segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Opa Osun ou Opa Erere É uma ferramenta de uso exclusivo dos Babalawos, da mesma forma que o Iroke ou Irofá, a "sineta de Ifá".

 Opa Osun ou Opa Erere


É uma ferramenta de uso exclusivo dos Babalawos, da mesma forma que o Iroke ou Irofá, a "sineta de Ifá".

Nenhuma descrição de foto disponível.Opa Osun ou Opa Erere

É uma ferramenta de uso exclusivo dos Babalawos, da mesma forma que o Iroke ou Irofá, a "sineta de Ifá".
Esta última, infelizmente, está vulgarizada e não é raro ver-se pessoas sem qualquer ligação com o culto de Ifá, sacudindo irokes que, para o cúmulo do desrespeito, chamam de "adjázinho de madeira".
O Opa erere remete ao culto de Ifá e à evocação da proteção de todos os babalawos falecidos que, seja de que origem forem, descendem de Akoda e Aseda , os dois primeiros seres humanos iniciados e sagrados Babalawo no culto, segundo diz o próprio Orunmila.
Como todo "opá" ou a maioria deles (excetuando-se as bengalas assim denominadas), o Opa Erere ou Osun, representa a união entre o aiyé e o orun, ou seja, o mundo material e o céu metafísico habitado por diferentes entidades espirituais.
Assim sendo, esta "ferramenta" não é um Orixá, como alardeiam muitos - de tal forma, que chegam a sincretizá-la com santos católicos como San Manuel, San Dimas, San Juan Bautista, Divina Providência.
(Vide: ARÓSTEGUI, N.B. Los Orishas en Cuba . Habana, Ediciones Unión, 1990. )

“Osun”
Esta palavra quando se refere ao bastão em questão, significa apenas “não dormir” o que a identifica em atributos e função ao “Opa Erere” que significa ”bastão da insônia”.

"Opa Orere” é o bastão-simbolo que confere poder ao Babalawo. Também denominado Osun, este bastão é tão sagrado que tem que ser mantido permanentemente em pé, pois a sua caída, significa também a do Babalawo, isto é, a morte.
No topo do Opa Orere, há uma ave com a forma de um pombo, que lembra a história de Eiye kan, o primeiro pombo que veio reproduzir. Graças a Ifá, este pombo passou a chamar-se Eiyele, e agora simboliza a honra e a autoridade, por isso está ali colocado.
O Opa Orere (Osun) é plantado na terra onde se veneram os ancestrais. O Opa Orere (Osun) deve ficar sempre em pé.

Diz-se dele:
ÒSÙN O! ÒSÙN DÓRÓ KÓ O MÁ DÚ BÚLÈ.
Ó Ósún! Ósún fique erguido, não se deite.

OSUN – OPÁ ERÉRÉ – (Akrelele – fon)

O Osun ou Opa eréré é o bastão de segurança do Babalawo.
Vive dentro do Igbodu Ifa com a ponta de baixo cravada firmemente na terra e, onde quer que o Babalawo vá adivinhar , deverá levar o seu bastão para cravá-lo na terra ao seu lado.
Deverá ser empunhado pelo Babalawo durante a caminhada ao local onde for proceder uma adivinhação, servindo como uma espécie de bengala.
O Osun deverá permanecer sempre na posição vertical e no local onde fica será colocada uma cabaça de pescoço onde se guardam diversos pós medicinais.
O Osun evoca uma antigo itan que faz referência à uma palmeira milagrosa, pertencente a Orunmilá : possuía 16 pequenos ramos distribuídos no seu tronco em quatro seções distantes, umas das outras, aproximadamente dois metros. Cada uma destas ramificações possuía, segundo o itan, quatro folhas direcionadas para cada um dos pontos cardeais.
Os Osun posteriormente construídos seriam uma representação desta sagrada árvore.
Trata-se, na verdade, de uma ferramenta de fácil confecção. Seu “tronco” é feito com uma haste de ferro roliço cuja extremidade inferior tem a forma de um ponteiro, o que facilita sua fixação na terra. O tamanho do bastão varia de acordo com a preferência de seu proprietário.
No alto do bastão, é afixado uma espécie de prato de ferro de cujas bordas pendem pequenas sinetas de forma cônica, do mesmo metal. Sobre o prato deve ser afixado a figura, também em ferro, de um pássaro, como as existentes nas ferramentas de Ossayin.
É comum enfeitar-se o bastão com franjas de mariwo que são penduradas nas bordas do prato.
Alguns Osun , usados principalmente no Abomehi, possuem além do prato superior, quatro seções superpostas distribuídas de forma eqüidistante em sua haste. Em cada uma destas seções, quatro sinetas idênticas às que pendem da plataforma superior, são penduradas, direcionadas, cada uma, a um ponto cardeal. Observa-se aqui uma referência mais fidedigna à palmeira anteriormente descrita.
Sempre que um Babalawo se sentir ameaçado por qualquer situação, será com este bastão que irá recorrer ao auxílio de outros sacerdotes de Ifa já falecidos.
O Osun é sacralizado junto com o Ifa do Babalawo ocasião em que recebe parte das oferendas destinadas a Ifa ,assim como um pouco do sangue de cada animal a ele sacrificado e o sacerdote pode possuir mais de um destes bastões de diferentes tamanhos.
Quando o Babalawo morre, antes dos funerais seus Osun são levados para fora do Igbodu Ifa onde ficam deitados no solo. Depois do sepultamento do sacerdote, procede-se os devidos rituais.