terça-feira, 3 de maio de 2022

Dia das Bruxas, Todos os Santos e Finados, qual a origem e como se manifestam na Umbanda?

 Dia das Bruxas, Todos os Santos e Finados, qual a origem e como se manifestam na Umbanda?


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Do dia 31 de Outubro a 2 de Novembro três datas são comemoradas:
Halloween ou Dia das Bruxas, Dia de Todos os Santos e Finados ou Dia dos Mortos.
Dentro dessas comemorações várias crenças se congregam..

Celtas e Samhain

Algumas vertentes creditam essa sucessão de comemorações ao festival de Samhain, que para os celtas que viveram no Hemisfério Norte da Europa significava a passagem de ano.

Os povos que mantinham três formas de culto (aos antepassados, aos guardiões da natureza, à Grande Mãe e ao Grande Espírito), o ano era dividido em duas estações: fria, giamon (em gaélico) e quente, samon (em gaélico). Cada uma dessas estações correspondia ao período de um semestre que por sua vez, era dividida em dois trimestres.

A cada passagem desses trimestres os celtas comemoravam o período vivido e as celebrações se iniciavam ao anoitecer das vésperas que marcavam o fim de uma estação e o começo de outra. Portanto, no Samhain as comemorações iniciavam-se na noite de 31 de Outubro e se encerravam em 2 de Novembro, ao que eles chamavam de lapso temporal. Nem todas as tribos celtas comemoravam o final do ano nesta data, porém o Samhain marcava o final de um período de trabalho no campo, por isso, era comum a ceia compartilhada ao qual prestava-se reverência aos que já morreram.

“O Samhain não era simplesmente “O Dia dos Mortos”, mas era a época em que os mortos se misturavam com os vivos. Os ancestrais que haviam partido para o Outro Mundo retornavam durante o Samhain para visitarem seus antigos lares.”

Muitas formas de se relacionar com os mortos era observada nos dias que os celtas contemplavam a colheita, a passagem do ano e a visita dos seus antepassados. Velas eram acesas, lugares a mesa eram reservados, comidas eram deixadas para os espíritos e assim se configurava o que algumas pessoas acreditam ser a origem do Dia das Bruxas.

Halloween!! 🎃
Já a palavra Halloween originou-se da contração do termo escocês Hallo-Hellu ou All Hallows Eve que significa véspera do Dia de Todos os Santos, sendo que Dia das Bruxas é apenas a concepção dos países que falam o português.

Ao Halloween também se atribui a vertente católica de celebração, pois a data antecede o dia em que os religiosos católicos estipularam para rezar pelos fiéis que morreram em santidade, intitulado Dia de Todos os Mártires, mais tarde ela foi chamada de Dia de Todos os Santos e também passou por uma adequação quando, após se entender que as pessoas que não tinham morrido como heróis também necessitavam ser lembradas e por elas serem feitas intercessões. Desta forma, a igreja católica elege também o Dia de Todos os Mortos. Neste dia são levadas flores ao cemitério e são feitas homenagens aos que já partiram.

Neste misto de asserções essas culturas foram se dissipando pelo mundo e cada vez mais se integrando uma a outra. No Brasil comemora-se o Dia de Todos Santos (01/11) e o Dia de Finados (02/11). Pelo mundo, cabem as mais variadas formas de se relacionar com as datas.

Finados na Umbanda

Na Umbanda no Dia de Finados é prestado homenagens ao Orixá Omolu, que faz parte da 7º Linha de Umbanda ou Linha da Geração e trabalha regendo o equilíbrio da criação divina. Desta forma ao contrário do que muitos pensam Omolu cuida de tudo que atente contra os sentidos da vida, absorvendo-os e paralisando-os A ideia negativa que se tem desse Orixá vem do papel desempenhado por ele, já que à Omolu é atribuído o momento do desencarne.

A Divindade auxilia cortando os laços que se possuía em vida e seu mistério rege a separação (no momento da morte) entre o corpo físico e espiritual. Por essa função de zelar do pelos términos e pela morte do que precisa se encerrar, é considerado o Senhor do Cemitério e junto com Pai Obaluaê tem seu campo de força na Calunga, mais precisamente no cruzeiro das almas.

Morrer é Omolu, fazer a passagem é Obaluaê, nascer em uma outra vida é Iemanjá. O lado direito do cruzeiro pertence a Obaluaê e o lado esquerdo pertence a Omolu, não que ele seja o Orixá da esquerda, mas energeticamente Obaluaê está na direita e Omolu na esquerda porque Obaluaê é universal e Omolu é retificador.

Omolu, atraí para si todos os seres que de alguma forma se desvirtuaram e atuam de forma errônea, impedindo a atuação destes. É o Orixá da morte, mas a morte das doenças, enfermidades e males. Por isto, suas várias designações.. dentre elas, O Senhor do Fim.

omolu

A morte para o Umbandista sugere o fim de um ciclo e início de outro. Por isso o Dia dos Mortos ou Finados é um dia de celebração da vida espiritual que é renovada e não de tristeza pela perda física.

O campo santo de Omolu está ligado a Terra e tudo o que esta abaixo dela e isso também explica a relação com os cemitérios. É costume nesta data os adeptos seguirem em procissão aos seus pontos de força e prestarem homenagens realizando o banho de pipoca.

Em algumas tradições, a mitologia de Pai Omolu descreve-o como um homem com muitas doenças de pele e por isso, esta sempre com o corpo todo coberto por palhas secas.

Conta a lenda que certa vez encontrando-se com Iansã, Omolu teve suas feridas transformadas em pipocas, o vento que ela trouxe consigo ao tocar sua pele, o curou das chagas que carregava. No momento também ergueu-se as palhas que cobriam seu corpo e todos se surpreenderam com a figura de um jovem muito bonito.

Dia de Los Muertos – México
Comemorado na mesma data de Finados, o Dia de Los Muertos faz parte dessa mistura de crenças que culminaram nas festividades do final de Outubro e começo de Novembro e se assemelha e coincide com o Dia de Todos os Santos e Finados comemorado em diversas crenças.

Tradição fortemente manifestada no México, o Dia de Los Muertos tem origem nas tradições indígenas e se relacionam com os cultos Astecas, a Deusa Mictecacíhuatl, conhecida como ‘Dama da Morte’. Celebrado durante um mês inteiro as festividades voltadas para Mictecacíhuatl remetia-se aos familiares e crianças já desencarnados.

Os adeptos desta cultura, que também está presente em outros países da América Central, enfeitam suas casas com flores, incensos e velas. Preparam-se também comidas e vestes que fazem referência a morte. Na ocasião acredita-se que os espíritos desencarnados tem permissão para visitar seus parentes vivos.

Como dito, por esses três dias várias formas de manifestações culturais e comemorações são atribuídas as datas.

Salve o cruzeiro das almas! Salve a Calunga!! Atotô meu Pai!!