quinta-feira, 13 de abril de 2023

ITAN DE OXÚM do Ekodidé.

 ITAN DE OXÚM do Ekodidé.


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ITAN DE OXÚM do Ekodidé.

Conta o itan que Oxalá, numa de suas caminhadas pelo mundo, iria passar pela aldeia de Oxúm, onde pretendia parar e descansar.
Exú, mensageiro dos orixás, correu para avisar Oxúm que o grande orixá fun-fun estava a caminho de sua cidade. Era preciso organizar uma grande recepção, pois a visita era muito importante para todos. Ela, então, apressou-se com os preparativos da festa, ordenando a limpeza de todas as casas e lugares públicos da aldeia, bem como que os enfeites utilizados fossem da cor branca. Oxúm cuidou pessoalmente da ornamentação e limpeza de seu palácio, pois tudo tinha que estar perfeito, à altura de Oxalá.

Com tantos afazeres importantes, em tão curto espaço de tempo, Oxúm não se lembrou de convidar as Iya-mi para a grande festa.
As feiticeiras não perdoaram essa desfeita. Sentindo-se muito desprestigiadas, resolveram desmoralizar Oxúm perante os convidados.

No dia da chegada de Oxalá à cidade, Oxorongá entrou disfarçada no palácio para colocar, no assento do trono de Oxúm, um preparado mágico, que não fora notado por ninguém.
Toda a cidade estava impecavelmente limpa e ornamentada. O palácio de Oxúm, que fora caprichosamente preparado, tinha seus móveis e utensílios cobertos por tecidos de uma alvura imaculada. Branca também seria a cor das roupas utilizadas na cerimônia. 🐚🐚🐚

Oxalá finalmente chegou, sendo respeitosamente reverenciado numa grande demonstração de fé e admiração ao grande mensageiro da paz.
Oxúm, sentada em seu trono, esperava com impaciência a entrada de Oxalá em seu palácio, quando iria oferecer-lhe seu próprio assento. Mas, ao tentar levantar-se, percebeu que estava presa em sua cadeira e, por mais força que fizesse, não conseguia soltar-se. O esforço que empreendeu foi tão grande, que, mesmo ferida, conseguiu ficar em pé, mas uma poça de sangue havia manchado suas roupas e também sua cadeira.😱

Quando Oxalá viu aquele sangue vermelho no trono em que se sentaria, ficou tão contrariado, que saiu imediatamente do recinto, sentindo-se muito ofendido.
Oxúm, envergonhada com o acontecido, não conseguia entender porque havia ficado presa em sua própria cadeira, uma vez que ela mesma tinha cuidado de todos os preparativos.

Escondendo-se de todos, foi consultar o oráculo de Ifá para obter um conselho. O jogo, então, lhe revelou que Oxorongá havia colocado feitiço em seu assento, por não ter sido convidada.
Exú, a pedido de Oxúm, foi em busca do grande Pai, para relatar-lhe o ocorrido.Oxalá retornou ao palácio, onde a grande mãe das águas estava sentada de cabeça baixa, muito constrangida. Quando ela o viu, começou a abanar seu abèbé, transformando o sangue de suas roupas em penas vermelhas, que, ao voar, caíram sobre a cabeça de todos os que ali estavam, inclusive a de Oxalá.
Em reconhecimento ao esforço que ela empreendeu para homenageá-lo, ele aceitou aquela pena vermelha (Ekodidé), prostrando-se à sua frente, em sinal de agradecimento.

A partir de então, essa pena foi introduzida nos rituais de feitura do Candomblé.
Epá Epá Babá! Exeuê!
Yêyê Oxúm!