segunda-feira, 25 de julho de 2022

O que é o Budismo? Origem, características, vertentes, Nirvana e mais!

 

O que é o Budismo? Origem, características, vertentes, Nirvana e mais!

Considerações gerais sobre o Budismo

Dois monges.

O Budismo é uma filosofia de vida oriental fundada na Índia que busca a paz interior, diminuindo o sofrimento das pessoas através de seus ensinamentos, questionamentos sobre o universo, visões e práticas. Não há adoração de deuses e nem hierarquias rígidas religiosas em comparação com as crenças ocidentais, por ser uma busca individual.

Através das práticas meditativas, do controle da mente, da autoanálise de ações cotidianas e práticas do bem, levam o indivíduo a uma felicidade plena. Os Budistas acreditam que essa consciência física e espiritual os leva à iluminação e elevação, essa crença também pode ser encontrada em outros caminhos espiritualistas.

Essa religião, ou filosofia de vida, é mais comum de ser vista e praticada nos países orientais, mais que nos países ocidentais. Leia esse artigo e saiba tudo sobre o Budismo como a vida de Buda, História, Símbolos, Vertentes, entre outros.

Budismo, Buda, origem, expansão e características

Buda.

Tudo o que envolve o Budismo gera interesse nas pessoas, fazendo com que algumas adotem algumas práticas em sua vida e não é preciso fazer parte dessa religião para isso. Veja nos próximos tópicos a história do Budismo, de Buda, sua origem, expansão e características.

O que é o Budismo

O Budismo tem por característica o uso de ensinamentos para que o ser humano se desapegue de tudo aquilo que prejudica a si mesmo e aos outros, como a raiva, a inveja, a violência, trocando pelo amor e boas atitudes. Uma das lições aprendidas nessa filosofia é o desapego, pois tudo na vida é transitório, nada permanece para sempre.

Além disso, o Budismo engloba tradições, crenças e práticas espirituais baseadas nos ensinamentos de Buda e em suas interpretações, tendo como maiores ramos o Theravada e o Mahayana. No ano de 2020 era a quarta maior religião do mundo com mais de 520 milhões de seguidores.

A vida de Buda

A história de vida do Buda, que o mundo conhece, foi de Siddhartha Gautama, nascido na Índia em 563 a.C. e era um príncipe da dinastia Sakia. Gautama passou a infância protegido do mundo externo em seu lar até que um dia decidiu sair e, pela primeira vez, viu um homem doente, um ancião e um morto.

Após ver e descobrir sobre o sofrimento humano, encontrou um viajante em busca de iluminação espiritual, pensou que esse indivíduo lhe traria respostas pra seus questionamentos e decidiu se juntar ao praticante para se iluminar. Depois, raspou a cabeça como sinal de humildade e trocou suas luxuosas vestes por um simples traje laranja.

Também se abdicou de todos os prazeres materiais, alimentando-se apenas de frutas que caíam em seu colo. Essa ideia não foi muito boa, pois começou a ficar desnutrido. A partir disso, constituiu de que nenhum extremo é bom, nem viver de prazeres, nem viver da negação desses prazeres, mas a melhor forma de viver é no caminho do meio.

Aos 35 anos, após meditar debaixo de uma árvore por 49 dias, chegou ao Nirvana, criando as 4 nobres verdades. Após sua iluminação, seguiu para a cidade de Benares, à margem do rio Ganges, para transmitir suas descobertas e acontecimentos.

O começo do Budismo

Depois que Buda decide compartilhar seu caminho para alcançar a iluminação e o fim do sofrimento para outras pessoas, seus ensinamentos se misturaram com as crenças do hinduísmo, uma tradição religiosa indiana que se adapta a cada região do país. Cada indivíduo era livre para pratica-la e estudá-la.

Aos 45 anos de idade, sua doutrina e ensinamentos como as “Quatro Verdades” e “Oito Trilhas” já eram conhecidas em todas as regiões da Índia. Porém, somente séculos depois de sua morte foi definida os preceitos budistas, prevalecendo duas escolas: Theravada e Mahayana.

A expansão do Budismo

O Budismo foi se expandindo pelas diversas regiões da Índia Antiga 3 séculos após a morte de Gautama. Após se espalhar pelos países asiáticos, por volta do século VII, acabou ficando mais esquecido na Índia, com o Hinduísmo permanecendo como a religião da maioria do povo indiano.

Somente em 1819 chegou na Europa e houve alguns novos conceitos feitos por um alemão chamado Arthur Schopenhauer. Então, finalmente se expandiu pelo mundo, com diversos templos Budistas em alguns países da Europa, das Américas e na Austrália.

Budismo no Brasil

No Brasil, o Budismo tem características similares a de outros países, por exemplo, o fato desse país abrigar japoneses e descendentes trouxeram diversos sacerdotes e instrutores budistas que foram se espalhando pelo território brasileiro. Com o passar do tempo, os descendentes de japoneses foram se tornando católicos e o Budismo foi sendo esquecido.

Entretanto, de acordo com os censos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o número de seguidores e praticantes do Budismo começou a aumentar a partir de 2010. Os brasileiros que não são descendentes de japoneses começaram a buscar e estudar mais sobre essa religião e se convertendo para a mesma, apesar de que muitos se convertem para outras religiões ou para nenhuma.

As principais características do Budismo

O Budismo possui características que o torna único e acolhedor para qualquer pessoa, utilizando uma série de ensinamentos e práticas de meditação para o desapego da matéria e do sofrimento, rumo à evolução espiritual. Nessa filosofia, não existe começo ou fim, sendo o Nirvana o estágio ideal, mas só pode ser percebido e não ensinado.

Além disso, o assunto sobre o karma também é bastante discutido nessa religião, todas as intenções e atitudes, boas ou ruins, geram consequências nessa ou na próxima vida. O renascimento, ou reencarnação, é algo natural da vida até que se saia do ciclo de sofrimento, alcançando a iluminação. Esse ciclo é chamado de “Roda de Samsara”, regido pelas leis do karma.

Diferenças entre Budismo e Hinduísmo

A principal diferença é que no Hinduísmo existe a crença e o culto aos deuses. Além disso, é uma filosofia de ordem religiosa que engloba tradições culturais, valores e crenças pelo meio de outros povos, desejando alcançar o conhecimento através dos deuses.

Já os budistas não possuem crença em deuses e buscam o Nirvana, que é o estado pleno de paz e felicidade, através dos ensinamentos de Buda. Conforme foi se espalhando pelos países asiáticos, teve mais adeptos na China, tornando-se a religião oficial desse país.

O significado dos símbolos do budismo

Flor de lótus em uma estátua.

Assim como diversas outras religiões e filosofias, o Budismo também possui símbolos que utilizam em seus ensinamentos. Para descobrir o significado dos símbolos do Budismo, leia os textos a seguir.

A Roda do Dharma

A imagem é uma roda de biga dourada com oito raios, representando os ensinamentos de Buda e sendo o símbolo Budista mais antigo encontrado nas artes indianas. Além de Roda do Dharma, também pode ser traduzida como Roda da Doutrina, Roda da Vida, Roda da Lei ou simplesmente chamada de Dharmachakra.

A Roda do Dharma corresponde à lei principal do universo e representa o resumo de todo os ensinamentos de Buda, enquanto os raios representam o Nobre Caminho Óctuplo, que são os fundamentos principais do Budismo. Em outras palavras, descreve o ciclo de morte e renascimento que é natural para todos os seres até alcançar a iluminação, encerrando esse ciclo.

A Flor de Lótus

O Lótus (padma) é uma planta aquática que floresce da água, suas raízes crescem em meio à lama no lodo de lagos e lagoas e então sobe à superfície para florescer. O Lótus é parecido com a Vitória Régia, que também é uma planta aquática e é nativa da região amazônica, possuindo algumas pequenas diferenças.

Como símbolo Budista, retrata a pureza do corpo, da mente e da elevação espiritual. A água lodosa está associada ao apego e ao ego, enquanto a planta que cresce em meio a essa água chega à superfície e sua flor desabrocha, associando à busca da luz e iluminação. Além disso, em algumas religiões asiáticas como o Hinduísmo, divindades aparecem sentadas sobre uma flor de lótus em meditações.

Peixes Dourados e Conchas

No Budismo, os Peixes Dourados representam os seres que praticam o Dharma, não tem medo de cair no sofrimento, podendo escolher seu renascimento e são livres para ir onde quiserem. Além de simbolizar a boa sorte, esses animais são sagrados na Índia e possuem outras representações como a liberdade e os rios Ganges e Yamuna.

As Conchas são carapaças que protegem moluscos e outros pequenos animais marinhos de corpo mole. Simbolizam o poder e a proteção, principalmente das autoridades como pais e professores que educam e ensinam sobre a vida. No mais, representa a fala direta e o despertar dos seres da ignorância.

Nó infinito

O Nó Infinito tem a iconografia de linhas fluídas e entrelaçadas criando um padrão fechado, podendo ser descrito como quatro retângulos interligados, dois na diagonal esquerda e dois na diagonal direita, ou, alguns quadrados interligados parecendo formar um hexagonal.

No Budismo, esse símbolo representa a origem dependente e a inter-relação de todas as manifestações. Além disso, simboliza a causa e efeito da união da compaixão e sabedoria, duas características que são importantes para viver com mais plenitude e menos sofrimento.

Theravada, Mahayana e as diferentes vertentes do Budismo

Templo budista.

O Budismo possui diversas escolas, cada uma fazendo parte de uma vertente diferente. Algumas são mais tradicionais e antigas, outras utilizam mais a prática para chegar no mesmo caminho que as demais, a iluminação. Continue a sua leitura e saiba mais sobre a Theravada, Mahayana e as diferentes vertentes do Budismo.

Theravada

Em uma tradução literal, Theravada significa Ensinamentos dos Anciões e é uma das principais vertentes do Budismo com base no registro mais antigo e completo dos ensinamentos de Buda, o Pali Tipitaka. Essa vertente é mais conservadora e centrada na vida monástica das formas dessa religião.

A Theravada é focalizada nos princípios de Dhamma e aborda todos com simplicidade como a disciplina, a conduta ética dos monges, a meditação e a sabedoria interna. Atualmente essa vertente é mais praticada na Tailândia, em Sri Lanka, em Burma, no Laos e em algumas regiões sul e sudeste da Ásia.

Mahayana

Mahayana significa O Grande Caminho e é a tradição mais numerosa das vertentes com suas origens desde a passagem de Sidarta Gautama no planeta, possuindo os escritos preservados em chinês conforme seus ensinamentos foram se espalhando pela Ásia.

Essa escola defende que qualquer pessoa pode seguir e trilhar o caminho da iluminação e alcança-la, alegando também que seus ensinamentos são relevantes para todas as pessoas. A Mahayana é a vertente dominante do Budismo que está presente na Índia e atualmente é praticada na China, Coreia, Taiwan, Japão e também no Vietnã.

As outras vertentes

Além da Mahayana e Theravada, existem outras vertentes no Budismo como a Vajrayana, ou Lamaísmo, que surgiu na Índia nos séculos VI e VII, onde o Hinduísmo estava renascendo no país. Com isso, alguns adeptos foram influenciados por algumas características dessa religião, como o culto aos deuses e rituais.

Vajrayana significa O Caminho de Diamante, usado para defender suas ideias e há uma estrutura hierárquica onde existe um mestre responsável pelo ensinamento dos conhecimentos e práticas chamado Lama. Por exemplo, Dalai Lama foi um líder espiritual dessa vertente e líder político do Tibete.

Buda, Dharma e Sangha para o BudismoNessa religião, cada detalhe, cada símbolo, cada ensinamento tem o seu significado assim como qualquer outra religião ou filosofia. Leia e descubra a seguir os conceitos de Buda, Dharma e Sangha para o Budismo.

O conceito de Buda

O nome Buda significa “aquele que despertou” ou “iluminado”. Foi o homem que conseguiu se iluminar e se elevar espiritualmente alcançando o Nirvana e um alto estágio de sabedoria. Também representa a imagem de Siddhartha Gautama, o Buda, que fundou o Budismo.

Esse título é dado para as pessoas que alcançam plenamente o nível mais alto de despertar espiritual, divulgando sua descoberta e conhecimentos com os demais. Por exemplo, nas escrituras tradicionais, o Budismo menciona 24 Budas que surgiram em épocas passadas diferentes.

O conceito de Dharma

A palavra Dharma, ou darma, vem do sânscrito que significa aquilo que mantém elevado e não existe uma tradução exata nas línguas ocidentais. Além disso, é frequentemente usada em religiões ou filosofias indianas como o Hinduísmo, sendo uma lei universal e o cumprimento de deveres.

A responsabilidade e o cumprimentos dos deveres estabelece a base da vida social e espiritual, indicando as regras legais e os deveres de cada um. O Dharma budista é usado como um guia para cada indivíduo alcançar a verdade e compreensão da vida. Também pode ser chamado de lei natural ou lei cósmica.

O conceito de Sangha

Sangha é uma palavra em páli ou sânscrito que tem uma tradução que pode ser associação, assembleia ou comunidade e normalmente se refere ao Budismo, especificamente às comunidades monásticas de monges budistas ou os seguidores de Buddha.

Logo, Sangha vai ser todas as comunidades e conjuntos de pessoas que possuem os mesmos objetivo, visão de vida ou propósitos. Além disso, foi estabelecida por Gautama no século V a.C., para que as pessoas possam praticar o Darma em tempo integral, seguindo regras, ensinamentos, disciplina e longe da vida materialista da sociedade.

As Quatro nobres verdades do budismo

Estátua pequena de Buda.

Um dos ensinamentos e pilares mais importantes do Budismo são as Quatro nobres verdades, em que nenhum ser está livre disso. Para saber mais sobre essas Quatro nobres verdades, continue a sua leitura.

A primeira nobre verdade

De acordo com os ensinamentos Budistas, a Primeira nobre verdade é que a vida é sofrimento. Porém, essa frase não tem um significado exato, podendo representando desde a insatisfação até o sofrimento mais intenso. Nada nesse mundo é permanente, então o sofrimento vem do medo de perder as coisas físicas, até mesmo relações e pessoas ao qual tem apego.

Portanto, é necessário praticar o desapego para que se possa ter uma vida mais leve e com menos aflição. Por exemplo, Buda só conseguiu finalmente se iluminar quando desistiu de meditar até morrer debaixo da árvore, tentando achar as respostas que procurava. Assim que desistiu, encontrou a resposta e se iluminou, então, renunciar ao desejo é o caminho mais rápido para acabar com o sofrimento.

Dois sofrimentos

Os Dois Sofrimentos são o interno e o externo, classificações elementares encontradas em sutras Budistas. O termo sutra no Budismo se refere às escrituras canônicas que foram registradas como ensinamentos orais do Buda Gautama que podem estar em forma de prosa ou reunidos como um manual.

Dessa forma, as pessoas conseguem compreender a origem do sofrimento de forma mais fácil. O sofrimento interno é a dor que cada indivíduo sente, partindo de cada um, podendo ser uma dor física ou um problema psicológico. Já o sofrimento externo é aquele que parte do que está à volta de cada ser vivo e não é possível evita-lo, podendo ser uma tempestade, frio, calor, guerras, crimes, entre outros.

Três sofrimentos

Essa classificação fala sobre a ilusão, já que o ser humano vive em um plano de terceira dimensão, onde tudo é mutável e todos estão sujeitos a isso pelo fato de estar vivo nesse plano para evoluir. É comum e normal que as pessoas sintam medo e impotência ao ver tudo mudar de repente, constatando que possuem pouco controle sobra a própria vida.

O sofrimento surge ao negar essa realidade e querer controlar tudo o que é externo e o que acontece consigo mesmo. Cada pessoa pode controlar apenas a forma que vai agir, pensar e escolher, de acordo com o que acontecer na vida. É preciso estar preparado para encarar a verdade, em alguma hora tudo chega ao fim.

Oito sofrimentos

Por fim, os Oito Sofrimentos descrevem detalhadamente cada sofrimento que os seres sencientes vão enfrentar, nada é inevitável. São eles o nascimento, o envelhecimento, a doença, a morte, a perda de um amor, ser odiado, ter seus desejos não realizados e, por fim, os cinco Skandhas.

Os cinco Slandhas são todas as formas, sensações, percepções, atividades e consciência. Juntos, formam a existência consciente e o meio para experenciar a vida na matéria e manifestar o sofrimento, encarnação após encarnação.

A segunda nobre verdade

A Segunda Nobre Verdade mostra que o sofrimento é causado pelo desejo, principalmente de coisas materiais e vícios, já que nada nesse planeta é permanente. Isso acontece porque os desejos mudam quando um é realizado, o ser humano é insatisfeito e está sempre em busca de coisas e estímulos novos.

Isso não quer dizer que as pessoas não possam querer um objeto, uma comida, um grande imóvel ou joias. O melhor caminho vai ser sempre a do meio, sem apego e sem desleixo, aproveitando a vida da melhor forma possível, mas com a consciência de que todos os ciclos se encerram algum dia.

A terceira nobre verdade

Apego ao resultado e a tudo o que é externo causa o sofrimento. Isso acaba quando o indivíduo se liberta dos desejos, não quando os conquista. No entanto, há uma frase de Aliib Abi Talib que explica melhor a Terceira Nobre Verdade: “o desapego não significa que você não deve ter nada, mas que nada deve ter você”.

Portanto, o sofrimento só acaba quando o ser humano se liberta do desejo, de possuir coisas materiais e pessoas, de querer controlar tudo à sua volta. Esse apego nada mais é do que o medo de perder o controle sobre sua vida, sobre os outros e sobre as situações.

A quarta nobre verdade

Por último, a Quarta Nobre Verdade fala sobre a verdade do caminho para acabar com o sofrimento, mostrando o que uma pessoa deve fazer para superar todas as causas dessa dor rumo ao Nirvana. Uma forma simples e rápida para encerrar o ciclo de sofrimento é seguir o Nobre Caminho Óctuplo.

Para seguir o Nobre Caminho Óctuplo é preciso aprender a ter um entendimento correto, pensamento correto, linguagem correta, ação correta, modo de vida correto, esforço correto, atenção plena correta e concentração correta.

A importância das quatro nobres verdades

As Quatro Nobres Verdades foram os primeiros e os últimos ensinamentos de Buda. No momento em que se aproximava de sua morte, decidiu responder todas as dúvidas de seus discípulos sobre essas Verdades antes que chegasse a hora de partir, então, aos 45 anos, explicou toda a importância atribuída a esses ensinamentos.

Nas escolas Budistas, os primeiros anos são dedicados ao estudo das Quatro Nobres Verdades, dividido em três períodos chamados Três Giros da Roda. Essa divisão facilita a compreensão desses ensinamentos de Buda em três perspectivas diferentes, cada um vendo as mesmas verdades.

As causas fundamentais do sofrimento

Monges budistas.

O sofrimento também surge da falta de harmonia em diversas áreas da vida. Tudo que está em desequilíbrio traz desconforto e consequências desagradáveis até que aquela situação se reequilibre. Continue a sua leitura e descubra quais são as causas fundamentais do sofrimento.

Falta de harmonia com o mundo material

Harmonia significa a ausência de conflitos, uma sensação leve e agradável, estar em conexão com tudo, com todos e consigo próprio. As religiões e filosofias de vida ao redor do mundo falam sobre ter harmonia na vida, a importância da mesma e que isso abrange para diversas situações.

A falta de harmonia com o mundo material causa sérios problemas na vida do indivíduo, podendo desde bloquear caminhos até cair em vícios, seja de drogas, comidas, bebidas, jogos ou sexo. A prática do desapego é essencial para levar uma vida mais leve e sem obsessões ou vícios.

Falta de harmonia com outras pessoas

Desde o relacionamento com a família até com um marido ou esposa, a falta de harmonia com outras pessoas traz problemas na comunicação e nas relações ao longo da vida. Esse desequilíbrio traz conflitos, sentimento de solidão e rompimentos de conexões e alianças.

São várias as causas da desarmonia em qualquer relação como o egoísmo, o individualismo, a falta de empatia e o desequilíbrio emocional. Para ter harmonia com as pessoas, é preciso aprender a compartilhar, ouvir, compreender, ajudar e um não ultrapassar os limites do outro.

Falta de harmonia com o corpo

A falta de harmonia com o próprio corpo é mais comum do que se imagina, pois, a sociedade impõe padrões e quem não segue o padrão acaba sendo ridicularizado, diminuído, excluído de grupos sociais. Não é preciso ser ridicularizado para estar em desarmonia com o corpo, o próprio indivíduo não gosta da aparência.

O pensamento de rejeição da aparência do corpo pode vir da visão distorcida de si mesmo, obsessão, autoestima baixa, falta de amor próprio ou trauma. A pessoa busca fazer cirurgias, dietas, gastando muito dinheiro nesses processos por não se aceitar do jeito que é. Como consequência, pode trazer problemas na saúde física e na vida financeira.

Falta de harmonia com a mente

A desarmonia com a mente é muito comum, a maior parte das pessoas no mundo está desalinhada com a própria mente, por exemplo, tem ansiedade, traumas de infância, muitos pensamentos negativos ou obsessivos, falta de foco, entre outros. Além de abalar a saúde mental e emocional, isso reverbera na saúde física.

Para reequilibrar e ter harmonia com a mente, é preciso ter acompanhamento de um profissional, seja um psicólogo, terapeuta ou psiquiatra. Um dos primeiros passos para ter uma boa saúde mental é buscar o equilíbrio emocional e diminuir os excessos na vida.

Falta de harmonia com desejos

Parece contraditório mostrar as consequências da falta de harmonia com os desejos quando o Budismo ensina que o fim do sofrimento vem do desapego dos mesmos. Porém, o ser humano é movido pelos desejos e curiosidades, anseia por novidades e é isso é natural, isso faz com que a sociedade como um todo evolua.

As coisas materiais podem ser aproveitadas da melhor forma possível e o mais sustentável. O que não pode acontecer é se deixar levar em vícios, egoísmo e materialismo, vivendo apenas para acumular e ter as melhores coisas materiais. O acúmulo de objetos materiais que não tem utilidade na vida traz o bloqueio de caminho e estagnação de energias.

Falta de harmonia com opiniões

O ser humano se preocupa demasiadamente com o que os outros vão pensar e isso se torna uma perturbação que afeta negativamente a vida de cada um. A pessoa não se manifesta do jeito que é, agindo de forma diferente ao seu natural só para ser aceita ou agradar alguém na sociedade.

Não é saudável tomar atitudes que os outros esperam que se tenha, isso vai apagando a essência de cada indivíduo, perde a autonomia e não consegue se posicionar diante de alguma discussão. No mais, enquanto um se preocupa com o julgamento alheio, o outro pode não estar julgando.

Falta de harmonia com a natureza

A desconexão e o afastamento da humanidade com a natureza trazem grandes catástrofes tanto para as pessoas, quanto para os animais e o próprio planeta. Essa falta de harmonia com a natureza faz o homem pensar que tudo está disponível para o mesmo aproveitar e que os recursos são infinitos.

As consequências dessa desarmonia é a destruição de florestas, mares, rios, exploração e extinção de animais, acúmulo de lixo não reciclável, alimentos com produtos tóxicos, tornando a terra infértil ao passar do tempo e mudanças climáticas. Porém, todas essas ações um dia retornam para o ser humano em forma de catástrofes, escassez de recursos e até mesmo a morte.

Qual o significado de Nirvana para o Budismo?

Estátua de buda.

O Nirvana é descrito por Gautama Buda como um estado de paz, calma, pureza de pensamentos, tranquilidade, libertação, elevação espiritual e o despertar. Ao alcançar esse estado, o indivíduo quebra o processo da roda de Samsara, ou seja, não é mais preciso ter reencarnações.

Esse termo vem do sânscrito, traduzido como cessação do sofrimento. No Budismo, o conceito de Nirvana pode ser usado para outras situações, por exemplo, representar ou indicar a morte. Além disso, muitas pessoas veem o alcance desse estado de paz como um encerramento dos karmas.

Portanto, para alcançar o Nirvana é preciso renunciar o apego material, já que não traz elevação espiritual, mas sim sofrimento. Com tempo e prática, as características negativas da personalidade da pessoa diminuem até não se manifestarem mais, como o ódio, a raiva, a inveja e o egoísmo.

Autor deste artigo

Laise

Leitora, entusiasta de esoterismo e espiritualidade, estudante de administração.