domingo, 4 de dezembro de 2016

O Povo Cigano


Aqueles que eram livres!

Quando conheci a Umbanda em 1993, ouvia muito os termos: "O Povo das Águas", "O Povo das Matas", "O Povo Cigano", "O Povo Baiano", "O Povo das Ruas", "O Povo do Cemitério" e assim por diante... Não se falava muito em Linhas e falanges, pelo menos onde eu frequentava. E não se estudava muito também. A gente aprendia tudo na prática, na visualização. Havia muito medo, muito misticismo e muita ignorância em torno da espiritualidade da Umbanda. Por isso, os primeiros "pais de santo" cometiam mais erros e eram mais julgados. Hoje em dia, temos mais livros, apostílas, escolas, associações, federações e a Umbanda se fortaleceu.
Eu mesma, ao ouvir o termo "povo" imaginava um monte de espíritos diversos saindo daquele lugar, com aparência nada agradável... (rs) Mas, quando ouvi o termo "O Povo Cigano" eu não imaginei espíritos diferentes, pelo contrário, imaginei pessoas lindas, alegres e livres. Acho que eu já estava me sentindo atraída por aquela falange que seria minha frente de trabalho. O Povo Cigano representa todos os espíritos que nasceram livres, com muitas pátrias ou sem nenhuma pátria, que viajaram muito, que conheceram diferentes lugares e diversas culturas. Esses espíritos expandiram muito seu conhecimento a cerca da humanidade na existência como "gitanos" e por isso eram alegres, destemidos e contagiavam a todos por onde passavam.
Como em tudo na vida e na humanidade, existem os bons e os maus, no Povo Cigano também haviam os bons e os maus ciganos... E os bons pagavam pelos maus: eram perseguidos, capturados e mortos. Os Ciganos que trabalham hoje na Umbanda, com certeza, são os bons ciganos, aqueles que podem ensinar que todas as raças são iguais, que todos os povos são irmãos e que todos possuem algum dom especial de Deus. Os Ciganos nos ensinam que os dons são uma dádiva, que servem para nos auxiliar a evoluir, ajudando o próximo e a nós mesmos, em nossa jornada terrena.