Guardião das Sete Porteiras Espirituais
Aqui vou narrar apenas uma de minhas vidas, visto que já vivi muito, tanto nesse mundo, quanto em outro. O outro mundo a que me refiro não pertence a esse lugar, nem a esse tempo, muito menos a essa Civilização que ora vocês fazem parte.
A vida que pretendo compartilhar quase perde-se em minha memória, pois há muito tempo estou trabalhando sob as ordens do Comando Supremo. Quando convidaram-me a assumir esse cargo, eu já havia concluído minha missão de vida e minhas dívidas khármicas estavam quitadas.
Então, vamos a narrativa... Era o ano de 1600 e eu morava na Europa Central. Estava com 22 anos terrenos na época. Meus pais haviam falecido de peste bubônica e eu sobrevivi graças ao auxílio de um eremita da Antiga Religião.
Seus conhecimentos sobre ervas medicinais e outros remédios pouparam minha vida. Então, em retribuição, fiquei vivendo em sua companhia e auxiliando-o no que fosse necessário. Nessa época, a prática de antigos rituais ainda não sofria perseguição na região onde habitávamos. Porém, não tardaria a chegar até nós.
Cinco anos se passaram desde a morte de meus pais. Eu morava com o velho eremita e praticava a sua religião agora. Ele estava me ensinando tudo o que sabia e eu estava me tornando um aprendiz da Antiga Arte Celta.
Todos os conhecimentos ancestrais do povo irlandês eram intrigantes para mim. Eu nada sabia da vida, percebia agora. Através de meu amigo e mentor, conheci a história dos antigos povos e de mim mesmo, sem o saber...
Como disse meu velho amigo eremita: "Você é, só não sabe!" "Não sei o que?" Retrucava eu... E ele apenas ria. Agora eu sei ao que ele se referia. Na verdade, o velho enxergava as coisas! Com o tempo nos tornamos tão próximos que parecíamos pai e filho.
Nós pertencíamos aos domínios do "Sacro Império Romano-Germânico". Essa denominação nos liberava de muitas perseguições do Reinado Europeu. Era o ano de 1607 e eu já dominava uma boa parte dos procedimentos vinculados ao "ocultismo".
O ocultismo em si abrangia inúmeros conhecimentos dos rituais, das poções e de fórmulas mágicas. Tudo era meticulosamente calculado e aplicado, para que jamais houvesse erros. Essa precisão cabalística fazia muita gente desistir do mistério, porque exigia estudos profundos dos iniciantes.
Eu aprendia rápido e em pouco tempo estava apto a realizar muitas ações magísticas. Segundo o Velho Eremita, eu já estava quase pronto. Faltava, apenas, meu ritual de iniciação... O qual ocorreu em poucos dias.
Para realizar o ritual o velho levou-me a um local sagrado, em meio a uma grande colina. No local já existia um abrigo e inúmeros símbolos de proteção. Descobri que ali havia sido a morada do Velho Eremita. Então, perguntei-lhe porque havia se mudado para a Vila... E ele respondeu: "Para encontrar você!"
Dessa forma, ocorreu minha iniciação e eu adentrei o mundo oculto das práticas alquímicas... A partir de agora, eu seria um alquimista, um druida ou um mago, como muita gente fala.
Eu e o velho ficamos mais alguns meses nesse local, até finalizarmos todas as ritualísticas. Exatamente sete meses depois estávamos voltando à vila. Eu perguntei ao velho: Por que temos que voltar? E ele respondeu: "De que adianta possuir todo conhecimento se não puder utilizá-lo?"
Enquanto retornávamos para a vila, o velho disse: "Ninguém pode fugir ao seu destino e o meu me aguarda... Espero que você cumpra com dignidade sua missão e jamais esqueça tudo o que lhe ensinei. Agora, você pode percorrer o mundo e ajudar a quem necessita."
Quando chegamos na vila, assustei-me com o que vi... Tudo estava em chamas e soldados armados percorriam as ruas. Pessoas gritavam e fugiam. Dois soldados se aproximaram e apontaram para o velho. Então, o pegaram e o levaram. Eu tentei impedir, mas ele apenas me olhou e eu recuei... Só pude ouvi-lo dizer:"Vá!"
Aqui finalizo essa história, apenas dizendo que aquele velho eremita salvou-me a vida, ensinou-me os mistérios profundos da humanidade e foi um pai para mim... Como ele ordenou-me, eu parti e não vi a sua execução, porque ela ocorreu na capital do reino.
Durante toda a minha vida procurei honrar o que o velho me ensinou... Após minha morte, reencontrei-o e ele estava translúcido, reluzente como uma estrela. Ele subiu muito mais do que eu e veio apenas se despedir para prosseguir a sua jornada evolutiva.
Eu assumi uma nova missão, essa que agora cumpro: a de Exu Guardião...
Dessa forma, ocorreu minha iniciação e eu adentrei o mundo oculto das práticas alquímicas... A partir de agora, eu seria um alquimista, um druida ou um mago, como muita gente fala.
Eu e o velho ficamos mais alguns meses nesse local, até finalizarmos todas as ritualísticas. Exatamente sete meses depois estávamos voltando à vila. Eu perguntei ao velho: Por que temos que voltar? E ele respondeu: "De que adianta possuir todo conhecimento se não puder utilizá-lo?"
Enquanto retornávamos para a vila, o velho disse: "Ninguém pode fugir ao seu destino e o meu me aguarda... Espero que você cumpra com dignidade sua missão e jamais esqueça tudo o que lhe ensinei. Agora, você pode percorrer o mundo e ajudar a quem necessita."
Quando chegamos na vila, assustei-me com o que vi... Tudo estava em chamas e soldados armados percorriam as ruas. Pessoas gritavam e fugiam. Dois soldados se aproximaram e apontaram para o velho. Então, o pegaram e o levaram. Eu tentei impedir, mas ele apenas me olhou e eu recuei... Só pude ouvi-lo dizer:"Vá!"
Aqui finalizo essa história, apenas dizendo que aquele velho eremita salvou-me a vida, ensinou-me os mistérios profundos da humanidade e foi um pai para mim... Como ele ordenou-me, eu parti e não vi a sua execução, porque ela ocorreu na capital do reino.
Durante toda a minha vida procurei honrar o que o velho me ensinou... Após minha morte, reencontrei-o e ele estava translúcido, reluzente como uma estrela. Ele subiu muito mais do que eu e veio apenas se despedir para prosseguir a sua jornada evolutiva.
Eu assumi uma nova missão, essa que agora cumpro: a de Exu Guardião...