sábado, 16 de julho de 2022

A MAGIA DO CAOS

 

A MAGIA DO CAOS

A Estrela do Caos (também chamada ‘caosfera’ por alguns praticantes) é o simbolo mais popular na Magia do Caos, outras variantes também existem.

Possui oito pontas equidistantes que partem de um ponto central, e pode representar o vazio do cosmos, o universo ou ainda, as oito direções (oito portas), tal qual a rosa dos ventos, composta dos quatro elementos (terra, água, ar e fogo) e os quatro estados intermediários da matéria (o seco, o úmido, o frio e o quente).

Foi criada originalmente pelo escritor britânico Michael Moorcock com o intuito de representar o “Símbolo do Caos” e, posteriormente, foi adotada como símbolo da “Magia do Caos”, portanto, sendo utilizada por magos e ocultistas

Magia do Caos ou Caoísmo (dentre tantos outros nomes adotados pelos praticantes) é uma forma de ritual e magia relativamente nova, utilizando-se de quebras de paradigmas e alterações do estado de consciência (ora de formas excitativas, ora de formas inibitórias), como técnicas gnósticas, meditativas, sufis, orgásticas, ou com uso desubstâncias psicoativas.[1]

Princípios gerais

Mesmo que poucas técnicas sejam exclusivas da Magia do Caos, ela é frequentemente altamente individual e toma emprestado deliberadamente de outros sistemas de crenças, devido à crença central de que a crença é um instrumento. Algumas fontes comuns de inspiração incluem diversas áreas como ficção científicateorias científicasmagia cerimonial tradicional,neoxamanismofilosofia oriental, religiões e experimentações individuais. Não obstante a tremenda variação individual, os magos do caos frequentemente trabalham com paradigmas caóticos e humorísticos, como Hundun do taoísmo e Éris do discordianismo.

Magos do caos frequentemente são vistos por outros ocultistas como perigosos ou preocupantes revolucionários.

História

Austin Osman Spare era inicialmente envolvido com a Ordem da Golden Dawn, e por fora também com ordens como a O.T.O e a Astrum Argentum de Aleister Crowley; porém, mais tarde se afastou delas para trabalhar independentemente.

Dali em diante ele iria desenvolver práticas e teorias que iriam, após a sua morte, influenciar profundamente a I.O.T.. Especificamente, Spare desenvolveu o uso de sigilos, e técnicas envolvendo estados de êxtase para dar poder a estes sigilos. Spare também foi pioneiro no desenvolvimento de um “alfabeto sagrado pessoal”, e, sendo um artista plástico talentoso, usou imagens como parte de sua técnica de magia. A maior parte dos trabalhos recentes em sigilos remete ao trabalho de Spare: a construção de uma frase detalhando o intento mágico, seguida da eliminação de letras repetidas e a recombinação artística (normalmente simétrica) das letras restantes em uma só imagem formando o sigilo.

Embora ele não tenha originado o termo, e talvez não aprovasse o mesmo, hoje ele é visto como o primeiro Magista do Caos.

Após a morte de Aleister Crowley (e a do então obscuro Spare), a magia praticada pelos ocultistas remanescentes no Reino Unido tendeu a se tornar cada vez mais experimentalista, pessoal, e bem menos ligada às tradições mágicas estabelecidas pelas ordens. Reações a isso incluem a disponibilidade pública de informações secretas antes do século XX (especialmente nos trabalhos publicados por Crowley e Israel Regardie), o Zos Kia Cultus (nome do estilo de magia radicalmente inortodoxa de Austin Osman Spare), a influência do Discordianismo e seu popularizador Robert Anton Wilson, o Dadaísmo, e a grande popularização da magia causada por cultos folcloristas embasados em sistemas mágicos de Crowley, como a Wicca, e o uso de drogas psicodélicas.

O termo Magia do Caos apareceu pela primeira vez no Liber 0 (também chamado “Liber Null”) de Peter Carroll, publicado pela primeira vez em 1978. Nele, Carrol formulou vários conceitos de magia radicalmente diferentes daqueles considerados “mistérios mágicos” na época de Crowley. Este livro, junto ao “Psychonaut” (1981) do mesmo autor, mantém importantes fontes. magistas que se alinham a estas ideias costumam se chamar de várias formas, evitando repetir a mesma. Algumas destas formas de nomenclatura são: “Caoísta”, “Caota”, “Magista do Caos”, “Caoticista”, “Eriano”, “Discordista”, “Caoseiro”, dentre outros tantos nomes – por vezes muito bem humorados e/ou pouco polidos.

Carroll também co-fundou com Ray Sherwin O Pacto Mágico dos Illuminates of Thanateros, ou, na abreviatura mais conhecida, I.O.T., uma organização que continua a pesquisa e desenvolvimento da Magia do Caos hoje em dia. A maior parte dos autores e praticantes renomados de Magia do Caos mencionam afiliação ou algum grau de influência a esta. Porém, a Magia do Caos tem como característica marcante ser uma das vertentes de magia menos organizadas do mundo, fazendo isso propositalmente.

Quebra de Paradigma Mágico – ou “Quebrar o Ego”

Uma das mais curiosas questões da Magia do Caos é o conceito de Quebra (ou Troca) de Paradígma Mágico, ou “Quebra do Ego”. Usando o termo de Thomas Kuhn, Carroll criou a técnica de arbitrariamente modificar o modelo (ou paradigma) de magia das pessoas, uma questão principal na Magia do Caos. Através desta, o magista busca por trocar constantemente a crença em um paradigma, não apenas de forma linear como é visto nas outras pessoas, mas de forma objetiva e proposital, ziguezagueando entre crenças diferentes (e geralmente contraditórias) e “se aproveitando” dos resultados que elas geram sem ficar preso a nenhuma.

Esta quebra é encontrada não apenas em ritos, mas também no dia a dia, através da chamada “quebra do ego”.

Muitos caoístas uniram a Magia do Caos ao uso de diversas ciências modernas, entre elas a Psicologia e a Psicanálise.

Como a base de trabalho dos ritos caoístas consiste na total desconstrução de tudo rumo ao Caos (daí o nome Caoísmo), uma técnica muito utilizada no treinamento pessoal dos caoístas é a chamada “quebra do ego”, que consiste em negar e trocar gostos pessoais como uma forma de banimento pessoal, indo contra tudo aquilo que o ego acredita como pessoa, gerando em si mesmo a desconstrução buscada pela Magia do Caos. Um exemplo de quebra do ego é por exemplo, um vegetariano comer carne. Aqui cabe imaginação ao magista, para aplicar estes exercícios em âmbitos profissionais, sexuais, familiares, gregários, entre outros, e conseguir permanecer são – podendo ser até este conceito questionado.

O principal mote da Magia do Caos é: Nada é verdadeiro, tudo é permitido – atribuído a Hassan i Sabbah – O Velho da Montanha, líder da Ordem dos Hashishins que impôs seu poderio no Oriente Médio medieval, influenciando os Templários, e consequentemente as ordens de magia contemporâneas que neles se inspiraram.

Como o “Faze o que tu queres há de ser toda a Lei” de Crowley, essa frase é por vezes mal compreendida e interpretada de forma literal como “Não há verdade, então faça o que você quiser”, quando “Nada é verdadeiro, tudo é permitido” significa algo como “Não existe uma verdade objetiva fora da percepção pessoal; assim sendo, qualquer coisa pode ser verdadeira e possível”.

A ideia é que a crença é uma ferramenta que pode ser aplicada à vontade de formas conscientes. Alguns magistas do caos creem que ter crenças inusuais e por vezes bizarras é interessante como uma forma de considerar a flexibilidade de crenças e utilizá-las a seu dispor.

Magia do Caos no Brasil

A cada ano, novos magistas se tornam adeptos deste meta-sistema mágicko, especialmente no Brasil.

Encontra-se em plena atividade a sede sul-americana da I.O.T. com reuniões no Rio de Janeiro, e magistas independentes trabalham na divulgação da Magia do Caos, mesmo não pertencendo à I.O.T.

Fonte: Wikipédia – https://pt.wikipedia.org/wiki/Magia_do_Caos