Podemos reencarnar em outros mundos?
Certamente. Nossas diferentes existências corpóreas não ocorrem todas no planeta Terra, mas nos diferentes mundos e, como nos conta a Espiritualidade, as do nosso globo não são as primeiras nem as últimas, sendo das mais materiais e distanciadas da perfeição. Vejamos os ensinamentos trazidos em O Livro dos Espíritos acerca da encarnação nos diferentes mundos.
Conforme a necessidade evolutiva da criatura, ela pode ter muitas encarnações em um mesmo globo, principalmente quando não evoluiu o suficiente para seguir a mundos mais felizes, de modo que o Espírito não precisa passar cada existência corporal em um mundo diverso. Sendo necessário, inclusive, o Espírito pode voltar a habitar planetas pelos quais já passou, mesmo depois de ter vivido em outros mundos, pois são todos solidários entre si, o que não se faz num faz-se noutro. No tocante ao planeta Terra, não existe uma vantagem especial em aqui reencarnar, a não ser na condição de missionário, oportunidade em que se progredirá aqui como em qualquer outro mundo.
Cabe destacar não ser indicado à criatura permanecer na condição de Espírito desencarnado indefinidamente, pois a reencarnação nos diversos mundos é meio indispensável ao progresso, de modo que o Espírito, sem isso, permaneceria estacionado e não caminharia para Deus. Desta feita, na Terra há muitos Espíritos, por exemplo, reencarnados pela primeira vez “neste planeta” e em diversos graus de adiantamento. Todavia, não é possível reconhecer, por um indício específico, esta condição, pois segundo os amigos espirituais, nenhuma utilidade teria.
Importante esclarecer que o Espírito não possui a necessidade de passar pela infinidade de mundos existentes no Universo para alcançar a perfeição, pois muitos correspondem ao seu grau evolutivo, de modo que saindo a criatura de um deles, nada aprenderia de novo em outros de grau similar. Entretanto, o homem pode reencarnar inúmeras vezes em um único globo, ocupando em cada uma de suas existências uma posição diferente das anteriores e, portanto, aprendendo valores e passando por experiências distintas.
Podem os Espíritos encarnar em planetas inferiores aos quais já tenham vivido, atuando neles como missionários auxiliando em seu progresso. Recebem alegres as dificuldades e tribulações da existência, pois sabem que o enfrentamento dessas circunstâncias são meios de adiantamento. Por outro lado, Espíritos que faliram em suas missões, calcetas no mal, que optaram não seguir o adiantamento moral e espiritual de seu planeta, podem ser exilados para mundos mais inferiores, momento em que terão a oportunidade de ajudar no progresso intelectual desses mundos mais primitivos e, por meio do contato com a dor depuradora, adquirir os valores sublimes do amor.
Assim, verifica-se não terem todos os Espíritos de um globo o mesmo grau evolutivo, havendo uns mais adiantados que outros, pois a inteligência e o aprendizado realizado em mundos e encarnações pretéritas não são perdidos, conquanto possa acontecer de a criatura não dispor, na nova existência, de condições para manifestar sua inteligência, dependendo isso da superioridade moral e das condições do corpo físico. O organismo físico influencia e, até mesmo, limita completamente a manifestação da intelectualidade do homem.
Interessante abordar ainda sobre a infância nos diferentes mundos. Ela é uma transição importante em toda parte, mas não é tão obtusa como no planeta Terra. Nos mundos mais evoluídos a transição da infância é menor e mais lúcida, de modo que os intervalos, até a completa lucidez diminuem para as almas conforme se encontrem mais evoluídas.
Quanto ao mundo em que o Espírito precisará encarnar, nem sempre é possível a ele escolher qual habitar, tudo dependendo da sua condição evolutiva, de modo que em havendo tal solicitação e, obviamente, merecimento, poderá ser atendida. Caso contrário, o fator determinante sobre qual planeta deverá encarnar será sempre o grau da evolução da criatura.