sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Linhas e Falanges


No candomblé os orixás formam um sistema, estando ligados por laços de casamento e descendência; por exemplo: Nanã é a ancestral feminina, a avó, enquanto Ogum é filho de Oxalá com Iemanjá e assim por diante. Assim no candomble cada orixá tem sua história, suas paixões, lutas e apresentam preferências alimentares de cada um, cores, roupas, adereços, etc.

Os espíritos dos antepassados bantos e as entidades ameríndias - os caboclos - não apresentam esse tipo de organização: estão distribuídos em aldeias, reinos, tribos e, em vez de formarem um sistema, justapõem-se entre si. Com a influência do kardecismo, a Umbanda usa para sua organização o que chamamos de LINHAS e FALANGES - princípios de organizações e classificação dos espíritos.

Linhas e Falanges constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com as afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se encontram, no astral.

De acordo com os mais variados critérios e sem limite de número, o que na prática se traduz em uma multiplicidade de esquemas, a partir das sete linhas tradicionais da Umbanda, por sua vez subdivididas em sete falanges ou legiões.
  • Linha de Oxalá
  • Linha de Iemanjá ou Linha das Águas
  • Linha de Oxóssi
  • Linha de Xangô
  • Linha do Oriente / Linha de Cosme e Damião*
  • Linha Africana ou das Almas
  • Linha de Ogum.
Cada terreiro tem a sua forma de interpretar a Umbanda, os ritos também diferem de casa para casa. A maioria utiliza atabaques e outros instrumentos musicais para acompanhar os seus pontos cantados, mas alguns só cantam seus mantras. Toda gira de umbanda tem como base o processo de defumação - elemento característico das giras - que consiste na queima de ervas essenciais, com o fundamento de limpeza do campo áurico energético das pessoas e do ambiente para que a faixa vibracional seja ajustada para o recebimento das entidades que ali trabalharão.

As giras se iniciam com os pontos cantados, defumação e a incorporação. Após a incorporação do médiuns (cavalos) pelos seus respectivos guias, inicia-se o atendimento espiritual para o público, em que a todos são convidados a tomar um "passe" com os guias que estão em terra, que trabalham exclusivamente para a caridade e se utilizam de alguns matérias como velas, ervas, pedras, pembas (giz) para riscar seus pontos riscados ou mandalas.

A Umbanda é genuinamente brasileira. A Prática da Umbanda nada tem a ver com o Candomblé ou com a Kimbanda. Trata-se de uma religião que trabalha diretamente com entidades do Plano Astral, espiritos desencarnados ou seres da natureza (os elementais), e utliza a mecânica da incorporação para trabalhar as necessidades emergenciais do homem, trazendo a força e sabedoria dos mestres da Aruanda e age através da cura e energização do campo astral

Atua nos centros de força dos corpos e campos magnéticos das pessoas que "...vêm em busca de socorro, alivio e cura para suas dores morais e físicas." E também traz muito ensinamento das verdades da espiritualidade maior Um Deus único e superior Zâmbi, Olorum ou simplesmente Deus – os Orixás são cultuados como divindades de um plano astral superior, que na Terra representam às forças da natureza (muitas vezes confunde-se a força da natureza com o próprio Orixá):
• Oxum: As águas doces;
• Iemanjá: As águas salgadas;
• Iansã: Os ventos, chuvas fortes, os relâmpagos;
• Xangô: A força das pedreiras;
• Oxóssi: A energia das matas;
• Ogum: Dos metais...

São 7 os Orixás ou Linhas na Umbanda, em ordem:
• Oxalá: Representado por Jesus.
• Oxossi: Representado pelos caboclos ou índios brasileiros ou não.
• Ogum: Os chamados guerreiros.
• Ibeji Bejada: A linha das crianças.
• Oxum: Representada pela força da água doce, rios e cachoeiras.
• Xangô: Representa a justiça e a força das pedreiras.
• Yemanjá: Representa a água salgada, o mar.

A cada Orixá está associada uma personalidade e um comportamento diante do mundo e com seus filhos, os quais são seus protegidos e uma parte das emanações do Orixá presentes no Orí ou Camatuê (Camatua) desses filhos.

Existe a compreensão do trabalho dos Orixás na Umbanda em 7 Linhas. Rubens Saraceni as divide da seguinte forma:
Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução, Geração.

Ainda, segundo Saraceni, os 14 Orixás de Umbanda colocados pela ordem das linhas que trabalham:
• : Oxalá e Oya.
• Amor: Oxum e Oxumaré.
• Conhecimento: Oxóssi e Obá.
• Justiça: Xangô e Eugunitá.
• Lei: Ogum e Iansã.
• Evolução: Obaluayê e Nanã Buroquê.
• Geração: Yemanjá e Omulu.

Os templos onde os "comandantes" são Pretos-Velhos seguem a corrente africana e os que têm os Caboclos como "comandantes" seguem a linha indígena. Mas, isso não é regra e pode variar de templo para templo
As pessoas que recebem, incorporam entidades dentro dos terreiros, são ditos médiuns, cavalos ou "burros". Pessoas que têm o Dom de incorporar os Orixás e Guias.
"As entidades" que são incorporadas pelos médiuns podem ser divididas entre:

• Falangeiros de Orixás: Xangô, Ogum, Oxum, Nanã, Iemanjá, Iansã, Obaluayê, Oxumaré, entre outros.

• Guias: Pretos- velhos, Caboclos, Boiadeiros, Crianças, Exus, Marinheiros e Orientais.

• Kiumbas, espíritos sem luz: esses, normalmente, são incorporados quando se está fazendo algum descarrego ou quando existe algum obsediado no local.