quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Caboclo Pedra de Fogo


Um Caboclo de Xangô Aganju...

Sua história nos foi contada por ele mesmo:
"Eu nasci e vivi em uma Aldeia na Ilha dos Maoris, próximo ao Vulcão Maior. Hoje tudo isso recebeu outro nome e transformou-se em cidade. A cultura é outra e nosso povo está quase extinto. Nós iniciamos o Culto aos Ancestrais através das Tatuagens no corpo, onde utilizávamos o martelo de madeira, uma agulha de osso e a brasa do fogo (ou a pedra de fogo, como chamávamos). Eu era o Chefe de uma dessas tribos e sentia orgulho de nossa raça, de nossa crença e de nossa natureza. Vivíamos em perfeita comunhão com tudo o que nos cercava. A Mãe Terra era benéfica e amorosa com nossos filhos, pois nada nos faltava. Contávamos os dias e o tempo, pelo sol, pela lua e pelas estrelas. Tudo ia bem até a chegada de um conquistador branco, que se tornou famoso para vocês. A história dele é contada em livros e estudada nas escolas... Mas ninguém conta o que nós passamos e o que nós vivemos nesses dias.
Nossa terra até hoje é considerada um Paraíso, então, "imaginem vocês", naquela época! Era o Jardim do Éden - como dizem na Bíblia. Éramos muito felizes e abençoados! Vivíamos em perfeita paz e harmonia. Todas as aldeais e povos se entendiam e não haviam guerras em nossa ilha. Fazíamos oferendas à Deusa Mãe Papatuanuku (nossa Natureza, nossa Terra) e ao Deus Pai Ranginui (Senhor dos Céus).  Cuidávamos de apaziguar Hiro (o Deus do Fogo, que habitava o interior da Terra), pois ele cobrava suas almas após a morte; então, cremávamos os corpos. Todos os Filhos e Filhas dos Deuses eram sagrados para nós tudo e respeitávamos seus avisos. Na natureza tudo era vivo e possuía Mana (Alma).
Com a chegada dos Conquistadores, houveram muitas guerras e muitas tribos mudaram de lado, por medo. Assim, os Paheka se distanciaram de nós, os Maoris. E as disputas foram inúmeras. Não aceitamos pacificamente a colonização e lutamos muito para não entregar nosso povo, nossa cultura e nossa natureza. Eu lutei o quanto pude para manter meu povo unido e para manter nossa crença protegida. Foram anos difíceis aqueles e estávamos sempre alertas. Eu sabia que meu tempo na Terra estava terminando, pois eu sentia o chamado de Rangi e Papa (nossos deuses). Quando a minha hora chegou, aconselhei meu filho a assumir a liderança e a manter nossa tribo unida. Pedi que cumprissem todo o ritual, pois eu queria descansar em paz e não queria perturbar Hiro. E assim fizeram...
Hoje trabalho no Plano Espiritual, com tudo aquilo que aprendi e convivi nessa minha última encarnação como Chefe Maori. Procuro passar ao meus filhos três conceitos básicos: o respeito à Natureza; o respeito ao próximo; e o respeito por si mesmo. Nós somos Templos Sagrados do Divino e precisamos cuidar de nosso templo; assim, como tudo o que nos envolve é um templo sagrado habitado por Mana. Devemos honrar e respeitar nossos Ancestrais e os mais velhos que nós, pois é deles que vêm a verdadeira sabedoria. Somos todos irmãos e iguais, feitos do mesmo material estelar e nossa luz só pode aumentar se preservarmos nossa essência primordial. Eu sou o Caboclo Pedra de Fogo, aquele que trabalha em equilíbrio com as Leis Naturais!"