domingo, 4 de dezembro de 2016

A missão dos baianos na Umbanda


"Salve o Grande Cruzeiro da Bahia, Meu Pai!
E salve o Nosso Senhor do Bonfim!"

Os portugueses adentraram o Brasil pelas terras da Bahia, na época denominada de Ilha de Vera Cruz. Pensaram que aqui fosse uma ilha e somente depois viram a imensidão deste território. Na época, entraram no Brasil todos os excluídos de Portugal e da Europa, para trabalhar e começar sua vida. Depois vieram os negros, que após índios, também foram escravizados. E assim, o Brasil cresceu cheio de misturas. Os baianos representam essa miscelânea de conhecimentos e a miscigenação das raças. Eles podem atuar em qualquer Linha: de Oxalá, das Águas, de Ogun, de Xangô, de Oxóssi, de Nanã ou das Almas.
O Baiano é aquela entidade que traz alegria para o terreiro e descarrega as cargas negativas e pesadas de um trabalho. Costuma-se dizer que todo Baiano é mandigueiro! Pois o Baiano sabe desenrolar-se de qualquer situação. No começo da difusão da Umbanda houve um pouco de preconceito com essas entidades, pelo fato delas representarem o principal elo de ligação com a Santeria Iorubana. A Santeria era muito confundida com o Candomblé e o Tambor de Mina. Hoje, sabe-se que todas são religiões distintas, onde cada uma possui seu próprio ritual e características bem definidas.
O Baiano, também é uma entidade que possui ligação direta com Ifá (sincretizado com a Santíssima Trindade e Dono do Jogo de Búzios). Por isso, muitos médiuns que trabalham com os baianos sentem-se afinizados com o búzio e seus mistérios. Outra prática do baiano é o Jogo da Capoeira (chamado assim, porque a capoeira, quando surgiu, não era usada como luta ou defesa, apenas como jogo de roda entre os escravos). Trabalhar com um "Baiano" é trabalhar com um pedaço da história do Brasil!