sábado, 15 de janeiro de 2022

Era uma vez uma Umbanda...

Era uma vez uma Umbanda...

Pode ser uma imagem de em pé e textoEra uma vez uma Umbanda... onde não existia luxo, tudo era simples e da simplicidade a magia acontecia.
As festas eram momentos de muito axé, não havia desfile de trajes pomposos, o único desfile era de luz e cores da energia emanada pela espiritualidade.
Os pontos eram cantados com muito respeito e em tom de hino e não em tom de samba e tocado até em casas noturnas.
Os Pretos Velhos davam seus conselhos, e todos não viam a hora da próxima gira acontecer novamente com eles, para receber seu passe cheio de magia e amor.
Ser um médium pobre não era motivos para sentir vergonha, pois não se desfilava com guias e vestimentas chiques. Não havia disputa de egos por achar que seu guia era melhor do que do outro medium. Apesar de existir o ritual de prova de fogo pra quem estava iniciando (passei por esse kkk). E o pai e mãe de santo eram tratados e respeitados com muito zelo e respeito. Se diziam, estava dito, não tinha discussão!
A vontade que predominava era a deles, as regras eram impostas, se gostasse bem, senão podia pegar seu rumo.
Os médiuns iam no terreiro cumprir seu papel e honrar seu compromisso... hoje isso já não é mais o essencial.
Tinha reunião para dizer sobre mudanças que aconteceriam no terreiro. Hoje há reuniões em que se promove um diálogo e mesmo assim não se cumpre o que foi acordado.
Todos louvavam os Orixás nos pontos com consciência de que quem respondia eram os falangeiros e era esperado o dia com tanta ansiedade!
Você se sentia importante e útil no seu Centro, camboneava por amor aos guias, hoje o médium não serve e nem auxilia... não é obrigação dele mesmo.
Os ensinamentos do guia que estava falando eram ouvidos e assimilados com muita atenção, hoje a vida alheia é mais interessante ser explanada.
A leitura como aprendizagem tinha valor, tínhamos tão pouco material, hoje ninguém quer ler livro: olha no Google.
Perguntava-se as coisas pro seu Zelador, hoje até um estranho sabe mais que ele.
O terreiro alheio era respeitado, nós visitávamos e éramos visitados...e que delícia era essa vivência.
Hoje "a minha casa é melhor que a casa tal"! Tremendo infortúnio, que banal!!!
Não tinha ganância, não tinha ego, não tinha disputa! As pessoas só queriam fazer a caridade.
Antes pensava se na caridade, hoje é trabalho, emprego, pensando no que se vai ganhar fazendo as coisas.
Era uma vez um sagrado...hoje torcemos para que que Umbanda tenha uma final feliz!
Axé

Por: Mãe Regiane de Iemanjá