O QUE DEVO FAZER PARA AGRADAR MEU ORIXÁ E GUIAS?
O QUE DEVO FAZER PARA AGRADAR MEU ORIXÁ E GUIAS?
Umas das primeiras coisas que o médium ouve dentro das casas religiosas, é a seguinte: olha filho (a) você deve sempre cuidar do seu guia. O que seria esse cuidar do guia não é mesmo? e como devemos fazer isso?
Muitas vezes se trabalha os conceitos materiais desse agradar e são esquecidos os conceitos realmente importantes espiritualmente falando.
Eu acho que a melhor forma de cuidar de um guia é dando e vibrando muito amor para esse guia e espírito que está ali conosco dividindo essa trajetória, quando acendemos uma vela, quando ofertamos uma flor, quando fazemos uma oferenda seja ela qual for se não tivermos Amor tudo fica vazio sem sentido, sem propósito. O sentimento Amor é que move, é o que cura é o que transcende, então a primeira coisa que o filho tem que aprender é AMAR e transmitir e colocar AMOR em tudo que ele fizer. O Amor é o sentimento universal tanto do mundo físico quanto do espiritual, o Amor cura tudo.
A segunda forma é a INTENÇÃO: tudo que envolve energia espiritual, magia, tem uma intenção por detrás, quando cuidamos de nossas próprias questões de índole e caráter, nos corrigindo, nos evangelizando, trabalhando com a moralização de nossas intenções, no ato de acender uma vela para um guia, onde você usa daquela vela como um religare com o divino com o plano espiritual você tem uma intenção, um propósito, que está ali contido não nas palavras que você fale ou recite, mas no silêncio de dentro do seu coração, da sua alma. Não adianta estar acendendo uma vela falando uma coisa sendo que seu coração está dizendo outra, sendo assim, cuidando de suas intenções você estará cuidando dos seus guias e Orixás. Seja sempre verdadeiro, não existe máscaras perante aos Orixás e guias. Muitas vezes nos deparamos com médiuns que acabaram de fazer um “suposto” agrado para o guia e Orixá, mas mal saíram do templo sagrado, já estão eles falando mal dos outros, desejando o mal etc. Será que aquele agrado foi bem aceito? ou melhor será aceito?
A terceira forma é o RESPEITO: todos os dias vem em nossas casas espirituais vários espíritos, guias, mentores, eles vem com um único propósito que é a pratica do bem e da caridade, o de alimentar a fé, a esperança no coração das pessoas ali presentes. Sempre vem com o dom da boa palavra, fazendo com que nossas vidas se tornem um pouco mais alegres, mas cheias de coragem e esperança. Sempre com bons conselhos, muitas vezes nos apontando a direção, ou simplesmente nos ouvindo, complacentes e generosos, e esses guias merecem o mínimo de respeito. Respeito esse dado principalmente não usando de suas roupagens para o alimento do ego, da arrogância, da vingança. Sendo assim o respeito também é cuidar do Orixá, quando o médium honra o Orixá que ele tem, não usa do seu nome em vão, ou muito menos profana o que ele representa ou usa de sua imagem para fins escusos, ele também está agradando ao Orixás e seus guias.
A quarta forma é a GRATIDÃO: A GRATIDÃO é um dos sentimentos mais nobres que existe, gratidão gera prosperidade, gera, saúde, alegria, pessoas gratas são felizes, porque amam e agradecem por tudo que tem. Alguns filhos só tem gratidão pelo Orixá, pelos guias e mentores quando tudo está caminhando perfeitamente, quando tudo está certinho, perfeito. Agora quando algo dá errado, é porque o Orixá, o guia e a entidade como um todo não estão ajudando, estão castigando etc.
Mas aprendemos só quando tudo está correndo a mil maravilhas? Não. Infelizmente é nos piores momentos que temos as maiores e mais fortes lições da vida. Muitos dizem: meu Orixá está me castigando, Orixá não castiga ninguém, estamos aqui num mundo de espiações, onde semeamos e colhemos o que plantamos, onde temos e possuímos o direito ao livre arbítrio, o direito as escolhas e a tomada de caminhos, não existe castigo vindo do que é divino. Na realidade nós mesmos nos castigamos quando não paramos para ouvir a boa palavra e o bom conselho, onde a nossa teimosia e arrogância separa e divide e optamos por caminhos muitos desses mais coniventes com nosso ego e orgulho. Muitas vezes os supostos castigos são apenas consequências de nossos próprios atos, ou pela falta de sabedoria de não saber ouvir e acatar um bom conselho.
E cuidado com a FORÇA da palavra, muitos dizem NUNCA para isso e para aquilo, NUNCA é tempo demais. E os guias muitas vezes nos puxam as orelhas quanto a nossa falta de humildade.
A quinta forma é a FÉ: não existe definições para fé que o coração não revele, fé também é acreditar que o melhor é possível, quando acendemos uma vela para o Orixá é a nossa fé que nos religa, ter fé é ter a plena certeza, ter fé é não ter duvidas. Quando um filho vai fazer algo para o Orixá ou para seus guias com duvidas ele não está tendo Fé, não tem como agradar fazendo algo sem fé ou simplesmente porque alguém disse que tem que ser feito. Trabalhando-se as certezas que a fé será uma consequência. Mas para eliminar as duvidas, é necessário querer aprender, conhecer, ter disposição, ter vontade, é fechar os olhos e acreditar, sem provas, sem toques palpáveis, ter fé é algo muito além de meras palavras, invocações, rezas decorativas. Ter fé é colocar a alma na comunicação no feito.
A sexta forma: CARIDADE – uma das formas mais bonitas de agradar aos guias e Orixás, caridade é você se doar é dar o seu melhor para o outro e para si mesmo. A caridade não visa lucro, não é mesquinha e nem fugaz. Praticar caridade é tatuar uma marca de bondade no coração do outro. Existem várias formas de praticar a caridade, desde uma esmola, um bom conselho, o saber falar o saber ouvir, caridade é se colocar em segundo plano em benefício do bem estar e prioridade do outro. Caridade tem que ser gratuita, limpa, transparente. Não existe proposito na caridade marketeira, que visa status. A caridade é uma beleza sutil. Não adianta ofertar uma mesa enorme de bebidas, comidas, flores etc, se você não vê o chamamento do seu guia e Orixá no estender a mão a um necessitado. A caridade está acima de bens materiais, a caridade verdadeira é espiritual, cega e discreta. Mas ostensiva em seus feitos. Que a esmola não venha acompanhada da humilhação, da obrigação. Que a sua mão esquerda não veja o que a direita oferece.
O INSTRUMENTO: O instrumento a qual me refiro, é você MÉDIUM que está lendo esse texto, você é uma forma de agradar seu guia e Orixá. Mantenha-se limpo da maldade, vigie-se, observe sua conduta moral, pessoal, íntima, lave-se constantemente com as águas da verdade, purifique-se, pergunte-se hoje estou me comportando bem? será que minhas condutas pessoais estão de acordo com a missão a qual digo estar cumprindo? Quando sou médium? nos dias de gira, ou todos os dias da minha vida? Responda para você mesmo essa pergunta.
Os pecados e erros alheios sempre são mais fáceis de julgar e sair de nossa boca. Os nossos próprios são contidos em silêncio.
Não batam no peito em dizer que são bons médiuns se não respeitam a dor do seu semelhante. A dor do outro sempre parece mais leve, tenham prudência em sua condutas e cuidado com as maldades intimas e secretas, perante os olhos dos guias e Orixás tudo é bem claro e não adianta negar, para eles vocês não conseguem mentir.
Afine-se como um bom instrumento, há muitos instrumentos que brilham por fora, mas que quando tocados não saem boa música.
Quando amamos muito algo, queremos dar o nosso melhor, queremos que estejam ali sempre presentes em nossa vida. Mas lembremos a espiritualidade se agrada com valores acima dos materiais. Trabalhem seus íntimos, essa é a maior oferenda, o melhor agrado. Sejam pessoas positivas, boas de coração.
O agradar, o ofertar tem que ser por gratidão, por troca de energias, por entrega e doação. Jamais por barganha ou coação. Não é porque você está dando um agrado uma oferenda, que seu guia e seu Orixá serão obrigados a fazer o que você bem entende ou quer, eles não são escravos de sua vontade. Eles com certeza sabem o que é melhor para você, e muitas vezes você nem sabe as consequências do que você está pedindo.
Você médium quando for dar um agrado a Orixá ou aos seus guias e mentores deem sim seu melhor tanto material quanto espiritual, não é luxo, não é vaidade que agrada a um Orixá, que o seu agrado seja verdadeiro, honesto, singelo, coloque ali sua pureza de intenções. Não adianta levar uma agrado nos campos energéticos dos Orixás, dos guias, se você polui, destrói, contamina com sua má postura, má educação, destruindo sua flora, sua fauna. Oferte ao Orixá e aos guias com sabedoria, não ofenda seus pontos energéticos com sua má educação e sua falta conhecimento.
Já diz pai preto, mas vale uma vela branca e um copo de água com fé, que uma mesa farta sem boas intenções e cheias de maledicências.
A PRECE: a oração é um religare, o despertar da alma, é uma forma de agradar mas faça com seu coração. Deixe sua alma rezar.
Finalizo com uma frase de Ogum Matinata: “…Não existe cavalo (médium) fraco, existe cavalo sem montador (guia)…”. Tudo no que diz respeito a agradar ao Orixá tem que ser feito pensando primeiramente no que é correto perante aos olhos dos guias e Orixás. Existem leis e planos, tudo tem seu tempo, sua hierarquia a qual deve ser respeitada. Respeitando e conhecendo sua leis não profanamos e nem ofendemos o que é divino.
Cristina Alves.
Templo de Umbanda Ogum 7 Ondas e Cabocla Jupira