AS BRUXAS ATRAVÉS DOS TEMPOS
Já se perguntou alguma vez de onde saiu a palavra “bruxa”? Ou quão antigas são as práticas da bruxaria?
QUEM SÃO AS BRUXAS?
Quando falamos em bruxas, é natural que muitos pensem imediatamente em mulheres de pele esverdeada, com verrugas no nariz, mal encaradas e dotadas de uma gargalhada horrível. Essa imagem não nasceu ao acaso, foi nada mais, nada menos que uma estratégia para assustar as crianças de algo que os próprios adultos não tinham conhecimento e queriam afastar seus filhos daquilo que não podiam compreender.
COMO A BRUXARIA SURGIU?
A bruxaria existe desde antes mesmo do tempo ganhar um nome. Existem evidências arqueológicas de cultos, encontradas em paredes nas cavernas de Trois Freres e Lascaux, na França, que nos ajudam a explicar a devoção ancestral de culto à “Grande Mãe” e ao “Grande Pai“. Durante muito tempo, estas divindades não possuíam nome. Nossos ancestrais cultuavam a Lua, o Sol, as Árvores, a Chuva, tudo que existia na natureza.
As celebrações pagãs comemoravam o início do verão e a chegada do inverno, como um ciclo que se fechava. Ao longo dos anos, tudo isso foi se moldando, tradições foram nascendo e evoluindo e caminhamos até onde estamos hoje. Houve períodos em que foi necessário – por questões de sobrevivência – que muitas bruxas escondessem seus instrumentos e suas práticas, disfarçando-os de objetos comuns – e em alguns casos, até mesmo de artefatos e símbolos cristãos – para fugir de possíveis acusações. É importante destacar que originalmente não haviam definições como magia branca, magia negra, magia vermelha, azul… há quem acredita nesse conceito, de que toda magia é boa e má, assim como todos nós somos.
A ETIMOLOGIA DA PALAVRA “BRUXA”
Etimologicamente falando, uma das possíveis origens da palavra “bruxa” é do verbo italiano bruciare, que significa “queimar”. Na época da inquisição, estrangeiros muito provavelmente ouviam as procissões gritarem algo como bruciare le streghe (“queimem a bruxa”) e aí foi-se moldando até chegarmos em “bruxa”. Outros termos usados (geralmente de forma depreciativa) são Hag ou Crone.
COMO AS BRUXAS ERAM VISTAS ANTIGAMENTE?
Boa parte do conceito das bruxas que conhecemos e somos obrigados a lidar, vem de um livro chamado Malleus Malleficarum, conhecido como “O Martelo das Bruxas”, publicado em 1486. Nele, as bruxas eram descritas como seres abomináveis que tinham seus poderes através de contratos com demônios, e o livro apoiava teoricamente os atos da “santa” inquisição. Um agravante pra as bruxas da época é que as provas não tinham lógica alguma. Se uma vizinha dissesse que ao passar do seu lado, a outra lhe lançou um mal olhado e esta caiu doente, seria o suficiente pra levantar suspeitas. Especialmente se o acusador era mais rico e o acusado, mais pobre.
Geralmente havia um julgamento, que envolvia muita tortura física e psicológica – estamos falando de coisas como mutilação, afogamento, humilhação pública e estupro, até que, em muitos casos, a vítima já cansada dos maus tratos, admitia esperando um pouco de misericórdia. As execuções mais comuns eram na fogueira, na forca, por apedrejamento e por decapitação. Vale ressaltar que muitas das vítimas da “santa” inquisição nunca nem tiveram sequer algum contato com a bruxaria, como era o caso de Joana D’arc.
E COMO ESTÃO AS BRUXAS HOJE EM DIA?
Atualmente, depois de muita luta, nós conseguimos nosso merecido lugar ao Sol! Hoje em dia, temos mais liberdade para termos nossos covens e legalmente não podemos ser discriminados pelas nossas religiões e espiritualidades, o que é um avanço que muitos de nossos ancestrais morreram defendendo. O preconceito, claro, ainda não acabou, e talvez nunca acabe, mas não vamos desistir. Muitos de nós não tem possibilidade de fazer um simples feitiço ou ter um simples altar em suas próprias residências – o caso dos que ainda moram com família intolerante. De toda forma, assim como sobrevivemos a fogueira e às constantes repressões, eu tenho confiança que a evolução da humanidade vai nos levar a períodos de maior compreensão onde não seremos mais vistos como o que fazemos, mas como o que somos.
Pesquisado e editado por Alex Camargo Rossi.
Bruxa Velha