Na umbanda usa-se como roupagem para os médiuns apenas roupa branca e descalço, representando a simplicidade e humildade. Na Umbanda, a assistência pode consultar as entidades diretamente, sem precisar do jogo de Búzios, uma vez que as entidades podem utilizar o corpo do médium para se comunicar. Essa consulta só pode acontecer nos dias de gira de trabalhos, essa gira é especialmente para isso. Existem outras giras, como por exemplo a Gira de Desenvolvimento, onde os médiuns novatos praticam e se aperfeiçoam na comunicação com o orixá e entidades. | ||||||
Há ainda para se dizer que na Umbanda os orixás maiores ou santos (Iemanjá, Oxóssi, Xangô, Ogum, Oxum, Iansã, etc) não falam, quando eles "baixam" no terreiro, só sua presença já é uma benção, os santos não tem a falange (linguajar) para que as pessoas possam entender, eles já transcenderam da Terra há muitos anos e adquiriram muita luz, portanto, aqui na Terra, o máximo que fazem são emitir sons (ou mantras) como por exemplo o canto de Iemanjá, que para uns pode ser um canto e para outros um choro.
As consultas ficam por conta das entidades de cada linha como por exemplo: os baianos, preto-velhos, boiadeiros, marinheiros, crianças, etc, que por estarem mais próximos de nossa realidade (pois desencarnaram a apenas algumas décadas - como no caso dos pretos-velhos), podem nos ajudar por conhecerem bem mais de perto os problemas terrenos. Outra característica marcante é o congar de um terreiro de Umbanda que tem, lado a lado, imagens de santos católicos (estes representando os orixás) e imagens das entidades (marinheiros, caboclos ameríndios, pretos-velhos, crianças, etc) e também podem ter outras imagens como de Santa Luzia, Santo Agostinho, Santo Expedito, etc. Em terreiros de candomblé cada orixá tem seu lugar, como por exemplo um quartinho, onde ficam os objetos do orixá. Os médiuns também não precisam ficar o dia inteiro no terreiro e nem dedicar todo o seu dia a ele, basta apenas ter a responsabilidade de estar nos dias de gira e cumprir sua missão com amor e caridade no coração. Os médiuns não incorporam cada um um orixá, os médiuns seguem a linha que os tabaqueiros e o Ogan (sabendo-se que ele só irá puxar um ponto quando o Pai ou Mãe de Santo autorizar) puxam, por exemplo, se estiverem cantando um ponto sobre Oxóssi, os médiuns e a assistência já sabem que quem vem para trabalhar são os caboclos. | ||||||
Outra diferença básica é como os médiuns se preparam para incorporar, ao contrário do Candomblé que dançam num círculo em movimento, rodopiando seus corpos ao som dos atabaques e outros instrumentos, na Umbanda o médium fica parado, acompanhando por palmas os pontos cantados e esperando o momento exato para a incorporação dos orixás ou das entidades.
As roupas são brancas em geral e o uso das cores fica reservado para os Pais e Mães de Santo e em dias de festa e homenagem no terreiro. As roupas pretas e vermelhas são usadas em dia de Gira de Exu, e também reservado apenas ao direito do médium de incorporação e Pais e Mães de Santo, os outros médiuns (novatos, ogans, cambones, etc) devem usar roupas brancas somente ou com uma fita vermelha presa a sua cintura. Cada orixá vibra em uma cor, por exemplo, Oxossi vibra na cor verde assim como Iansã na cor amarela, mas indiscutivelmente o branco (Oxalá) é aceito por qualquer linha. |