terça-feira, 1 de novembro de 2022

Fundamentos da Meditação (5) - O Caminho da Meditação

 

Fundamentos da Meditação (5) - O Caminho da Meditação



  “Muitas pessoas desejosas de meditar desistem tão logo se dão conta do quanto suas mentes são indômitas. Elas se sentem derrotadas, desencorajadas. Faltam-lhes a força de vontade e o conhecimento a fim de superar-se. Mas estamos oferecendo-lhes o conhecimento para realizarem isso. Uma vez possuam o conhecimento será somente assunto de força de vontade. É tudo o que os impede. Se tiverem suficiente vontade podem se superar. Muitos já conseguiram e outros também podem conseguir”.

  Shamatha: Perfect Concentration
Figura 1
   Esta imagem, uma tradicional ferramenta de ensino dos budistas tibetanos, expõe uma pessoa iniciando o caminho da meditação, que vai partindo da base como um completo neófito, e cientificamente, logicamente, praticamente, passo a passo, move-se em direção aos estágios progressivos a fim de alcançar o estado de meditação. Estaremos explanando sobre aqueles estágios de modo que todos compreendam onde nos encontramos em nossas práticas meditativas e sobre o que nos seja necessário para avançarmos mais.
shamatha lg

Figura 2

   Conforme explanado nesse curso, meditação não é uma ideia nem uma teoria. Não é uma crença, também não é uma prática ou um comportamento de imitação. Meditação propriamente definida é um estado de consciência. Meditação é algo que qualquer coisa viva pode experienciar, uma vez que o estado de meditação é o estado natural, incondicionado da própria consciência. Quando a consciência está habilitada a perceber e compreender sem a influência de qualquer trauma, desejo, medo, raiva, orgulho, luxúria, ganância, gula, avareza – de todos esses fatores condicionantes e limitantes – dos agregados, samskaras, kleshas, egos, defeitos, pecados ou qualquer outra coisa que queiramos chamar: quando aqueles véus são retirados da consciência, ela então é capaz de perceber a realidade e compreende-la. Essa é uma capacidade de qualquer coisa viva no seu próprio nível uma vez que a consciência tem muito níveis. E isso está representado nessa outra imagem, chamada a Árvore da Vida.
 
Tree of Life 2.0 plain

Figura 3
  Cada coisa viva tem consciência no seu próprio nível que vai dos mais simples organismos aos mais sofisticados e mais belos. Desde os mais minúsculos átomos, moléculas e partículas – incluindo a própria luz como o nível mais básico – todos têm consciência nos seus respectivos níveis. A Árvore da Vida inteira representa todos os níveis da consciência desde os mais inferiores e mais simples aos de anjos, budas, deuses e daqueles seres que de nossas perspectivas os admiramos por suas perfeições. Naturalmente que queremos ser como aqueles perfeitos, belos, serenos, felizes, poderosos e sábios. Em nós, a possibilidade para nos tornarmos como aqueles seres está na própria consciência. Se removermos os filtros que condicionam a consciência e nos causam sofrimentos, e do mesmo modo expandirmos e alargarmos a consciência, elevaremos nosso nível do ser. É para isso que serve a meditação.

   O estado de meditação é essencial para qualquer pessoa interessada em se desenvolver como um ser humano. No estado de meditação experienciamos o que realmente seja sermos humanos. Uma vez que nos falte aquela experiência quedaremos unicamente ao conhecimento dos fatores condicionantes causadores de nossos sofrimentos: desejo, luxúria, ódio, orgulho, ganância, ciúme, medo. Consequentemente, de modo errado, acreditamos que essas condições sejam normais. Essas qualidades condicionadas que conhecemos como vida não são normais, não são a verdadeira “vida”, mas ao contrário disso são estados de experiências condicionadas que podemos denominar de “sofrimento”.

  Podemos remover esses véus através do processo de meditação, da ciência da meditação, e então experienciarmos o que significa sermos um ser humano real, partindo daí para crescermos e expandirmos, nos tornando algo mais que humanos, algo verdadeiramente inacreditável. Esse processo de mudança é científico. Não está calcado em crenças nem sobre aceitações ou rejeições, em descrenças de crenças. Não tem  nada a ver com conceitos e crenças. Esse é um processo científico experiencial que qualquer pessoa pode utilizar e entender através de sua pessoal experiência, se trabalhar com os fatos.

  O processo está demonstrado de modo simples por Três Treinamentos:
  1. Sila: Ética
  2. Samadhi: Êxtase
  3. Prajna: Sabedoria Profunda

   É natural que todos queiramos compreender a natureza de nosso sofrimento, entender os objetivos de nossa vida, entender por que as coisas são como são. Determos esse entendimento reflete um tipo de sabedoria que nosso intelecto não tem a capacidade de alcançar. Em sânscrito, essa sabedoria é chamada prajna, em grego é chamada sophia e em hebreu é chokmah (sabedoria) e binah (entendimento). A consciência não pode acessar aquele entendimento enquanto sua percepção esteja filtrada pelo orgulho, ódio, luxúria e todas aquelas qualidades [negativas] que nos afligem. Desse modo, para alcançarmos a profunda sabedoria necessitamos libertar a consciência de seu estado condicionante. Quando a consciência estiver libertada daquelas condições, o outro estado então alcançado é chamado em sânscrito de samadhi, traduzido aqui por êxtase, por ter literalmente o significado de êxtase da consciência. Samadhi é exatamente quando a consciência não esteja mais condicionada pelo descontentamento, ansiedade, medo e por todas as demais situações íntimas que nos trazem sofrimentos.

  Aquele estado de êxtase ou de libertação pode ser experienciado num sentido temporal, a qualquer momento, se soubermos manobrar com as causas que produzem o estado libertador. Samadhi pode também ter efeito permanente de tal modo que o estado libertador possa tornar-se nossa via normal do ser. Para alcançarmos aquele outro nível temos enorme tarefa a cumprir que alguns chamam “auto realização” ou “libertação”. Eis porque o caminho espiritual tem tudo a ver. Está inteiramente em nós a libertação dos fatores condicionante residentes em nosso íntimo.

  O caminho para alcançarmos aquele estado libertador, aquele êxtase da alma, é através da ética (Sila). Eis porque todas as escrituras no mundo enfatizam a ética: não matar, não roubar, não mentir, não cometer má conduta sexual, não ingerir tóxicos, não fazer isto, não fazer aquilo...

  Ao mesmo tempo dizem que devemos adotar comportamentos positivos; nos sacrificarmos pelos outros, nos tornarmos humildes, puros, conforme sejam aqueles seres a quem almejemos ser como eles. Em resumo: purifiquemo-nos de nossos comportamentos e desejos animais e nos transformemos em algo melhor, algo humano.

   A simples causa e efeito produz a libertação ao estado de êxtase. Quando todas aquelas nossas ações nocivas tenham sido abandonadas e tenhamos adotado ações e comportamentos benéficos, não somente da fisicalidade, porém da emocionalidade e mentalidade, então pela simples causa e efeito nos tornaremos mais felizes, pois estaremos produzindo alegria ao nosso redor, a nossa família, aos nossos amigos e comunidades. Pela simples causa e efeito nossa consciência não mais estará aflita pelos resultados de nossos antigos maus comportamentos. Então começamos por experienciar pouco a pouco aquele êxtase como uma alegria, um contentamento, uma felicidade, uma diligência – pela habilidade e energia de trabalharmos duramente, em especial em benefício de outros. Essas coisas por elas mesmas nos desenvolvem a sabedoria, prajna, a compreensão, não unicamente em nós e na nossa condição, porém no estado do mundo. Então veremos que para alcançar sabedoria, as crenças não são necessárias. Isso é muito prático.

  Meditação é um estado de consciência. Experienciar o estado de meditação se torna numa possibilidade ao removermos as condições que impedem àquilo. Esse é o nosso foco nessa tradição. Não estamos focados na busca de um estado de êxtase nem focados sobre algum outro método ou artifício ou ainda por alguma tecnologia ou prática particular que provoque um estado de êxtase ou qualquer tipo de sensação prazeroza. Isso seria uma tola busca, a exemplo de perseguir um arco íris; arcos íris acontecem naturalmente quando as condições são exatas. Similarmente, o samadhi acontecerá quando as condições estiverem ajustadas. Eis porque não buscamos o samadhi: ao invés disso estaremos removendo os obstáculos que o impedem de acontecer naturalmente.

  O que impede a manifestação do samadhi são nossos comportamentos, emoções, tendências psicológicas. Assim, colocada a atenção para trabalhar sobre essas condições, mudados os nossos comportamentos, o nosso psicológico e o nosso modo de ser, o samadhi emergirá espontaneamente pela simples causa e efeito. E a partir do samadhi virá a sabedoria.

  Ética

  O primeiro passo dos três treinamentos – ética – encontra-se explicado em todas as tradições: os Dez Mandamentos, as Paramitas, o Vinaya, os votos e observâncias de cada tradição. Os resultados que se obtém na meditação são diretamente proporcionais a quão sérias sejam as práticas da ética. Se unicamente considerarmos a ética como algo opcional ou ocasional então a nossa prática da meditação precederá sempre o morno da tepidez. Ou, noutras palavras: não se desenvolverá de modo algum ficando intermitente e superficial.

  Se levarmos a ética seriamente e nos focarmos intensamente em descobrirmos as causas secretas de nossos comportamentos que no profundo de nossa psicologia nos espreitam, trabalhando diariamente com diligente entrega a fim de mudarmos, então as práticas de meditação se desenvolverão consequentemente rápidas, bem depressa. Ética e meditação estão ambas totalmente ligadas. São interdependentes e não podemos separar a ética da meditação.

  A razão de a meditação não fluir para a maioria dos estudantes está no fato de sua ética estar fraca. Se sua ética fosse bem forte a meditação seria fácil, espontânea. A meditação verdadeiramente não exige esforços. A razão de as pessoas lutarem está naquele fato da não ética, o que vem causar a intranquilidade mental.

  Nas linhagens tradicionais que estudam meditação os neófitos estão sempre isolados do mundo. Eles são afastados de suas famílias, vilas, centros e cidades. Passam a viver em lugar isolado, a exemplo de um monastério ou templo, e obedecem estritamente a um conjunto de regras sobre seus comportamentos. Eles não convivem com pessoas que bebem, fumam ou ficam dormindo em qualquer lugar e nem vão atrás de dinheiro, fama e conforto. Vivem o dia a dia fazendo orações, mantras e todos os tipos de observância, focando 100% suas energias em favor de seus próprios desenvolvimentos. Noutras palavras: isolam-se de quaisquer tentações, reultando em que suas éticas permanecem firmes: não fazem nada de nocivo a eles próprios nem aos outros. Nesse ambiente, qualquer pessoa que esteja focada seriamente e trabalhe duro pode acessar o estado de meditação em tempo razoável, uma vez que estará  intensamente ligada na renúncia de todas as influências nocivas que obstaculizem a meditação.

  Comparemos aquilo com nosso estilo de vida atual e com a maneira em como vivemos hoje em sociedade. Se observarmos as influências que temos ao nosso redor, aos tipos de comportamentos que são encorajados pelas nossas famílias, amigos, comunidades, televisão, atores, atrizes e pop stars – nenhum desses tem algo a oferecer para o implemento de nossa ética ou do aprendizado para adentrarmos no estado de meditação. Na sociedade tudo está direcionado para se ganhar dinheiro, ficar famoso, conseguir coisas materiais, focar-se inteiramente na aparência externa, sem absolutamente nenhuma preocupação pela qualidade da mente ou coração. Observado desse modo simples podemos entender porque a vasta maioria das pessoas que querem aprender meditação acabam falhando. Portanto, se quisermos aprender como acessar a meditação, comecemos pela ética.

  Concentração

  Precisamos treinar a consciência que nesse exato instante encontra-se no nível de um bebê ou criança. Está muito fraca, despreparada, inepta. Primeiro de tudo é ensiná-la como prestar atenção a cada momento, o tempo todo. Chamamos a este processo de “auto observância”.

  Consciência é aquilo que presta atenção, que percebe, que consegue perceber e receber informações daquilo que por ela é observado. A consciência é capaz de entender aquilo que percebe. Sua percepção não se encontra limitada pelos cinco sentidos físicos. É onde começamos, uma vez que estamos aqui em corpos físicos e eles dependem desses cinco sentidos para que sobrevivamos. Entretanto, possuímos mais sentidos. Pois então como perceberíamos os nossos pensamentos, as emoções? Estamos, porém, habilitados a percebê-los e não com o paladar, com o toque, com a audição, com a visão. Sentimos os pensamentos e as emoções através da consciência. Esse é um tipo de percepção
   
  Conseguimos perceber os pensamentos e as emoções fluentes em nós do mesmo modo com que percebemos imagens e nossa memória. Então, se conseguirmos nos lembrar onde estávamos há duas ou três horas, conseguiremos também perceber imagens e sons, mas não com nossos sentidos externos, pois aquilo não é físico. Aquelas imagens estarão sendo projetadas não fisicamente. Ninguém além de nós próprios pode vê-las porque elas não existem fisicamente. Nós as percebemos na imaginação.

  Estamos expondo duas capacidades da consciência:
  - Concentração, shamatha, permanente calma.
  - Imaginação, vipashyana, percepção

  A maioria das pessoas que estuda meditação, aprende somente práticas preliminares de concentração, tais como: observar a respiração, repetir um mantra, observar uma imagem e concentrar-se nela, repetir um nome secreto. Esses tipos de práticas são fundamentais; são importantes, entretanto são somente exercícios preliminares. Não são a meditação propriamente: são práticas em treinamentos.

  Em algumas escolas, como as Budistas Tântricas, é também possível encontrar técnicas para trabalhar com a imaginação, onde são ensinados aos estudantes exercícios bastante sofisticados. Eles têm de estudar desde logo, bem profundamente, uma inteira sequência de estágios da imaginação e permanecer simultaneamente desenvolvendo-a com a concentração. E é aqui a nossa abordagem daqueles ensinamentos.

  Temos ensinado uma variedade de práticas preliminares, tais como observar a respiração, a um mantra e como focar-se em qualquer coisa em particular. Nem mesmo importa no que seja. Podemos concentrar em qualquer coisa. Se quisermos concentrar numa rocha ou flor é perfeitamente válido, uma vez que em sendo uma técnica preliminar aquilo serve para treinarmos a concentração.

  Também ensinamos exercícios preliminares de como visualizarmos o que tenhamos lido e estudado usando a imaginação. Por exemplo: durante as palestras como esta alguns estudantes visualizarão qualquer coisa que esteja sendo discutida, uma vez que o poder da visualização é o poder da consciência e estudando desse modo aprendem mais profundamente, porque estarão utilizando a inteira capacidade da consciência a fim de estudar.

  Finalmente, é necessário aprender a combinar concentração com imaginação. Quando aprendermos a usa-las em conjunto poderemos acessar o estado de meditação com muita facilidade. Em diferentes tradições os neófitos são ensinados acerca desses duplos caminhos, mas infelizmente algumas escolas descartam completamente a imaginação. Eles são capazes de desenvolver habilidades muito poderosas com a concentração, mas em contrapartida não estão desenvolvendo a inteira capacidade da consciência porque a capacidade da consciência é perceber. Sem desenvolver a visualização e a imaginação estão descartando metade de suas habilidades. Aqui não ensinamos daquele modo; ensinamos a usar o poder total da imaginação e da concentração em harmonia uma com a outra.

  Esse processo do monge em ascenso numa espiral está ilustrado como sendo nove estágios da concentração. Isso não significa que existam tão somente nove estágios. Há muitos mais. Esses são os nove fundamentais que conduzem ao nível inicial da concentração. Esses estágios não são dogmáticos, teoricamente, ou assunto de crença. São estados de concentração que todos nós podemos experienciar.

  Essa imagem foi criada e vem desmembrar uma via de ajuda às pessoas como nós, para desenvolvermos a concentração sem ter de adivinhar ou proceder cegamente. Com esse ensinamento temos um mapa a nos guiar em processo bastante robusto ao desenvolvimento da concentração.

  Como Desenvolver a Concentração

  Para esse ensinamento funcionar conosco precisamos estar praticando diariamente a concentração. E para o seu desenvolvimento temos dois aspectos fundamentais:

  1. Estarmos presentes aqui e agora. Observando-nos naquilo que estivermos fazendo. Permanecermos conscientes do momento. Isso significa abandonarmos o sonhar acordados, as fantasias etc.

  2. Sentados em prática de concentração, em foco de 100% de atenção em alguma coisa, mantendo a direta atenção por toda a duração da prática sem mesmo nos distrairmos dela. 
 
  I. Estar Presente Aqui e Agora

  Primeiro de tudo devemos estar usando ativamente a consciência durante o dia inteiro a fim de estarmos presentes, aqui e agora, fazendo esforços o tempo todo. Devemos estar em consciente observância sobre nossas ações em tempo integral. Dessa maneira, estaremos escolhendo o lugar onde colocarmos nossa atenção.

  Todas as vezes em que estivermos engajados a qualquer tipo de trabalho, qualquer tipo de atividade, em conversa ou dirigindo um carro, devemos nos manter com inteira consciência naquilo que estivermos fazendo, prestando completa atenção. Isso é concentração ativa; é ser ativo; é atenção direcionada. Ao prestarmos atenção já concentramos, mas não fazemos isso sem consciência e também não a sustentamos por muito tempo. Ao nos sentarmos para assistir televisão estamos prestando atenção à história, ao entretenimento; temos nossa atenção naquilo e nos esquecemos de nós próprios; ficamos tão absortos ao que assistimos que nos esquecemos de nosso corpo, de onde estamos sentados, quem somos, justamente porque estamos nos identificando com a história. Sentimos as emoções da história, sentimos medo, choramos ou rimos, uma vez que estamos identificados, hipnotizados por aquilo que estamos assistindo. Em outras palavras: esquecemo-nos de nós próprios. Perdemos a consciência de nós mesmos.

  O mesmo é verdade dando-se em qualquer outra área da vida. Enquanto dirigimos o nosso carro estamos ouvindo o rádio, falando ao telefone ou pensando sobre outra coisa qualquer. Então, estamos fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, mas não realmente cônscios de qualquer delas. Isso ocorre porque de momento a momento não podemos controlar nossa atenção. Nossa atenção é constantemente atraída de uma coisa para outra sem nossa vontade consciente. Quantas vezes ficamos distraídos para além da sala onde estamos lendo de modo que nossos olhos estejam somente se movendo, mas nossa mente permanece pensando noutra coisa diferente? Isso demonstra aquilo que estamos discutindo: a falta da concentração.

  Enquanto dirigimos o carro, estando ao telefone em conversa, ficamos distraídos por aquilo no que pensamos e não mais ouvimos da conversa com a outra pessoa, mesmo que estejamos ainda falando! Perdemos o fluxo da conversa. Isso nos faz bastante ineficientes, significando que não ouvimos o que estamos falando com os outros. Não somos cônscios do que fazemos na maior parte do tempo.

  Nas práticas da meditação o primeiro estágio é mudar isso e desenvolver a habilidade em focar a atenção numa coisa e sustenta-la conscientemente no que estamos fazendo. Isso é preliminarmente concentração; é trazer-nos para dentro do momento e nos tornarmos plenamente cônscios do que também estejamos fazendo durante todo o dia.

  Na vida espiritual tradicional, como de um monge ou de uma monja, eles vivem num templo ou monastério e tudo o que fazem são suas tarefas domésticas e seus estudos, ao mesmo tempo em que prestam atenção no estar presentes. Devem treinar constantemente para permanecer no presente, cônscios do que estejam fazendo. E ainda, por algum período (dependendo qual seja a sua linhagem), também sentam-se imóveis, fechando todos os seus sentidos físicos, colocando sua atenção numa única coisa e a sustentando durante todo o tempo em que permaneçam ali sentados. Não é fazer isso unicamente de modo mais penetrante, mas faze-lo de modo constante e sustentado. Então, a fim de desenvolver a concentração fazemos o mesmo: todos os dias é separarmos um tempo para nos focarmos sobre algo.

  II. Desenvolvendo a Concentração

  Esta imagem representa como progredirmos passo a passo conduzindo-nos ao desenvolvimento da concentração. Expõem como alguém com sua mente indômita, que não consegue manter a atenção focada, transita para outra perfeitamente concentrada, esta, de tal forma inabalável que não possa ser distraída. A escalada é feita através de pequenos passos ao longo do caminho a fim de desenvolver uma concentração absolutamente perfeita.

  Concentração não é um poder espiritual. Não é um siddhi, uma bênção dos deuses. Nem é uma concessão a nós. Nós edificamos a concentração através de treinamento. O único caminho para adquirirmos concentração é através de treinamento, um treinamento psicológico. Somente nós próprios podemos treinar nossa consciência para obtermos concentração.
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Figura 4
  O primeiro estágio nesta gravura representa um monge entrando no caminho e adiante dele estão um elefante e um macaco. São simbólicos e representam qualidades da mente. O monge representa a qualidade da renúncia de que necessitamos a fim de aprendermos como nos concentrar. O macaco representa como nossa mente animalesca é volúvel, instável, fora de controle e salta de um interesse para outro como um macaco. Se observarmos como nossa mente se comporta, a veremos sempre buscando por satisfazer seus desejos, parecendo completamente indômita, fora de controle. O quanto façamos na tentativa de conte-la, esse controle nos parecerá impossível.

  Muitas pessoas desejosas de meditar desistem tão logo se dão conta do quanto suas mentes são indômitas. Elas se sentem derrotadas, desencorajadas. Faltam-lhes a força de vontade e o conhecimento a fim de superar-se. Mas estamos oferecendo-lhes o conhecimento para realizarem isso. Uma vez possuam o conhecimento será somente assunto de força de vontade. É tudo o que os impede. Se tiverem suficiente vontade podem se superar. Muitos já conseguiram e outros também podem conseguir.

  O macaco é aquela parte volúvel e não confiável de nossa psique estando sempre na busca de satisfazer os seus desejos. É muito rápida, muito esperta, além disso também bastante instintiva e animalesca. Ela pula de desejo a desejo o tempo inteiro. Na inicial observância de nós próprios essa é a primeira coisa que precisamos começar a mudar: aprender a prestar atenção, a estarmos presentes no momento, não sendo tão volúveis, não confiáveis, não estando a pular de uma coisa a outra o tempo inteiro. Devemos nos treinar a fim de não estarmos fazendo cinco, seis ou sete coisas de uma só vez, porém fazermos uma coisa a cada vez, com toda atenção, não parando até que a tenhamos terminado. Esse é um modo de treinarmos a concentração.

  Eis porque aqueles que levam a espiritualidade a sério dirigem carros sem o rádio ou o telefone ligados e são silenciosos. Eles andam silenciosamente, comem silenciosamente, prestam atenção no que estejam fazendo. Esse é um modo de treinar aquele macaco saltitante de nossa mente. Atrás do macaco vem um elefante. O elefante no simbolismo asiático representa um auxiliar de grande poder, uma criatura poderosa que pode ser-nos de grande auxílio, mas se não domado tornar-se-á muito perigoso. O elefante representa a estupidez ou peso da mente que silenciosamente segue o macaco pelos arredores.

  O estágio número um desse quadro representa a situação psicológica da consciência sem treino. Quando os estudantes desejam aprender meditação e se dão conta da realidade de suas mentes – o quão indômitas e poderosas são – sentem decepção e desconsolo e muitos desistem. Porém, a despeito disso, esse estado mental pode ser mudado. O modo como mudar está nas mãos do monge.

  As ferramentas que o monge tem são um gancho e uma corda:
  Gancho: “claro entendimento” ou vigilância, A vigilância detecta o emergente das distrações.
  Corda: Atenção plena: contínua consciência do que se esteja fazendo. Observâncias sobre o foco mental da concentração.

  Vigilância é estar sempre observando; é ter aquele gancho pronto a segurar a mente, controla-la. A todo momento ela nos escapa e de novo a seguramos e a controlamos.

  Atenção plena é a constante consciência, a continuidade da conscientização; é estarmos presentes prestando atenção a cada coisa que pudermos. Ao usarmos cada ação como prática visando a meditação: ao dirigirmos, ao andarmos, ao comermos, ao dormirmos – sempre nos mantermos no momento presente. Para que essas ferramentas nos sirvam efetivamente é necessário estarmos relaxados. Tensão física, emocional e mental são obstáculos. Parte do aprendizado da meditação está em sabermos como relaxar o tempo inteiro. Estarmos presentes, prestarmos atenção e relaxar.

  À esquerda vemos um fogo impetuoso, representando o quanto de esforço virá nos requer esse primeiro estágio. Virá requerer muito esforço e podemos senti-lo exaustivo. Eis porque também recomendamos o uso de práticas a fim de fortalecer a consciência, tais como, pranayama, ritos, runas, mantras, etc. Conforme já mencionamos, o desenvolvimento da concentração requer dois aspectos ativamente utilizados diariamente:

  A primeira parte é constante observância de si próprio, estar presente, pleno da atenção. É aqui onde usamos a concentração através de todas as coisas de nossas atividades.

  A segunda parte é sentarmos a fim de desenvolver nossa exclusiva prática da observância por qualquer tempo que possamos devotar a ela – 10, 20 minutos, meia hora, qualquer que seja o tempo que disponhamos para esse desenvolvimento. Neste particular, não estaremos fazendo nada, estaremos perfeitamente parados sem movimentos, sem pensamentos ou fantasias durante o tempo em que estejamos dirigindo nossa atenção ao objeto de nossa escolha, ausentes de qualquer outra coisa.

  Esses dois aspectos são completamente interdependentes. Se estivermos somente sentados para a prática da concentração por uns poucos minutos a cada dia, mas o resto do dia não estejamos prestando atenção no que fazemos, estaremos muito lentos no desenvolvimento da concentração e nunca aprenderemos como meditar.

  Se estivermos unicamente tentando desenvolver a auto observância, mas não sentarmos imóveis a cada dia a fim de desenvolvermos a concentração também nunca aprenderemos inteiramente como meditar. Conseguiremos desenvolver alguma concentração pela boa atenção, porém não desenvolveremos suficiente concentração a fim de entrarmos no real estado de meditação.

  Existem muitas escolas com professores que recomendam plena atenção e ensinam as pessoas estarem presentes e cônscias, mas não as ensinam como meditar. Seus estudantes conseguem desenvolver boa serenidade, porém superficialmente. É bom aprendermos atenção plena, mas também não é suficiente. Atenção plena é o jardim da infância na meditação. Atenção plena não consegue penetrar nas profundezas da mente para acessar a meditação real.

  Com o propósito de alcançar o estado de meditação necessitamos da perfeita concentração e para desenvolvermos a perfeita concentração necessitamos desenvolver ambos os aspectos: o esforço diário para estarmos presentes e a atenção plena em nossas atividades, bem como o esforço diário de parar as nossas atividades e nos sentarmos com a finalidade de desenvolvermos a concentração.

  Na medida em que desenvolvemos os dois lados do processo, pouco a pouco alcançamos o segundo estágio. Aqui vemos que o elefante e o macaco, ambos, tem um pouco de branco neles. O branco é indicativo de alguma calma, estabilidade. Isso indica que a mente está começando a se assentar. A fascinação do pensamento, sentimentos e tensão no corpo começam a folgar. Aos poucos a mente vai se firmando e em ocasiões se comporta com calma.
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Figura 5
  No terceiro estágio o branco do elefante e do macaco é ainda mais notado.

  No terceiro e quarto estágios o macaco tem a corda do elefante; isso demonstra que estamos começando a nos tornar cônscios da mente de modo mais consistente. Começamos a ter alguma consciência de nosso estado psicológico no correr do dia e não somente durante nossas horas de meditação. Começamos a ganhar controle. A mente é ainda indômita, está ainda adiante do macaco nesse caminho, mas já temos mais controle que antes.

  O obstáculo aqui emergente é devido a que por alguns momentos de serenidade experimentados começamos a pensar: “Como agora estou fazendo isso estou tendo sucesso!”. Isso está simbolizado pelo pequeno coelho sentado no topo do elefante; aquele coelho representa o afrouxamento da atenção. Tão logo supomos estar vencendo, paramos de nos aplicar com maiores esforços, tornando-nos um tanto preguiçosos. Nesse ponto, precisamos expandir a conscientização de nossa psique durante o dia e nas horas em que estejamos a praticar concentração, particularmente a fim de estarmos cônscios de qualidades [negativas] mais subjacentes como no afrouxamento da atenção.

  Notamos também aqui o macaco não mais no controle do elefante. Isso significa nesse ponto, começarmos a ter a habilidade de não permitir que a mente do macaco esteja saltando de uma coisa para outra. Nossa atenção durante o dia e a vigilância durante as práticas de concentração começam a mudar o modo como ficávamos facilmente distraídos.

  Essas mudanças graduais continuam na quinta e sexta fases, mas o que acontece aqui é que o macaco conduz o caminho. A consciência está fortalecida e presente com maior frequência.

  Quando inicialmente havíamos começado a praticar concentração a duração do tempo em que estivéramos cônscios sobre o que fazíamos era menor que aquele em que permanecíamos distraídos. No início, ficáramos distraídos na maior parte do tempo e presentes ou cônscios somente numa pequena porção de nossas práticas. Antes que nos déssemos conta disso o tempo já estava terminado, e entendemos agora que estivéramos completamente distraídos na maior parte do tempo.

  Ao entrarmos na quarta, quinta e sexta fases isso gradualmente muda. Nosso tempo de estarmos cônscios começa a alongar e o tempo de estarmos distraídos diminui. Veremos então que isso não é complicado. Podemos medir nossa prática de meditação a cada dia simplesmente observando esse ensinamento.

  Quanto mais tentemos desenvolver a concentração a cada dia e relaxemos cada vez mais profundamente, caminharemos para mais distante nessa via. Eventualmente, aquele macaco saltitante desaparece e o elefante natural e espontaneamente o segue, visto que a mente tornou-se domada. Quando a concentração esteja treinada, a mente também se tornará calma uma vez que não estará mais sujeita ao caos em que a colocamos antes. Não estaremos mais permitindo a atenção saltar de uma coisa a outra todo o tempo. Não mais estaremos permitindo à mente animal estar adiante de nossa experiência, ao invés disso estaremos focados, presentes, relaxados e serenos.

  Estando a concentração desenvolvida, estaremos habilitados a observarmos conscientemente todas as impressões que surgem através dos sentidos, e permaneceremos calmos, serenos, mesmo que aquilo que vemos já nos tenha antes causado reações mecânicas. Mesmo quando as coisas nos estejam difíceis, saberemos contudo como relaxar e responder apropriadamente. O elefante aqui é branco, significando que a mente está calma: pensamentos, emoções e o corpo estão serenos. A atenção, a concentração é pontual, presente, e não pode mais causar distrações porque está completamente controlada pela consciência.
 
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Figura 6
  No nono estágio a concentração está 100% focada, pontual, invariável. Isso é tradicionalmente chamado “mente unidirecionada”: é concentração, dharana.

  A partir desse estágio há muito mais, representado de modo poético pelos três monges no topo. Eles representam fases da concentração adicional que necessitamos desenvolver (Absorções, jihanas, etc). São úteis, têm um lugar, serão inevitavelmente experienciadas por qualquer praticante sério, porém não é ainda a meta. Nossa meta não é chegar na entrada por estados sutís de concentração. Nossa meta é libertar a mente das aflições.

  Quanto de Concentração é Suficiente

  A fim de libertar a consciência do sofrimento somente necessitamos suficiente concentração para não nos esquecermos o que fazer na meditação, especialmente ao encararmos dificuldades ou impressões dolorosas. Necessitamos nos transformar radicalmente, efetivamente, profundamente. Para tal, precisamos desenvolver a concentração pelo menos ao ponto em que possamos nos sentar por qualquer período de tempo em que queiramos meditar e não nos esquecermos que estamos meditando. Aquela quantidade de concentração seja suficiente para fazermos algum bom trabalho em nosso benefício. Ao nos sentarmos para meditar devemos observar pensamentos, emoções e sensações; podemos ter alguma dificuldade, mas nunca nos esquecendo do que estaremos fazendo, não ficando distraídos. Nesse ponto, podemos fazer mudanças e desenvolver a nossa imaginação.

  Ao desenvolvermos a concentração e a meditação juntas nossas práticas caminharão mais rápidas. Se nos mantivermos somente focados no desenvolvimento da concentração, isso será ótimo, mas em nossa prática faltará profundidade, e para adquirirmos compreensão será difícil, intermitente, não confiável.

  O objetivo da meditação é adquirirmos compreensão e para tal necessitamos da imaginação: a habilidade de vermos interiormente. O inteiro quadro do desenvolvimento da concentração está baseado em causa e efeito. Desenvolver a concentração e subsequentemente entrar na meditação não tem a ver em nada com crenças, teorias ou dogmas. É produzido por causa e efeito. Se realmente quisermos aprender a meditar estudemos nossas habilidades na concentração: de que modo conseguimos nos concentrar consistentemente? Podemos prestar atenção? Por qual espaço de tempo? Qual é a efetiva diferença entre uma soma de tempo que podemos prestar atenção, sem ficarmos distraídos, e a soma de tempo em que ficamos distraídos? Essa comparação mostrará imediatamente onde estaremos situados naqueles nove estágios aos quais estaremos seguidamente trabalhando em nós.

  Em anterior palestra estudamos causa e  efeito. Se estivermos realizando algum esforço em nossas práticas, mas não estejamos fazendo o progresso que queríamos, necessitamos estudar nossos comportamentos.

  Se nossa atual experiência na meditação não seja satisfatória, necessitamos estudar suas causas. E também quais causas podem produzir os efeitos que queiramos? Se quisermos entrar em meditação necessitamos produzir as causas que criam aqueles efeitos. Desse modo, isso é assunto para observarmos em nossas vidas pelas proporções dos nossos comportamentos.

  Um dos princípios de causa e efeito diz que “você não pode receber as consequências sem o cometimento de sua correspondente ação”. Isso se aplica a nossa prática de meditação. Não podemos entrar no estado de meditação se nossa mente estiver condicionada pelo ódio, orgulho, luxúria, ganância, gula, etc. Se estivermos identificados com um desejo isso significa estarmos engajados nele, armadilhados, limitados por isso.

  Algumas vezes as pessoas dizem: “Estou meditando diariamente, mas estou muito frustrada”. Elas não entendem que a frustração é o obstáculo. É precisamente o motivo de não conseguirmos meditar. Frustração é raiva. Ocorre porque um desejo não está se realizando. Aquele desejo volta-se de encontro à raiva, à frustração. Pelo reconhecimento daquela qualidade a  pessoa pode mudar as coisas. Nunca experienciaremos a meditação se não produzirmos as ações que conduzem a ela.

  Uma vez a ação realizada as consequências não podem ser cessadas. Esse é um aspecto muito poderoso da causa e efeito. Ao praticarmos a meditação diligentemente, seriamente, essas ações nos mudam porque nos afetam. Elas mudam o fluxo da mente, o curso de nossa vida. Podemos não notar as mudanças de imediato. Como uma semente crescendo na terra, demora um pouco para o talo emergir e mais tempo para que a planta cresça e produza seu resultado. A prática meditativa é semelhante: é um processo que requer paciência.

  Exercícios

  Desenvolver a auto observância diariamente
  Desenvolver a concentração meditativa diariamente
  Para uma porção da concentração meditativa pode ser adotado qualquer número de objetos de concentração. Pode-se observar a respiração como naturalmente ocorre pelas narinas. Para tal:
  1. Adotar uma postura e atitude meditativa.
  2. Relaxar completamente e ficar perfeitamente quieto.
  3. Retirar-se de todos os sentidos.
 4. Colocar a atenção nas narinas onde a respiração flui para dentro e para fora. Simplesmente observar o natural fluxo da respiração e a sensação que produz, sem mudar nada. Não mudar o modo como a respiração faz seu fluxo. Simplesmente observar como ela muda a cada momento. Se possível, observar sem pensamentos ou necessidade de “comentar” sobre o que se observa. Tentativas de pura observância de momento a momento. Tentar manter a continuidade para atestar o quanto é possível permanecer na observância. Havendo distração, simplesmente retornar sem julgamento, expectativa ou frustração.
  Quando se pratica é bom estar num ambiente tranquilo, mas também é necessário aprender como ficar sereno, apesar da dificuldade de um lugar sem condições ideais. Assim, se alguém estiver conversando próximo da porta, aceita-se, mas não se permite que isso distraia a atenção. Ao ouvir um cão latir, então que fazer? Ao ouvir algum outro ruído ou sentir alguma dor no corpo, não se deve reagir. Não se responde a nada, somente se observa.
  Somente se observa o processo natural das sensações da respiração nas narinas, retirando a atenção sobre qualquer outra coisa. A mente indômita irá querer coçar o corpo, ajustar a postura e achar que está muito frio ou quente. A pessoa fica tentada a muitas outras coisas. Isso é a mente animal. Ao querer treina-la é necessário fixar a atenção numa só coisa e deixa-la naquilo até que a sessão termine.
  Quando se tratar de um completo iniciante, fazer isso por dez minutos e então fazer uma parada. Não olhar o relógio. Ligar um programador. Desse modo não há distração sobre que horas serão, ou há quanto tempo se está ali.
  Cada vez que haja uma distração retornar novamente à observância da sensação que o movimento respiratório causa, sem modificar nada. Ver quanto tempo é possível observar sem cair na distração. Será possível sentar por 10 minutos sem se distrair por qualquer coisa e manter a observância continuada naquelas sensações? Se isso for possível por 10 minutos então se vai para 20 minutos ou para 30, ou 40 ou 50, então para 1 hora. É tudo que se requer para isso. Continuar-se com o diário espiritual (spiritual diary ).

  Fonte:https://gnosticteachings.org/courses/meditation-essentials/3778-meditation-essentials-05-the-path-to-meditation.html
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POR UM INSTRUTOR GNÓSTICO

  Tradução Inglês / Português: Rayom Ra 

                                                      Rayom Ra                                                                                                     http://arcadeouro.blogspot.com.br