sábado, 14 de agosto de 2021

Simpatias e Antipatias Terrenas Allan Kardec

 

 Simpatias e Antipatias Terrenas
Allan Kardec


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e criançaDois seres que se conheceram e se amaram podem encontrar se noutra existência corpórea e se reconhecerem?

– Reconhecerem-se, não; mas serem atraídos um pelo outro sim; e freqüentemente as ligações íntimas, fundadas numa afeição sincera, não provem de outra causa. Dois seres se aproximam um do outro por circunstâncias aparentemente fortuitas, mas que são o resultado da atração de dois Espíritos que se buscam através da multidão.

Não seria agradável para eles se reconhecerem?

– Nem sempre. A recordação das existências passadas teria inconvenientes maiores do que acreditais. Apôs a morte eles se reconhecerão e saberão em que tempo estiveram juntos.

A simpatia tem sempre por motivo um conhecimento anterior?

– Não. dois Espíritos que tenham afinidades se procuram naturalmente sem que se hajam conhecido como encarnados .

Os encontros que se dão algumas vezes entre certas pessoas, e que se atribuem ao acaso, não seriam o efeito de uma espécie de relações simpáticas?

– Há, entre os seres pensantes, ligações que ainda não conheceis O magnetismo é a bússola desta ciência, que mais tarde compreendereis melhor.

De onde vem a repulsa instintiva que se experimenta por certas pessoas, a primeira vista?

— Espíritos antipáticos que se percebem e se reconhecem, sem se falarem.

A antipatia instintiva é sempre um sinal de natureza má?

– Dois Espíritos não são necessariamente maus pelo fato de não serem simpáticos. A antipatia pode originar-se de uma falta de similitude do modo de pensar Mas, à medida que eles se elevam, os matizes se apagam e a antipatia desaparece.

A antipatia entre duas pessoas nasce em primeiro lugar naquele cujo Espírito é pior ou melhor?

– Numa e noutra, mas as causas e os efeitos são diferentes. Um Espírito mau sente antipatia por quem quer que o possa julgar e desmascarar; vendo uma pessoa pela primeira vez, percebe que ela vai desaprová-lo; seu afastamento se transforma então em ódio, inveja e lhe inspira o desejo de fazer o mal. O bom Espírito sente repulsa pelo mau porque sabe que não será compreendido por ele e que ambos não participam dos mesmos sentimentos; mas seguro de sua superioridade, não sente contra o outro nem ódio nem inveja: contenta-se em evitá-lo e lastimá-lo.

Autor
Allan Kardec