O que é o Transtorno Depressivo Persistente? Causas, sintomas e mais!
Considerações gerais sobre o Transtorno Depressivo Persistente
Não é de hoje que a decadência das sociedades, em vários sentidos, tem se mostrado completamente nociva para a saúde mental para pessoas de todas as idades. Nessa era, distúrbios como a depressão e a ansiedade se consolidaram como problemas graves e que precisam de atenção.
Por causa da sua rápida e voraz disseminação, a depressão, por exemplo, ganhou “ramos” de atuação, por assim dizer. Um desses ramos conhecidos é o chamado Transtorno Depressivo Persistente, ou Distimia, como também é chamado pelos especialistas.
Este artigo foi criado com o intuito de explicar o que é a Distimia e conscientizar as pessoas sobre os riscos e as implicações desse transtorno, que, por muitas vezes, passa despercebido. Continue lendo!
Entenda o Transtorno Depressivo Persistente
Neste início de artigo, falamos um pouco mais sobre os detalhes que definem o Transtorno Depressivo Persistente. Siga a leitura para saber o que é a Distimia, quais os seus sintomas, como ela afeta a qualidade de vida do indivíduo acometido e outras informações importantes!
■O que é Transtorno Depressivo Persistente ou Distimia?
O Transtorno Depressivo Persistente, que também é conhecido como Distimia, nada mais é do que uma espécie de depressão que apresenta sintomas mais leves e intensos, que costumam durar por mais tempo do que os vistos na “depressão convencional”.
Indivíduos acometidos pela Distimia estão sempre mal humorados, apresentam visões pessimistas sobre quase tudo e são muito difíceis no tocante a relacionamentos. O principal problema envolvendo o Transtorno Depressivo Persistente é que ele é confundido com traços de personalidade da pessoa ou com alterações de humor normais, principalmente nas mulheres.
Porém quem sofre com o distúrbio apresenta uma mudança notável em sua personalidade, tornando-se uma pessoa mais amarga “repentinamente”. Esse transtorno pode durar anos a fio sem sofrer alterações.
■Diferença entre Transtorno depressivo maior e Transtorno depressivo persistente
O Transtorno Depressivo Maior, ou depressão, é caracterizado por um estado de apatia brutal. Indivíduos acometidos costumam apresentar falta de energia, aparência pálida, ganho ou perda acentuada de gordura corporal, diminuição da prosódia (pessoa muito calada e que fala baixo), indisposição e falta de prazer para atividades antes amadas.
Já a Distimia é caracterizada basicamente por mudanças no humor e na forma de pensar da pessoa acometida. Esse transtorno adjacente à depressão pode tanto ser resultado de um período depressivo quanto pode surgir “do nada”, durando por vários anos.
Como diferenças entre a depressão e o Transtorno Depressivo Persistente, podemos citar a chegada avassaladora e notável da depressão, que pode ser identificada logo e durar pouco tempo quando tratada corretamente. Já a Distimia tende a durar pelo menos dois anos e tem sintomas mais brandos, o que dificulta a sua detecção.
■ Diferença entre Ciclotimia e Distimia
Enquanto a Distimia é um transtorno psicológico que tem sintomas semelhantes aos da depressão, a Ciclotimia pode ser confundida com outro transtorno: o de bipolaridade. Basicamente, os indivíduos acometidos pela Ciclotimia apresentam “crises” com alterações súbitas de humor.
Em um momento, estão totalmente eufóricos e contentes sem motivo aparente e, no outro instante, podem ser vistos profundamente tristes e deprimidos, por vezes até chorando. Dessa forma, é possível distinguir os portadores dos dois distúrbios pela “duração” do mau humor.
Enquanto a pessoa que possui Distimia pode ser vista mal humorada e com comportamento pessimista a todo o tempo, quem possui a Ciclotimia pode até ficar triste, mas, em poucos minutos no futuro, pode apresentar um estado de alegria contagiante e sem motivo.
■Os principais sintomas da Distimia
Existem mais alguns sintomas que podem ser observados no comportamento da pessoa que carrega a Distimia. Além dos já citados mau humor e pessimismo, o indivíduo pode apresentar os seguintes sintomas:
• Desânimo profundo em relação a qualquer coisa;
• Relatos de angústia e tristeza relacionadas a pequenas coisas do dia-a-dia;
• Queda nos níveis de concentração para estudos ou trabalho;
• Isolamento social recorrente;
• Expressão de sentimento de culpa por coisas que não estão ao seu alcance.
■Como a Distimia afeta a qualidade de vida?
Apesar de ser um transtorno menos agressivo que a depressão e a ansiedade crônica, por exemplo, a Distimia tem um potencial prejudicial considerável, podendo afetar a qualidade de vida da pessoa acometida.
Por estarem sempre mal humorados e serem melancólicos e pessimistas, os distímicos têm imensas dificuldades para se relacionar com outras pessoas e realizar atividades diárias.
Para se ter uma ideia, há relatos de pessoas com Distimia que têm medo de falar com outras pessoas por acharem que vão incomodar ou algo parecido. O transtorno pode fazer com que o indivíduo perca oportunidades de emprego, relacionamentos amorosos e familiares e até desenvolva outras doenças relacionadas ao sedentarismo e ao isolamento social que se segue.
Grupos de risco do Transtorno Depressivo Persistente
Assim como todo o distúrbio, o Transtorno Depressivo Persistente também tem grupos de risco. Geralmente, mulheres e pessoas que já tiveram depressão ou que vêm de famílias com histórico da doença podem desenvolver a Distimia com maior facilidade. Veja por quê!
■Mulheres
As mulheres, infelizmente, são mais propensas a desenvolver transtornos psicológicos do que os homens. O motivo disso é a já conhecida resposta aumentada que indivíduos do sexo feminino têm a episódios de estresse e emoções afloradas.
Além disso, as mulheres podem sofrer com descontroles hormonais causados pelo ciclo menstrual ou por distúrbios na glândula tireoide. A irregularidade na liberação de neurotransmissores ligados às variações de humor também podem pesar nessa situação.
Dessa forma, as mulheres precisam sempre de uma atenção extra em relação a perceber os sintomas e identificar a Distimia, que é um distúrbio bastante camuflado.
■Indivíduos com histórico de depressão
Quem já teve um ou mais períodos depressivos na vida também pode estar mais propenso a desenvolver o Transtorno Depressivo Persistente. Acontece que os principais sintomas dessa problemática psicológica nada mais são do que a persistência mais branda, por assim dizer, de sintomas de depressão.
Por outro lado, indivíduos que já enfrentaram a depressão possuem menos resistência a problemas psicológicos e podem sucumbir mais facilmente a alterações que provocam a Distimia e outros males, como a ansiedade crônica, por exemplo.
O diagnóstico do Transtorno Depressivo Persistente
Existem formas simples de identificar e tratar o Transtorno Depressivo Persistente. Portanto, todas as pessoas que suspeitam ter o distúrbio devem procurar ajuda. Conheça os métodos usados para diagnosticar e tratar a Distimia!
■Como é feito o diagnóstico da Distimia?
O diagnóstico do Transtorno Depressivo Persistente não costuma ser fácil, pois, além de esse distúrbio se “camuflar” muito bem, dificilmente as pessoas acometidas se dão conta ou reconhecem que têm o problema e que precisam de ajuda.
Mas, em casos de suspeita, quando um profissional é requisitado, o médico psiquiatra ou psicólogo deverá aferir se a pessoa já está há mais de dois anos com os sintomas no humor, em relação a pensamentos pessimistas e etc.
Além disso, geralmente, a ocorrência ou não de casos de depressão na família do paciente ou na vida da própria pessoa também ajudam a identificar o transtorno. Vale lembrar que, se não tratada, a Distimia pode vir a desencadear casos de depressão grave no futuro.
■O Transtorno Depressivo Persistente tem cura?
É possível afirmar que a Distimia pode ser curada, desde que todos os protocolos estabelecidos por um psiquiatra ou psicólogo sejam obedecidos pela pessoa acometida. Inclusive, quando o tratamento é bem feito, a pessoa se livra completamente dos sintomas e passa a ter uma vida normal em pouco tempo.
Reincidentes do Transtorno Depressivo Persistente após um tratamento são raros e, quando acontecem, são bem mais brandos e passageiros.
■O suporte inicial no tratamento
Uma das fases mais importantes no tratamento da Distimia é o seu início e o suporte que é fornecido ao paciente acometido. Nesse período, a pessoa precisa ser acompanhada de perto pelo médico, muitas vezes em contatos que vão além do consultório e que precisam acontecer pelo menos duas vezes por semana.
O motivo desse relacionamento mais aproximado é a necessidade de reeducar o paciente para atividades diárias com pequenos esforços que ajudam no tratamento propriamente dito.
Nesse âmbito, é importante falar também sobre a família do paciente, que certamente está sofrendo junto com a pessoa. Esses indivíduos também precisam de apoio e de um auxílio para conseguirem passar pelo momento junto com quem tem a Distimia.
■A psicoterapia
A psicoterapia é uma técnica usada para, entre outras coisas, mapear os gatilhos responsáveis pelos sintomas sentidos por pessoas que têm Distimia ou qualquer outro transtorno depressivo.
Ao aplicar a psicoterapia, o médico especialista irá “navegar” pelos comportamentos e o dia a dia do paciente, a fim de achar a fonte do problema, que pode ser tratado com a própria psicoterapia. Assim, ela pode oferecer caminhos alternativos a questões sérias da vida do paciente, como também pode ter o suporte de remédios específicos.
■Os medicamentos
Quando há a necessidade de usar fármacos para o tratamento do Transtorno Depressivo Persistente, a gama de opções se abre de uma forma ainda maior. Existem mais de oito classes de medicamentos indicados para esse fim.
style="box-sizing: border-box;" />No caso da Distimia, em que os transtornos no humor da pessoa são mais evidentes, exames preliminares podem apontar baixos níveis de serotonina e outros neurotransmissores responsáveis pela sensação de bem-estar.
Dessa forma, medicamentos como os moduladores de serotonina ou os inibidores seletivos de recaptação de serotonina podem ser a opção a ser utilizada.
■A eletroconvulsoterapia
A chamada eletroconvulsoterapia, também conhecida como ECT, é um método mais incisivo e que só é receitado em casos de depressão mais grave, em que nem as terapias convencionais e nem o uso de medicamentos foram capazes de reverter a situação do paciente.
Esse tipo de terapia é receitada e aplicada por psiquiatras. Nele, a pessoa é submetida a basicamente sofrer choques na cabeça e em pontos focais de contato com estruturas do sistema nervoso.
O objetivo é realinhar as correntes elétricas do cérebro da pessoa com o distúrbio, e o procedimento necessita de 5 a 10 sessões para dar resultados. Durante cada uma das sessões, o paciente permanece sedado com anestesia geral.
Professor de História, técnico em Recursos Humanos e Redator Web.