Causos e prosas de Chico Xavier: duas histórias de espíritos das trevas:
Adelino da Silveira, em seu livro “Kardec Prossegue”, conta-nos inúmeros casos de Chico, que foram relatados enquanto conversava em encontros ao fim do dia, nas soleiras de suas casas. Dentre tantos outros, aqui trago o relato que foi anotado por uma das irmãs de Adelino, envolvendo Chico Xavier e espíritos das trevas.
Chico, como de costume, aproveitava o rumo que a conversa tomava para contar algum caso que serviria, de fato, como lição para todos.
“O povo subestima o poder das trevas e elas vão entrando. Os espíritos das trevas têm uma hierarquia quase perfeita. Eles me criaram todos os tipos de dificuldades possíveis e imagináveis para que eu parasse a mediunidade. Certa vez o espírito de Emmanuel me disse: você será testado de todo o jeito.”
Aqui vemos a importância que aqueles que se entregam ao trabalho mediúnico devem dar para a vigilância ativa no serviço do bem, uma vez que os senhores das trevas estão sempre agindo no intuito de espalhar o mal entre os encarnados.
Continua, então, contando mais uma história protagonizada por espíritos das trevas:
“Penso muito, antes de sair de casa, porque nunca sei o que vai acontecer. Muitas vezes eles improvisam na hora. Parece que ficam esperando eu dar um tropeção para acabar de me empurrar.
Certo dia levei um tombo. Caí de costas, batendo fortemente a cabeça. Quando ia querer reclamar, ouvi o espírito de Emmanuel dizer-me:
– Agradeça.
– Como?
– Agradeça.
Ainda no chão, procurei elevar um pouco a voz e disse:
– Obrigado, meus irmãos, muito obrigado.”
Em seguida, mesmo que intrigado com a orientação do seu Mentor Espiritual, Chico põe-se a caminho novamente.
“No caminho de volta para casa, perguntei ao espírito de Emmanuel:
– Por que o senhor me disse para agradecer?
– Porque se você se irritasse, emitiria vibrações quase iguais às deles e eles ficariam com mais força.”
Vemos, então, como um casual tropeço pode nos expor a esses seres maldosos através das nossas emoções descontroladas, que rebaixam nossa energia e nos fazem vibrar na mesma sintonia desses seres inescrupulosos.
Chico Xavier é admirado até por espíritos das trevas.
Uma vez que o assunto era enriquecedor e instrutivo, Chico Xavier prosseguiu contando mais um caso relacionado a espíritos imersos nas forças das trevas.
Adelino narra nas páginas de seu livro: “Na mesma ocasião em que Chico nos esclarecia sobre o Poder das Trevas, minha irmã, pois ninguém consegue ficar imune ao encanto que irradia daquele coração feito de pureza, anotou mais este caso, que coloco inteiramente entre aspas com o objetivo de passar ao leitor um pouco da presença dele, tão viva nesse episódio:
“Ao lado de nosso plano de vida, tem outro que exerce sobre nós continuado efeito de atração, de ímã. Certa vez me apareceu um espírito das trevas que disse, para minha surpresa, dedicar-me estima muito grande, por isso, queria que fosse fazer-lhe, e aos seus, companhia.
Vendo que o espírito estava sendo sincero e que não deveria magoá-lo, respondi-lhe:
– Agora não há condições. Quem sabe mais tarde.
Ele voltou a insistir.
– Eu quero agora.
Respondi-lhe então:
– Olhe, o senhor não se aborreça comigo não. Peço-lhe desculpar-me, mas agora não posso.
Tenho um patrão muito bom, que não me deixa faltar nada e eu quero e preciso ser fiel a ele. Temos ainda muito trabalho.
Se eu o abandonar, o senhor ficará alegre comigo agora, mais tarde poderá achar que não tive integridade; que abandonei um patrão que era muito bom para mim, não é mesmo?
Quando eu desencarnar, se Jesus permitir, passo uns tempos com vocês.“
Todos os dias, acima de tudo, orar e vigiar.
Hoje em dia, vivemos tempos em que as forças do mal, bem estruturadas, estão cada vez mais se articulando e ganhando terreno em áreas que têm o poder de disseminar mensagens, induzindo comportamentos que atraem pessoas – principalmente jovens – para engrossar as fileiras dessas forças trevosas.
“Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca.” (Mateus 26.41)