sexta-feira, 27 de agosto de 2021

O PERISPIRITO DESCRITO EM 1805 EXTRAÍDO DA OBRA ALEMÃ OS FENÔMENOS MÍSTICOS DA VIDA HUMANA , POR MAXIMILIEN PERTY, PROFESSOR NA UNIVERSIDADE DE BERNE .

 

 O PERISPIRITO DESCRITO EM 1805
EXTRAÍDO DA OBRA ALEMÃ OS FENÔMENOS MÍSTICOS DA VIDA HUMANA , POR MAXIMILIEN PERTY, PROFESSOR NA UNIVERSIDADE DE BERNE .


Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "Revista Espírita JORNAL DE ESTUDOS PSICOLÓGICOS PUBLICADA SOB DIREÇÃO DE ALLAN KARDEC Tradução por JULIO ABREU FILHO da REVUE SPIRITE JOURNAL D'ÉTUDES PSYCHOLOGIQUES sous Publié la direction de M. ALLAN KARDEC 1865 EDICEL"Leipzig e Heidelberg, 1861.

Sob o título “Aparição real de minha mulher após sua morte ─ Chemnitz, 1804” ─ o doutor Woetzel publicou um livro que causou grande sensação nos primeiros anos deste sé­culo. O autor foi atacado em diversos escritos, sobretudo Wieland o leva a ridículo na Euthanasia. Durante uma doença de sua mulher, Woetzel tinha pedido a esta que se mostrasse a ele após sua morte. Ela lhe fez a promessa, mas, um pouco mais tarde, a seu pedido, seu marido a desobrigou desse compromisso. Contudo, algumas semanas depois de sua morte, um vento violento pareceu soprar no quarto, embora estivesse fechado; a luz quase se extinguiu; uma pequena janela na alcova abriu-se e, com a fraca claridade reinante, Woetzel viu a forma de sua mulher que lhe disse com voz doce: “Carlos, eu sou imortal. Um dia nos reveremos.” A aparição e essas palavras consoladoras se repetiram mais tarde, uma segunda vez. A mulher mostrou-se de vestido branco, com o aspecto que tinha antes de morrer. Um cão que não se tinha mexido à primeira aparição, agitou-se e descreveu um círculo, como em redor de uma pessoa conhecida.

Numa segunda obra sobre o mesmo assunto (Leipzig, 1805), o autor fala de convites que lhe teriam sido dirigidos para desmentir todo o assunto, “porque do contrário muitos cientistas seriam forçados a renunciar ao que, até então, tinham julgado como opiniões verdadeiras e justas, e porque a superstição aí encontraria um alimento.” Mas ele já havia pedido ao conselho da Universidade de Leipzig que lhe permitisse depositar, a respeito, um juramento jurídico. O autor desenvolve sua teoria. Segundo ele, “a alma, depois da morte, seria envolvida por um corpo etéreo, luminoso, por meio do qual poderia tornar-se visível; que ela poderia usar outras vestimentas, por cima desse envoltório luminoso; que a aparição não tinha agido sobre o seu sentido interior, mas unicamente sobre os sentidos exteriores.”

Como se vê, a esta explicação só falta a palavra perispírito. Contudo, Woetzel está errado quando crê que a aparição só atuou nos sentidos exteriores, e não sobre o sentido interior. Sabe-se hoje que é o contrário que se dá. Mas talvez tivesse ele querido dizer que estava perfeitamente desperto, e não em estado de sonho, o que provavelmente lhe teria feito pensar que havia percebido a aparição apenas pela visão corporal, porquanto ele não conhecia nem as propriedades do fluido perispiritual nem o mecanismo da visão espiritual.

Aliás, lendo-se a obra científica do Sr. Pezzani sobre a Pluralidade das existências, tem-se a prova de que o conhecimento do corpo espiritual remonta à mais alta Antiguidade, e que apenas o nome de perispírito é moderno. São Paulo o descreveu na primeira epístola aos coríntios, capítulo XV. Woetzel o reconheceu apenas pela força do raciocínio. Tendo-o estudado nos numerosos fatos que observou, o Espiritismo moderno descreveu as suas propriedades e deduziu as leis de sua formação e de suas manifestações.

Quanto ao que se refere ao cão, isto nada tem de surpreendente. Diversos fatos parecem provar que certos animais sentem a presença dos Espíritos. Na Revista Espírita de junho de 1860 (O Espírito e o cãozinho) citamos um exemplo, que tem notável analogia com o de Woetzel. Não está provado positivamente que eles não podem vê-los. Nada haveria de impossível que, em certas circunstâncias, por exemplo, os cavalos que se amedrontam e obstinadamente se recusam a avançar sem motivo conhecido sofram o efeito de uma influência oculta.