DIMENSÕES DA CONSCIÊNCIA - 1/3 - OSHO
"A vida é uma dádiva, mas a vida é uma oportunidade aberta. O significado não é uma dádiva, é uma busca. Aqueles que buscam certamente encontrarão. Mas aqueles que simplesmente esperam continuarão sem ele. O significado, o logos, tem que ser criado pelo homem. O homem tem que se transformar nesse significado, o qual não pode ser algo exterior a ele, mas que lhe seja interior.
O Ser interior do homem tem que ser iluminado.
Antes de entrarmos nesse sutra, algumas coisas nos ajudarão a compreender o homem, porque só assim o trabalho será possível.
A primeira coisa é que ele é um continuum espaço- tempo de quatro dimensões, assim como toda a existência. Três dimensões são de espaço, uma é de tempo. Elas não são separadas: a dimensão de tempo é apenas a quarta dimensão do espaço. As três dimensões de espaço são estáticas; a quarta dimensão, a do tempo, traz movimento, faz da vida um processo. A existência então, se torna um evento.
E assim, é o homem: o universo em miniatura. Se você pudesse compreender o homem em sua totalidade, teria compreendido toda a existência. O homem contém tudo - em semente. Ele é um universo condensado. E essas são as suas quatro dimensões.
A primeira dimensão é o que Patanjali chama de sushupti, sono profundo, no qual nem o sonho existe. A pessoa está em silêncio completo, nem um pensamento a abala, nem o vento sopra. Tudo está ausente. Essa ausência, no sono profundo é a primeira dimensão. É daí que começamos. E precisamos entender nosso sono; só assim, poderemos passar por uma transformação. Só assim, poderemos construir nossa casa sobre uma rocha; de outro jeito, não. Mas pouquíssimas pessoas compreendem o próprio sono.
Você dorme todos os dias; passa um terço da sua vida em sono profundo, mas não compreende isso. Você entra nesse sono todas as noites,e também ganha muito com isso. Mas é totalmente inconsciente, você não sabe exatamente onde esse sono o leva. Ele o leva à dimensão mais simples da sua vida - a primeira. Ela é muito simples porque não tem dualidade. É muito simples porque não há complexidade nela. É muito simples porque só existe a unicidade. Você ainda não despertou como um ego; ainda não se tornou dividido - mas a unidade é inconsciente.
Se essa unidade se tornar consciente, você terá samadhi, em vez de sushupti. Se essa unidade se tornar consciente, iluminada, então você terá alcançado Deus. É isso que Patanjali diz: sono profundo e samadhi, o estágio supremo da consciência são muito parecidos. Parecidos, porque são simples. Parecidos porque em ambos não há dualidade. Parecidos, porque em ambos o ego não existe.
No princípio, o ego ainda não despertou; no segundo o ego se dissolveu - mas há também uma grande diferença; A diferença é que, em samadhi você sabe o que é o sono. Mesmo enquanto dorme, sua consciência existe, sua percepção existe. Sua percepção continua acesa como uma pequena luz dentro de você.
Perguntaram a um mestre zen... É um famoso ditado zen:
Aprendemos que antes de estudarmos o zen, as montanhas são montanhas, e os rios são rios. Enquanto estamos estudando o zen, contudo, as montanhas não são mais montanhas e os rios, não são mais rios. Quando nosso estudo zen se completa, as montanhas são novamente montanhas e os rios são novamente rios.
- O que significa isso? - um discípulo perguntou a um grande Mestre.
O Mestre explicou:
- Significa simplesmente que o primeiro e o último estado são parecidos. Mas no meio....o distúrbio. Primeiro as montanhas são montanhas e depois, no fim, elas são montanhas novamente. Mas no meio, as montanhas não são mais montanhas, e os rios não são mais rios - tudo está perturbado, nebuloso. Essa nebulosidade, essa confusão, esse caos, existe apenas no meio. Em sushupti tudo é como deveria ser; em samadhi novamente, tudo é como deveria ser. Entre os dois está o problema, está o mundo, está a mente, está o ego, está todo tipo de amargura, inferno.
Quando o Mestre explicou isso, o discípulo exclamou:
- Bem, se isso for verdade, então não há diferença entre o homem comum e o homem iluminado.
- Pois é - replicou o Mestre - Não há diferença mesmo. A única coisa é que o homem iluminado está seis polegadas acima do chão.
Mas essas seis polegadas fazem toda diferença. Por que o Mestre está a seis polegadas acima do chão? Ele vive no mundo e no entanto, não está no mundo - essas são as seis polegadas, a diferença. Ele come e no entanto não é o comedor, ele continua sendo uma testemunha - essas seis polegadas. Ele está doente, conhece a dor da doença - mas ainda assim não tem dor, essa diferença, essas seis polegadas. Ele morre, sabe que a morte está acontecendo e no entanto, não está morrendo, essa diferença - essas seis polegadas. Ele está adormecido, mas não dorme, está alerta."
[continua...]
Osho em A flauta nos lábios de Deus.
O Ser interior do homem tem que ser iluminado.
Antes de entrarmos nesse sutra, algumas coisas nos ajudarão a compreender o homem, porque só assim o trabalho será possível.
A primeira coisa é que ele é um continuum espaço- tempo de quatro dimensões, assim como toda a existência. Três dimensões são de espaço, uma é de tempo. Elas não são separadas: a dimensão de tempo é apenas a quarta dimensão do espaço. As três dimensões de espaço são estáticas; a quarta dimensão, a do tempo, traz movimento, faz da vida um processo. A existência então, se torna um evento.
E assim, é o homem: o universo em miniatura. Se você pudesse compreender o homem em sua totalidade, teria compreendido toda a existência. O homem contém tudo - em semente. Ele é um universo condensado. E essas são as suas quatro dimensões.
A primeira dimensão é o que Patanjali chama de sushupti, sono profundo, no qual nem o sonho existe. A pessoa está em silêncio completo, nem um pensamento a abala, nem o vento sopra. Tudo está ausente. Essa ausência, no sono profundo é a primeira dimensão. É daí que começamos. E precisamos entender nosso sono; só assim, poderemos passar por uma transformação. Só assim, poderemos construir nossa casa sobre uma rocha; de outro jeito, não. Mas pouquíssimas pessoas compreendem o próprio sono.
Você dorme todos os dias; passa um terço da sua vida em sono profundo, mas não compreende isso. Você entra nesse sono todas as noites,e também ganha muito com isso. Mas é totalmente inconsciente, você não sabe exatamente onde esse sono o leva. Ele o leva à dimensão mais simples da sua vida - a primeira. Ela é muito simples porque não tem dualidade. É muito simples porque não há complexidade nela. É muito simples porque só existe a unicidade. Você ainda não despertou como um ego; ainda não se tornou dividido - mas a unidade é inconsciente.
Se essa unidade se tornar consciente, você terá samadhi, em vez de sushupti. Se essa unidade se tornar consciente, iluminada, então você terá alcançado Deus. É isso que Patanjali diz: sono profundo e samadhi, o estágio supremo da consciência são muito parecidos. Parecidos, porque são simples. Parecidos porque em ambos não há dualidade. Parecidos, porque em ambos o ego não existe.
No princípio, o ego ainda não despertou; no segundo o ego se dissolveu - mas há também uma grande diferença; A diferença é que, em samadhi você sabe o que é o sono. Mesmo enquanto dorme, sua consciência existe, sua percepção existe. Sua percepção continua acesa como uma pequena luz dentro de você.
Perguntaram a um mestre zen... É um famoso ditado zen:
Aprendemos que antes de estudarmos o zen, as montanhas são montanhas, e os rios são rios. Enquanto estamos estudando o zen, contudo, as montanhas não são mais montanhas e os rios, não são mais rios. Quando nosso estudo zen se completa, as montanhas são novamente montanhas e os rios são novamente rios.
- O que significa isso? - um discípulo perguntou a um grande Mestre.
O Mestre explicou:
- Significa simplesmente que o primeiro e o último estado são parecidos. Mas no meio....o distúrbio. Primeiro as montanhas são montanhas e depois, no fim, elas são montanhas novamente. Mas no meio, as montanhas não são mais montanhas, e os rios não são mais rios - tudo está perturbado, nebuloso. Essa nebulosidade, essa confusão, esse caos, existe apenas no meio. Em sushupti tudo é como deveria ser; em samadhi novamente, tudo é como deveria ser. Entre os dois está o problema, está o mundo, está a mente, está o ego, está todo tipo de amargura, inferno.
Quando o Mestre explicou isso, o discípulo exclamou:
- Bem, se isso for verdade, então não há diferença entre o homem comum e o homem iluminado.
- Pois é - replicou o Mestre - Não há diferença mesmo. A única coisa é que o homem iluminado está seis polegadas acima do chão.
Mas essas seis polegadas fazem toda diferença. Por que o Mestre está a seis polegadas acima do chão? Ele vive no mundo e no entanto, não está no mundo - essas são as seis polegadas, a diferença. Ele come e no entanto não é o comedor, ele continua sendo uma testemunha - essas seis polegadas. Ele está doente, conhece a dor da doença - mas ainda assim não tem dor, essa diferença, essas seis polegadas. Ele morre, sabe que a morte está acontecendo e no entanto, não está morrendo, essa diferença - essas seis polegadas. Ele está adormecido, mas não dorme, está alerta."
[continua...]
Osho em A flauta nos lábios de Deus.