A LINHA DAS ALMAS (LINHA DE SANTO)
A Linha de Santo também é chamada de Linha das Almas. Na sua parte mais elevada os seus componentes são, invariavelmente, de Caboclos e Pretos advindos da Linha Negra (Magia Negra), os quais intitulamos como, Pretos e Caboclos de Tronqueira. Em sua parte mediana, encontram-se os espíritos recém desencarnados no geral. Na parte mais baixa, encontram-se os Exús, que formam os Povos da Encruzilhada e do Cemitério. Os Caboclos e Pretos que participam da Linha de Santo, propiciam os despachos ao Povo da Encruzilhada assim como, procuram alcançar de seus antigos companheiros de Encruzilhada, a suspensão de hostilidades, contra os filhos e protegidos da Linha Branca. Nos trabalhos em que aparecem elementos da Linha de Santo, disseminados pelas outras seis, estes ostentam, com as demais cores simbólicas, a preta de Exú.
Os espíritos que a constituem, mantendo-se em contato com a banda negra, de onde provieram não só resolvem pacificamente as demandas, como convertem, com hábil esforço, os trabalhadores trevosos. Seu trabalho, na Linha Branca de Umbanda e Demanda, se dá somente com os Pais de Mesa, ou seja, através de médiuns de Cabeça Cruzada, que após o seu juramento receberam a fita vermelha, oficializados assim, como Médiuns de Caridade. O trabalho dos Exús, na Linha Branca somente se dá quando este espírito está despertado para o progresso individual e coletivo, estando acostado as falanges brancas para desempenhar tarefas que lhe são atribuídas. Sua incorporação nas Sessões de Caridade, somente decorrem, em caso de extrema necessidade, sem manifestações portentosas e avassaladoras, respeitando assim a presença dos Guias e Protetores.
No Espiritismo de Linha não é permitida a consulta, tampouco passes com Exús. Não os cultuamos, e os consideramos soldados combatentes, que efetuam seus trabalhos, baixo às ordens dos Pretos e Caboclos. Por outro lado, os enxergamos de maneira mais larga e profunda, de maneira que os entendemos como, espíritos que buscam o progresso e a luz, se submetendo aos trabalhos caritativos da Linha Branca, em tarefas que lhe são afins de executar. Consideramos ainda, que se comparam a soldados submetidos a Delegados, e por assim dizer, os Guias e Protetores da Linha. Apesar de não os cultuarmos, na noite de 12 de junho, às vésperas da meia noite, sê lhes ofertamos um agrado na encruza, constando apenas de cigarros, velas e cachaça, por vezes flores e algumas fitas.
Sua atuação na Tenda e no Espaço está em principalmente afastar espíritos obsessores, levando-os para regiões do espaço, donde não poderão voltar a prática do malefício e tentam convencê-los a adotar a prática do bem, despertando esses espíritos, e aos poucos os integrando à falange. Desta forma auxiliam, quando necessário, no desmanche da Magia Negra e nas descargas psíquicas e espirituais, e desta forma, progridem e evoluem. Nesta Linha, estão Padroeiros, tais como: São Cipriano, Santa Rita de Cássia, Santo Onofre, São Bento etc. E suas funções principais são de promover e suprir uma ligação existente entre as falanges da Linha de Santo com as demais Seis Linhas Brancas. Seus trabalhos devem ser orientados, dirigidos e assistidos, unicamente pelos Guias Superiores e Protetores de Umbanda, ou seja, os Pretos e Caboclos.
É válido de se notar que a Linha de Santo se mantém em unidade, acostada as outras Seis Linhas Brancas. Esta Linha é ofertada com velas pretas e cachaça num "Cruzeiro das Almas", segundo as necessidades, ou na própria encruzilhada. Os Pretos e Caboclos da Linha de Santo também instruem a formação da Tronqueira, fornecendo ao Guia Chefe da Sessão, seus pontos cabalísticos que são firmados com vela e cachaça à entrada da Tenda, em conjunto com o ponto de um Exú do grupamento.
Risca-se e firma-se a Tronqueira somente quando há necessidade em meio à Sessão.