GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA – VISÃO ESPÍRITA
A gravidez na adolescência é um dos grandes desafios da atualidade, dizemos um dos grandes, pois, sabemos que existem outros maiores, e a gravidez dentro de tantos seria o menor desses desafios. Qual pai, mãe, amigo ou educador se tivesse que fazer uma escolha iria preferir saber sua filha ou filho frente a uma maternidade ou paternidade a vê-los envolvidos pelas drogas, pelas doenças que levam a morte, por não ter cura.
Quando se dá início a uma desditosa fuga, outras ocorrências criminosas terão lugar, porque desde que se perdeu a identidade moral vai deixando-se arrastar a novos precipícios.
É urgente despertar nos jovens os valores do sexo e da vida, de que o sexo existe em função da vida e não a vida em função do sexo, que o sexo é patrimônio do espírito e que se deverá ter para com ele o mesmo carinho que se tem por qualquer outro órgão, que um dia deveremos dar conta de tudo que possuímos e que nos foi dado por empréstimo.
O sexo é um órgão que tem função específica e é portador de exigência graves na área dos deveres, que irão aparecer como conseqüências do seu uso.
Que ao se envolver com alguém você cria vínculos que não poderão, ou melhor, não deverão ser rompidos levianamente, pois muitas tragédias têm início nas rupturas abruptas da afetividade despertada pelo interesse simplesmente sexual.
A incidência de gravidez na adolescência é grande e assustadora e não ocorria, digo não ocorria dessa maneira como acontece nos últimos anos, esse fenômeno sexual que podemos dizer não atinge somente o jovem, mas também o adulto que ainda não processou um amadurecimento mental e espiritual correspondente à idade.
Porque amadurecer é difícil, dá trabalho.
Não será porque a prática da sexualidade vem sendo promovida como o valor máximo a ser alcançado por homens e mulheres, independente da idade que possuam.
Você precisa ser bom ou boa na prática do sexo, quanto melhor, mais homenagens. Estamos vendo casamentos serem desfeitos depois de 10, 20 ou mais anos de casados, onde um dos cônjuges está correndo atrás de suas fantasias, mostrando que não houve amadurecimento necessário para enfrentar esse fenômeno e que faz parte de um contexto de coisas divulgadas pela mídia, de que você só alcançará felicidade quando adquirir esse ou aquele produto que você tem até consciência de que não.
Na adolescência os interesses estão girando em torno da identidade, sexualidade, afirmação da personalidade, além de outros fatores gerados pelos meios de comunicação que mostra claramente aos jovens que seu valor está calcado em se ter um físico perfeito, que você tem poder quando consegue seduzir, que você é poderosa ou poderoso na arte da conquista, que você recebe grandes homenagens da sociedade na arte do sexo, vemos claramente nos canais competentes a troca de relacionamentos, a total desvalorização de sentimentos, mostrando claramente que se você sente vontade de seduzir ou se realizar não importa os meios, não importa se é amigo ou namorada ou namorado do amigo ou amiga, cunhada etc… importante que seus objetivos sejam alcançados e aí insistimos que o homem não pode ser um produto do meio, o homem é fruto da educação.
A adolescente não sai de casa para transar, pois o jovem sexualmente ativo, já se previne de antemão, acredito que o que surge é o arrastamento e ele não quer ficar fora do grupo, não quer se sentir diferente.
O jovem sai de casa para encontrar-se com o grupo e a pressão acontece e ele não sabe dizer NÃO. É necessário o amor e a informação de qualidade, mostrar que a realização do ser humano não está na prática sexual, que o que faz uma relação rica e satisfatória para ambas as partes, não é somente a prática do sexo, que o companheirismo, a confiança etc… tem valores mais reais.
Necessário passar para os nossos jovens que uma boa relação sexual é com alguém que tem algum valor para nós, com alguém a quem alimentamos e somos alimentados, com alguém que podemos trocar energias, pois o sexo é transfusão de energias psíquicas.
A educação global, mas principalmente a educação sexual tem regime de grande urgência, ao lado de um programa de dignificação da função genésica muito barateada por atormentados, que se tornam muitas vezes ídolos da grande massa juvenil, e que muitas vezes fugindo dos próprios conflitos, estimulam o uso desordenado.
Muitas vezes criaturas perversas, procuram influir na conduta juvenil, colocando todos no mesmo nível de comportamento estranho e inquietador, deixando-os insaciáveis, cínicos e insatisfeitos, e vão afirmando que a única função da vida é o prazer imediato, que a vida é curta, e o sexo e as drogas são válvulas de escape para a insegurança, a insatisfação e o fracasso de que se sentem possuídos, mesmo quando se sentam.
Quando os sentimentos não estão maduros e o desconhecimento da função sexual é total, o ato não corresponde a expectativa ansiosa do adolescente, que se sente roubado, receia novas experiências ou se precipita em outras tantas para tentar descobrir encantamentos e prazeres que as pessoas tanto se referem com entusiasmo e que eles por inexperiência física e mental não detectaram. Pois a vida real é diferente.
A maternidade é o momento superior de dignificação da mulher, quando faltam os valores do sentimento e da razão que se conjugam para o engrandecimento da vida.
Faltando à adolescente, experiência e conhecimento dos valores existenciais durante a gravidez, o período é atormentado, sendo transmitido ao feto inquietação e desassossego, quando não a revolta pela concepção indesejada.
Quando destituídos do sentimento de amor, que poderia unir os futuros pais, são as futuras mães deixadas à mercê da família ou da própria sorte, trazendo ao mundo os desamparados rebentos que experimentam a orfandade, não obstante os pais permaneçam vivos. A maternidade na adolescência é dos mais tormentosos fenômenos que o sexo irresponsável produz, face às conseqüências que gera. Muito raro acontece a compenetração maternal ou paternal, quando se trata de Espírito afim, que volve ao regaço de afetividade de maneira inesperada, recompondo o passado de lutas e pesares, com que ambos se encontram nos caminhos do amor: mãe e filho.
Que bom seria se todas as crianças chegassem ao mundo com um preparo conveniente. Que a sua espera estivesse uma família muito bem estruturada e em condições de educá-la. Condições, mais morais do que financeiras.
Quando estivermos maduros o suficiente de não nos entregarmos a relacionamentos fortuitos e levianos.
Mas como a Providência Divina usa até os nossos equívocos e os transforma em socorro à nossa caminhada.
Quando surge o fruto não planejado de um relacionamento, quem sabe se essa criança não estará vindo para chamar os pais a assumir uma atitude mais responsável diante da vida?
E se não houver condições financeiras adequadas, à criança não será justamente um motivo de luta para o trabalho e o desenvolvimento do pai, da mãe ou de ambos?
No caso de impossibilidade de construção de família dos pais, quem sabe não se trata de um Espírito que deveria mesmo renascer como filho dessa mãe ou desse pai, mas vendo que não lhe seria possível reencarnar na família que deveria ter sido formada e não foi, aproveitou as circunstâncias que foram apresentadas.
Ou quem sabe se o Espírito decidiu-se a vir justamente para provocar a união desses pais?
Quem sabe se trata de alguém muito que-rido e que venha com a missão de elevá-los?
Mesmo quando um dos responsáveis abandona o seu dever e nega-se a assumir a responsabilidade – o outro embora com muitos sacrifícios, deverá assumir, pois na prática do dever, o ser humano pode sempre esperar a ajuda do Alto.
Pior para o que recua diante da responsabilidade, melhor para àquele que a cumpre a qualquer custo. Orientar o adolescente quanto aos valores do sexo, ante a vida e o amor, é dever que todos nós, devemos nos impor, auxiliando a mentalidade juvenil a encontrar o rumo de segurança para a felicidade, sem cargas aflitivas provindas de leviandade.
Regina Ferreira – espirito.org.br