quarta-feira, 25 de maio de 2022

Sinopse: a meditação no ājña, sexto cakra, começa com kaya sthairyaṁ, segue com ākāśa prāṇāyāma, bhrūmadhya dṛṣṭi, bīja mantra, visualização do yantra e do prāṇa no cakra.

 Sinopse: a meditação no ājña, sexto cakra, começa com kaya sthairyaṁ, segue com ākāśa prāṇāyāma, bhrūmadhya dṛṣṭi, bīja mantra, visualização do yantra e do prāṇa no cakra.


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O ājña corresponde a manas, buddhi e ahaṁkāra (a mente, a inteligência e o ego). Meditando sobre ele, conseguimos estabelecer o desapego e a não-identificação com dualidades e desejos.

Tempo: 35 a 50 minutos.

॥ हरिः ॐ ॥

Sente numa posição de meditação com as costas eretas e as mãos em cinmudrā. Mantenha os olhos fechados. Inspire profundamente e pronuncie três vezes o mantra Oṁ: Oṁ, Oṁ, Oṁ. Permaneça consciente do seu corpo. Construa uma imagem mental do seu corpo.

Permaneça consciente do seu corpo inteiro. Tome consciência da sua espinha dorsal, que está perfeitamente ereta, sustentando o pescoço e a cabeça. Tome consciência da posição equilibrada dos braços e pernas. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, dos pés à cabeça. Imagine-se como se estivesse crescendo a partir do chão, como se fosse uma árvore.

Suas pernas são as raízes da árvore. O resto do corpo é o tronco. Vivencie isto com intensidade. Você está crescendo a partir do chão, fixando-se no chão. Absolutamente estável. Absolutamente imóvel. Como se fosse uma árvore enorme e forte. Perceba-se, vivencie-se crescendo a partir do chão. Fixando-se no chão. Não há diferença entre o corpo e o chão. Você está absolutamente estável. Absolutamente imóvel.

Concientize-se das partes do corpo, começando pela cabeça. Visualize a sua cabeça e mantenha consciência total nela. Faça o mesmo com o pescoço. Visualize o seu pescoço e mantenha consciência total nele. Faça o mesmo com o ombro direito. Com o ombro esquerdo. Com o braço direito. Com o braço esquerdo. Com a mão direita. Com a mão esquerda.

Permaneça consciente das costas inteiras. Do peito. Do abdômen. Do glúteo direito. Do glúteo esquerdo. Mantenha-se consciente da perna direita. Da perna esquerda. Do pé direito. Do pé esquerdo. E depois, do corpo inteiro. O corpo inteiro de uma só vez. Consciência total no seu corpo inteiro. O corpo inteiro, como uma unidade.

Agora visualize o exterior do corpo. Como se você estivesse se vendo num espelho. Veja seu corpo na posição de meditação. Pela frente. Pelo lado direito. Pelo lado esquerdo. Por trás. Por cima. E depois, de todos os lados ao mesmo tempo. Consciência total no seu corpo inteiro.

Seu corpo inteiro, como uma unidade. Tome consciência das sensações físicas que o seu corpo experimenta. Consciência total em todas as sensações físicas. Permita que estas sensações se transformem num foco para o seu pensamento. Consciência total.

Faça um saṅkalpa: tome a resolução de permanecer absolutamente estável e imóvel durante toda a prática. Repita mentalmente: “durante toda a prática fico absolutamente estável, absolutamente imóvel. Absolutamente estável e imóvel”.

Fique atento aos sinais de desconforto do corpo. Consciência total em todos os sinais de desconforto: dor, coceira, formigamento, necessidade de deglutir saliva, o que for. E permaneça absolutamente firme e imóvel. Quando você se prepara para permanecer atento e evitar todo e qualquer movimento, o corpo permanece imóvel e estável como uma estátua.

Se houver algum movimento inconsciente, tome consciência desse movimento. Torne-o consciente. Consciência total no corpo e na estabilidade. Consciência total no corpo e na imobilidade. Seu corpo está totalmente estável e imóvel. Absolutamente firme e descontraído. Esta é a forma da sua consciência agora.

Você está preparado para manter esse estado. Sinta seu corpo ficando mais e mais estável. Mais e mais firme. Tão estável e firme que, depois de algum tempo, você não consegue mais se mexer. Consciência total no corpo e na estabilidade. Consciência total no corpo e na firmeza. Seu corpo está absolutamente estável e firme.

Estável e firme, porém, perfeitamente descontraído e relaxado. Absolutamente imóvel. Ao manter a consciência centrada, você sente o seu corpo ficar cada vez mais leve, cada vez mais sutil. Tão leve e sutil, que a consciência do corpo se esvai.

Este é o momento para transferir a atenção para o ritmo natural da sua respiração. Consciência total no ritmo natural da sua respiração. Consciência total no ritmo natural da respiração, mantendo-a tão silenciosa quanto for possível.

Agora coloque a consciência no limite exterior das narinas, no ponto que define se o ar está dentro ou fora delas. Dentro ou fora do seu organismo. Consciência total.

Leve a atenção para além do limite das narinas. Observe o movimento de entrada e saída do ar. Ao expirar, o ar de fora é deslocado pelo ar que sai das narinas. Ao inalar, o ar nos pulmões é comprimido pelo ar novo que entra.

Consciência total no processo respiratório, mantendo a respiração tão silenciosa quanto for possível. Agora torne a respiração mais sutil. Prolongue aos poucos a duração da inspiração e da expiração. Não force nada. Respiração leve e sutil.

A sua respiração fica tão sutil que ao inspirar, não há compressão do ar dentro dos pulmões, e ao expirar, não há deslocamento do ar de fora. A sua respiração está absolutamente silenciosa. Aqui você experiencia o ākāśa, princípio do espaço.

O Ājña
ājña
Coloque neste momento a atenção no ājña cakra, no ponto entre suas sobrancelhas. Consciência total no ājña. Ao mesmo tempo, faça mentalmente o bīja mantra Oṁ. Repita este mantra de maneira contínua e rítmica, associando o ritmo com a respiração: Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ, Oṁ.

Faça japa mentalmente, criando uma textura sonora constante e uniforme. Sinta a vibração do mantra ressoando no cakra. Para revelar seu poder, o bīja mantra precisa fazer-se junto com visualizações. Se não for assim, a repetição será inútil.

Associe o bīja mantra com o bhrūmadhya dṛṣṭi, a fixação ocular no intercílio. Abra os olhos e dirija-os ao centro do intercílio e para cima, sem forçar. Depois, feche-os, mantendo-os fixos naquele ponto o tempo todo.

Consciência contínua no ājña cakra. Associe agora ao bīja mantra e ao dṛṣṭi a imagem de um círculo branco e brilhante entre as sobrancelhas, rodeado por duas pétalas luminosas com pontos dourados. O crescente é símbolo de mahat, o tattva deste centro.

Mahat é a função quádrupla constituíde pela mente, a inteligência, o ego e a memória: manas, buddhi, ahaṁkāra e citta. Visualize o bīja mantra Oṁ, dourado, pulsando sobre o círculo.

[Atenção: nas primeiras práticas, se você for iniciante ou tiver dificuldades para visualizar claramente, omita esta parte da meditação e passe diretamente à respiração pelo cakra.]

Sobre ele aparece o jyotirliṅīgaṁ, o liṅgaṁ de luz. Dentro do liṅgaṁ, Ardhanarīśvara, o Śiva andrógino. A sua metade direita é masculina, e tem pele azul. A esquerda, feminina, com pele cor de rosa. Com a mão esquerda sustenta uma flor de lótus. Com a outra, um tridente. O andrógino representa a união de Śiva e Śaktī, a transcendência de todos os opostos, que aponta para mokṣa, a libertação.

Do lado direito de Ardhanarīśvara está Hakiṇī Śaktī. Ela tem seis rostos e quatro braços. Sua pele é rosada; veste um sari vermelho e um xale de seda verde. Com a mão superior esquerda segura uma caveira. Na outra mão esquerda tem um japa mālā (rosário para contar mantras).

Com a mão inferior direita faz abhaya mudrā, o gesto de eliminar o medo. Na outra sustenta um dhamaru, tambor em forma de ampulheta. Esses são símbolos do desapego e do desejo de superar os obstáculos. O veículo deste chakra é nāda, o som puro. Consciência total na representação do ājña chakra.

Se em algum momento você perder a imagem, construa tudo de novo: a respiração lenta e consciente associada ao bhrūmadhya dṛṣṭi, a repetição mental do bīja mantra Oṁ, o círculo branco resplandecente, as duas pétalas de luz, o mantra Oṁ, dourado, pulsando sobre o círculo, Ardhanarīśvara sobre o jyotirliṅgaṁ, Hakiní Śaktī, com seis rostos e quatro braços.

Agora coloque toda a atenção sobre o círculo branco, no centro do cakra. Concentração total. Inale pelo ājña. Expire pelo ājña. Coloque todo o seu ser no ājña cakra. Apenas no ājña. Energize todos os tecidos e células a partir do ājña, e visualize-os tornando-se luminosos e brilhantes, cheios de prāṇa, e expandindo.

Sinta a energia irradiando desde ājña e expandindo ao inspirar; recolhendo-se ao expirar. Inale, distribua e expanda. Expire, recolha e contraia. Expansão e contração prânica.

Inspire pelo ājña. Expire pelo ājña. Inale, distribua e expanda. Expire, recolha e contraia. Concentre-se unicamente no fluxo do prāṇa. Seja apenas expansão e recolhimento. Detenha o prāṇa no ājña cakra: “quando o prāṇa flutua, citta, a consciência, também flutua. Quando o prāṇa se estabiliza, citta também se torna estável.” Expanda até alcançar a forma universal.

Recolha a energia até focalizá-la num ponto ínfimo. Focalize toda a atenção no ājña. Consciência intensa no ājña. Inspire pelo ājña cakra. Expire pelo ājña cakra. Dissolva todo o seu ser no ājña. Repita mentalmente o bīja mantra Oṁ. Consciência intensa no ājña e na repetição mental do mantra Oṁ. Consciência intensa e contínua.

Agora direcione todo o prāṇa de volta para o mūlādhāra cakra. A cada expiração, a energia vital desce por śuṣumnā nāḍī de volta para o cakra básico. Na inspiração, a consciência sobe por śuṣumnā nāḍī até o intercílio. Na expiração, a consciência e a energia descem de volta para o mūlādhāra.

Na inspiração, a consciência sobe por śuṣumnā até o ājña. Na expiração, ela desce junto com o prāṇa até o cakra básico. Na inspiração, a consciência sobe por śuṣumnā até o intercílio.

Na expiração, ela desce junto com o prāṇa até o cakra básico. Nesse momento, a imagem do ājña se esvai. Conclua a meditação. Mantenha os olhos fechados. Fique atento ao momento presente, aos seus sentimentos, ao efeito da prática, ao lugar onde você está. Então, movimente-se devagar. Abra os olhos. A prática de meditação está completa. Oṁ śāntiḥ śāntḥ śāntiḥ.

॥ हरिः ॐ ॥

Atenção.

Estas práticas de meditação sobre os cakras são apresentadas aqui a título de registro e para fins de estudo e referência. Elas não têm a intenção (nem a capacidade) de substituir a presença do professor na sala de aulas.

Não aconselhamos que você pratique isto sozinho em casa, se não tiver experiência prévia nesse tipo de meditação.

Recomendamos calorosamente que as aprenda, assim como todas as demais técnicas de Haṭha Yoga, pessoalmente, através de um professor qualificado.