Barganha e Agrado – Diferenças
Eu vejo muitas duvidas referentes a isso, então vamos analisar com calma o que se resume o ato de barganhar e o ato de agradar a um guia ou mesmo entidade.
Barganha e Agrado – Diferenças
Eu vejo muitas duvidas referentes a isso, então vamos analisar com calma o que se resume o ato de barganhar e o ato de agradar a um guia ou mesmo entidade.
A princípio, a barganha vem da intenção, podendo ela ser de troca por um favor ou coisa, independente do que seja, tipo… eu te dou isso, mas você vai ter que fazer aquilo para mim, sem questionamentos, um ato comercial, você paga você tem, o objetivo de quem barganha é que tudo seja realizado de acordo com sua vontade, não importando se aquilo que esteja pedindo irá ferir o livre arbítrio de outras pessoas, lesá-las ou prejudicá-las o que importa apenas é que sua vontade seja satisfeita.
Vem com esse tipo de ato, a chantagem, o obter vantagens, fora que tem o lado da pressão psicológica, adaptando o termo a Umbanda, seria aquela entidade ou mesmo dirigente e médium de uma forma geral, que vem e diz: só te ajudo, se você me der isso ou se você não me pagar o que eu quero não vou te ajudar e tudo vai piorar. Esses tipos de atitudes provoca na pessoa em questão, uma sugestão, um medo, o terror, e mesmo a duvida, podendo a levar pessoas leigas a se corromperem e fazer atitudes não idôneas, se enquadra também em coação moral.
Por isso que deve se ter muito cuidado com certas posturas e falas para que não sejam mal interpretadas.
Fora que dependendo da situação além de barganha, entra no quesito chantagem que já se enquadra numa extorsão (crime). A barganha ainda está no perfil de negociação, para realização de algo ilícito ou não, exemplos: trabalhos de feitiçaria – amarração, destruição, os chamados pontos de morte eteceteras. A chantagem já se enquadra naquele momento em que o médium ou sua entidade, provoca terror no outro, dizendo: se você não der o que quero vou acabar com você, sua vida não vai andar.
Umas das entidades que acabam sendo muito envolvidas nas questões de barganhas são nossos Exús e Pombogiras, muitas vezes por culpa de médiuns mal preparados e doutrinados mediunicamente, na grande maioria das vezes entidades que agem dessa forma são questionáveis e não confiáveis. Mas por outro lado, temos o lado de quem procura tais serviços, O CONSULENTE, infelizmente algumas pessoas acham que porque estão pagando ou dando algo, se dão o direito de exigir, cobrar, por isso usam do meio de barganhas para obter a realização do que almejam. Fugindo das questões espirituais idôneas e virando um verdadeiro comércio do toma lá da cá.
O CONSULENTE QUER DAR ALGO A EXÚ COM O OBJETIVO CLARO DE BARGANHAR E OBTER FAVORES. E porque está pagando acredita piamente que irá OBTER, e quando não acontece SE FRUSTRA E SE REVOLTA, mas ele pediu com sua atitude sua real consequência. Devendo com isso APRENDER, uma dura lição.
Essa atitude pode ser até fácil se tratando de um Exú e Pombogira no grau evolutivo de um Exú e Pombogiras pagãos que ainda não tem discernimento do que é CERTO DO QUE É ERRADO OU MESMO DE UM BOM MANIPULADOR DO NÍVEL DE UM QUIUMBA, mas quando a pessoa está diante de um Exú e Pombogira de Lei, de um Guardião, ou mesmo de um Exú Espadado e Coroado, ela além de sair com um bom e sonoro NÃO, poderá sair com um bom sermão e reforma moral, deveriam agradecer quando isso acontece, com certeza irá lhes poupar sofrimento desnecessário.
Esses tipos de pessoas que agem dessa forma possuem perfis questionáveis, vaidosas, arrogantes, prepotentes, manipuladoras, que por sua vez acabam se tornando presas fáceis de maus dirigentes, médiuns, e principalmente de entidades mistificadoras, obsessores, e quiumbas.
A figura acima denota o ato da barganha.
Os dirigentes que agem dessa forma também sofrem consequências muito sérias tanto a nível espiritual quanto a nível material, porque caso sejam denunciados por um de seus CLIENTES, correm o risco de serem processados por charlatanismo, coação moral e exploração. Inclusive já soubemos casos em que supostos dirigentes foram presos por tais atos.
Já vi inúmeras vezes tais frases vindas de médiuns e mesmo dirigentes, observem cada uma delas com bastante cuidado:
“… se o exú não dá o que EU quero, não dou nem uma dose de cachaça para ele, vai ficar com fome…”
“… Exú bom a gente cuida, Exú que não responde a gente deixa ele secar…”
“… Vou tirar as coisas da Pombogira, quando ela trouxer ELE para mim eu devolvo”
“… Estou te dando isso Exú só que quero que o senhor me de aquilo…”
Essas são apenas algumas de inúmeras frases equivocadas que denota o desconhecimento de certos médiuns quanto ao espiritual, fora que certas atitudes podem provocar o afastamento e mesmo irritar determinadas entidades, que não aceitam serem tratadas como objetos ou escravos de vontades fúteis. Lembremos sempre que estamos a lidar com ESPÍRITOS com graus evolutivos e de discernimento bem variáveis.
Quando forem dar algo a Exú e Pombogira ou mesmo qualquer outra entidade e guia, sejam humildes e peçam com sabedoria, para que seja realizado o que for de melhor para sua vidas. Muitas vezes o médium e consulente não sabe o que pede. Como diz o ditado: Deus as vezes não nos tira, nos livra.
Sempre ouvi dos meus mais velhos que Exú e Pombogira não gostam de promessas, principalmente as que não são cumpridas. Por isso aconselho, nunca prometa nada a Exú e Pombogira se não puder cumprir a promessa, eles não esquecem e na grande maioria das vezes as pessoas na hora da necessidade prometem o “mundo e o fundo” para conseguirem um desejo realizado só que esquecem do que prometem. Devemos lembrar, que há vários patamares no que diz respeito a Exú e Pombogira alguns relevam certas falhas outros não, por isso saiba bem com que tipo de espírito e exú esteja lidando.
A FORÇA DA PALAVRA, É HONRA PARA EXÚ E POMBOGIRA, SE TRATANDO É CLARO DE UM EXÚ E POMBOGIRA GUARDIÕES DA LEI.
Mas a maior lei penal a ser cumprida, tanto para quem pede quanto para quem executa é a ESPIRITUAL, porque dessa ninguém foge.
Existe uma grande confusão do ato de BARGANHAR comparado ao ato de AGRADAR um guia ou entidade espiritual.
Exú e Pombogira por exemplo apreciam ganhar presentes, o exú gosta do seu charuto, da sua bebida, a Pombogira gosta de suas rosas do seu champanhe, dos seus perfumes, mas a questão é que nenhuma entidade idônea e que responda as leis de Umbanda, vai exigir tais coisas no sentido de barganha.
Muitas vezes a entidade vem e fala: oh vou te ajudar e depois você me trás um charuto ou uma cachaça para mim, devemos lembrar que certos elementos são os instrumentos de trabalho de Exú e Pombogira.
Acredito eu, que se uma entidade te ajuda, te dá um bom conselho, te dá aquela esperança onde não havia, te trás a paz e o caminho que você procurava, qual o problema de você ser grato aquela entidade? acredito que nenhum, é até muito pouco pelo que eles nos proporciona muitas vezes.
Vejam bem o AGRADO é dado de CORAÇÃO, por GRATIDÃO OU MESMO COM O DESEJO DE OBTENÇÃO DE BOAS ENERGIAS E PROTEÇÃO, não por OBTER ALGO EM TROCA NO SENTIDO DE BARGANHA, favores esses na sua grande maioria ilícitos.
Mas tem alguns detalhes, nenhum guia vai ficar dando marcas de produtos para serem comprados tipo: eu quero uma garrafa de Whisky CHIVAS 20 ANOS, IMPORTADO. O interessante nessas questões que vemos entidades falando sobre marcas muitas vezes de produtos que nem existiam em suas épocas carnais. Pensemos. Claro que Exú e Pombogira gostam sim do que é bom, mas não ficam a exigir coisas principalmente de quem não tem para dar. Porque infelizmente já vi consulentes e médiuns vendendo o que não podiam para satisfazer a vontade de certas entidades. Isso é também entra em questões de FANATISMO. E nenhuma entidade idônea aceitaria tamanho sacrifício, porque isso fugiria das leis da caridade de Umbanda.
Quando nos deparamos com esses tipos de coisas aquele agrado já toma um outro aspecto, o de interesses que muitas vezes já fogem do contexto das reais entidades e sim do próprio médium. Alguns médiuns usam da roupagem de determinadas entidades para obtenção de bens e favores próprios.
Já vi entidades, mesmo guias ganharem presentes lindos, caros, de bom gosto, mas presentes que as pessoas deram de coração para elas, não que fossem cobrados ou mesmo exigidos tais coisas, há uma GRANDE DIFERENÇA.
A pessoa que vai presentear, pode até perguntar o que tal entidade gosta o que ela aprecia, mas um bom dirigente jamais vai ficar pedindo coisas caríssimas ou pedindo marcas importadas de produtos, a grande maioria dos dirigentes sérios, e responsáveis, dirão para a pessoa trazer o que está dentro de suas possibilidades, do que pode trazer, caso contrário dirão que não irá precisar trazer nada.
As entidades, os guias quando trabalham no terreiro, não veem no intuito de barganhar ou de ganhar nada material, a missão delas é ESPIRITUAL, mas elas usam de materiais para seus trabalhos de magnetização, volatização, energização, as vezes o médium é um ótimo médium mas ele na sua vida social e material é um médium de poucas posses, humilde, muitas vezes está desempregado, tem certas dificuldades financeiras. Por isso que as vezes o Exú pede o seu charuto, sua bebida até como uma forma de ajudar o seu médium nas custas que muitas vezes são esquecidas pelos outros, que querem ser ajudados, mas não pesam as custas que tem por trás na vida daquele médium. Por isso cada situação deve ser analisada com CUIDADO, para que não prestemos um FALSO JULGAMENTO.
Nenhuma casa idônea vai ficar cobrando nada, mas cabe ao consulente trabalhar sobre questões de gratidão, certos gestos denota carinho, dedicação, amor pela aquela entidade e guia que lhe ajuda. A GRATIDÃO SEMPRE É UM GESTO DE VALOR.
Estou a citar Exú e Pombogira, mas vejam, há formas de se agradar várias outras entidades e guias de forma geral, o Marinheiro, gosta do seu peixe, o Baiano gosta da sua farofa, o Caboclo de Oxossi, gosta do seu milho cozido, das suas frutas, o Ibeji a criança de Umbanda gosta de seus doces e bolos, as falangeiras do Povo D.Água gostam de suas flores e rosas e assim ocorre com as demais linhas, povos e entidades de uma forma geral.
Quando uma pessoa leva algo no intuito de apenas a agradar aquele espírito que muitas vezes vem de altas esferas para a pratica de caridade, é um carinho da mesma forma comparando com aquele parente ou um amigo que vem de terras distantes a nossa casa e queremos recebê-los da melhor forma.
O que deve-se se frisar nessa questão de barganhas é que entidades idôneas não precisam desses tipos de negociação, o consulente que pede e procura tais serviços, deve ter consciência plena que não está a lidar com espíritos confiáveis e que poderá chamar para sua vida a presença de espíritos altamente nefastos, que irá trazer consequências graves tanto a nível físico tipo doenças, falências financeiras, brigas, discórdias como doenças e obsessões gravíssimas espirituais. Toda escolha sua consequência, toda ação uma reação, a semeadura é livre mas a colheita é obrigatória.
E nada perante aos olhos do divino passa impune.
Enfim pessoal, espero ter esclarecido da melhor forma possível essa questão, e para finalizar, volto a frisar, quando for dar algo para um guia ou mesmo entidade, avaliem suas VERDADEIRAS INTENÇÕES e o que realmente estão a sentir com aquele gesto, SEMPRE, priorizem o bem, a caridade, o amor a si mesmo e principalmente O RESPEITO E AMOR AO PRÓXIMO.
Que todos os bons espíritos nos tragam sempre o bom esclarecimento e a boa palavra e que jamais sejamos instrumentos da maldade ou crueldade para quem quer que seja.
Oxalá nos abençoe.
Axé
Cristina Alves
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira