sexta-feira, 8 de outubro de 2021

970 Como são os sofrimentos dos Espíritos inferiores?

 

 970 Como são os sofrimentos dos Espíritos inferiores?


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Livro dos Espíritos Allan Kardec Sobre os Maus Espíritos"– São tão variados quanto as causas que os produziram e proporcionais ao grau de inferioridade, como os prazeres o são para os graus de superioridade. Podem resumir-se assim: invejar tudo o que lhes falta para serem felizes e não poderem obtê-lo; ver a felicidade e não poder atingi-la; desgosto, ciúme, raiva, desespero daquilo que os impede de ser felizes; remorso, ansiedade moral indefinível. Têm o desejo de todos os prazeres e não podem satisfazê-los, é o que os tortura.

971 A influência que os Espíritos exercem uns sobre os outros é sempre boa?

– Sempre boa da parte dos Espíritos bons, sem dúvida. Mas os Espíritos perversos procuram desviar do caminho do bem e do arrependimento aqueles que observam ser mais sujeitos de se deixar influenciar e que, muitas vezes, eles mesmos desviaram para o mal durante a vida corpórea.

971 a Assim, a morte não nos livra da tentação?

– Não; mas a ação que os maus Espíritos exercem sobre os outros Espíritos é muito menor do que sobre os homens, porque eles não têm mais o incentivo das paixões materiais. (Veja a questão 996.)

972 Como os maus Espíritos fazem para tentar outros Espíritos, uma vez que não possuem o auxílio das paixões?

– Se as paixões não existem materialmente, existem no pensamento dos Espíritos atrasados. Os maus alimentam os pensamentos deles arrastando suas vítimas para os lugares onde têm o espetáculo dessas paixões e tudo que pode excitá-las.

972 a Mas por que estimulam essas paixões, uma vez que não têm mais objetivo real?

– É precisamente para provocar o suplício: o avaro vê o ouro que não pode possuir; o libertino, orgias das quais não pode fazer parte; o orgulhoso, honras que inveja e de que não pode desfrutar.

973 Quais são os maiores sofrimentos que podem suportar os maus Espíritos?

– Não existe descrição possível das torturas morais que são a punição de certos crimes. Mesmo os que as sofrem teriam dificuldades para dar uma idéia delas; mas, certamente, a mais horrível é o fato de pensarem estar condenados para sempre. (Veja a questão 101.)

☼ O homem faz, dos desgostos e dos prazeres da alma após a morte, uma idéia mais ou menos elevada, de acordo com sua inteligência, que, quanto mais desenvolvida for, mais essa idéia se depura e mais se desprende da matéria; compreende as coisas sob um ponto de vista mais racional, em vez de tomar ao pé da letra imagens de uma linguagem figurada. A razão mais esclarecida, ao nos ensinar que a alma é um ser todo espiritual, nos diz, por isso mesmo, que ela não pode ser afetada pelas impressões que agem sobre a matéria, embora não esteja livre de sofrimentos nem de receber a punição de suas faltas. (Veja a questão 237.)
As comunicações espíritas têm o propósito de nos mostrar o estado futuro da alma, não como uma teoria, mas como uma realidade, ao colocar sob nossos olhos todas as ocorrências da vida após a morte, mostrando-as ao mesmo tempo como conseqüências perfeitamente lógicas da vida terrestre. E embora livre das idéias fantasiosas criadas pela imaginação dos homens, essas conseqüências não são menos angustiantes para aqueles que fizeram um mau uso de suas vontades e aptidões. A diversidade dessas conseqüências é infinita, mas pode-se dizer, de modo geral: cada um é corrigido pelas faltas que cometeu. É assim que uns são punidos pela visão incessante do mal que fizeram; outros, pelos desgostos, o medo, a vergonha, a dúvida, o isolamento, as trevas e pela separação dos seres que lhe são queridos, etc.