Zélio de Moraes sempre afirmou que os 3 pilares da Umbanda seriam: os Caboclos, os Pretos-velhos e os Erês. Os Caboclos e Pretos-velhos tornaram-se conhecidos, amados e repeitados por todo umbandista. Mas, os Ibejis, conseguiram conquistar a simpatia até mesmo daqueles que se assustam com os espíritos! Com suas alegrias e estrepolias, não tem quem não se divirta ao ser envolvido pela energia contagiante de um Erê. E assim como as demais entidades, cada "Cosminho ou Cosminha" traz sua história para dentro do Terreiro.
Em homenagem a Festa de São Cosme e São Damião, que é uma das mais festejadas dentro da Umbanda Sagrada, escreveremos algumas histórias de Erês mais conhecidos. Hoje contarei a história de Mariazinha. Toda Mariazinha quando incorpora a primeira vez, faz dengo, chora e fala com voz manhosa. Elas são as menininhas mais conhecidas, que trabalham na Linha das Águas. Mariazinhas podem trabalhar na praia, na cachoeira, no mangue e na pedreira; enfim, elas também possuem a vibração das outras Linhas atuando no momento do trabalho. Adoram laços de fita, bonecas e enfeites diversos. Elas sentem o que a pessoa sente e por isso conseguem expressar esse sentimento na hora do atendimento.
A Mariazinha que trabalha neste terreiro, nasceu em Pernambuco, em 1892 e desencarnou em 1900. Viveu apenas 8 anos. Seus pais eram pesacadores e viviam na praia. Ela era uma menina alegre que adorava brincar no mar e na areia. Sua morte nunca foi desvendada, pois seu corpo foi encontrado inerte na praia. Mas, ela contou depois o que aconteceu: um homem mal a maltratou. Ela disse que não guarda mágoas, nem nada e que já perdoou... Ela gosta de trabalhar ajudando as pessoas a enfrentar as tristezas e adora acompanhar as mamães com seus filhinhos. Ela gosta de qualquer tipo de doce, mas adora um copo com leite e bolo! E claro: o guaraná - que ela chama de água doce gasosa! Os Erês atuam na vibração do Amor Cósmico Universal, transmitindo a pureza, a inocência e a delicadeza das crianças. Omi Beijada! Salve as Mariazinhas!