SOBRE OS "EXUS ANTIGOS"...
Macumbeiro: onde estão os exus antigos? Antigamente descia o exu tal, tal e tal, hoje só se vê Tranca Rua, Tiriri e Veludo, blá blá blá...
(Desce o Exu Teimoso)
Macumbeiro: não, esse eu não quero, quero trabalhar com o Exu Rei das 7 Encruzilhadas!
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Outro macumbeiro: onde estão os exus antigos? Onde estão os exus que fulano, beltrano e ciclano trabalhavam no tempo da minha vozinha? Só se vê Maria Padilha e Exu Caveira hoje, blá blá blá...
(Desce o Exu Carniça)
Outro macumbeiro: é doido? Isso é kiumba! Sobe!
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A evolução dos nossos cultos é o espelho de nossos conceitos e preconceitos, além das crenças limitantes que vamos deixando entrar em nossas cabeças no decorrer do tempo. Sem percebermos estamos nos deixando doutrinar, colonizar por uma perspectiva higienizada e embranquecida de culto, nos quais os exus e pombagiras só servem para nós se se apresentarem com nomes bonitinhos, se comportando como nobres guerreiros e rainhas europeias.
Aos poucos, o feio, o sujo e o rústico foram perdendo espaço, ora para o ego e a vaidade dos médiuns, que querem exus "enobrecidos", ora para a ditadura da bondade e da beleza, que associa tais características como expressões de uma "elevação moral" que, no fim das contas, não passa de moralismo espírita kardecista.
Quer cultuar as antigas falanges? Silencie seu ego, liberte sua cabeça do doutrinarismo limitante, procure conhecer as Quimbandas e Macumbas antigas, ouvindo o que os mais velhos tem a dizer, buscando o fundamento do culto aos exus e pombagiras "raros". Não tardará para que esses espíritos se aproximem de ti e se coloquem aptos ao trabalho.
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Créditos: Sacerdote Thomaz Herler
Fotos: Desconhecidas.