Existia a muitos anos atrás uma roça de candomblé no interior da Bahia.
ATOTÔ
Existia a muitos anos atrás uma roça de candomblé no interior da Bahia. Sendo aquela de muito Axé e com muitos filhos de santo. E por sua vez dirigida por uma mãe de santo muito conceituada. Porém faltava uma coisa muito importante nessa mãe de santo a ( humildade).E com o passar do tempo ela foi adoecendo. Ela já não se sentia bem, por muitas vezes passava mal etc... Ainda sim te faltava a humildade. Mais ela não comentava com ninguém das suas dores terríveis. E dava continuidade aos trabalhos espirituais. Sempre muito arrogante e cheia de soberba. Certa vez ela recolheu um barco de três yaos. Sendo uma mulher de Oya, um menino jovem de Oxossi e um senhor de idade de Omulu. A mulher tinha algumas regalias. O menino tinha alguns privilégios. E por fim aquele senhor quase não tinha atenção de sua Mãe. A obrigação estava no seu auge, quando aquela senhora Mãe de santo com toda sua ignorância teve um mal súbito. O yao de Omulu de cabeça baixa pediu licença quando a mãe foi voltando ao seu eu e lhe disse: minha mãe a senhora está melhor esta se sentindo bem? Ela ainda com a visão turva falou: não dirija a palavra pra mim seu yao velho. ja se viu um yao velho, idoso querer saber da minha vida. O yao prontamente pediu desculpas e calado permaneceu. O tempo foi passando e ele sempre sendo excluído por sua mãe. Ao contrário dos demais. Quase perto da saída dos yaos daquele barco de três, a mãe de santo caiu de cama. Lhe faltava forças para levantar de tantas dores que ela tinha no seu corpo. Todos ali estavam preocuoados com aquela situação. A saúde da mãe, e a saída dos yaos. E por sua vez a mãe estava la em cima da cama prostrada a dor. Quando com efeitos de medicamentos conseguiu dormir. Aquela noite parecia ser muito longa, pois ela acordava muito por conta das dores. Quando num breve cochilo apareceu em seu sonho um velho coberto de palhas ela tentava acordar e não conseguia e ali estava aquele velho na frente da sua cama. Ela não tinha nenhum sentido a não ser a visão. E assim permaneceu imóvel até o dia clarear. As 6 hs em ponto ela despertou desesperada chamou sua ekede que forá imediatamente ver o que se passava com a mãe, quando a ekede entrou em seu quarto foi surpreendida com sua mãe ali imóvel em cima da cama tentando se movimentar sem êxito. E com uma voz tranquila e serena disse: vá buscar pra mim meu filho o yao de Omulu.
A ekede sem entender muito bem e disse, o yao idoso, velho minha mãe? E a mãe disse, sim filha traga pra mim o yao de Omulu. Ainda confusa a ekede disse, sim senhora minha mãe.
E assim a ekede fez. logo a ekede bateu na porta do quarto pedindo licença a sua mãe. Entre disse a mãe com aquela voz calma e serena. Deixe o yao aqui comigo filha e pode ir cuidar dos demais. E assim foi feito. O yao por sua educação se prostrou a sua mãe de cabeça baixa e lhe tomou a Bença.
Ela abençoou e disse:
Eu também tomo a sua bênção meu filho, abençoe sua mãe.
O velho yao sem nada entender lhe disse: mais minha mãe, quem tem que tomar a Bença aqui sou eu.
E com uma lágrima nos olhos falou a mãe:
Meu filho a Bença é pra quem pede e eu peço a sua Bença.
O velho yao ainda confuso mais obediente abençoou sua mãe com todo seu coração.
Naquele momento houve algo tão sagrado dentro daquela mulher rancorosa e doente que lhe foi batendo todo o arrependimento de tudo aquilo de errado que ela tinha feito...
Houve algo mágico dentro daquele quarto. Aquela mulher foi voltando automaticamente ao seu estado normal; as dores foram desaparecendo os movimentos foram voltando a benevolência foi envadindo o seu coração e a sabedoria foi concretizada dentro de si. Ela se levantou e disse: aqui estou meu filho, viva, curada e com paz de espírito. O seu velho sábio me visitou essa noite e fez eu entender que agia de forma errada com você e com a maioria de meus filhos, mais principalmente com você. Eu continuo sendo sua mãe meu filho, mais me perdoa por tudo que eu não fiz por você. Eu precisei ficar doente pra enxergar que eu não sou melhor que você. Pois precisei da sua bênção pra voltar a viver e estou curada de alma. E assim daquele dia em diante ela foi humilde e benevolente com todos ao seu redor.
Moral da história
A Bença é pra quem pede.