalizado 3 ou 7 vezes.
Virtude: Discriminação.
A virtude especial de Malkuth refere-se à discriminação, a ação ou efeito de separar, segregar, pôr à parte o que não presta e, não é por acaso que a sua Correspondência no Microcosmo seja o ânus. Assim, tudo o que na vida está corrompido deve ser excretado, e a excreção macrocósmica se dá nas esferas qliphóticas, que recebem o resultado de Malkuth, e impede que os excrementos cósmicos, as formas desorganizadas de energia retornem aos planos da forma organizada sem antes encontrar o equilíbrio.
Disto podemos deduzir que no mundo qhphótico há uma Esfera que não é o inferno, mas um purgatório, i.é., um reservatório de forças desorganizadas emanadas de formas destruídas e expulsas pela evolução, para recuperação. Aqui é onde se utiliza de um tipo inferior de magia, com energias degradadas, que assumem as formas primitivas com energias baixas, pesadas, em estado de putrefação. É por essa razão que se recomendam evitar os cultos subterrâneos e a evocação dos mortos (quanto mais os deletéricos, toxicos) pois as formas que assumirão serão construídas com as substâncias do caos.
Devemos lembrar ainda que Malkuth é o mundo do meio, ou seja, daqui, ou se sobe ou se desce. Mas em conclusão podemos dizer que Malkuth tem a função de agir como um filtro cósmico, expulsando, excretando as energias degradadas ao mesmo tempo que preserva o que ainda tenha alguma utilidade. Do mesmo modo devemos utilizar a Discriminação em nossa vida para nos livrar do que não serve enquanto miramos sempre o caminho do alto.
Vício: Avareza e Inércia.
Sendo um mundo de grande estabilidade na forma, seu excesso pode dar origem a lerdeza e a inércia – falta de atividade, ausência de reação ou movimento, indiferença, apatia. Quanto a avareza, basta ver que, sendo Malkuth o ânus das Esferas, o que ocorre aqui é uma constipação espiritual em oposição a sua Virtude contrária: a Discriminação que rejeita as excreções da vida pelo órgão citado no esgoto das Qliphoth. Então a lição aqui é de desapego, sacrificar o inferior em razão do superior.
Enquanto a avareza tratada em Binah refere-se à retenção até do dispensável como um excesso da virtude do silêncio, em Malkuth temos a constipação do que “deve” ser eliminado por não possuir mais utilidade e, contrario senso, até cause dano a sua retenção.
Animais: Esfinge (animal imaginário dos 4 elementos)
A Esfinge de Gize, com seu corpo formada por quatro animais, representa a Sagrada Lei do Quatro, que é um desdobramento da Lei do Sete[1]. A esfinge simboliza os quatro elementos com seus quatro segredos, quatro mundos, quatro animais, quatro evangelistas, etc.:
- Querer (Leão – Fogo) pertence ao mundo de Atziluth, arquétipo, de emanação, ligado a Kether de onde provem a Vontade – evangelho de São João;
- Saber (Homem – Água) pertence ao mundo de Briah, que se encarregará de dar amor-sabedoria a energia trabalhada, por estar relacionado a Hochmah e onde estão presentes as águas sentimentais, a energia, matéria que dinamizará à vontade – evangelho de São Lucas;
- Ousar (Águia – Ar) pertence ao mundo de Yetzirah, de formação, ligadas a Binah e onde começa a exteriorizar-se, manifestar-se a Vontade emanada de cima – evangelho de São Marcos;
- Calar (Touro – Terra) pertence ao mundo de Assiah, devemos nos calar no mundo físico para que as energias se cristalizem em atos, fatos – evangelho de São Mateus.
Tem-se esotericamente que o olho esquerdo da Esfinge é um portal para a entrada em um dos templos da Loja Branca no plano astral. Conta-se que Napoleão, não conseguindo adentrar ao templo pelos mundos internos bombardeou este olho tentando encontrar uma entrada a este templo pelo plano físico.
Para adentrar a este templo cumpre adormecer meditando no olho esquerdo da Esfinge enquanto se vocaliza o mantra FARAON.
Na Esfinge encontramos ainda um dos mais antigos e famoso enigmas da história, sob a ameaça decifra-me ou devoro-te (Esfinge de Tebas) e questiona: Que criatura pela manhã tem quatro pés, ao meio-dia tem dois, e à tarde tem três?
Édipo resolveu o quebra-cabeça e disse: O homem — que engatinha como bebê (pela manhã), anda sobre dois pés na idade adulta (ao meio-dia), e usa um arrimo (bengala) quando é ancião (à tarde). Furiosa com tal resposta, a esfinge teria cometido suicídio, atirando-se de um precipício.
Mas não para por aí, pois aqui esconde-se outro enigma: o movimento perpétuo, a quadratura do círculo, ou a medicina universal. O Homem começa pelo quatro, pela cruz, pelo Sahaja Maithuna. O falo introduzido na vagina forma uma cruz que põe em circulação as energias dos chacras (quadratura do círculo) que torna o ser humano em um agente poderoso e dominador da Esfinge.
[1] Veja o capítulo intitulado: O caminho do camaleão – as cores e Potências da Árvore para se ter uma ideia de como o três originou o sete e de como as cores do sete originaram as quatro cores de Malkuth.
Aspecto: 180º Oposição
Aqui chegamos ao final dos nossos aspectos. Esse aspecto ocorre quando dois planetas estão separados entre si por 180 graus. Como no sextil (60º), une dois elementos ativos (Fogo e Ar) ou dois elementos passivos (Água e Terra). Embora faça referência a dois elementos de algum modo harmônicos, a oposição é considerada um mau aspecto pois coloca um elemento em lado oposto ao outro como que em atitude de confronto.
Na árvore cabalístico, este aspecto é regido por Malkuth, que é nossa Terra, na ordem cósmica e nossa Personalidade mortal no Microcósmico em oposição a Kether.
Corresponde ao mundo cabalístico da ação (Assiah) e representa a exteriorização, a plasmação da imagem gestada no momento do quincúncio. A oposição supõe uma objetivação definitiva de algo, uma cristalização de uma ambição desenvolvida na presente existência ou em existências anteriores. Trata-se do resultado prático final.
1.5 Caminho 10º
O 10º Caminho chama-se Inteligência Resplandecente, porque é exaltada sobre todas as cabeças e tem por assento o trono de Binah. Ela ilumina os esplendores de todas as luzes, fazendo emanar a influência do Príncipe dos Rostos, o Arcanjo de Kether.
É o Caminho de Malkuth, a nossa Terra, sua sede fica em Binah, já que nesta Sephirah encontra-se o princípio de todas as cristalizações, o princípio de todas as formas. Na ordem microcósmica, é o “Ser” físico, representado no Horóscopo pelo Ascendente. As leis de Binah são as nossas leis, enquanto nos encontramos submetidos à ordem material.
O texto afirma também que Malkuth “emana de uma influência oriunda do Príncipe dos Rostos”. O arcanjo de Kether nominado como Príncipe dos Rostos é Metatron que é a fonte de iluminação de todas as luzes do universo. Isto nos ensina que não apenas o espírito flui para a manifestação na matéria (Kether -> Malkuth), mas a matéria, por sua própria energia, lança o espírito na manifestação. Trata-se de uma grande dica para a Magia, já que afirma que o homem não precisa esperar a palavra do Senhor, ou seja as suas manifestações de cima para baixo, mas pode invocar a Deus no intuito de ouvi-lo.
Vamos ver em mais detalhes. Ocorre que três ideias básicas surgem na meditação do Texto Yetzirático relativos a Malkuth:
1) O conceito de Inteligência resplandecente que “ilumina os esplendores de todas as luzes”.
Tal fato ocorre por refração, quando as ondas das luzes descem a Malkuth e quando seus raios batem na superfície e refletem-nas de volta, como um espelho que reflete a luz solar ou como a própria refração solar que ao se chocar com as partículas suspensas na atmosfera projetam suas luzes nas mais variadas cores conforme sejam sua composição. Se não houvesse com que se chocar estas ondas também não haveria luz, mas somente escuridão. Assim, todas as outras Sephiroth tornam-se luminosas e visíveis quando refletidas pelos aspectos concretos de Malkuth. Disto deduzimos que toda operação mágica somente se completa quando chegam a Malkuth, quando a força se aloja na forma, daí vem a exigência de que algo venha a ser realizado no mundo físico como um ritual, linhas traçadas, talismãs, uma atitude por exemplo já que a meditação possui seus efeitos somente nos planos superiores.
2) A relação entre Malkuth e Binah
Esta relação é indicada nos títulos de ambas as Sephiroth, ou seja, em Bina temos a Mãe Superior e em Malkuth a Mãe Inferior. Em Binah nos deparamos com o Dador de Forma Primordial ao passo que em Malkuth encontramos a Esfera da Forma em sua última instância inferior, já materializada totalmente. Aqui temos o meio pelo qual o Um vai se multiplicando a medida que desce pelas Esferas e depois o Múltiplo volta ao Um quando é reabsorvido enquanto as próprias Esferas vão se relacionando umas com as outras dando origem a diversas formas energéticas, diversos Deuses, Arquétipos que foram sendo cultuados pelas mais diversas culturas em razão da diversificação de ideias abstratas, diversos símbolos que, ao modelo das egrégoras, evoluíam, se modificavam, juntamente com os povos que os cultuaram e utilizaram, contudo, em sua origem, permaneceram as suas características essenciais que permitiram outras atualizações pelos mais diversos povos. A Luz de Kether é como o Sol que vai se fragmentando no prisma da Árvore Sephirótica.
Alguns Deuses eram a mescla de várias forças a princípio contraditória como a figura de Vênus barbada ou Hercules com roupas femininas, ou ainda refere-se ao nível em que funciona na Árvore da Vida como a Vênus Urânia (a mulher iniciada nos grandes mistérios.) e a Urania Vênus (uma misteriosa e virtuosa mulher coroada, sentada e com o Cetro do Poder, em cuja extremidade aparece o globo do Mundo – mulher Adepto, a mulher profundamente realizada – a Eva solar – a Alma cristificada); igualmente temos Zeus, o Pai de Todos os Deuses – de natureza celestial jupteriana e Priapo, também inclinado a paternidade, mas terrestre contudo, no final das contas, são um só Deus, uma só fonte de energia trabalhando em níveis distintos da força do mesmo modo que ocorre entre Binah e Malkuth que são a mesma energia atuando em diferentes níveis de manifestação.
3) A função de Malkuth como “fazendo emanar a influência do Arcanjo de Kether”.
Aqui percebemos que a Grande Mãe (Malkuth) se polariza com o Pai Universal (Kether) como ocorre entre a Mãe Superior (Binah) e a Mãe Inferior (Malkuth). Então devemos considerar que a Força vital que desce de Kether pela coluna do meio atua de forma polarizada, ou seja, alternada nos moldes da corrente elétrica, i.e., ora desce de Tiphereth a Yesod para os quatro elementos em sua base e hora sobe de volta a Kether o que a nível de microcosmos indica que devemos estar com uma ponta do circuito na Terra e outra ponta com Deus no céu de modo que tenhamos a inspiração inferior do plano em que habitamos, na inconsciência, mas também devemos estar em contato com nossa supraconsciência.
Esta subida e descida das forças favorecem as adivinhações, que se operam na esfera de Malkuth pois “como é em cima o é em baixo e vice-versa – Hermes”. Então procura-se no físico um grupo de coisas que correspondam compreensivamente as forças invisíveis em ação.
Dessarte para se revelar tendências e condições gerais utiliza-se a Astrologia, mas para se obter respostas a questões isoladas, específicas utilizam-se o Taro, a Geomancia, etc. O estudo do Taro leva tempo pois é necessário construir as correspondências astrais das 78 cartas do baralho a fim de que o subconsciente venha a manipular e empregar as cartas corretamente.
Por fim, cumpre dizer que a nível humano, o trabalho no 10º Caminho consiste em fazer com que os Sephiroth, experimentem o prazer de ter estado a trabalhar para algo que chegou ao seu destino final, neste sentido devemos dar forma aos impulsos interiores formados e reflexados por Yesod, pois desta forma todos as luminárias serão iluminadas e lembrando sempre de estar sempre com um pé embaixo e outro no topo da Árvore.
1.6 Cartas do Tarô
Os quatro dez: Dez de Paus: opressão; Dez de Copas: Sucesso Perfeito; Dez de Espadas: ruína; Dez de Ouros: Riqueza Abandonada.
Os dez em conjunto representam a plasmação, a materialização de tudo o que foi trabalhado pelos demais centros. Separadamente o nome divino, יהוה – “Yod-He-Vô-He”, se dividirá da seguinte forma: o dez de paus é o Yod; o dez de copas o He; o dez de espadas o Vô e o dez de ouros o segundo He. Malkuth se encontrará particularmente identificado com dez de ouros, eis que representa o nível mais baixo da materialização.
Os dez tratam de um período de transição. Assim, o dez de Paus é um Yod e indica uma transição do elemento Fogo com a Água. Aqui, as empresas modificam o seu interesse em favor de sentimentos (próximo ciclo He). O dez de copas é o He e sua aparição significará que se abandonará uma empresa sentimental para fixar os seus interesses nos estudos, ideias, organização social e política (próximo ciclo Vô). O dez de espadas é o Vô e representa a transição entre o ar e a terra. É o anúncio de abandono das ideias em proveito das realidades concretas (próximo ciclo 2º He). Os dez de Ouro é o segundo He e anuncia a transição de uma estabilidade material para um novo ciclo criativo (próximo ciclo Yod).
1.6.1 Dez de Paus
Recebe o título de Senhor da Opressão. Refere-se ao elemento Fogo e astrologicamente corresponde a relação e/ou transição entre Sagitário e Câncer. Neste ponto o Amor-sabedoria de Kether expressa-se por intermédio de Malkuth o reino material, o mundo do meio.
O Dez de Paus é o Yod (יהוה “Yod-He-Vô-He”) do quaternário dos dez, deste modo, possui uma relação com Kether o iniciador supremo, o primeiro, que está acima de todas as coisas e refere-se à influência de Malkuth no plano espiritual (Malkuth em Yod). Os dez de Paus, por ser o Yod, indica uma transição do elemento Fogo que termina com o elemento Água (He) que se inicia.
O naipe de Paus são os símbolos de todas as iniciativas em empresas humanas sob o impulso da Vontade. Referem-se ao Yod, a semente divina que haverá de produzir a abundante colheita que, a nível humano, são as experiências e que gerarão iniciativas, pois é o motor de todas atividades.
O Paus incita o homem a mover-se e, assim, amplia seu horizonte, o faz criar Karmas que mais tarde lhe farão viver experiências que lhe aportarão consciência. Contudo haverá um momento em que o homem desejará criar raízes e não mais ser um motor impulsionador. Desejará um legado que marque sua existência (um filho lato senso), que sua presença dê utilidade a ela e, sentir com sua obra pessoal, que não seria realizada se ele não existisse.
Então, neste momento o dez de Paus indica que se está realizando uma transição. As forças criadoras se tornam estéreis porque o homem passa a interioriza-se de Yod para He, e descobre os sentimentos. Assim, já não atuará mais movido por uma força que o impulsiona à ação, e sem mais motivos pretende livrar-se dela.
Agora seus sentimentos e que ditarão as regras e o movimentarão e, assim, os seus objetivos, atenderão aos seus desejos. Algo parecido ao dois de paus (Senhor do Domínio) onde os sentimentos sequestraram a Vontade provocando a sua neutralização, já que antecedia o três. Então temos aí a opressão exposto no título desta carta. Entendendo-se Yod como semente e He como a terra, é a opressão da semente presa na terra e que só pode libertar-se germinando e multiplicando assim o seu potencial. Refere-se ao abandono do Mundo da Vontade para perder-se no Mundo dos Sentimentos e a opressão que isto gera sobre a Vontade posto que os sentimentos possuem grande força, a disputa entre o Fogo em transição a Água.
Palavras chaves: 10♣ Senhor da opressão – fogo p/ sentimentos.
(Reta) Traição, engano, hipocrisia, falsidade;
(Invertida) Obstáculo, reclamação, inconformidade.
Então o que temos aqui é um mundo em transição ao mesmo tempo em que está ruindo conforme comportam todas as palavras chaves. Daí surge a palavra traição pois o indivíduo se torna um traidor do mundo em que está abandonando e que não mais pertence, juntamente com tudo o que signifique. Dessarte quando a força é positiva (carta em pé), traduz uma dramática realidade interior e o homem, modificado, passa a ser um traidor de si mesmo de todos os que trabalham em seu universo que havia sido seu até então.
Se não se opera o traidor, dará ensejo ao hipócrita, que dissimula ou que já está começando a ser. Se a energia da carta é muito forte , no lugar de limitar-se a um descontentamento interior, sairá ao exterior e promoverá uma série de situações críticas que levarão o indivíduo a um ponto de estrangulamento e ao abandono de seu universo para entrar no outro.
1.6.2 Dez de Copas
Recebe o título de Senhor do Sucesso Perfeito. Refere-se ao elemento Água e astrologicamente corresponde a relação e/ou transição entre Peixes e Libra. Neste ponto o Amor-sabedoria de Hochmah expressa-se por intermédio de Malkuth o reino material, o mundo do meio.
O Dez de Copas é o He (יהוה “Yod-He-Vô-He”) do quaternário dos dez, deste modo, possui uma relação com Hochmah o supremo representante do amor e refere-se à influência de Malkuth no plano astral (Malkuth em He). Os dez de Copas por ser o He indica uma transição do elemento Água que termina com o elemento Ar que se inicia.
O Naipe de Copas simboliza as empresas sentimentais, tratam dos amores das ambições pessoais, dos apetites e desejos da pessoa, dos egoísmos.
O dez de copas refere-se a essa transição da água para o ar, de He para Vô, ou seja, dos desejos para a mente onde a alma humana sente o impulso de renunciar a tudo o que constitui no seu universo sentimental para então participar da vida coletiva de forma mais efetiva e aberta. Busca no pensamento a lei (Binah – Forma) o que há de permitir edificar as coisas sobre uma base mais sólida.
Não é fácil sair do universo dos desejos, pois o homem se identifica com seus desejos e apetites e é daí que essa força receba o título de sucesso perfeito. Trata-se de um grande sucesso para a alma humana, porque significa um retorno às fontes primordiais, o início do descobrimento das leis cósmicas.
Palavras chaves: 10♥ Senhor do Sucesso Perfeito, vida do pessoal ao coletivo – desejo à Lei.
(Reta) Cidade, sindicato, coletividade, reunião;
(Invertida) Ressentimento, agitação, cólera, ruptura, violência.
Essas palavras chaves traduzem o trânsito da vida pessoal, sentimental, à vida coletiva. Uma ideia de coletividade, embora ainda disforme, que não apresenta um objetivo preciso a alma, mas é dela, do povo, da cidade, de onde surgirá esses objetivos. No mais, se a força se apresentar de forma excessiva, produzirá o mau humor característico dos períodos de abandono de algo que queria muito, de contrariedade de uma vontade.
1.6.3 Dez de Espadas
Recebe o título de Senhor da Ruina. Refere-se ao elemento Ar e astrologicamente corresponde a relação e/ou transição entre Gêmeos e Capricórnio. Neste ponto as restrições de Binah o construtor do universo, centro instituidor de todas as coisas de onde emanam a Lei e a ordem, expressa-se por intermédio de Malkuth o reino material, o mundo do meio.
O Dez de Espadas é o Vô (יהוה “Yod-He-Vô-He”) do quaternário dos dez, deste modo, possui uma relação com Binah a inteligência ativa e refere-se à influência de Malkuth no plano mental (Malkuth em Vô). Os dez de Espadas por ser o Vô e indica uma transição do elemento Ar que termina com o elemento Terra que se inicia.
Neste ponto nos encontramos em meio ao abandono de tudo o que até então tem sido conhecimento teórico para adentrar às realizações materiais.
Esta carta nos descreve a situação do indivíduo que, na teoria, sabe e conhece de tudo, mas não tem experiência alguma na prática. Aquele que, conciso de seu saber teórico, lança-se aos negócios e descobre que na vida real as coisas não são como se mostram na teoria
Dessarte, em sua experiência material, perde tudo, até a roupa do corpo; daí vem o título de Senhor da Ruína. Ruina esta que não é necessariamente a sua, mas a de seus sócios capitalistas, amigos, parentes, etc., que, confiando em sua “perfeita visão das coisas”, colocam em suas mãos, os seus meios, que não recuperarão jamais.
Palavras chaves: 10♠ Senhor da Ruína – Teoria p/ prática, do pensamento aos negócios.
(Reta) Lágrimas, lamentos, desolação, gemido, tristeza, ruina;
(Invertida) Vantagem, ganhos, graça, império, usurpação, convencimento.
Estas palavras chaves, além de descreverem a situação ora expressa relatam ainda as habilidades expressivas do indivíduo em conseguir os bens materiais (carta invertida), ou seja, as vantagens, ganhos, que perderá ao meter-se no domínio de uma prática que só e conhecida na teoria e daí vem as lágrimas, prantos, lamentos, etc.
1.6.4 Dez de Ouros
Recebe o título de Senhor da Riqueza Abandonada. Refere-se ao elemento Terra e astrologicamente corresponde a relação e/ou transição entre Virgem e Aries. Neste ponto Hesed com o seu poder espiritual realizador das bondades, expressa-se por intermédio de Malkuth o reino material, o mundo do meio.
O Dez de Ouros é o 2º He (יהוה “Yod-He-Vô-He”) do quaternário dos dez, deste modo, possui uma relação com Hesed o instrumentador do Paraíso e refere-se à influência de Malkuth no plano físico (Malkuth no 2º He). Os dez de Ouros por ser o 2º He indica uma transição do elemento Terra que termina para o elemento Fogo que se inicia, onde a espiritualidade projeta-se em um novo e grande ciclo de realizações.
Esta carta expressa as potencialidades de Malkuth e representa o efêmero e ligeiro florescimento material, antes que o pêndulo passe para o outro lado e tudo marche para passar para outro ciclo. Então as forças materiais, até aqui dominantes, se retiram da obra em que estiveram a trabalhar para iniciar um novo ciclo.
Como estamos tratando do final de todo um ciclo, a transição do dez de ouros é muito mais radical do que a de outros dez, já que enquanto o outros dez tratam de uma mudança de estratégia dentro de uma mesma energia (mesmo objetivo), esta carta representa uma mudança, um abandono total de objetivos tendo em vista um campo inédito de experiências.
Pode ser alguém que abandona todas as suas posses na busca de uma vida espiritual, de modo que esta simbologia pode ser melhor qualificada como Senhor da Riqueza Abandonada, posto que reflete o abandono de um mundo de valores materiais em razão de um mundo de valores morais ou espirituais.
10♦ Senhor da Riqueza abandonada, fugas florescimento material, objetivos materiais abandonados em prol do espiritual.
(Reta) Abandono, viagem sem retorno, doação, testamento, doação;
(Invertida) Esterilidade, testamento negativo, expulsão, exílio.
Essas palavras chaves traduzem a transição radical ora relatada, de forma voluntária, se a força é positiva ou involuntária, se é negativa. O exílio que aparece no quatro de espadas refere-se a uma proscrição em razão do indivíduo achar-se fora de seu lugar. No dez de ouros o exílio refere-se a um abandono total relativo ao final de um ciclo para uma nova empreitada.
Na tiragem cabalísticos, as três primeiras cartas correspondem ao mundo das emanações composto por Kether, Hochmah e Binah e elas nos dirão o que o indivíduo tem na cabeça enquanto Vontade (se emana do Real Ser) ou desejo (se provém do ego) e de que forma. Assim, veremos o que está emanando de sua espiritualidade; averiguaremos se é rigor ou graça e de que gênero. Como o que está emanando vem do ponto mais alto, indicara o que um dia tornar-se-á em realidade material, portanto, seremos capazes de avisá-lo sobre as suas vantagens e os seus perigos. As três seguintes do Triângulo Ético o que paira em seus sentimentos. O Triângulo mágico trata de seus pensamentos e em Malkuth o que já está plasmado no mundo físico.
[1] Veja mais detalhes no capitulo intitulado: Aspectos astrológicos e os caminhos.
[2] Este aspecto está relacionado também a Binah e pode ser explicado pelo texto Yetzirático do 10º caminho que afirma: “Inteligência Resplandecente, porque é exaltada sobre todas as cabeças e tem por assento o trono de Binah”.
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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH
Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I
ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM
ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO
Autor: Inácio Vacchiano