Esse Caboclo, que atua na Linha das Almas, foi um Inca que viveu no século XV, na região onde hoje se encontra a cidade de Lima no Peru. O Império Inca era dividido em quatro partes, chamados Suyus. Ele pertencia ao Império Chinchaisuyo, localizado ao Norte. E ainda haviam os Suyus: Kollasuyu, Antisuyu e Kuntinsuyu. Cada Suyu era comandado por um governador, o Tukriquq (ou Apus). Os Suyus se dividiam em regiões (aldeias), que eram comandadas pelos "Kurakas" - uma espécie de Cacique - que se dirigia ao Tukriquq. O Império Inca (chamado na época de Tawantisuyu) era governado por Pachukuti, imperador Inca, que inicou a expansão do Reino e sua divisão em suyus. O governo se concentrava no Templo do Sol (Koricancha) na cidade de Cuzco, considerada a capital do Império e o umbigo do Império Inca.
Alchuapa, esse era seu nome, pertencia ao Clã das Serpentes Negras e como todo iniciado em xamanismo, mantinha contato com toda espécie de animais peçonhentos durante a iniciação. Podia ficar dias sem comer ou beber e mesmo assim sobreviver incólume. Sua força estava em contactar as cobras negras da região: muçuranas, caninanas e sucuris escuras. Elas se enrodilhavam em seu corpo enquanto entrava em transe, depois de beber o preparado de ervas do ritual xamânico. Ele assumiu como Kuraka uma das aldeias do Suyu norte, após terminar sua formação como xamã e governou até o ínicio do século XVI, quando os espanhóis iniciaram sua invasão. Então, muitas batalhas foram travadas, muitos Apus foram mortos e Alchuapa terminou sua jornada como inca nesta terra.
Alchuapa peregrinou como espírito por toda a América do Sul e viu muitas tribos diferentes e muitos homens de outras nações. Assistiu muitas batalhas e muitas mortes. Muitas transformações aconteceram em suas terras. Quando ele viu o negro chegar ao Brasil para ser escravizado, admirou sua cor de pele, pois era negra como as serpentes que ele conhecia. Alchuapa acompanhou a tudo como espírito e percebeu a força dessa raça, parecida com a sua em determinação. Foi nesse momento que um Ser muito iluminado e de aspecto bondoso se aproximou dele e lhe ofereceu amparo. Alchuapa pensou se tratar de um de seus deuses da tradição Inca, mas o ser lhe disse que veio de outra terra, chamada África.
Alchuapa perguntou quem era ele e o que ele comandava e Ele respondeu:
" - Eu sou o Senhor da Morte! Chamam-me de Omulu!"
- O que o senhor faz nesta terra?
" - Trago uma nova crença ao homem e conforto aos filhos da Terra. Venho com outros como eu e nos chamam de Orixás."
- O senhor também exige sacrifícios?
" - Não, meu filho, apenas recolho as almas e encaminho a uma nova morada..."
- E que morada é essa?
"-É Aruanda, meu filho!"
- Existem outros como o senhor?
" - Existem... E há um que é o maior entre todos e que ensina o amor ao próximo. Seu nome é Oxalá e Ele atua na vibração do amor do Criador de Tudo Aquilo que existe. Eu trabalho para Ele. Venha trabalhar comigo meu filho e eu te ensinarei tudo isso..."
Alchuapa pensou por um momento... Seu espírito estava cansado de peregrinar e ele queria encontrar um caminho que lhe ajudasse a compreender tudo o que lhe havia acontecido. Então respondeu: Sim, eu irei... E foi assim que Alchuapa iniciou sua jornada espiritual como "Cacique Cobra Preta".
Alchuapa perguntou quem era ele e o que ele comandava e Ele respondeu:
" - Eu sou o Senhor da Morte! Chamam-me de Omulu!"
- O que o senhor faz nesta terra?
" - Trago uma nova crença ao homem e conforto aos filhos da Terra. Venho com outros como eu e nos chamam de Orixás."
- O senhor também exige sacrifícios?
" - Não, meu filho, apenas recolho as almas e encaminho a uma nova morada..."
- E que morada é essa?
"-É Aruanda, meu filho!"
- Existem outros como o senhor?
" - Existem... E há um que é o maior entre todos e que ensina o amor ao próximo. Seu nome é Oxalá e Ele atua na vibração do amor do Criador de Tudo Aquilo que existe. Eu trabalho para Ele. Venha trabalhar comigo meu filho e eu te ensinarei tudo isso..."
Alchuapa pensou por um momento... Seu espírito estava cansado de peregrinar e ele queria encontrar um caminho que lhe ajudasse a compreender tudo o que lhe havia acontecido. Então respondeu: Sim, eu irei... E foi assim que Alchuapa iniciou sua jornada espiritual como "Cacique Cobra Preta".